Engana-se quem pensa que jogos aos domingos de manhã foram privilégio da temporada de 1997. Houve alguns casos semelhantes na história. Em 27 de setembro de 1981, o Ferrão entrou em campo às 9h da matina para enfrentar o América/CE pelo 3º Turno do Campeonato Cearense. O vídeo com os gols daquela partida estão agora resgatados pelo Almanaque do Ferrão. O jovem artilheiro Roberto Cearense marcou dois gols, o último de bela feitura, que acabou sendo escolhido o gol mais bonito do Fantástico, o famoso programa dominical da Rede Globo. O Mequinha saiu na frente e saiu vencedor no primeiro tempo, mas Roberto marcou o gol de empate num lance que já mereceu postagem anterior aqui no blog. O segundo gol coral foi marcado pelo famoso piauiense Sima, em sua única temporada no futebol cearense, ele que teve grandiosa carreira no futebol nordestino. Treinado por Moésio Gomes, o Tubarão da Barra venceu com Salvino, Paulo Maurício, Paulo César Piauí, Nilo (Darci Munique) e Roner; Augusto, Meinha e Sima; Jangada (Paulo César Cascavel), Roberto Cearense e Babá. Comandado por Alberto Damasceno, o América da Dom Manoel perdeu com Marcelino, Cafifa, Artur, Júlio e Rebelde; Chiquinho (Maurício), Pinto e Mano; Brito, Jorge Costa e Vento (Artur II). O jogo foi dirigido pelo árbitro Edson Carneiro e o PV recebeu 2.882 pagantes. Naquela fase da competição, o Ferroviário tinha um meio campo de grande respeito, todo importado do futebol piauiense. Enquanto durou e esteve em campo, o trio Augusto, Meinha e Sima perdeu apenas um jogo com a gloriosa camisa coral.
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ROBERTO CEARENSE MARCAVA EM CIMA DE MARCELINO HÁ 40 ANOS

O registro fotográfico acima completou quarenta anos. Foi o primeiro gol do centroavante Roberto Cearense contra o América/CE, no PV, num domingo de manhã. O tento foi assinalado em cima do histórico goleiro Marcelino, que estava em final de carreira. O Ferrão venceu o jogo por 3×1 e Roberto Cearense teve a oportunidade ainda de marcar o gol mais bonito do “Fantástico”, fato este já destacado aqui no blog em 2016. Treinado por Moésio Gomes, o Tubarão da Barra jogou com o futebol de Salvino, Paulo Maurício, Paulo César Piauí, Nilo (Darci Munique) e Roner; Augusto, Meinha e Sima; Jangada (Paulo César Cascavel), Roberto Cearense e Babá. Comandado por Alberto Damasceno, sentado no banco como treinador da equipe, o antigo Diabo Rubro da Dom Manuel perdeu com um time cheio de veteranos: Marcelino, Cafifa, Artur, Júlio e Rebelde; Chiquinho (Maurício), Pinto e Mano; Brito, Jorge Costa e Vento (Artur II). Menção honrosa para o meio campo piauiense do Ferrão: Augusto, Meinha e Sima, este último autor do outro gol coral na partida. Abaixo, aos 35 segundos do vídeo, você confere o gol do Ferrão que resultou no retrato acima.
NARRAÇÃO DE UMA VIRADA DO FERRÃO EM CIMA DO FORTALEZA
Esse jogo já mereceu destaque aqui no blog com o resgate do vídeo da época. Estamos falando de uma virada histórica do Ferroviário, em 1981, em cima do Fortaleza. O jogo foi válido pelo Hexagonal decisivo do 2º turno do Estadual daquele ano. O Tricolor do Pici abriu 2×0 no placar, logo aos 16 minutos de jogo, mas o Tubarão da Barra se impôs na partida e conquistou a vitória de forma sensacional. Abaixo, você confere o áudio com a narração histórica e vibrante de Gomes Farias, pela Rádio Verdes Mares de Fortaleza, com a participação dos repórteres de campo Bezerra de Menezes e Cleiton Monte. Os atacantes Mazolinha e Evilásio marcaram para o Leão, enquanto Meinha, Jangada e o craque Sima assinalaram para o time coral. O jogo aconteceu no Castelão e teve um público de 10.101 pagantes. A partida foi dirigida por Luis Vieira Vila Nova. Aperte o Play e volte quarenta anos no tempo.
