Matéria do Jornal O Povo anunciando a contratação do famoso goleiro Wendell na temporada de 1986
O futebol brasileiro se despediu do ex-goleiro Wendell Lucena Ramalho. Aos 74 anos de idade, ele deixou o plano terrestre no dia de ontem. Depois de excelentes passagens por equipes como Fluminense/RJ. Botafogo/RJ, Santa Cruz/PE, Guarani de Campinas e Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1974, o já experiente arqueiro foi anunciado como reforço do Ferroviário para a temporada de 1986. Wendell fez sua estreia na equipe coral no dia 11 de maio daquele ano, numa vitória por 2×1 em cima do Quixadá pelo Campeonato Cearense. Em sua breve passagem pela Barra do Ceará, ele permaneceu a maior parte do tempo na reserva do ágil Serginho, que vivia grande fase. Quando o presidente Caetano Bayma resolveu demitir o treinador Moésio Gomes na reta final da competição, recorreu ao experiente Wendell para assumir interinamente a condição de técnico do Ferrão por duas partidas, o que resultou em um empate contra o Guarani de Juazeiro e uma improvável vitória contra o Ceará, que seria o campeão estadual. Descanse em paz, Wendell.
O acervo do Almanaque do Ferrão resgata mais uma raridade exatamente de 30 anos atrás. Disponibilizamos abaixo o áudio dos 4 gols do time coral na vitória surpreendente em cima do Ceará, por 4×3, em 27 de julho de 1986, na reta final do campeonato cearense. Oportunidade para ouvir a narração de Vilar Marques e Júlio Sales na equipe esportiva da extinta Rádio Uirapuru de Fortaleza. De quebra, a participação sensata em um dos lances do eterno craque coral Amilton Melo, que integrou por vários anos a imprensa cearense como comentarista depois que pendurou as chuteiras. Chance também para ouvir lances maravilhosos saídos dos autores dos gols Jaiminho, Luizinho das Arábias, Denô, Edinho e ainda um desabafo de felicidade no vestiário coral por parte do famoso ex-goleiro Wendell, que veio para ser o camisa Nº 1 do Ferroviário Atlético Clube no campeonato cearense, mas acabou como treinador da equipe nos últimos jogos.
Experiente Edinho fez seu gol
A vitória foi totalmente surpreendente porque o Ferrão não aspirava mais chances na competição. Duas semanas depois, o Ceará sagrava-se campeão estadual com uma das maiores formações de sua história, formada por nomes como Rubens Feijão, Petróleo, Everaldo, entre outros. Foi o jogo 2.130 da história coral, que teve Leandro Serpa na arbitragem e o Ferroviário formando com o futebol de Serginho, Alexandre, Nilo, Léo e Vassil (Edson); Zé Alberto, Alex, Denô (Lupercínio) e Jaiminho; Edinho e Luizinho das Arábias. Preste atenção na escalação do Ceará: Salvino, Everaldo, Djalma, Argeu e Milton Lima (Bezerra); Serginho, Lira e Rubens Feijão; Amilton Rocha, Petróleo (Gerson Sodré) e Bebeto. Desses, Everaldo, Djalma, Argeu, Lira, Amilton Rocha e Bebeto jogaram no Ferrão em temporadas seguintes. Escute e volte 30 anos no tempo.
O Almanaque do Ferrão viaja trinta anos no túnel do tempo e vai até junho de 1986. O Ferroviário anunciava a chegada do vitorioso treinador Moésio Gomes para comandar uma equipe repleta de valores experientes, como o ponta esquerda Lupercínio, o meia Denô, o ponta direita Edinho e o centroavante Luizinho das Arábias. Resgatamos um áudio raríssimo da extinta Rádio Uirapuru AM de Fortaleza e ouvimos o noticiário coral na voz do repórter Ivan Bezerra, setorista do clube em meados dos anos 80. Repare no som a didática da cobertura, as palavras bem colocadas, os detalhes dos acontecimentos e a presença in loco na sede do clube, fatores importantes que lamentavelmente se tornaram raros nos últimos 15 anos na radiofonia cearense. Você imaginaria hoje um repórter passar em seu noticiário até a escalação do time reserva do coletivo, repleto de jogadores da categoria júnior? Tempos que não voltam mais e o nosso blog cuida de eternizar esses momentos. Curta a gravação e conheça um pouco daquela época.
Meia esquerda clássico: Jaiminho
Moésio Gomes, uma verdadeira lenda viva do futebol cearense, chegava para a disputa do quadrangular decisivo do 2º turno. Ele voltava ao Ferroviário depois de disputar 3 jogos como atleta coral nos anos 50 e duas passagens como técnico, em 1969 e 1981. Em meio a um time cheio de estrelas vaidosas, o trabalho não fluiu como desejava o presidente Caetano Bayma e Moésio terminou dispensado pouco mais de um mês depois de contratado, sendo substituído por Wendell, experiente goleiro do elenco coral que assumiu a função de técnico nos jogos restantes do campeonato. Repare no noticiário de Ivan Bezerra que o Ferrão buscava a contratação de um meia que acionasse os bons jogadores do ataque coral. O reforço veio logo depois e tratava-se de Jaiminho, ex-jogador do São Paulo, que chegou a marcar 3 gols nas 6 partidas que fez pelo Ferroviário, um deles na vitória consagradora contra o Ceará, por 4×3, quando Wendell já havia assumido o comando técnico. Moésio Gomes faleceu em janeiro de 1992 em Fortaleza. Ele era irmão de Mozart, ex-jogador do próprio Tubarão da Barra, apontado como o maior craque que o futebol cearense produziu em toda a história. Escute o áudio abaixo.
