Matéria em jornal cearense sobre o meia esquerda Cássio antes de sua estreia contra o Fortaleza
Ele jogou pela primeira vez pelo Ferroviário no dia 13 de outubro de 1991. Entrou durante um clássico contra o Fortaleza, no Castelão, substituindo um centroavante baiano de nome Paulo César. Foram apenas 5 jogos com a camisa coral naquele breve período. Estamos falando do meia esquerda Cássio, à época com 22 anos de idade, oriundo do CSA de Maceió. Menos de três anos depois, o jogador ganharia as manchetes nacionais em decorrência de um fato trágico. No feriado de 12 de outubro de 1994, ele teve uma discussão com o então presidente do CSE de Alagoas e acabou assassinado a tiros no sertão do estado. Cássio tinha 25 anos e exigia sua liberação para poder ir para João Pessoa a fim de acompanhar o nascimento de seu primeiro filho. Testemunhas relataram à época que o presidente do CSE atirou primeiro nos dois joelhos do jogador, que chegou a implorar para não ser morto. Em seguida, Cássio tomou um tiro fatal no pescoço. Em 1994, a maioria dos atletas ainda era propriedade fixa dos clubes através do nefasto instituto juridico chamado de “Passe“, que terminou extinto com o advento da Lei Pelé, poucos anos depois. Quando veio para o Ferrão, o meia Cássio foi contratado pelo diretor Carlos Alberto Mota, como afirmava a matéria.
Contratação de Pablo Enrique Centrone ganhou manchete de primeira página nos jornais cearenses
Muito antes da febre de treinadores estrangeiros no Brasil e, em particular no futebol cearense, o Ferroviário teve um técnico argentino pra chamar de seu. Se hoje o Fortaleza tem o argentino Juan Pablo Vojvoda, o Tubarão da Barra teve Pablo Enrique Centrone no final da década de 1990. Aos 41 anos de idade, ele comandou o Ferroviário em 12 partidas, estreando contra o Fortaleza, no dia 19/09/1998, na Série C do Campeonato Brasileiro daquele ano e finalizando sua passagem contra o Tiradentes, no dia 02/12/1998, em jogo válido pelo 1º Turno do Campeonato Cearense de 1999. Não, você não leu errado! O último jogo de Pablo Enrique Centrone no comando coral foi ainda na temporada de 1998, mas a competição estadual do ano seguinte já havia começado. Além da novidade de ter um técnico argentino, o Ferrão vivia a expectativa de disputar a remodelada Copa do Nordeste depois de uma longa espera, mas Pablo Centrone acabou não permanecendo para a competição iniciada em fevereiro do ano seguinte. No futebol cearense, a imprensa convencionou de chamá-lo apenas de Pablo Enrique, muitos devem lembrar.
Pablo Enrique Centrone apresentado aos jogadores ao lado do auxiliar técnico Edmundo Silveira
Pablo Centrone foi jogador de futebol em sua juventude na Argentina. Atuou como zagueiro de equipes modestas como Quilmes e Chacarita Juniors, até se transferir para o emergente futebol dos Estados Unidos em 1980, quando afirma ter convivido com nomes importantes do futebol mundial como os holandeses Rinus Michels e Johan Cruyff, além do brasileiro Carlos Alberto Torres, o alemão Franz Beckenbauer e o italiano Giorgio Chinaglia. Iniciou a carreira como treinador de futebol no final daquela década e trabalhou com o conterrâneo Marcelo Bielsa no futebol mexicano. Pablo Enrique Centrone havia passado pelo Portimonense de Portugal, América do México e Santa Fé da Colômbia antes de desembarcar na Barra do Ceará por indicação do ex-jogador Paulo Roberto Falcão. Foram apenas três meses no Ferroviário Atlético Clube, mas o suficiente para o treinador estrangeiro atrair os holofotes da mídia local e a tempo de ganhar um Clássico das Cores por 2×0, dias antes de ser demitido pelo então presidente Carlos Alberto Mesquita.