VITÓRIA DE VIRADA COM GOL DECISIVO DO PELÉ DO NORDESTE
Confira o vídeo acima. É um Clássico das Cores em agosto de 1981. O Fortaleza fez 2×0 logo aos 16 minutos do primeiro tempo. O Ferrão voltou na etapa final disposto a mudar o rumo do jogo e conseguiu uma vitória histórica com gols de Meinha, Jangada e Sima, o Pelé do Nordeste. Assim era a alcunha do craque piauiense Sima, que o Ferroviário foi buscar por empréstimo junto ao River/PI no momento em que negociou em definitivo o ídolo Jacinto para o Cruzeiro/MG. Sima não chegou a brilhar na Barra do Ceará, mas foi um grande nome do futebol nordestino a vestir a gloriosa camisa coral em 38 partidas em 1981. Naquela tarde no Castelão, o habilidoso Sima resolveu a parada a favor do Tubarão da Barra, marcando um belo gol no clássico, que marcou a estreia do zagueiro gaúcho Darci Munique. Repare que na etapa inicial foram utilizadas as camisas com listras na diagonal. No segundo tempo, os jogadores vestiram a camisa tradicional da época que trazia exatamente três listras na horizontal.
Depois da saída do treinador uruguaio Juan Alvarez um mês antes, o Ferrão era treinado por Moésio Gomes. Naquele domingo, ele mandou à campo a seguinte formação: Salvino, Laércio (Jorge Bonga), Darci Munique, Nilo e Jorge Henrique; Doca, Meinha e Sima; Jangada, Paulo César Cascavel e Paulinho (Babá). O Fortaleza do técnico Jálber Carvalho jogou com Sérgio Monte, Alexandre, Artur, Lineu e Clésio; Chinesinho (Pinheirense), Odilon e Jadir (Dedé); Mazolinha, Evilásio e Dudé. Os gols do tricolor foram marcados por Evilásio e Mazolinha. O jogo aconteceu no Castelão e teve um público de 10.101 pagantes. A partida foi dirigida por Luis Vieira Vila Nova.
Na equipe coral, além do zagueiro estreante Darci Munique, destaque para o jovem lateral direito Laércio, que disputava apenas seu segundo Clássico das Cores na categoria profissional, bem como a presença do ponta esquerda Paulinho, ele que havia sido cedido pelo Cruzeiro na negociação que envolveu a compra do passe do craque Jacinto. Porém, os holofotes do jogo ficaram mesmo em cima do piauiense Sima, que decidiu o jogo. Simão Teles Bacelar é seu nome completo. Ele reside hoje em Teresina, onde foi dez vezes campeão estadual e onze vezes artilheiro do campeonato piauiense. A foto ao lado é um dos raros registros do jogador com a gloriosa camisa do Ferroviário de listras diagonais utilizada em 1981. No mês passado, Sima completou 72 anos de idade. Sua carreira no futebol teve início em 1966 no Piauí Esporte Clube e durou até a temporada de 1987, quando pendurou as chuteiras defendendo mais uma vez o River. Em 2014, Sima ganhou uma grande homenagem: a versão regional do Prêmio Arthur Friedenreich, dado anualmente ao artilheiro do Nordeste na temporada, recebeu o nome de Prêmio Sima exatamente em reconhecimento ao seu talento como craque e goleador.
