A raridade acima foi enviada pelo internauta Leandro Paulo, diretamente de Pernambuco. Leandro é um dos maiores entusiastas do Almanaque do Ferrão e contribuiu com uma peça de grande valia histórica. Trata-se de uma página retirada de alguma revista esportiva, destacando o atacante Pacoti em 1962, quando ele defendia o Sporting de Lisboa. Na semana que o ídolo coral Pacoti nos deixou e foi morar no céu, a publicação dessa raridade vem em boa hora. Nela, mesmo atuando em terras lusitanas e vivendo o auge de sua carreira, Pacoti destacava toda a sua simpatia e gratidão ao Ferroviário Atlético Clube, sentimentos que ele levou até o fim da vida.
Eterno ídolo coral Pacoti deixa a vida terrena e agora faz parte da atmosfera dos deuses da bola
Francisco Nunes Rodrigues nasceu em Quixadá no ano que o Ferroviário foi fundado. Ganhou o apelido de Pacoti numa brincadeira entre amigos da infância e dele nunca mais se separou. Atravessou toda uma carreira vitoriosa ostentando o nome de uma cidade do Ceará em sua alcunha futebolística, seja no Brasil ou em Portugal. Ontem, pouco antes da meia-noite, o coração de Pacoti parou e o ex-jogador do Ferrão deixou definitivamente a vida terrena para ocupar espiritualmente um espaço do qual sempre pertenceu mesmo em vida: a atmosfera dos deuses da bola. Oriundo do extinto Nacional, Pacoti chegou para o Ferroviário em 1955 e escreveu seu nome entre os gigantes da história coral, mesmo sem ter conquistado títulos. Três anos depois, foi negociado ao Sport/PE e, de lá, seguiu para o Vasco/RJ, negociado por 1 milhão de Cruzeiros, apesar do assédio de Palmeiras/SP e Fluminense/RJ interessados em seu concurso. No Rio de Janeiro, foi chamado de “Pelé Branco” do futebol, fama que lhe valeu uma transferência para o Sporting de Lisboa, onde conquistou a Taça de Portugal e o título de campeão português na temporada de 1962.
Publicidade do Governo com Pacoti divulgada nos outdoors de Fortaleza no início dos anos 2000
Pacoti jogou ainda no Olaria/RJ e no Valência de Caracas, onde foi campeão venezuelano. Na temporada de 1966, já em final de carreira, Pacoti estava de volta ao futebol cearense e apesar do assédio de Ceará e Fortaleza, quis retomar sua carreira no Ferrão, que estava de mudança para o bairro da Barra do Ceará. Teve o privilégio de jogar algumas partidas ao lado de Mozart, um dos maiores craques da história do futebol alencarino. Em abril de 1967, sofreu talvez a sua maior decepção no futebol. Pacoti teve seu nome vetado pelo treinador Ivonísio Mosca de Carvalho para permanecer no elenco coral que disputaria o Campeonato Cearense daquele ano. Decepcionado, pendurou as chuteiras. Em todos os anos de vitoriosa carreira, Pacoti gabava-se de nunca ter sido expulso de campo pelos árbitros e dos inúmeros amigos que fez no futebol. Mesmo distante dos gramados, ele nunca se afastou do futebol, seja dirigindo um bar dentro do Estádio Presidente Vargas, participando de programas de televisão, visitando instalações corais ou sendo convidado para inúmeros encontros e homenagens, como a que estampou uma campanha publicitária do Governo do Estado do Ceará em meio à cearenses ilustres no início dos anos 2000.
Pacoti foi homenageado na campanha Legendários do Ferroviário durante a temporada de 2019
Pacoti era figura sempre presente nos jogos do Ferroviário. Em vida, foi homenageado diversas vezes pelas várias diretorias que passaram pelo clube. Sentia-se querido, disso ele nunca teve dúvidas. Em 2019, a imagem do jovem Pacoti com a camisa coral estampou o segundo exemplar de uma coleção de nove copos homenageando alguns jogadores legendários da história coral. Apaixonado pela esposa e pela vida entre amigos, Pacoti sentiu bastante os efeitos da reclusão que a pandemia de coronavírus causou a partir de março de 2020. Sua saúde foi ficando debilitada durante o período pandêmico, até que seu coração parou na noite de ontem. Pacoti vai fazer falta nos jogos do Ferrão e nos inúmeros eventos e homenagens que o futebol ainda vai proporcionar. Ficará uma grande lacuna, sem sombra de dúvidas. Porém, a certeza da gratidão eterna da torcida coral é algo que Pacoti certamente levou para a atmosfera dos deuses da bola. Zé de Melo, Mozart, Valdemar Caracas e Zé Limeira, entre vários outros amigos da vida terrena, estão em festa no céu porque Pacoti finalmente chegou para continuar a velha resenha. Descanse em paz.
Ex-atacante Mário Jardel estampa o oitavo copo da série ´Legendários` do Ferroviário em 2019
A direção de marketing do Ferrão anunciou o nome do ex-atacante Jardel como novo ´Legendário` na série de copos distribuídos nos jogos do clube na Série C nacional desse ano. Apesar de ter feitos poucas partidas com a camisa do nosso time profissional, o ex-centroavante é a cria das bases do estádio Elzir Cabral que mais sucesso alcançou no futebol mundial em todos os tempos, imortalizado na Europa por ter recebido duas vezes a ´Chuteira de Ouro`, troféu atribuído ao maior artilheiro da temporada no velho continente. No Ferrão, Jardel foi lançado no time profissional pelo treinador José Maria Paiva, no dia 25/8/1990, quando ainda não havia completado 17 anos de idade. No ano seguinte, após grande performance numa competição nacional de base, foi negociado com o Vasco/RJ e ganhou o mundo de forma espetacular depois de brilhar no Grêmio/RS, onde até hoje é lembrados por seu faro de artilheiro.
