No dia de hoje comemora-se o centenário do América, tradicional equipe cearense que há anos encontra-se largada na 3ª divisão do futebol cearense. Comemora-se também mais um aniversário do estádio Castelão, inaugurado no final de 1973. Curiosamente, a primeira partida do Ferroviário Atlético Clube naquela praça esportiva ocorreu contra o Diabo Rubro, que possuía uma bela sede social na Av. Dom Manuel. Esse jogo ocorreu no dia 13 de janeiro de 1974 e foi válido pela Taça Cidade de Fortaleza. Foi a preliminar de Ceará 0x2 Tiradentes/PI pelo campeonato brasileiro. Luís Vieira Vila Nova apitou o jogo do Ferrão, que tinha Becão como treinador. Ele que foi bastante identificado com o próprio América durante sua carreira de técnico. Naquela estreia no Castelão, o time coral formou com Marcelino, Assis, Lúcio Sabiá, Danilo Baratinha e Eldo; Simplício e Edilson Lopes; Sousa, Dudé, Oliveira e Marcos. Já o América jogou com Edilson José, Luiz, Lauro, Zem e Genilson; Alírio e Lúcio; Otávio, Italo, Ivo e Heitor (Cláudio). O jogo terminou empatado em 1×1. O atacante Marcos, cria da base coral, marcou o primeiro gol do Ferrão no Gigante da Boa Vista. Depois, Cláudio empatou para o América, que teve um jogador expulso e jogou com apenas 10 peças em campo desde os 5 minutos do 1º tempo. O Tiradentes foi o campeão da Taça Cidade de Fortaleza. O Ferrão estava prestes a viver um dos momentos mais difíceis de sua história com crises financeiras, penhoras e renúncia de dirigentes. Infelizmente, “fechar as portas” era assunto comum naquele difícil período.
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MAIOR CRAQUE CEARENSE FAZIA SUA ESTREIA NO FERRÃO HÁ 50 ANOS
Aconteceu no dia 26 de março de 1966. Há 50 anos, o maior craque que o futebol cearense já produziu fazia sua estreia pelo Ferroviário Atlético Clube. Estamos falando de Mozart, contratado pelo time coral para as disputas daquela temporada. Ele fez seu primeiro jogo pelo Ferrão contra o Fortaleza, justamente seu ex-time, em confronto pela Taça Cidade de Fortaleza, um competição preparatória para o campeonato cearense. Sob o comando do técnico carioca Jair Santana, o Ferroviário foi derrotado por 3×1, em tarde gloriosa do goleiro adversário. O ídolo Coca Cola marcou o gol de honra coral. No final dos anos 50, Mozart defendia o Fluminense/RJ e chegou a ser lembrado para a seleção brasileira visando a Copa do Mundo de 1958, na Suécia. Ter tido o craque cearense em sua galeria de atletas é algo que deve ser sempre reverenciado pelo Ferroviário.
A importância de Mozart para o futebol alencarino é tão grande que ele virou até livro. Coube ao competente escritor cearense Saraiva Júnior narrar a trajetória do ídolo no futebol brasileiro. Apesar de curta passagem pela Barra do Ceará, Mozart escreveu rapidamente seu nome na história coral pouco tempo depois de sua estreia. Em maio de 66, o Ferrão enfrentou o Fluminense/RJ pela Taça Batalha do Tuiuti, um pentagonal que contou ainda com a presença de Ceará, Fortaleza e do Botafogo/RJ, vencendo por 3×2, com dois gols de Mozart e um golaço inesquecível de Pacoti. Foi a maior apresentação de Mozart com a camisa coral. Em março do ano seguinte, ele fez sua última partida pelo Ferroviário, num amistoso contra o Bangu/RJ, então campeão carioca, no PV. Mozart teve ainda o privilégio de ser o treinador do Ferrão em uma única oportunidade, num amistoso contra o Quixadá, na terra dos monólitos, quando Jair Santana teve que ir ao Rio de Janeiro para resolver problemas particulares. Seu irmão, o também lendário Moésio Gomes, seguiu o mesmo caminho, sendo ex-jogador e treinador do Tubarão da Barra em alguns períodos da gloriosa trajetória coral. Moésio faleceu em 20 de janeiro de 1992. Mozart morreu em 7 de setembro de 2009.