VITÓRIA EM CIMA DO CAMPINENSE NA PARAÍBA NÃO VINHA DESDE 1986

A bela cidade de Campina Grande não via uma vitória coral em cima do Campinense desde 1986

Apesar da eterna alegria em Campina Grande no jogo do acesso para a Série C em julho de 2018, a última vitória do Ferroviário, nos 90 minutos, em cima do Campinense/PB num jogo realizado naquela aprazível cidade havia sido no já distante ano de 1986. Ontem, pela Copa do Nordeste, o Ferrão quebrou o tabu de quase 37 anos e venceu a Raposa por 3×2. Que tal recordar as formações no jogo de 1986 válido pelo Torneio Otávio Pinto Guimarães? Corria a data de 30 de novembro daquele ano, e o Ferroviário era comandado por Erandy Pereira Montenegro, que mandou a campo o futebol de Edilson, Laércio, Renato, Léo e Álber (Luís Carlos); Edson, Mardoni e Wiltinho; Mardônio, Cícero Ramalho e Ronaldinho. O técnico do adversário era o Zé Lima e o time campineiro formou com Átila, Giva, Renato Paraíba, Rolando e Erandy; Jaílson, Albino e Tião (César); Ivan, Henrique e Mazinho (Índio). A partida foi realizada no estádio municipal Plínio Lemos e teve Marcos Teobaldo na arbitragem. Os gols foram de Mardônio e Wiltinho, que sacramentaram o placar de 2×0 para o Ferrão. Antes desse jogo de 1986, o Ferroviário somente havia derrotado o Campinense, em Campina Grande, num amistoso em 1952 e no Nordestão de 1968. Depois disso, houve derrotas no Brasileiro de 1988 e no próprio jogo do acesso em 2018, que terminou 1×0 para a Raposa nos 90 minutos, além do confronto do ano passado pela Série C do Brasileiro. Portanto, a vitória de ontem pela Copa do Nordeste foi apenas o quarto triunfo coral contra o Campinense em seu terreiro. Comemore!

FERRÃO PEGA O BOTAFOGO/PB E REEDITA JOGO DA SÉRIE A NACIONAL

Almir em foto de 1980 durante a Série A

Depois de treze anos, o Ferrão volta a disputar a Série C do campeonato brasileiro e reencontra logo na estreia um antigo adversário do tempo da Série A nacional. O próximo jogo coral, domingo que vem, em João Pessoa, será o décimo confronto contra o Botafogo da Paraíba na história. O primeiro ocorreu em 1955 em Fortaleza durante uma temporada de jogos do time paraibano na capital cearense. Já o último aconteceu há quase 33 anos atrás na capital da Paraíba. No meio do caminho, em 1980, as duas equipes jogaram em Fortaleza pela primeira divisão do campeonato brasileiro. Olhando em retrospectiva, foi sem dúvida o confronto mais emblemático entre ambos em todos os tempos. Na ocasião, no Presidente Vargas, houve o empate em 1×1 com tentos marcados pelo goleador Almir, para o Ferrão, e Dão para o time paraibano. Esse empate garantiu a classificação coral para a segunda fase da Série A nacional. Nas duas últimas vezes que se enfrentaram, em 1986, as duas equipes participavam do Torneio Otávio Pinto Guimarães, competição nordestina cujo nome homenageava o então presidente da Confederação Brasileira de Futebol. Abaixo, confira a lista de todos os confrontos entre Ferrão e Botafogo/PB na história.

Jogo 01: 15/11/1955 – Ferroviário 1×5 Botafogo/PB – Amistoso – Fortaleza
Jogo 02: 19/11/1955 – Ferroviário 5×1 Botafogo/PB – Amistoso – Fortaleza
Jogo 03: 21/08/1968 – Ferroviário 0x2 Botafogo/PB – Taça Laudo Natel – Fortaleza
Jogo 04: 02/10/1968 – Botafogo/PB 2×1 Ferroviário – Nordestão – João Pessoa
Jogo 05: 27/11/1968 – Ferroviário 0x0 Botafogo/PB – Nordestão – Fortaleza
Jogo 06: 15/02/1974 – Botafogo/PB 2×2 Ferroviário – Amistoso – João Pessoa
Jogo 07: 30/03/1980 – Ferroviário 1×1 Botafogo/PB – Brasileiro Série A – Fortaleza
Jogo 08: 08/11/1986 – Ferroviário 0x0 Botafogo/PB – O.P. Guimarães – Fortaleza
Jogo 09: 27/11/1986 – Botafogo/PB 3×0 Ferroviário – O.P. Guimarães – João Pessoa

RONALDINHO JOGOU NO FERRÃO E NO TREZE/PB: E AGORA COMO FICA?