Ano passado, aos 65 anos de idade e com um vasto currículo ampliado nos últimos 25 anos, Pablo Centrone foi trabalhar novamente na Argentina, contratado como treinador do Chacarita Juniors, clube de sua juventude. Em sua chegada na equipe que tem as mesmas cores do Ferrão, gravou o vídeo acima onde recorda rapidamente suas conquistas por equipes do México, El Salvador e Guatemala, chegando a citar o próprio Ferroviário, de forma equivocada, como se tivesse sido campeão da Copa do Nordeste de 1999, competição esta que sequer chegou a iniciar. O Chacarita Juniors em 2022 foi, por enquanto, o último trabalho de Pablo Enrique Centrone, onde permaneceu por 13 partidas e venceu menos de 50% delas. Ao ser contratado em 1998 para o Ferroviário, o então desconhecido Pablo Enrique passou a figurar na gloriosa lista de entrangeiros que passaram pelo Tubarão da Barra, ao lado de técnicos como o paraguaio Aurélio Munt e os uruguaios Graciano Acosta e Juan Alvarez.
Hoje tem Clássico das Cores válido pelas semifinais do Campeonato Cearense de 2023. Vamos voltar mais de 40 anos no tempo e recordar o áudio raro com os gols de uma vitória coral em cima do Fortaleza pelo Campeonato Cearense de 1982. Referida partida já mereceu postagem anterior aqui no blog com o vídeo dos gols. Aquela vitória por 2×1 no Castelão era a terceira vitória consecutiva do Ferrão em cima do tradicional adversário pelo mesmo escore. Depois, um quarto triunfo aconteceu na sequência da competição com o placar de 1×0. O Fortaleza levou a melhor no decorrer do Estadual e foi o campeão cearense. A narração do áudio acima aconteceu na Rádio Verdes Mares de Fortaleza e tinha Peter Soares na narração e Cleiton Monte como setorista de campo. O ídolo Jorge Veras e o atacante paraibano Ivan marcaram para o Tubarão da Barra, enquanto o volante Nélson descontou para o Fortaleza.
O vídeo acima é mais uma raridade para o torcedor coral. Trata-se dos gols da grande vitória do Ferrão em cima do Fortaleza no primeiro jogo da decisão do 2º turno do Campeonato Cearense de 1985. Realizado exatamente num 8 de dezembro como hoje, o Tubarão fez 3×1 no placar com dois tentos do artilheiro Luizinho das Arábias e um gol do zagueiro Arimatéia. O time coral venceu naquele domingo com o futebol de Serginho, Vassil, Arimatéia, Nilo (Zé Luís) e Válter; Nélson, Doca (Foguinho), Arnaldo e Denô; Cardosinho e Luizinho das Arábias. Zé Mário era o técnico do Ferrão. Treinado pelo lendário Pepe, o Fortaleza perdeu com Salvino, João Carlos, Gilmar Furtado, Cláudio Marques e Agnaldo; Tadeu, Ribamar e Tangerina; Gilson, Maciel (Amilton Rocha) e AdílsonHeleno. Dois dias depois, numa terça-feira à noite, as duas equipes jogaram novamente e o Ferroviário garantiu o título do turno com um empate em 0x0, em partida cujo áudio extraído da transmissão de emissoras de rádio já mereceu especial destaque aqui no blog. Em razão de imbróglios jurídicos que terminaram no STJD, a decisão do 2º turno ficou suspensa por alguns meses e acabou ocorrendo na exata semana da decisão do 3º turno, coincidentemente entre as mesmas equipes. Como o Ferrão já tinha faturado um turno e o Ceará havia vencido o 1º turno, o extra-campo pesou a favor do Fortaleza e nos dois novos jogos decisivos realizados na quinta-feira, dia 12, e no domingo, dia 15, a arbitragem deu um jeito de dar o 3º Turno ao Tricolor do Pici e colocá-lo no triangular final. A armação atuou no dia 12, quando um gol legítimo de Luizinho das Arábias foi inexplicavelmente anulado e deixou o placar novamente no 0x0, enquanto que no dia 15, um pênalti inexistente foi marcado para Adilson Heleno fazer 1×0 para o Fortaleza, que acabou campeão estadual no triangular decisivo. Aquele ano de 1985 ficou conhecido como o Campeonato Cearense mais escandalosamente roubado em todos os tempos!
