Aparentemente a temporada de 2017 acabou em pleno mês de maio para o Ferroviário. Exatamente como no ano passado. E como em vários outros anos também. A participação coral na Taça Fares Lopes desse ano é incerta e até desnecessária sob a ótica da busca por resultados esportivos que valham realmente a pena. A diferença é que antes o torcedor olhava pro futuro e não via perspectivas de um calendário diferente no ano seguinte. Agora, sabemos que além do campeonato cearense da 1ª divisão, em 2018, teremos Copa do Brasil, Série D do campeonato brasileiro e até a Copa do Nordeste, que o Ferrão não disputa desde 1999. É bom não esquecer que o Ferrão foi um dos articulares para o surgimento desta competição nos anos 90. Depois, em meio à perda de prestígio político e enfraquecimento esportivo ano após ano, nunca mais dela participou, nem quando eram distribuídos convites para as principais equipes da região.
O que mudou? É importante saber exatamente como tudo isso foi conquistado, principalmente quando não se pode afirmar que tudo isso foi fruto de um planejamento construído em bases sólidas. Não foi. Sabe-se que o Ferroviário sequer sabia que disputaria a 1ª divisão cearense em 2017. Cerca de 3 semanas antes do início dos jogos, entre os feriados do fim de ano, surgiu a boa nova e começou a correria para colocar um time em campo. A exiguidade de tempo nos deu um time que mais empatava do que ganhava, que marcava poucos gols, que a articulação ofensiva do meio campo era quase inexistente em vários jogos, etc. Tudo compreensível. Certamente foi a garra e a disposição dos jogadores dentro de campo, unidos de forma familiar até fora dele, além de uma arregimentação heroica de dirigentes e conselheiros que também fizeram a diferença. Nada como a união nos bastidores corais. Sabemos muito bem o que pode acontecer de catastrófico quando ela não existe. O fato é que o Ferroviário agora pode ter um futuro promissor se souber realmente conceber o tão sonhado planejamento construído em bases sólidas, desde a formatação do elenco, da manutenção dos principais jogadores da atual temporada, do uso correto e honesto dos recursos financeiros garantidos para o ano que vem, entre várias outras coisas. O futuro a Deus pertence. Mas como dizia o antigo slogan do primeiro projeto Sócio Torcedor do Ferrão há quase dez anos, o futuro não é mais como costumava ser. Agora parece que sim.