O vídeo acima é uma raridade da extinta TV Manchete de Fortaleza e estaria fadado ao desaparecimento não fosse o resgate das imagens por parte do Almanaque do Ferrão. Trata-se de uma vitória coral em cima do Tiradentes no ano do bicampeonato estadual, mais precisamente no dia 1º de abril, em jogo realizado no Estádio Elzir Cabral. Diante de um público de apenas 880 pagantes, o Tubarão da Barra venceu por 3×2, gols de Piti, Acássio e João Marcelo. Jacinto e Assis marcaram para o Tigre, que ainda chutou um pênalti na trave quando o jogo estava 0x0. A partida fez parte do 1º turno do Estadual, que seria brilhantemente conquistado pelo Ferrão oito meses depois. Treinado por Ramon Ramos, a máquina coral formou com Roberval, Biriba, Santos, Batista e João Marcelo; Alencar, Ricardo Lima, Paulo Adriano e Acássio; Hilton (Esquerdinha) e Piti. Por sua vez, o Tiradentes perdeu com Fábio, Valderi, Abílio, Toni e Helinho (César Loiola); Assis, Alex e Marcelo (Wanks); Alonso, Jacinto e Gilson. Mesmo com uma boa campanha, o Ferroviário não conquistou aquele turno, que ficou na mão do Icasa, justamente o grande adversário coral na finalíssima do Campeonato Cearense, que aconteceu em dezembro de 1995. Ao todo, o Tubarão da Barra realizou 47 jogos para conquistar o inédito bicampeonato, bem diferente dos Estaduais atualmente quando, por exemplo, o Fortaleza realizou menos de 10 jogos para conquistar o título cearense. Outra época, outros tempos do futebol.
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IMAGENS DA FESTA NA BARRA NO BICAMPEONATO EM 1995
Hoje é o aniversário de 88 anos do Ferroviário Atlético Clube. E para comemorar, o Almanaque do Ferrão publica acima as raras imagens, da extinta TV Manchete, filmadas na comemoração do Bicampeonato Cearense ocorrida no Estádio Elzir Cabral, exatamente uma semana depois da grande conquista no PV contra o Icasa. O material inédito esteve guardado durante um quarto de século no acervo pessoal do torcedor Davi Mapurunga, que gentilmente cedeu-as ao blog após digitalizar as imagens antigas gravadas originalmente em fita VHS. Além de trazer os gols do jogo de entrega de faixas contra o Guarany de Sobral, na Barra, o vídeo traz imagens e depoimentos de nomes importantes da nossa história como Zezé do Vale, Zé Limeira, Valdemar Caracas, o atacante Reginaldo e o presidente Clóvis Dias. Vale a pena recordar esse belo registro relativo à maior conquista coral em nível Estadual, que agora fica disponível para todos os torcedores e desportistas em geral. E como não poderia deixar de ser no dia de hoje: Feliz Aniversário, Ferrão!
UM QUARTO DE SÉCULO DO BICAMPEONATO ESTADUAL 94/95
Hoje completa um quarto de século que o Ferroviário conquistou de forma brilhante o bicampeonato 1994/1995. O time que ficou conhecido como a “Máquina Coral” precisou de 37 jogos no primeiro ano e 47 partidas no segundo para escrever seu nome nos anais do futebol cearense. Há cinco anos, a TV Verdes Mares produziu uma excelente matéria reunindo alguns dos principais nomes daquela conquista. Ricardo Lima, volante e capitão do bicampeonato, participou, em julho desse ano, de uma Live no Instagram do Almanaque do Ferrão, compartilhando algumas de suas lembranças, sem falar das imagens históricas veiculadas na época e recuperadas da extinta TV Manchete, com a ampla cobertura da conquista coral. Em meio a nomes como Batistinha, Reginaldo, Robério, entre outros, o craque Acássio é sempre o mais lembrado e celebrado como o grande ícone daquela geração. Ele também participou de uma Live recentemente comentando suas memórias. Em 2018, os bicampeões estaduais se reuniram com o elenco campeão brasileiro em um domingo muito emocionante. Já foram várias as menções no blog à partidas e momentos marcantes daquele período áureo do time coral, que se encerrou com a deposição do presidente Clóvis Dias, apenas dois anos depois. O torcedor coral pode celebrar a memória dos 25 anos do nosso bicampeonato, recordando as matérias já apresentadas e se deleitando com memórias ainda hoje vivas na mente de quem acompanhou a época, como as imagens abaixo, veiculadas na TV Verdes Mares na ocasião, a partir da cobertura do gol do lateral esquerdo Branco, que deu o título ao Ferrão do 3º turno do Estadual de 1995 contra o Fortaleza, credenciando a equipe coral a jogar apenas pelo empate contra o Icasa, no domingo seguinte, para garantir o inédito bicampeonato.
