DOIS ATLETAS NA HISTÓRIA UNIDOS UMBILICALMENTE PELO NOME

Ferroviário com o velho Adilton em 21/07/1985 – Em pé: Laércio, Walter, Nélson, Arimatéia,  Léo e Clésio; Agachados: Cardosinho, Adílton, Luizinho das Arábias, Alex e Carlos Antônio.

Em 1985, o Ferroviário teve um camisa 10 que todo o futebol brasileiro conhecia. Ele se chamava Adílton e havia passado por grandes times no país como Ponte Preta/SP, São Paulo/SP, Portuguesa/SP e Fluminense/RJ. Chegou ao Tubarão da Barra depois de passagens vitoriosas por Fortaleza e Ceará. Fez apenas 20 jogos com a camisa coral e marcou 5 gols naquela temporada. Chegou a jogar com brilhantismo ainda no Tiradentes/CE e deu muito trabalho para o Ferrão no campeonato cearense de 1988. No ano 2000, chegou a ser treinador do próprio Ferroviário. A passagem de Adílton pelo futebol alencarino deixou lembranças em muitas pessoas. No interior do Ceará, um jovem chamado Jair sonhava ser jogador de futebol e tinha Adílton como referência. Seguiu a carreira, atuou também no meio de campo, porém sem muito sucesso defendendo a camisa do modesto Uruburetama/CE em meados dos anos 90, época que teve seu primeiro filho e o batizou de Adilton em homenagem ao ídolo. Quis o destino que o filho Adilton seguisse a carreira também de jogador e escolheu o Ferroviário para começar na carreira. Dois xarás ligados na história de um mesmo time.

Novo Adilton

O carioca Adílton de Souza Rodrigues nasceu em 1952 e faleceu em 2008. Já Francisco Adilton Lemos Mendes nasceu em 1996. Prestes a completar 21 anos de idade, já acumula três passagens distintas pelo Ferroviário. Foi das categorias de base até 2014, quando chegou a atuar algumas vezes pelo time profissional. Saiu para o São José/RS e disputou a Copa São Paulo de Futebol Júnior sem destaque. Foi dispensado e retornou a Fortaleza. Passou novamente pelo Ferroviário no segundo semestre de 2015, mas não aceitou o minguado salário na época oferecido. Foi jogar a segunda divisão cearense de 2016 com a camisa do Itapajé/CE e foi contratado de novo pelo Ferrão para o Estadual desse ano. Entrou poucas vezes em campo e não obteve destaque. Carrega o nome de um craque, mas não mostrou no futebol profissional as qualidades que sobressaltavam nas bases corais. No cômputo geral, entrou 16 vezes em campo pelo time principal do Tubarão da Barra. Nunca marcou gols. Por enquanto, o velho Adílton continua na frente em todos os quesitos. Que o futuro traga suas próximas páginas o andamento dessa história de dois jogadores ligados umbilicalmente pelo nome. O dois únicos Adiltons da história do Ferrão até hoje.

ÚLTIMO GOL DE MIRANDINHA NA ESTREIA CORAL DE 20 ANOS ATRÁS

O Ferroviário estreou no campeonato cearense de 1996 acalentando a conquista do tricampeonato. Era só o que se falava no futebol alencarino. O Almanaque do Ferrão resgata no vídeo acima a estreia coral na competição, no dia 11 de fevereiro daquele ano, jogando contra o Uruburetama no Estádio Antônio de Paula Santos. Foi a partida 2.621 da história coral e marcou o último gol do atacante Mirandinha com a camisa do Tubarão da Barra, ele que havia regressado ao clube para encerrar sua carreira naquela temporada. Não fosse a falha clamorosa do goleiro Birigui no final do jogo, o Ferrão teria conquistado uma vitória de virada atuando fora de casa contra a chamada ´Banana Mecânica`.

Mirandatecnco

Mirandinha: de jogador à técnico

Treinado pelo bicampeão Ramon Ramos, o Ferroviário estreou em busca do Tri com o futebol de Birigui, Biriba, Batista, Santos e João Marcelo; Sílvio César, Odair, Clayton (Marquinhos) e Gibi (Esquerdinha); Dias (Mirandinha) e Reginaldo. Já o Uruburetama, treinado pelo ex-lateral coral Paulo Maurício, jogou com Potiguara, Paulo Santos, Robinho, Valdercisio (Novinho) e Canhão; Chicão, Cilande, Marquinhos e Ednardo; Moisés e Itamar (Chiquinho). Dacildo Mourão apitou a partida diante de um público de 951 felizardos, que testemunharam o último gol de Mirandinha pelo time que o lançou no futebol cearense, pela primeira vez, na segunda metade dos anos 70. O volante Sílvio César, outro que já havia passado pelo Ferrão em anos anteriores, estava de volta e marcou o outro gol coral na partida. Menos de um mês depois, Mirandinha pendurou as chuteiras e passou a ser o treinador do Ferroviário dentro do campeonato cearense, iniciando assim um novo ciclo no futebol, função que voltou a exercer no próprio clube na temporada de 2011.