As eleições presidenciais desse ano têm novamente um velho conhecido do cidadão cearense. Depois de concorrer à presidência do Brasil em duas oportunidades no passado, o candidato Ciro Gomes é um dos três principais nomes na corrida eleitoral de 2018. Você sabia que o Ferroviário já foi campeão de uma competição organizada para homenageá-lo? Foi em janeiro de 1989 e Ciro Gomes havia assumido recentemente a prefeitura de Fortaleza. Posteriormente, o atual candidato seguiu sua carreira política, vindo a ser ainda Governador do Ceará, Ministro da Fazenda e Ministro da Integração Nacional, dentre outras contribuições ao estado e ao país. No vídeo acima, você vê ele comentando a impressionante reviravolta coral quando o título estava praticamente perdido na finalíssima entre Ferroviário e Ceará. O alvinegro vencia por 1×0 até os 43 minutos do segundo tempo e sua torcida já comemorava a conquista. O Ferrão empatou num golaço do zagueiro Arimateia, após um passe do meia Zé Carlos Paranaense e um toquinho de cabeça do atacante Mardônio, levando a decisão para os pênaltis. Uma bola na trave e uma defesa do goleiro Albertino selaram a conquista coral por 4×2. No vídeo abaixo, confira o gol de empate, a decisão nos penais, a lamentável invasão e a violência provocada pela torcida derrotada.
José Carlos de Souza nasceu no dia 5/12/1963 em Sergipe. Somente em janeiro de 1989, aos 25 anos de idade, ele foi apresentado como novo reforço do Ferroviário para a temporada que se iniciava. Seu apelido: Cacau. Oriundo do Guarany de Sobral e com breve passagem pelo Ceará no ano anterior, ele chegou para ser meio campista, mas terminou se destacando na Barra do Ceará como atacante. Foram 62 jogos com a camisa coral e 35 gols marcados até 1991. Foi campeão do Torneio Ciro Gomes pelo Ferrão logo de cara, marcou 4 gols no jogo de inauguração do estádio Elzir Cabral para jogos oficias e sagrou-se artilheiro do campeonato cearense, logo em sua primeira temporada no Tubarão da Barra, com 21 gols no total. Antes de você saber por onde anda o inesquecível ex-goleador coral, vale a pena recordar o vídeo abaixo com a matéria de apresentação do então novo reforço naquele início de 1989, quando o Ferrão era treinado por Erandy Montenegro e tinha Vicente Monteiro como dirigente.
Essa semana, antes de viajar para Porto Alegre, o elenco do Ferroviário fez um treino no campo de grama sintética localizado no bairro Conjunto Esperança. Um senhor de 55 anos apareceu por lá e ficou conversando com os diretores do clube. Era Cacau, o eterno goleador coral, um dos nomes mais requisitados pelos internautas que procuram o nosso blog em busca de informações sobre craques do passado. Pois hoje ele é merecedor dessa homenagem. Cacau apareceu no treino coral pois ele atua no conselho gestor da chamada ´Areninha` situada no Conjunto Esperança, local onde o Ferroviário se adaptou ao tipo de solo sintético que enfrentará no Rio Grande do Sul. Reconhecido por dirigentes corais, Cacau recordou os bons momentos em que vestiu a camisa do Ferrão, posou para fotos e conheceu os atuais jogadores do elenco. Ele é pai de um casal de filhos e já é avô. Sua netinha Paola chegou ao mundo não faz muito tempo. Confira abaixo a foto atual do ex-goleador ao lado de sua bela família.
Ex-atacante Cacau em foto recente ao lado de sua família estabelecida na cidade de Fortaleza
Cacau em 1989
Cacau parou de jogar em 1995 quando atuava no Maranhão/MA em razão de uma grave lesão no joelho. Em sua época de Ferroviário, chegou a ser emprestado para o futebol paulista e teve algumas idas e vindas, sempre comemoradas pela torcida coral, que o tinha como um jogador que sabia deixar sua marca de artilheiro. Desde que parou de jogar profissionalmente, Cacau trabalhou na Unimed e depois foi aprovado em concurso público como técnico em imagem e radiologia, função que atua hoje em dia. Seu primeiro jogo com a camisa coral foi contra o Tiradentes/CE em janeiro de 1989 e fez sua última partida com o glorioso uniforme do Ferrão contra o Ceará, no dia 31/03/1991, um domingo de páscoa com gosto de despedida. Curiosamente, o primeiro e o último jogo pelo Ferrão tiveram o mesmo placar: 0x0. Quase três décadas depois de ser contratado para jogar no Ferroviário, Cacau lembra sempre de seus dias pela Barra do Ceará. Em breve áudio enviado ao blog, o ex-artilheiro coral agradece o carinho dos atuais diretores do clube, a lembrança da matéria e a certeza de que seu nome está gravado na história coral, além de comentar outras curiosidades sobre sua trajetória profissional que fazem valer a pena escutar a mensagem de Cacau durante a semana.