GRANDE VITÓRIA DO FERRÃO EM CIMA DO LEÃO NO ESTADUAL DE 1981
Os gols acima aconteceram há quase 40 anos. Foi no dia 8 de novembro de 1981, quando Ferroviário e Fortaleza jogaram pelo campeonato cearense no Castelão. O ponta direita Jangada, recentemente falecido, e o ponta esquerda Babá marcaram os gols do Ferrão. Essa vitória foi muito comemorada pois sacramentou a vaga do time coral no campeonato brasileiro do ano seguinte, já que a derrota tirou as chances do Fortaleza de conquistar a vaga para a competição nacional. O goleiro Salvino, atuando pelo Tubarão da Barra, foi o grande nome do jogo. De curioso, Moésio Gomes e Lucídio Pontes, dois renomados treinadores do futebol cearense, em lados opostos. Identificado com o Fortaleza, Moésio era o técnico coral nesse jogo, enquanto que Lucídio, de profunda identificação com o Ferroviário, treinava o Leão na ocasião. Confira as escalações: o Ferrão alinhou com Salvino, Jorge Henrique, Paulo César Piauí, Nilo (Paulo Maurício) e Roner; Doca, Meinha e Sima. Jangada, Roberto Cearense (Paulo César Cascavel) e Babá. Já o Fortaleza perdeu com Washington, Alexandre, Lineu, Luiz César e Clésio; Nélson, Jadir e Brás (Chinesinho); Izone (Viegas), Evilásio e Dudé. O jogo foi válido pelo hexagonal decisivo do 3º turno e teve Luís Vieira Vila Nova no apito, diante de 3.467 pagantes. No vídeo acima, destaque para o golaço de Babá, de falta, em cima do goleiro Washington, que cinco anos depois jogaria no Ceará. No Ferrão, o meia Sima, o maior craque da história do futebol piauiense, vestia a camisa de número 10 do Tubarão da Barra.
FALECEU O EX-PONTA DIREITA JANGADA DA TEMPORADA DE 1981
Luis Carlos Alves Oliveira faleceu essa semana. Aos 69 anos de idade, vítima de uma AVC, o ex-ponta direita, conhecido como Jangada, partiu do plano terrestre. Gáucho, nascido na cidade de Canoas, ele saiu da base do Internacional/RS e jogou no Pelotas, América de Natal, Sport de Recife e nos três principais times da Paraíba. Atuou também com destaque no Ceará, de onde chegou para o Ferroviário no início da temporada de 1981. Na Barra do Ceará, foram 57 jogos e 18 gols marcados entre partidas oficiais e amistosas. Atuou numa equipe forte que tinha nomes como Sima, maior craque da história do futebol piauiense, Roberto Cearense, Meinha, Salvino, Ramirez, entre outros. Certa vez, aqui no blog, registramos uma fotografia de um pênalti perdido por Jangada contra o Atlético Mineiro no Brasileiro de 1981. No dia 28 de janeiro daquele ano, marcou dois gols contra o Fluminense/RJ numa vitória histórica por 4×1 diante do campeão carioca. Na ocasião, o recém saído das bases corais, Roberto Cearense anotou os outros dois tentos. É com as imagens desses dois gols de Jangada no Castelão, o segundo e o terceiro contra o tricolor carioca, que o Almanaque do Ferrão homenageia o ex-ponta direita do Ferroviário. Que sua alma possa descansar em paz.
CAMISA COM LISTRAS NA DIAGONAL VOLTAM A SER USADAS APÓS 37 ANOS
Depois de apresentar um modelo dourado e outro laranja na época da segunda divisão cearense, o Ferrão voltou a inovar em relação a seu uniforme de jogo. Dessa vez, a novidade não está relacionada com a terceira camisa, mas sim com a primeira. Depois de 37 anos, o Tubarão da Barra volta a utilizar o padrão branco com listras corais na diagonal. Diferente do modelo utilizado pela última vez na temporada de 1981, a camisa atual simplifica, moderniza e apresenta apenas uma listra vermelha e outra preta na diagonal. Pra variar, houve quem gostou, mas também quem odiou, porém ninguém pode negar a óbvia referência histórica da nova camisa coral.
A camisa com listras diagonais foi utilizada muitas vezes no Campeonato Cearense de 1978, conforme já mostrado aqui no Almanaque do Ferrão através do resgate inédito do vídeo de um gol do ex-lateral Ricardo Fogueira, contra o Fortaleza, além da postagem sobre o deputados estaduais eleitos naquele ano. Depois, esse modelo passou a ser utilizado algumas vezes nas temporadas seguintes, revezando com o padrão branco de listras horizontais e com o uniforme coral de listras verticais. Em 1981, o Ferroviário disputou suas últimas partidas com a camisa de listras diagonais, numa época em que o clube contava com nomes como o goleiro Procópio, o zagueiro Darci Munique, o craque piauiense Sima, o centroavante Roberto Cearense e o ponta esquerda Paulinho, ex-Cruzeiro/MG, cedido ao Ferrão como parte da negociação da compra do cearense Jacinto por parte do time mineiro. Portanto, ao inovar em 2018 com uma adaptação nova para aquele modelo antigo, o Ferroviário faz uma conexão histórica com seu próprio passado.