
Ferroviário no Campeonato Cearense de 1966 – Em pé: Roberto Barra-Limpa, Zé do Mário, Carlinhos, Nilton, Albano e Vadinho; Agachados: Jarbas, Mozart, Marcos, Peu e Sabará
O Ferroviário já jogou 33 vezes na data festiva do dia 1º de maio, porém isso aconteceu pela última vez na distante temporada de 2003. Já são 15 anos sem jogos no feriado do Dia do Trabalho. Porém, vamos acionar o túnel do tempo do blog e ir até a temporada de 1966, quando o Ferrão amargava 14 anos de jejum sem o título de campeão cearense. Naquele 1º de maio, o time coral fazia sua estreia no Estadual justamente enfrentando o Fortaleza, que era treinado por um César Moraes ainda em início de carreira. O Ferroviário, do treinador carioca Jair Santana, apresentava uma série de novidades, entre elas o goleiro Carlinhos, ex-Vasco/RJ, o craque cearense Mozart e um pacote de reforços oriundo do Sampaio Corrêa: os zagueiros Vadinho e Valfredo, o volante Peu e os atacantes Jarbas e Sabará. Desses, Valfredo foi o único que não participou do primeiro jogo do campeonato de 1966. Além desses nomes, o time coral ainda tinha o meia Nilton, que chegou precedido de grande cartaz vindo do Botafogo/RJ. A foto acima foi tirada exatamente no jogo do dia 1º de maio e mostra bem a base da equipe na disputa em que o Ferroviário amargou apenas um quinto lugar, a frente apenas do Nacional. Sim, a competição tinha apenas seis participantes.
O jogo de estreia do Ferroviário no campeonato cearense de 1966 teve Adélson Julião como árbitro e foi realizado no Estádio Presidente Vargas diante de um público de 12.000 expectadores. Foi o jogo de número 968 da história coral que já acumula mais de 3.600 partidas em 85 anos de trajetória. O jogo contra o Fortaleza terminou 0x0 graças às defesas dos dois goleiros, que brilharam naquele feriado. Ressalte-se que o Ferrão ficou com um jogador a menos no segundo tempo porque o lateral Roberto Barra-Limpa foi expulso por jogo violento. O Tubarão da Barra alinhou com Carlinhos, Zé do Mário, Vadinho, Albano e Roberto Barra-Limpa; Peu e Nilton; Jarbas, Marcos, Mozart e Sabará. Já o Fortaleza empatou com o futebol de Pedrinho, Português, Zé Paulo, Renato e Carneiro; Luis Martins e Joãozinho; Birungueta, Facó, Croinha e Zé Augusto. O técnico Jair Santana, um ex-jogador consagrado do Fluminense/RJ, permaneceu 23 jogos à frente do comando coral naquela temporada. O campeão de 1966 também não foi o Fortaleza. Foi o América, aliás o último título estadual daquela gloriosa equipe que há décadas anda sumida do cenário esportivo cearense.