A série de copos colecionáveis do Ferroviário já chega a seu oitavo número e traz Mário Jardel
Dez anos atrás, antes de pendurar as chuteiras, Jardel voltou ao Ferroviário gerando muita empolgação na ocasião. De forma completamente inédita, a apresentação do filho pródigo aconteceu em rede de televisão para todo o Estado do Ceará, ao vivo, durante a transmissão pela TV Verdes Mares do jogo Icasa 3×4 Ferroviário, no dia 1° de fevereiro de 2009. Jardel vestiu a camisa coral no ar e anunciou seu retorno, convocando o torcedor coral para sua volta triunfal de helicóptero, três dias depois, no Elzir Cabral, num dos momentos mais emblemáticos do futebol cearense em todos os tempos. Cerca de um mês depois, após intensiva preparação física, em um Estádio Elzir Cabral completamente lotado, Jardel entrou aos 28 minutos do segundo tempo e voltou a vestir a camisa coral depois de 18 anos. Aos 37 minutos, após cruzamento da direita, a bola chegou no peito do centroavante, que tirou a marcação do zagueiro e, com uma facilidade impressionante, chutou por cobertura, marcando um golaço, naquele que foi o seu primeiro gol no profissional do Ferrão. A volta de Jardel ao time que o projetou teve repercussão mundial, principalmente em Portugal, onde foi ídolo das torcidas do Porto e do Sporting de Lisboa. Pra rememorar a grandeza daquele momento, o Almanaque do Ferrão reproduz abaixo o vídeo daquele belo gol e toda emoção do momento em matéria do Globo Esporte nacional no dia seguinte.
Ex-atacante Pacoti estampa o segundo número da série de copos colecionáveis ´Legendários`
Depois de homenagear o ex-goleiro Marcelino no lançamento da primeira edição de copos colecionáveis de sua história, a coleção chega nessa semana ao exemplar de número dois e o ex-atacante Pacoti estampa o inédito mimo coral. Intitulada de ´Legendários`, a série de copos presta homenagem a ex-jogadores que tenham alcançado feitos inéditos ou pioneiros em suas carreiras. No caso do novo homenageado, Pacoti foi o primeiro jogador coral a atuar profissionalmente no futebol europeu, onde defendeu a camisa do Sporting de Lisboa no início da década de 1960, chegando inclusive a defender o clube português em uma edição da hoje famosa Champions League, constituindo-se como uma verdadeiro pioneiro nesse aspecto e abrindo o caminho para outros atletas que trilharam o mesmo caminho nas décadas seguintes como Mirandinha e Jardel. Simpático e carismático, Pacoti é muito querido pela torcida do Ferroviário e já serviu até de garoto propaganda em campanha do Governo do Estado do Ceará, conforme anúncio abaixo veiculado em outdoors na cidade de Fortaleza e em outras mídias publicitárias no início dos anos 2000. Homenagem mais do que merecida ao grande Pacoti, agora como Legendário em copos comercializados exclusivamente no estádio durante as partidas do Ferrão pela Série C do Brasileirão desse ano. Esse é contra o Globo/RN amanhã no Castelão.
Pacoti em campanha promocional do Governo do Estado do Ceará no início dos anos 2000
Pacoti, o artilheiro implacável do Ferroviário na década de 1950, vai virar tema de livro em breve. A iniciativa é do escritor cearense Saraiva Júnior, que há alguns anos vem trabalhando arduamente nas pesquisas e entrevistas para a obra. Francisco Nunes Rodrigues é o nome de batismo de Pacoti, que nasceu na cidade de Quixadá e se consagrou no futebol cearense vestindo a camisa do Ferrão, depois ganhou o mundo e brilhou no Sport/PE, Vasco/RJ e até no exterior, no Sporting de Lisboa, quando teve a honra de ser o primeiro cearense a disputar a famosa Liga dos Campeões da Europa, a Champions League, na temporada 1961/62, quando seu clube foi eliminado em 2 jogos contra o Partizan, da Iugoslávia, na fase pré-eliminatória da competição. Atualmente, Pacoti tem 82 anos de idade e reside no bucólico bairro da Praia de Iracema, em Fortaleza.
Pacoti na Calçada da Fama da Arena Castelão
Pacoti teve duas passagens no Ferroviário, a primeira de 1955 a 1958 e a outra no final de sua carreira, entre 1966-1967, totalizando 78 jogos e 51 gols marcados com a camisa coral. Em 2013, seu nome foi escolhido na campanha ´Time dos Sonhos` e entrou definitivamente para a galeria dos maiores jogadores da história coral. No final do ano passado, Pacoti foi homenageado na Arena Castelão com seus pés eternizados na ´Calçada da Fama` daquela praça esportiva. A obra sobre o velho ´Pacote`, como é carinhosamente chamado pelos amigos mais próximos, será a segunda incursão literária do escritor Saraiva Júnior no futebol cearense, a primeira foi o livro sobre a carreira do craque Mozart, que foi companheiro de do próprio Pacoti no Ferroviário no ano de 1966.