ANIVERSÁRIO DA FINAL INÉDITA DE TURNO CONTRA O ITAPIPOCA
Confira o vídeo acima. É da época que o Itapipoca surpreendeu a todos no campeonato cearense de 1994 e chegou à final do 1º turno, justamente no ano em que estreava na divisão de elite da competição. O time da terra dos três climas enfrentou a famosa equipe do Ferroviário que ficou conhecida como a “Máquina Coral” e, após um empate em 2×2 no Perilo Teixeira, o Tubarão da Barra fez 4×0 no Castelão, conquistando o turno. As imagens recuperadas das duas partidas são da TV Verdes Mares e da extinta TV Manchete. Os dois jogos ficaram marcados pelo ineditismo, mas também em razão do dilúvio que abateu a cidade de Fortaleza no domingo do segundo jogo. Antes, na quarta-feira, dia 11 de maio, o ídolo Batistinha fez os dois gols do Ferrão, enquanto Bareta e Carlinhos marcaram para o adversário. Confira as escalações daquele jogo: Luís Sérgio, Caetano (Edgar), Batista, Haroldo (Edinho) e Branco; Lima, Nasa, Acássio e Basílio; Cícero Ramalho e Batistinha foi o time coral. O Itapipoca jogou com Jorge Luiz, Euritônio, Ernande, Martônio e Carlinhos; Juvemar, Henrique (Bocar) e Marinho; Roquinho (Samuel), Bareta e Júnior Umirim. Foi um jogo tenso, o Ferrão fez 1×0, porém sofreu a virada na etapa final quando ficou só com dez jogadores em campo, já que o craque Acássio foi expulso. Aí apareceu Batistinha empatando o jogo no momento em que tudo apontava para a vitória do time da casa.
No segundo jogo, dia 15 de maio, diante de 6.982 pagantes em dia de chuva torrencial desde a madrugada daquele domingo, o técnico José Dultra escalou o Ferrão com o futebol de Luís Sérgio, Nasa, Batista, Santos e Branco; Lima, Edgar, Eron e Basílio; Cícero Ramalho (Rodinei) e Batistinha (Edinho). O Itapipoca, treinado pelo ex-coral José Oliveira, perdeu com Jorge Luiz, Euritônio, Ernande, Cláudio e Carlinhos; Juvemar, Henrique (Roquinho) e Marinho (Samuel); Bareta, Júnior das Arábias e Júnior Umirim. Se no primeiro jogo da decisão, Batistinha foi o melhor em campo, o lateral esquerdo Branco foi considerado o grande destaque na segunda partida, não apenas pelos dois gols que marcou, mas pela grande desenvoltura nos noventa minutos. Nasa também marcou um gol. O outro tento do jogo foi contra, marcado pelo zagueiro do Itapipoca. O Ferrão comemorou bastante a vitória, conquistada de forma massacrante ainda no primeiro tempo. O título do 1º turno foi bastante comemorado, pois garantia o time coral na final do campeonato, conquistado de forma retumbante no final do ano numa decisão contra o Ceará. Ainda no vídeo, podemos matar as saudades de Zé Limeira, presente aos estúdios da TV Manchete para comemorar a conquista coral ao lado do apresentador Sebastião Belmino.
ENTREVISTAS E DOIS JOGOS DECISIVOS CONTRA O CEARÁ EM 1994
O vídeo acima traz dois jogos decisivos contra o Ceará realizados no intervalo de uma semana na reta final do campeonato cearense de 1994. No dia 27 de novembro, vitória coral por 2×0 em cima do alvinegro e título do 3º turno para o time coral, com gols de Ricardo Lima e Batistinha, este último eternizado na narração lendária de Vilar Marques, sempre lembrada pela torcida do Ferrão. Após os melhores momentos do jogo, confira no vídeo uma entrevista com o volante Lima na TV Verdes Mares, além da cobertura da extinta TV Manchete, com os comentários de Sérgio Redes e entrevistas com o lateral esquerdo Branco, Lima novamente e o treinador César Moraes. O material apresenta também os comentários de Wilton Bezerra na TVC, emissora afiliada à TV Cultura no Ceará. Por fim, os melhores momentos do jogo do dia 4 de dezembro, onde os dois times empataram em 0x0 e o Ferrão conquistou o título de campeão cearense, já abordado aqui no blog com áudios raros da época em postagem anterior. Destaque também para uma defesa sensacional do goleiro Roberval após cobrança de falta do alvinegro, no segundo tempo do jogo, quando só a vitória interessava para o Ceará, além de uma carraca de gols perdidos pelo ataque coral. Recordar é viver. Deleite-se acima com dois grandes jogos envolvendo a Máquina Coral, como ficou conhecido o time que foi bicampeão estadual em 1994 e 1995.
