Hoje faz 25 anos do falecimento trágico de um dos maiores ídolos nacionais. Por volta de meio-dia daquele domingo estranho, dia 1º de maio de 1994, já havia se espalhado a notícia da morte de Ayrton Senna. No fim da tarde, vários jogos importantes pelos campeonatos estaduais estavam sendo aguardados. No futebol cearense, o Ferrão enfrentaria o Fortaleza em mais um Clássico das Cores, válido ainda pelo 1º turno do certame cearense que iniciara em fevereiro. Talvez tenha sido um dos jogos mais melancólicos em todos os tempos, com os torcedores presentes nitidamente abatidos e incapazes de entoar os gritos normais num domingo de futebol. No momento do ´minuto de silêncio` promovido pelo árbitro Dacildo Mourão, o público de 19.515 pessoas gritou o nome de Senna dezenas de vezes. Muitos torcedores, ainda anestesiados com a notícia, derramaram lágrimas no Castelão. Tarde estranha e só.
Justo foi o placar de 2×2 entre os preliantes. O Fortaleza marcou logo no início do jogo através de Hélio Carioca, mas o Ferrão tinha um excelente time já no início da competição que o teve, somente em dezembro daquele ano, como grande campeão. O Tubarão da Barra virou o jogo, mas sofreu o empate aos 39 minutos do segundo tempo numa bola defensável que o goleiro Dênis falhou. Cosme empatou para o Fortaleza. Treinado por José Dultra, o Ferroviário empatou com o futebol de Dênis, Caetano (Wanks), Batista, Aldo (Edgar) e Branco; Lima, Nasa, Acássio e Basílio; Cícero Ramalho e Batistinha. Já o Fortaleza, do então iniciante treinador Arnaldo Lira, jogou com Índio, Vanderlei (Adriano), Carlinhos, Hélio Carioca e Reginaldo; Adenilton, Eliézer (Osmar) e Bonato; Luis Carlos, Cláudio José e Cosme. Os gols do Ferroviário foram marcados por Cícero Ramalho e Acássio, exatamente os dois que, ao lado de Batistinha, formaram o famoso “ABC Coral” que liderou isoladamente a tábua de artilheiros do campeonato, inclusive tendo marcado, somente o trio, mais gols que o elenco do Ceará inteiro, que terminou como segundo colocado na competição. Na foto, o goleiro Dênis e o craque Acássio, em registro histórico naquele domingo estranho que o Brasil perdeu Ayrton Senna da Silva e, fatidicamente, perdeu também o gosto pela Fórmula Um.