REGISTRO DO FERROVIÁRIO NO SEGUNDO SEMESTRE DE 1990

Ferrão no segundo semestre de 1990 – Em pé: Robinson, Valdecy, Gilmar Furtado, Basílio, Junior Piripiri e Jaime. Agachados: Toninho Barrote, Ademir Patrício, Cantareli, Magno e Jorge Veras

O campeonato cearense de 1991 começou em agosto de 1990 e o seu 1º turno foi disputado até dezembro daquele ano, quando o Ferroviário perdeu a disputa final para o Fortaleza. Posteriormente, a competição foi retomada somente em junho de 1991 com mais três turnos na disputa. O registro histórico acima é do time base do Ferrão que ficou com a  segunda colocação no 1º turno do Estadual de 1991, há exatos trinta anos. Aquela formação contava com o retorno do goleiro Robinson, que após ser campeão pelo Ferrão em 1988, voltava ao time coral depois de boa passagem pelo futebol baiano. Para a temporada de 1991, ele acabou não permanecendo na Barra do Ceará e o piauiense Guará foi contratado para seu lugar. Robinson e Toninho Barrote eram os dois únicos remanescentes do brilhante título estadual de 1988. No dia 22 de dezembro de 1990, após um 0x0 contra o Fortaleza, no Castelão, o goleiro Robinson, um dos melhores da nossa história, fazia sua última partida com a camisa do Ferrão.

CBF JÁ RECEBIA CRÍTICAS POR CALENDÁRIO NA TEMPORADA DE 1992

Se você acha que a situação do futebol brasileiro é um problema social recente com o desemprego em massa de centenas de equipes e milhares de jogadores, assista o vídeo acima. O problema não é tão recente assim. Conforme a matéria da TV Verdes Mares, em 1992, vários médios e pequenos clubes do país realizaram contratações para a então Série B do campeonato brasileiro, mas a data de início da competição foi diversas vezes adiada pela CBF. Foram dois meses de espera, um prejuízo para as equipes que tiveram que arcar salários e demais custos inerentes a um elenco de jogadores. Comparado aos 8 ou 9 meses que hoje muitos clubes vivenciam de inatividade por temporada, aqueles 2 meses parecem nada. Confira a situação da época na matéria com o treinador Djalma Linhares e os atletas Júnior Piripiri, Toninho Barrote e Jorge Veras, já veterano, que reclamava da falta de condições no clube por não ter chuteiras para treinar. Coisas de um passado não tão distante se comparado à falência atual da maioria dos times no Brasil.

ABRIL, ÁGUAS MIL: CHUVA, GOLS E ESCURIDÃO NO CASTELÃO EM 1989

Diz a velha crença popular que o mês de abril é pródigo em chuvas. Nada melhor para o nordeste, tradicionalmente tão castigado pela estiagem. Ao longo dos anos, vários foram os jogos do Ferroviário disputados nesse mês debaixo de chuva torrencial. O Almanaque do Ferrão volta hoje no tempo até abril de 1989 para recordar justamente uma vitória do Tubarão da Barra sob as intempéries do tempo. Assista o vídeo acima e compreenda a dureza que era disputar uma partida de futebol, mesmo no gramado do Castelão, diante de circunstâncias nada favoráveis. Teve até gol olímpico de Jacinto em cima de Ênio, ex-goleiro da Portuguesa de Desportos. Teve tento do nacionalmente famoso Joãozinho Paulista, o centroavante que dizia: ´Sobrou pro João é bola no cordão`. Teve apagão depois dos 30 minutos do 2º tempo e Dacildo Mourão deu o jogo por encerrado. Confira.

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Joãozinho Paulista: bola no cordão

Foi o jogo 2.277 da história coral. A vitória na chuva em cima do bom time do Tiradentes valeu o passaporte para a final do 1º turno do estadual de 89 contra o Ceará. O Tigre da PM tinha o experiente Caiçara como técnico e atuou com Ênio, Alexandre, Batista, William e Osmanir; Jarbas, Carlinhos Marechal e Adilton (Aloísio); Valdir, Marquinhos e Dias Pereira. Já o Ferrão, do treinador Erandy Pereira Montenegro, venceu com Albertino, Silmar, Arimatéia, Evilásio e Marcelo Veiga; Juarez, Alves e Jacinto; Osmarzinho, Joãozinho Paulista (Luís Carlos Gaúcho) e Cacau (Serginho). Era um time bom e experiente, mas que tinha o zagueiro Juarez improvisado na cabeça da área em razão de uma grave fratura na tíbia e no perônio, que tirou Toninho Barrote do campeonato. Mesmo com o temporal que banhou Fortaleza praticamente durante aquele domingo inteiro, um bom público de 3.974 pagantes prestigiou a partida. Tempo bom em que Ferroviário e Tiradentes jamais imaginariam flertar com a segunda divisão cearense. Abril, águas mil.

VIAGEM NO TEMPO REVISITANDO DOIS UNIFORMES DO FERROVIÁRIO

Repare na foto abaixo tirada no dia 07 de setembro de 1977. Sob a gestão do presidente Chateaubriand Arrais, o Ferroviário inovava em seu padrão de uniforme e jogava com camisas com três listras verticais, sendo duas pretas e uma vermelha. Foi num empate que marcou a estreia do ex-craque coral Amilton Melo com a camisa do Ceará e era a primeira vez que o Castelão recebia uma partida de portões abertos. Talvez seja esteticamente uma das mais belas fotografias do clube com os jogadores perfilados. Analise depois outra foto com a reprodução do mesmo padrão de camisas.

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Ferrão entrou em campo naquela tarde de 1977 para um jogo contra o Ceará com Vander, Bassi, Júlio, Joel Maneca, Arimatéia e Grilo; Vanderley, Kalu, Oliveira Piauí, Danilo e Paulo César Feio

Quatorze anos depois, em 20 de outubro de 1991, o presidente Múcio Roberto repetiu o modelo da camisa coral invertendo apenas as cores das listras, sendo duas vermelhas e uma preta. Mais uma vez o Ceará foi o adversário coral e o jogo também foi empate, graças ao goleiro Banana que defendeu um pênalti de Cláudio Adão. Esse padrão de camisa foi utilizado pouquíssimas vezes durante o campeonato cearense daquele ano.

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De novo contra o Ceará no Castelão, o Ferrão posou em 1991 com Aldo, Elmo Casquinha, Toninho Barrote, Valdemir, Adriano e Banana; Paulo Adriano, Arnaldo, Tinda, Paulinho e Cantareli