Ronaldinho em 1987

Cria das categorias de base do Ferroviário Atlético Clube, o ex-ponta esquerda Ronaldinho estava com o coração um pouco dividido para a grande final da Série D do campeonato brasileiro de 2018. Como atleta, Francisco Ronaldo Rodrigues Sales atuou tanto pelo Ferrão quanto pelo Treze/PB. Como desportista, ele é amigo pessoal de Flávio Araújo e Marcelo Vilar, os dois treinadores envolvidos na grande decisão desse ano. Entretanto, Ronaldinho não fica em cima do muro. Basta escutar o áudio dessa postagem que ele fez questão de gravar exclusivamente para o Almanaque do Ferrão e teremos a resposta sobre qual o lado que Ronaldinho está na final da Série D. Em seu tempo na Barra do Ceará, o ex-atacante da base coral foi promovido para o profissional juntamente com uma turma de bons atletas, na qual o ponta direita Mardônio acabou tendo maior destaque nas formações principais do período. Entre 1986 e 1987, Ronaldinho entrou em campo 45 vezes pelo time principal do Ferrão, marcando 5 gols. Ele era o ponta esquerda do time cheio de jovens jogadores que foi vice-campeão do Torneio Otávio Pinto Guimarães, competição organizada para dar calendário a vários times nordestinos e que reuniu o Campinense/PB, Fortaleza, América/RN, Botafogo/PB e Alecrim/RN.

Foto de 1991

No início de 1988, o Ferrão mudou de diretoria e transformou o perfil de seu elenco para tentar ser campeão depois de 9 anos, passando a contratar jogadores mais experientes. Alguns jovens egressos da base foram emprestados e Ronaldinho seguiu para o 4 de Julho/PI, treinado na época pelo eterno ídolo coral Coca Cola. O sucesso de Ronaldinho no futebol piauiense foi grande e ele seguiu carreira sem nunca mais voltar a atuar pelo time profissional do Ferroviário. Na temporada de 1991, ele foi contratado pelo Treze/PB, que tinha Erandy Pereira Montenegro como treinador, o mesmo que o lançou no time principal do Ferrão cinco anos antes. Na equipe paraibana, Ronaldinho também deixou registrada sua passagem. Certa vez, atuando contra o Ceará em jogo válido pelo campeonato brasileiro, foi o autor dos gols que sacramentaram a vitória do Treze/PB em cima do alvinegro cearense. Na verdade, ninguém melhor que o próprio Ronaldinho para recordar sua passagem pelos dois finalistas da Série D desse ano, comentando um pouco sobre sua carreira e mandando um recado para a torcida coral, agora eternizado no Almanaque do Ferrão em forma do áudio abaixo. Aproveite!

FERROVIÁRIO E CAMPINENSE: UMA RIVALIDADE HISTÓRICA PELO ACESSO

O Ferroviário partiu ontem na frente no mata-mata contra o Campinense/PB pela Série D do Campeonato Brasileiro de 2018. O vídeo acima com os melhores momentos do jogo reflete bem o clima vivido pelos torcedores corais que foram ao Castelão numa noite atípica de domingo, com direito a gol do artilheiro Edson Cariús e a dois golaços de Juninho Quixadá e Janeudo. A vitória apertada por 3×2 reflete fielmente o equilíbrio histórico entre dois velhos e tradicionais rivais do futebol nordestino, dois gigantes da região pra quem sabe reconhecer que torcida, títulos e tradição é algo para poucos no atual futebol brasileiro como um todo. Uma pena só um dos dois poder passar para a Série C do ano que vem. Ferrão e Campinense fizeram mais uma vez um grande jogo.