Ex-lateral esquerdo Marcelo Veiga segura a camisa coral em meio aos jogadores do Ferroviário
Marcelo Veiga já foi tema de várias postagens aqui no blog. O maior lateral esquerdo que vestiu a camisa do Ferroviário segundo a campanha ´Time dos Sonhos`, autor do gol do título na conquista do campeonato cearense de 1988, está novamente em Fortaleza e por um motivo muito especial: veio prestigiar o Tubarão da Barra na finalíssima do campeonato estadual contra o Ceará. Na noite de ontem, ele esteve na concentração do Ferroviário dando uma palavra de apoio para os jogadores corais. Depois, participou de um jantar aberto à conselheiros e torcedores. Tirou muitas fotos, conversou sobre fatos de sua época no clube e mostrou-se simpático e atencioso com todos aqueles que o tem como ídolo eterno do Ferrão. Em conversa com o blog durante a semifinal contra o Fortaleza, Marcelo Veiga pregou aviso: ´Se o Ferrão for pra final, eu pego um avião e vou pro estádio torcer´. Cumpriu o prometido. Independente do resultado, a presença especial de um ídolo do passado nesse momento reforça o elo coral com a grandeza histórica do clube no contexto do próprio futebol cearense. E, convenhamos, ter ídolos vitoriosos que continuam ligados à instituição tantos anos depois, não é pra qualquer torcida. Marcelo Veiga defendeu o Ferrão entre 1988 e 1989, atuando em 79 jogos e marcando 13 gols. Além do Estadual de 88, foi campeão do Torneio Ciro Gomes no ano seguinte. Em homenagem à chegada do eterno ídolo coral, o Almanaque do Ferrão revirou o baú e buscou uma raridade em vídeo: um gol, de falta, do ex-lateral, marcado na decisão do 2º turno contra o Tiradentes, no Castelão, em 1988. E lá se vão quase 30 anos no tempo.
Ex-zagueiro Arimatéia esteve ontem em Fortaleza com a delegação do Guarani de Juazeiro
Foram 214 partidas com a camisa do Ferroviário. O zagueiro Arimatéia marcou época no time coral entre 1985 e 1989. Oriundo do Icasa/CE, favor não confundir com o seu homônimo, cria da base coral e já falecido, que atuou na década de 70. Estamos falando de José de Arimatéia da Silva, zagueiro titular que participou de 35 jogos no memorável título estadual de 1988. Você sabe por onde ele anda? Arimatéia mora em Juazeiro do Norte e vem atuando na função de preparador físico desde que pendurou as chuteiras. Trabalhou por um bom tempo no Icasa e depois de um 2016 parado para tratamento de saúde, ingressou no Guarani de Juazeiro, que faz boa campanha no Estadual desse ano. Há alguns anos, quando do falecimento de seu homônimo dos anos 70, Arimatéia disse que muita gente ficou assustada: “pensaram que tivesse sido eu e todo mundo me ligou preocupado, mas graças da Deus não era a minha vez“, disse em tom de brincadeira.