IMAGENS DO BICAMPEONATO CORAL DA EXTINTA TV MANCHETE
As imagens acima são raras e perfeitas. Dizem muito mais que palavras e evidenciam a total plenitude do bicampeonato do Ferroviário conquistado há exatos 20 anos. Retiradas dos arquivos da sucursal cearense da extinta TV Manchete, elas são capazes de emocionar e resgatar figuras importantíssimas da história coral. Assista e mate a saudade de jogadores como Acássio, Esquerdinha e Robério, do vitorioso técnico Ramon Ramos, do também vitorioso diretor de futebol Douglas Albuquerque – campeão pelo Ferrão em sua época de atleta e também como dirigente – de figuras carismáticas e imortais como Valdemar Caracas e Zé Limeira, e do inesquecível presidente Clóvis Dias, um paranaense que deu ao clube algo que nenhum cearense conseguiu: o título inédito de bicampeão estadual, fazendo-o grande, como sempre foi, em seus quase cinco anos de mandato, naquele que foi o período mais alvissareiro da gloriosa história coral.
DAQUELES NOMES QUE SERÃO SEMPRE ETERNOS: CÉSAR MORAES
Foi-se o Guri. Faleceu na última quinta-feira, dia 24 de setembro, um dos treinadores mais carismáticos e vitoriosos da história do Ferroviário Atlético Clube. O futebol cearense deu adeus a César Moraes, escolhido em campanha recente como o técnico do time dos sonhos coral. Ele vinha afastado há vários anos do cenário esportivo em razão da Doença de Alzheimer, que o levou aos 83 anos de idade. Foram 90 jogos na direção do Tubarão da Barra em 7 passagens verificadas nos anos de 1972, 1976, 1979, 1988, 1994, 1997 e 1999. Os títulos estaduais de 79 e 94 escreveram definitivamente o nome de César Moraes na galeria dos inesquecíveis do time coral. Além disso, dirigiu o clube em 5 partidas na campanha vitoriosa do título cearense de 88. Antes de se tornar treinador, foi um meia esquerda diferenciado e defendeu o Ceará, Vitória/BA, Novo Hamburgo/RS, Pelotas/RS, Noroeste/SP, América/RJ e Portuguesa/RJ. No dia de sua partida, o site do Ferrão prestou uma última homenagem ao lendário treinador, que também conquistou títulos cearenses pelo Fortaleza.
A primeira partida do Guri como técnico coral foi no dia 21/6/1972, contra o Calouros do Ar, num empate em 1×1 pelo campeonato cearense. A última ocorreu em 4/7/1999, contra o Fortaleza, que venceu o jogo por 3×2. Ao todo, foram 46 vitórias, 23 empates e 21 derrotas na história. Quando conquistou seu primeiro título estadual pelo Ferrão, César Moraes assumiu a equipe a menos de 40 dias da grande final. Logo em seguida, outro titulo foi conquistado num quadrangular realizado, na cidade de Porto Velho, com times de Rondônia. As conquistas de 79 abriram portas em sua carreira e nos anos seguintes também foi campeão trabalhando no futebol paraense. Em 88, o treinador era o sonho de consumo da direção coral e foi contratado na reta final do 2º turno, porém a perda do título para o Tiradentes foi determinante para sua saída. Seis anos depois, César Moraes voltou a Barra do Ceará no último trimestre do campeonato cearense e comandou uma verdadeira máquina de jogar futebol, imprimindo um esquema ousado no 4-3-3 quando a maioria dos times brasileiros atuava no 4-4-2, marcando uma época de glórias na história coral.
César Moraes foi um técnico vitorioso. Simpático e afável, era um sujeito de boa conversa que falava a linguagem boleira dos jogadores em razão de sua ampla experiência no futebol. Foi o tipo de profissional que deixa saudade, daquelas figuras raras de um futebol antigo que não existe mais. Como homenagem final, o Almanaque do Ferrão resgata abaixo uma entrevista do treinador concedida à extinta TV Manchete, minutos após a conquista do título de 1994, o último grande momento de sua brilhante carreira. São necessários apenas 38 segundos para mostrar um pouco do carisma de César Moraes e eterniza-lo como uma verdadeira lenda. Descanse em paz, Guri.