Ponta direita Helinho em entrevista para o Globo Esporte de Fortaleza na temporada de 1992
Ele foi um dos ídolos do Botafogo/RJ nos anos 1980. Há 30 anos, o ponta direita Helinho fazia sua estreia com a camisa do Ferroviário Atlético Clube. Foi no dia 24 de setembro de 1992, no PV, contra o Fortaleza. O atleta foi contratado apenas para os últimos dois meses do Campeonato Cearense daquele ano. Inicialmente, Helinho chegou para defender justamente o Fortaleza, mas acabou não aprovado nos exames médicos. Do Pici, o rumo do jogador foi a Barra do Ceará, levado pelo dirigente Clóvis Dias, que exercia o cargo de diretor de futebol na ocasião. Curiosamente, ao fazer sua estreia no Clássico das Cores, o jogador deixou a sua marca em cima do time que o rejeitou. Foi dele o gol coral no empate de 1×1 com o Fortaleza. Três dias depois, mais um clássico, dessa vez contra o Ceará, no Castelão, e Helinho marcou outro gol com a camisa do Ferrão. No decorrer da competição, assinalou seu terceiro e último gol contra o Icasa, no Elzir Cabral. Ao todo foram apenas 7 jogos pelo Ferroviário na carreira do carioca Hélio Ricardo Dias da Conceição, o Helinho. Dois anos depois de sua passagem pelo futebol cearense, ele pendurou as chuteiras atuando no estado do Espírito Santo. Grêmio/RS e Bangu/RJ foram outras equipes em seu currículo.
ídolo Jorge Veras chuta e vence o goleiro Salvino em jogo decisivo do Campeonato Cearense de 1982
O gol do registro fotográfico acima já mereceu postagem aqui no blog com a recuperação histórica da imagem em vídeo do referido lance. Corria o dia 5 de dezembro de 1982 e o Fortaleza precisava só de um empate para ser campeão estadual naquele domingo. Na etapa final, o atacante Jorge Veras aproveitou um vacilo do atacante Edmar e roubou-lhe a bola, avançando para marcar o gol da grande vitória coral no Castelão. O adversário ainda perdeu um pênalti na partida. O resultado forçou a realização de uma “melhor de quatro pontos” para apontar o grande campeão da temporada. A bela imagem acima foi devidamente publicada no dia seguinte nos jornais da capital cearense que estamparam o triunfo coral.
Eis mais uma raridade em áudio para posteridade aqui no blog. Na narração de Júlio Sales, pela Rádio Verdes Mares, o Ferrão meteu 5×0 no Fortaleza e conquistou o título do 2º turno do Campeonato Cearense de 1979. Em um dos gols, o repórter de campo coloca o microfone na boca do artilheiro Paulo César e capta a voz do ídolo coral, definida pelo experiente narrador como a “voz romântica” do futebol cearense. Ainda na cobertura radiofônica, o ex-árbitro Gilberto Ferreira fala o seu bordão “bota no centro que a bola foi dentro“. É possível ouvir ainda a voz dos setoristas Luiz Antônio e Bezerra de Menezes, além do comentarista José Santana. O nome do saudoso Blanchard Girão também é citado no áudio acima. Além de Paulo César, os gols do Tubarão da Barra foram marcados pelo zagueiro Celso Gavião e pelo atacante Raulino. O ídolo Paulo César reside no Equador desde os anos 1980 e Celso Gavião, apesar de paulista, fixou residência em Fortaleza após pendurar as chuteiras. Por sua vez, o amazonense Raulino faleceu em 2010, aos 55 anos de idade, vítima de problemas cardíacos. Ao final daquela temporada, o Ferrão conquistou brilhantemente o título estadual de 1979 e tirou o sonhado pentacampeonato do Ceará. Essa postagem é dedicada a José Rego Filho e Ruy do Ceará, que comandaram aquela conquista em termos diretivos e que atualmente enfrentam problemas de saúde.
Dia de recordar um gol do centroavante Idevaldo, experiente jogador que defendeu o Ferroviário no Campeonato Cearense de 1992. Com ótima passagem pelo América/MG, ele chegou na Barra do Ceará como grande esperança de gols. No vídeo acima, Idevaldo marcou o gol da vitória do Ferrão em cima do Fortaleza, no Castelão. O jogo foi realizado no dia 23 de agosto daquele ano e foi válido pelo 2º turno da competição. O placar poderia ter sido mais dilatado, mas o ídolo Jorge Veras perdeu um pênalti na partida. Treinado por Celso Gavião, o Tubarão da Barra jogou com Jorge Carioca, Jaime, Aldo, Edson Oliveira e João Luís; Wágner, Erivando e Gilson (Adriano); Cantareli (Edu), Idevaldo e Jorge Veras. O adversário perdeu com Claudecir, Adriano, Argeu, Eduardo e Vágner; Alberto, China (Fernando) e Maradona (Mendonça); Eliézer, Nando e Osmar. Joaquim Gregório foi o árbitro do jogo, que teve um público de apenas 4.829 pagantes. Idevaldo defendeu o Ferrão em 21 jogos e marcou 11 gols. Na formação coral, destaque para a presença do jovem zagueiro Adriano, que chegou à Seleção Brasileira e defendeu grandes clubes do Brasil. Aquela temporada terminou de forma melancólica para o futebol cearense com quatro equipes sendo declaradas campeãs. Felizmente, dentro desse prisma, o Ferroviário fez uma campanha verdadeiramente medíocre naquele ano, que o impediu de participar desse desfecho vergonhoso com a divisão de título do campeonato estadual.