Uma das formações do Ferroviário no ano de 1988 – Em pé: Silmar, Serginho, Marcelo Veiga, Djalma, Alves e Arimatéia; Agachados: Arnaldo, Mazinho Loyola, Guina, Denô e Carlos Antônio
O Ferroviário está nas mais bonitas lembranças do ´xerifão` Arimatéia e de sua família. Foi certamente o time que ele mais se identificou durante sua trajetória no futebol, que envolveu ainda passagens pelo Fortaleza e ABC de Natal. Em contato com o Almanaque do Ferrão, o ex-zagueiro coral recordou as boas campanhas principalmente das temporadas de 1985 e 1988, quando atuou ao lado de nomes como Arnaldo, Luizinho das Arábias, Vander, Denô, Vassil, Carlos Antônio, Marcelo Veiga e Cardosinho. Em mais de 200 partidas pelo Ferrão, engana-se quem pensa que Djalma e Juarez, companheiros inseparáveis no título de 88, estão na formação de zaga ideal para Arimatéia. “Foram dois excepcionais jogadores, mas o meu parceiro na zaga que me identifiquei bastante e joguei por mais tempo junto foi o paraense Léo, que veio do Remo/PA. A gente se entendia muito bem e formamos a dupla titular entre 85 e 87“, lembrou ele.
Além de ex-companheiros, Arimatéia puxou pela lembrança nomes de diretores e colaboradores do Ferroviário em seu período. Ficou surpreso quando soube do falecimento do ex-presidente Carlos Alberto Mota e falou com especial atenção sobre Caetano Bayma e Vicente Monteiro. O ex-defensor coral traz vivo na memória a lembrança de um gol muito importante que marcou em março de 89, no jogo decisivo do Torneio Ciro Gomes, contra o Ceará, exatamente no último minuto do jogo, forçando uma decisão por pênaltis que garantiu o título daquela competição para o Tubarão da Barra. De presente pra ele, o nosso blog reprisa acima aquele belo gol em mais um momento festivo para o Ferroviário vivido pelo zagueirão que marcou época no time coral.
Treinador Fahel Júnior deixou recentemente o comando técnico do Confiança de Sergipe
Você conhece esse treinador? Ele foi demitido recentemente do Confiança/SE. Trata-se de José Herbert de Jesus Fahel Júnior, que nasceu em São Paulo, no dia 25 de novembro de 1963. A trajetória do técnico começou do outro lado do mundo. No Japão, foram 12 títulos em 11 anos. No Brasil, impediu que o Santo André/SP fosse rebaixado para a série C do Brasileiro e, em seguida, conquistou o Campeonato Paulista da Série A-2, em 2008, o que deu ao time o acesso à Série A-1. No futebol sergipano, Fahel Júnior comandou também o River Plate entre 2011 e 2012. Ele foi goleiro do Ferrão. Você sabia?
Vila Olímpica Elzir Cabral nos anos 80: palco do único jogo de Fahel Júnior no arco coral
Corria o ano de 1989 e o Ferroviário buscava um goleiro para rivalizar com o titular Albertino. A direção coral foi buscar Fahel no São Luiz/RS e ele foi apresentado à torcida coral, no PV, exatamente no dia que o Ferroviário foi campeão do Torneio Ciro Gomes, com direito a uma histórica entrevista do então prefeito de Fortaleza registrada aqui no blog há cerca dois anos. Duas semanas depois, Fahel estreou pelo time coral na primeira partida oficial do Ferrão em seu próprio estádio, no dia de São José, numa goleada de 6×0 em cima do Guarani de Juazeiro. Fahel entrou no segundo tempo quando o placar já estava definido. Foram os seus únicos momentos em campo com a camisa coral. Depois disso, nunca mais jogou. Ficou no banco em alguns jogos e depois rescindiu o contrato. Foi definitivamente uma passagem meteórica na Barra do Ceará, mas o Almanaque do Ferrão não deixa o registro passar em branco. Fique por dentro!
Ferroviário e Ceará fizeram há exatos 26 anos um dos jogos mais emocionantes entre todos os seus confrontos. Era a final do Torneio Ciro Gomes, competição organizada pelos clubes que se encontravam em litígio político com o comando da Federação Cearense de Futebol. O alvinegro vencia por 1×0 até os 43 minutos do 2° tempo e sua torcida já comemorava o título. O Ferrão empatou com o zagueiro Arimateia, após um passe do meia Zé Carlos Paranaense e um toquinho de cabeça do atacante Mardônio, levando a decisão para os pênaltis. Uma bola na trave e uma defesa do goleiro Albertino, recentemente falecido, selaram a conquista coral por 4×2. Vitória dos comandados de Erandy Pereira Montenegro. O Almanaque do Ferrão resgata agora as imagens daquele domingo, dia 5 de março de 89. Confira o gol de empate, a decisão nos penais, a invasão e violência provocada pela torcida derrotada, a opinião do então prefeito Ciro Gomes, uma entrevista com o ponta esquerda Paulinho, eleito o melhor em campo, e os comentários de Sérgio Pinheiro da TV Verdes Mares.
