MEMÓRIAS DA PRIMEIRA EXCURSÃO DO FERROVIÁRIO POR AÍ AFORA

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Parque Amazonense: palco de Manaus nos anos 40

Responda rápido: qual estado brasileiro recebeu o Ferroviário em sua primeira temporada fora de terras cearenses? Errou quem imaginou que fossem os vizinhos Piaui ou Rio Grande do Norte. Saiba que foi no distante estado do Amazonas, na cidade de Manaus, que o Ferrão atuou fora de seus domínios pela primeira vez em sua história. Era outubro de 1940 e o time coral aproveitou uma folga na tabela do campeonato cearense para excursionar por três semanas na região norte do país. Foram cinco jogos disputados no Parque Amazonense, o primeiro palco do futebol da capital do Amazonas, contra Fast/AM, União/AM, Rio Negro/AM, Olímpico/AM e Nacional/AM. Tempos em que o Ferroviário era chamado de ´Esquadrão Colosso` e tinha em suas linhas jogadores lendários como Capotinho, Zé Félix, Popó, Zuza, Pepê, Chinês, Jombrega e Mário Negrin.

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Uma das últimas fotos do Parque Amazonense

Logo no primeiro jogo da excursão, o Ferroviário foi derrotado para o Fast por 5×2. Foi apenas o jogo de número 84 da história coral. Em seguida, o Ferrão venceu o União, que era o líder do campeonato amazonense naquele período, pelo placar de 3×1. Depois veio o Rio Negro, que venceu o esquadrão coral por 3×2, com um gol de pênalti no final da partida, disputada debaixo de um temporal que caia em Manaus naquela tarde. O quarto confronto foi contra o tradicional Olímpico, contando com grande apresentação de Jombrega e Mário Negrin, e mais uma vitória coral por 3×1. Posteriormente, veio a despedida do Ferrão em terras manauaras contra o Nacional e uma grande vitória conquistada por 3×2, o que valeu a Taça Cidade de Manaus para o ´Esquadrão Colosso` de Fortaleza. O Ferroviário voltou a Manaus algumas outras vezes, porém sem nunca mais atuar no Parque Amazonense, que por sua vez foi perdendo a importância no cenário local com a construção de outros estádios, apesar de ficar a apenas 1km do centro da cidade. Apesar de não sediar jogos oficiais desde 1976, há poucos mais de três anos o campo ainda existia no mesmo local, até ser completamente desativado e liberado para construção. Ficaram as lembranças de um futebol quase que totalmente amador, mas que apresentou para a história os primeiros grandes nomes da trajetória coral.

JOGARAM NOS ADVERSÁRIOS E ENCONTRARAM PORTAS ABERTAS

O vídeo acima apresenta o gol da vitória coral contra o Ceará na narração do competente Brenno Rebouças, semana passada, na estreia de ambos na Taça Fares Lopes, competição cearense que movimenta os clubes no segundo semestre. O tento foi marcado pelo atacante Rinaldo, 40 anos de idade, no melhor estilo da velocidade que o caracterizou há poucos anos como ídolo do Fortaleza em mais de 100 gols assinalados. Rinaldo é certamente o jogador de mais idade que passou por Ceará ou Fortaleza e que depois encontrou guarida no Ferroviário. Que brilhe na Barra como vários outros o fizeram. O Almanaque do Ferrão recorda os principais casos. São mais de 50 nomes. Alguns internautas sentirão saudades, outros podem até sentir dor de cabeça ao recordar certos atletas, mas vale a pena a confecção da lista abaixo.

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Artur do Carmo: zagueirão pai d´égua

Por ordem alfabética, recorde alguns jogadores que se destacaram no Ceará e que depois atuaram pelo Ferroviário em suas respectivas temporadas: Aírton (1993), Arlindo Maracanã (2011), Argeu (1993), Artur (1979), Daniel (1972), Djalma (1988), Erandy (1975), Erasmo (2000), Expedito Chibata (1965), Guilherme (1959), Ivanildo (2002), Jangada (1981), Januário (2003), Jéfferson (2006), João Carlos (1967), Jorge Costa (1974), Juju (1951), Luciano Oliveira (1974), Marcos do Boi (1967), Marquinhos Capivara (1993), Mastrillo (1998), Magela (1977), Paulo Tavares (1974), Ramon (1984), Roberval (1994), Samuel (1974), Sérgio Alves (2006), Wanks (1994), Wolney (1987), Zezinho (1970) e Zezinho Fumaça (1971).

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Laterais Paulo Maurício e Rôner

Do Fortaleza, ganharam destaque e depois passaram pelo Tubarão da Barra os seguintes nomes: Adílton (1985), Alexandre (1986), Birungueta (1971), Caetano (1989), Celso Gavião (1979), Cícero Capacete (1979), Da Silva (1988), Eliézer (1997), Facó (1967), França (1939), Geraldino Saravá (1980), Gilmar Furtado (1990), Haroldo (1981), Jombrega (1940), Jorge Pinheiro (1994), Louro (1969), Mano (1968), Maradona (2001), Mozart (1966), Lupercínio (1986), Luizinho das Arábias (1985), Nélson (1985), Paulo Maurício (1978), Rôner (1981), Sérgio Monte (1985), Solimar (1998) e Zé Félix (1939).