Goleiro Gilberto fez sua estreia no arco coral na vitória de 2×1 em cima do Fortaleza em 1978
Foi num 3 de setembro como hoje que o experiente goleiro Gilberto fez sua estreia no arco coral. Corria o 1º turno do Campeonato Cearense de 1978 e ele foi contratado para dar segurança à defensiva do Tubarão da Barra, já que os jovens Paulinho, Edmundo e Giordano não haviam se firmado nos primeiros jogos da competição. Nascido em Getulina, interior de São Paulo, o arqueiro passou por times importantes como São Paulo/SP, América/MG, Santa Cruz/PE e Sport/PE antes de desembarcar na Barra do Ceará, aos 35 anos de idade. Foi peça importante na equipe que fez uma excelente campanha no Estadual e que tinha nomes como Lúcio Sabiá, Doca, Jacinto, Ricardo Fogueira e Paulo César, que serviram justamente de base para a equipe campeã cearense em 1979. Enquanto esteve no Ferrão, Gilberto teve o estrategista Lucídio Pontes como treinador, justamente na temporada que registra a maior média de público nos jogos do Ferroviário em toda a história.
Chamada de uma matéria na Revista do Esporte sobre Gilberto no São Paulo em 6 de julho de 1963
Naquele Clássico das Cores disputado no primeiro domingo de setembro, o Ferrão formou com Gilberto, Paulo Maurício, Lúcio Sabiá, Arimatéia e Cândido; Jodecir (Ricardo Fogueira), Doca e Jacinto (Jorge Bonga); Marcos, Paulo César e Babá. O meia Jorge Bonga, ex-Sport/PE, também estreou nesse jogo, à exemplo do lateral Ricardo Fogueira. Ambos iniciaram o jogo no banco. O Fortaleza, do técnico interino Wilson Couto, perdeu com Lulinha, Roner, Celso Gavião, Otávio Souto e Jair; Joel Maneca, Bibi e Lucinho (Batista); Haroldo (Iê), Geraldino Saravá e Dudé. Depois que pendurou as luvas, Gilberto voltou para a capital paulista e trabalhou várias décadas no São Paulo. Durante o período que atuou como preparador de goleiros da base, foi o responsável por revelar Rogério Ceni, que viria a ser um dos goleiros mais emblemáticos do mundo. Gilberto trabalhou também como administrador do CT do tricolor paulista no bairro da Barra Funda. Abaixo, vamos recordar esse vídeo raríssimo com os gols do jogo que marcou a estreia de Gilberto com a camisa de número 1 do Ferrão. Jacinto e Doca marcaram para o Tubarão da Barra e acabaram com o Leão.
Jangada empata para o Ferrão logo após a marcação do primeiro gol coral no Clássico das Cores
Esse jogo já mereceu destaque aqui no blog com o resgate do vídeo da época. Estamos falando de uma virada histórica do Ferroviário, em 1981, em cima do Fortaleza. O jogo foi válido pelo Hexagonal decisivo do 2º turno do Estadual daquele ano. O Tricolor do Pici abriu 2×0 no placar, logo aos 16 minutos de jogo, mas o Tubarão da Barra se impôs na partida e conquistou a vitória de forma sensacional. Abaixo, você confere o áudio com a narração histórica e vibrante de Gomes Farias, pela Rádio Verdes Mares de Fortaleza, com a participação dos repórteres de campo Bezerra de Menezes e Cleiton Monte. Os atacantes Mazolinha e Evilásio marcaram para o Leão, enquanto Meinha, Jangada e o craque Sima assinalaram para o time coral. O jogo aconteceu no Castelão e teve um público de 10.101 pagantes. A partida foi dirigida por Luis Vieira Vila Nova. Aperte o Play e volte quarenta anos no tempo.