Coca Cola

O jogo de ontem foi o de número 3.624 da história coral, sendo o 15º confronto contra a tradicional equipe paraibana, que na década de 1960 mandou para o Ferrão simplesmente um dos nomes mais importantes do Tubarão da Barra em todos os tempos, o ídolo eterno Coca Cola, falecido em 1999. Ao todo, foram 7 vitórias corais, 2 empates e 6 derrotas para o Campinense. O primeiro confronto ocorreu em 1952, vitória coral por 5×0 num amistoso em Campina Grande. Depois, partidas importantes pelo Nordestão e pelo Campeonato Brasileiro nas décadas de 70 e 80, inclusive pela primeira divisão nacional, em 1981, numa partida que mostrou para a torcida coral a genialidade de um jovem chamado Roberto Cearense. Aliás, esta aí um confronto que já aconteceu pelas quatro divisões do campeonato brasileiro e isso é simplesmente emblemático. Como também não lembrar das duas vitórias do Ferrão por 2×0 em cima do Campinense pelo torneio regional Otávio Pinto Guimarães em 1986? Anos depois, a história coloca os dois gigantes nordestinos em combate novamente, agora pela primeira vez na Série D nacional. Só um pode e vai subir para a Série C. Que a felicidade sorria para o Ferrão porque os Deuses do futebol não podem falhar.

DIA DE CELEBRAR O ANIVERSÁRIO DO CENTROAVANTE QUE VIROU LIVRO

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Cícero Ramalho virou livro no ano de 2010

Hoje é dia de lembrar o aniversário do centroavante do time campeão cearense de 1994. O folclórico Cícero Ramalho completa 51 anos de idade. Há cinco anos, sua trajetória no futebol virou livro e foi contada pelo escritor carioca Marcelo Migueres em seu ´Cícero Ramalho: o artilheiro de Mossoró`. Vale a leitura para todos aqueles que curtem boas histórias dos bastidores do futebol e que querem saber um pouco mais sobre um dos artilheiros da fase mais áurea de nossa história. Ano passado, o Almanaque do Ferrão apresentou uma matéria com o resgate em vídeo de um um dos mais belos gols de Cícero Ramalho com a camisa do Tubarão da Barra. Pouca gente sabe, mas a primeira passagem dele como jovem atacante do Ferroviário ocorreu no Torneio Otávio Pinto Guimarães, em 1986, recém chegado de Mossoró. Depois de passar por Ceará e Quixadá, onde foi artilheiro, voltou ao time coral no final de 1988 e depois foi jogar na Espanha. Em 1994, já experiente, retornou e foi um dos principais nomes na conquista do campeonato estadual, selando definitivamente seu nome na gloriosa história coral. Para sempre lembrado.

O TÍTULO DE VICE DO TORNEIO OTÁVIO PINTO GUIMARÃES

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O vice-campeão do torneio chancelado pela CBF: Zé Alberto, Edson, Léo, Renato, Serginho e Carlos Alberto; Mardônio, Carlos Antônio, Cardosinho, Wiltinho e Ronaldinho

A foto acima foi tirada na final do Torneio Otávio Pinto Guimarães, competição que levou o nome do então presidente da CBF e que foi chancelada para dar movimentação a vários clubes nordestinos que ficaram – pasmem – 2 meses sem competições oficiais no final de 1986. Como se percebe, os tempos hoje são outros. Há clubes, como o próprio Ferroviário, que chegam a ficar 9 meses parados sem jogos oficiais e o fato é visto como ´normal` por grande parte do público. É apenas a morte lenda e gradual dos times mais tradicionais do país, obrigados a encarar um calendário extremamente excludente e criminoso.

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Cícero Ramalho no Potiguar antes de ser contratado

A penúria econômica em 86 não era tão diferente da situação atual, tanto é que o Ferroviário disputou a competição com a grande maioria do elenco formado nas bases. Mardônio, Ronaldinho, Carlos Alberto, Renato, Edson, Wiltinho, Júnior Lemos, Edilson, Luís Carlos, Adalberto, Álber, Rogério e Kléber eram todos recém promovidos ao time profissional, sem falar da presença de um jovem atacante oriundo do Potiguar de Mossoró, que disputou essa competição pelo Ferrão e depois rodou o mundo até voltar e ser campeão oito anos depois. Seu nome: Cicero Ramalho, que marcou sua primeira passagem na Barra do Ceará por não ter feito nenhum gol.

América/RN, Alecrim/RN, Ferroviário, Botafogo/PB, Fortaleza e Campinense/PB disputaram o torneio em jogos de ida e volta. A final foi genuinamente cearense e realizada já em 1987 por falta de datas no calendário da CBF. O Ferrão ficou com o vice-campeonato ao ser derrotado por 2×0 pelo Fortaleza, num jogo atípico onde o time coral lançou Zé Alberto e Cardosinho sem condições regulares de jogo, ciente que perderia os pontos mesmo que vencesse a partida. Coisas do futebol do passado, que era capaz de organizar competições no intuito de movimentar os clubes, mas que permitia dúvidas de natureza ética e jurídica junto ao público quanto à seriedade das disputas.