Albertino em 2/4/89 contra o Fortaleza, num Ferroviário que perfilou com Marcelo Veiga, Juarez, Caetano, Arimatéia e Paulinho; Jacinto, Alves, Joãozinho Paulista, Evilásio e Luis Carlos Gaúcho
Mais um ex-jogador do Ferroviário foi jogar no time do céu. Depois de levar o ex-atacante Raimundinho no mês passado, a equipe divina resolveu agora convocar um ex-goleiro coral. Na última sexta-feira, dia 13, véspera de carnaval, Albertino passou dessa pra melhor depois de lutar bravamente nos últimos meses contra um câncer.
Albertino em foto recente
Albertino ganhou notoriedade no futebol brasileiro na equipe do Sergipe quando conquistou títulos estaduais e disputou edições do campeonato nacional no início dos anos 80. Chegou para o Ferroviário em janeiro de 89, já experiente, e dois meses depois foi campeão do Torneio Ciro Gomes com destacada atuação na final contra o Ceará. Naquele mesmo ano foi vice-campeão cearense pelo Ferrão. Nas temporadas seguintes defendeu as cores do Tiradentes e do Guarani de Juazeiro.
O ex-goleiro coral lamentava bastante o ostracismo vivido pelos atletas que penduram a chuteira. Mesmo distante da mídia, frequentava sempre que possível a Barra do Ceará para ver os treinos e matar as saudades do supervisor Chicão, falecido no ano passado. Nos últimos anos, era visto com frequência perto de casa vestindo a camisa do Ferroviário, prova do carinho eterno que tinha pelo time coral. Vida que segue. Fique em paz, Albertino.
O Torneio Ciro Gomes foi uma competição organizada por 4 dissidentes da Federação Cearense de Futebol, que vivia situação política complicada em 1989. Ceará, Fortaleza, Ferroviário e Tiradentes decidiram realizar um quadrangular entre o final de janeiro e início de março. O curioso é que mesmo apenas empatando as três partidas, o Ferrão ficou com o título, pois cada jogo empatado era decidido nos pênaltis e o time coral levou a melhor nas três decisões.
No dia 5 de março, quando o Ceará já comemorava o título vencendo o Ferroviário por 1×0, o zagueiro Arimatéia igualou o placar aos 43 minutos finais, forçando a decisão por pênaltis. Evilásio, Barrote, Mardônio e Zé Carlos Paranaense converteram suas cobranças garantindo o 4×2. Não precisou nem da quinta batida, que estava reservada para Marcelo Veiga.
Vale a pena recordar abaixo o vídeo com o comentário esportivo de Ciro Gomes, então prefeito de Fortaleza, que entregou pessoalmente a taça ao Ferrão em meio a muita confusão no PV já que a torcida do Ceará, inconformada com a derrota, promoveu uma perigosa invasão de gramado que por muito pouco não provocou vítimas. Houve até desmaios no centro do campo.
Comandados por Erandy Pereira Montenegro, o time campeão formou na tarde/noite daquele domingo com o futebol de Albertino, Caetano (Silmar), Arimatéia, Juarez e Marcelo Veiga; Barrote, Evilásio e Zé Carlos Paranaense; Mardônio, Roberto Cearense e Olavo (Paulinho). Vale a pena também lembrar o excelente time que o Ceará tinha na época: Washington, Mário, Belterra, Edson Barros e Paulo César; Beto Cruz, Carlos Alberto Borges e Gerson Sodré; Márcio (Basílio), Celso Mendes e Santos (Oliveira Canindé). O técnico era Lula Pereira, que depois brilhou no Ferroviário e alavancou uma carreira de sucesso. Paulo César e Basílio também passaram depois pela Barra do Ceará. Brevemente o Almanaque do Ferrão trará o vídeo daquela emocionante conquista para a torcida coral recordar o gol de Arimatéia, os penais e a festa coral em meio à invasão alvinegra.