Semana passada, o goleiro Roger fez grandes defesas na vitória do Ferrão por 1×0 em cima do Crato, no PV. O jogo foi válido por mais uma rodada da segunda divisão cearense. A grande atuação de Roger mereceu um vídeo particular no canal oficial do clube no Youtube. Ele teve seu nome ovacionado pela torcida coral ao final do jogo. Formado nas categorias de base do Corinthians/SP e com boas passagens no futebol do Mato Grosso do Sul, Roger é o 195º goleiro da história de 83 anos do Ferroviário. Hoje, no dia do goleiro, o Almanaque do Ferrão homenageia o atual arqueiro coral, lembrando outros nomes que defenderam o clube, uns com muito sucesso, outros nem tanto.
Alexandre Pavão em 2004
Que tal começar com Alexandre Pavão? O ex-goleiro do Figueirense/SC chegou em 2004 para o Tubarão da Barra. Fez apenas um jogo, tomou 4 gols, todos eles decorrentes de suas falhas em campo. Ficou tão constrangido com a atuação que pediu pra ir embora no dia seguinte. Por outro lado, como não lembrar de Marcelino, goleiro coral em 170 partidas entre 1969 e 1976, dono da maior marca de um arqueiro até hoje no futebol cearense, com seus 1.295 minutos sem sofrer gols, no ano de 1973. Dia de recordar ainda os lendários Ado e Wendell, consagrados no futebol brasileiro, assim como Clemer, que tiveram a oportunidade de vestir a gloriosa camisa do Ferroviário Atlético Clube.
Fernando Lira: reserva em 1982
Dia do goleiro também é uma boa oportunidade para lembrar de nomes que não fizeram tanto sucesso, de passagem apagada, que faz os torcedores sequer lembrarem que jogaram no clube. Um exemplo é o Fernando Lira, ex-Sport/PE, reserva de Hélio Show no campeonato cearense de 1982. Foram apenas 3 jogos com a camisa coral. E Osvaldo, Carlinhos e Pedrinho, os três que brigaram pela titularidade no estadual de 1990? Certa vez, o Almanaque do Ferrão até resgatou um vídeo com os três. Lembra? Jorge Hipólito, nos anos 70, foi outro goleiro que também mereceu postagem especial no blog. Houve também o experiente Duílio, ex-Ríver/PI, que atuou em apenas 4 partidas em 1984.
Walter: titular em 1987
Nesse dia do goleiro, daria até pra fazer uma crônica com todos os 195 ´guarda-valas´ corais, porém é preferível não adotar nenhum critério para mencionar os nomes dessa postagem. A intenção é citá-los apenas de forma aleatória, homenageando todos eles, os campeões, titulares ou não: Alderi, Zé Dias, Gumercindo, Juju, Cavalheiro, Douglas, Edilson José, Aloísio Linhares, Paulinho, Cícero Capacete, Giordano, Edmundo, Serginho, Robinson, Roberval, Miguel, Luís Sérgio, Dênis e Jorge Luiz; os quase nunca lembrados: Jorge Carioca, em 1992, Renato, em 1977, Zenga, em 2000, o indefectível Satanaz, em 1947, Banana, em 1991, Guanair, em 1993, Célio, em 2011, entre tantos outros. Podemos ainda citar Walter, ex-Tiradentes/CE, reserva entre 1985 e 1986, porém titular com grande atuações em 1987. No título estadual do ano seguinte, foi ele quem jogou as primeiras partidas. Enfim, o blog citou apenas alguns nomes entre os 195 goleiros que atuaram nos mais de 3.500 jogos da história coral. Sintam-se todos lembrados e homenageados. Feliz dia do goleiro!
Quando lembram de um ex-goleiro do Ferroviário que jogou na Seleção Brasileira quase todos trazem à mente o nome de Ado em 1980. Poucos recordam que 6 anos depois, no campeonato cearense de 1986, o time coral contou com outro grande goleiro anteriormente convocado para o escrete nacional. Trata-se de Wendell Lucena Ramalho, pernambucano de nascimento, que antes de desembarcar na Barra do Ceará havia vestido as camisas do Santa Cruz/PE, Botafogo/RJ, Fluminense e Guarani/SP. Wendell ficou de abril a agosto naquela temporada, mas jogou apenas em 3 jogos como titular, sendo 1 amistoso contra o Agapito dos Santos no Elzir Cabral e 2 jogos oficiais contra Quixadá e Guarani de Juazeiro, ambos fora de casa. Experiente e em final de carreira, o goleiro acabou sendo utilizado como técnico do Ferrão após a demissão do treinador Moésio Gomes, comandando a equipe em 2 partidas, uma delas conquistando uma vitória memorável em julho daquele ano em cima do Ceará, por 4×3, exatamente o time que viria a ser campeão no mês seguinte com Everaldo, Djalma, Amilton Rocha, Rubens Feijão, Gerson Sodré, Petróleo e companhia.
Wendell no Maracanã pelo Fluminense/RJ
As convocações de Wendell para a Seleção Brasileira aconteceram em meados da década de 70, quando vestia as camisas do Botafogo e do Fluminense. Chegou a disputar 7 partidas pela canarinha e por muito pouco não foi o titular na Copa do Mundo na Alemanha, em 1974, quando uma lesão o impossibilitou de jogar a competição. Antes de ser contratado pelo Ferroviário, o ex-goleiro estava no Vila Nova/GO. O Ferrão foi o último clube de Wendell como goleiro profissional. Depois, virou treinador de goleiros e corrigiu o curso da história chegando novamente à Seleção Brasileira e participando da Copa do Mundo, novamente na Alemanha, em 2006, na comissão técnica de Carlos Alberto Parreira. Hoje, Wendell mora em São Lourenço do Oeste, no interior de Santa Catarina. O goleiro Wendell foi um dos nomes mais famosos do futebol brasileiro a defender a camisa coral.