ESTREIA CORAL NO CAMPEONATO BRASILEIRO DE 1991 CONTRA O ABC

Há trinta anos, o Ferroviário Atlético Clube fazia sua estreia, fora de casa, na Série B do Campeonato Brasileiro. O adversário foi o ABC/RN, em jogo realizado no Estádio Machadão, em Natal. Acima, confira os gols daquela partida realizada no dia 27 de janeiro de 1991. O artilheiro Jorge Veras marcou para o Ferrão, enquanto que Silvinho empatou para o alvinegro potiguar. Treinado por Humberto Maia, o Tubarão da Barra formou naquele jogo com o futebol de Osvaldo, Ednardo, Valdecy, Aldo e Nílton; Júnior Piripiri, Basílio, Marcelo e Ademir Patrício; Magno e Jorge Veras. O ABC, do técnico Givanildo Oliveira, jogou com Washington, Kléber, Edson, Tote e Lotti; Lito, João Carlos e Silvinho; Zinho, Valdo (Odilon) e Rildon. O árbitro dessa partida foi Elias C. da Silva e 2.540 pessoas pagaram ingresso no Machadão. Apesar da boa performance na estreia, o Ferroviário não passou da primeira fase da competição, que tinha na chave coral, além do ABC de Natal, confrontos contra Ceará, Fortaleza, América/RN, Moto Clube/MA, Auto Esporte/PI e Parnaíba/PI, em jogos de ida e volta.

RETROSPECTIVA HISTÓRICA DE TODOS OS JOGOS COM O SAMPAIO CORRÊA

Giordano campeão no Sampaio Corrêa em 1984

Quando se enfrentarem nesse domingo, dia 26, no estádio Castelão, em São Luis, Ferroviário e Sampaio Corrêa estarão realizando a 12ª partida na história. Os confrontos entre ambos começaram a partir de 1947 e foram disputados em caráter amistoso ou por competições não oficiais por trinta anos. Somente dez anos depois, em 1987, as duas equipes se enfrentaram em dois jogos pela Série B do campeonato brasileiro. Mais dez anos à frente, outros dois jogos, dessa vez em caráter eliminatório para definir os semifinalistas da Série C do campeonato nacional de 1997, um deles disputado inclusive no PV, num domingo ensolarado pela manhã. Ao todo são seis vitórias do Ferrão, um empate e quatro vitórias do time maranhense em retrospectiva. Vale lembrar que o Sampaio Corrêa já mandou vários jogadores para o Ferroviário, entre eles um pacote de cinco reforços na temporada de 1966. O oposto também é verdadeiro. Marcelino, lendário goleiro coral na década de 1970, atuou no Sampaio Corrêa, assim como o ex-goleiro Giordano exatamente na década seguinte. Abaixo, todos os jogos entre os dois preliantes da próxima rodada.

Jogo 01: 05/06/1947 – Ferroviário 2×1 Sampaio – PV – Amistoso
Jogo 02: 09/02/1962 – Ferroviário 0x0 Sampaio – PV – Torneio Moisés Pimentel
Jogo 03: 21/01/1966 – Ferroviário 2×1 Sampaio – PV – Triangular do Ferroviário
Jogo 04: 01/12/1970 – Sampaio 0x1 Ferroviário – Nhozinho Santos – Taça J. Ribamar
Jogo 05: 02/08/1974 – Sampaio 0x2 Ferroviário – Nhozinho Santos – Amistoso
Jogo 06: 22/09/1977 – Sampaio 1×2 Ferroviário – Nhozinho Santos – Amistoso
Jogo 07: 14/10/1977 – Sampaio 1×0 Ferroviário – Nhozinho Santos – Amistoso
Jogo 08: 21/10/1987 – Ferroviário 3×1 Sampaio – PV – Brasileiro Série B
Jogo 09: 28/10/1987 – Sampaio 1×0 Ferroviário – Nhozinho Santos – Brasileiro Série B
Jogo 10: 26/10/1997 – Ferroviário 0x1 Sampaio – PV – Brasileiro Série C
Jogo 11: 01/11/1997 – Sampaio 4×0 Ferroviário – Castelão – Brasileiro Série C

FERRÃO E TREZE/PB: TRADIÇÃO NA FINAL NA SÉRIE D DO BRASILEIRÃO

Anúncio no Diário do Nordeste convocando a torcida para o jogo da Série A do Brasileirão em 82

O adversário do Ferroviário na grande final da Série D do campeonato brasileiro de 2018 é o Treze/PB. Os dois são velhos conhecidos do futebol nordestino e já se enfrentaram 24 vezes até o momento. O Ferrão leva uma ligeira vantagem no número de vitórias em cima do time paraibano: 10 vitórias, 5 empates e 9 derrotas desde que se enfrentaram pela primeira vez num amistoso na cidade de Fortaleza em 1949. Os finalistas da Série D de 2018 gozam ainda de um grande retrospecto em suas trajetórias históricas: já se enfrentaram 14 vezes em todas as quatro divisões do futebol brasileiro, o que reforça ainda mais a rivalidade entre ambos na grande decisão desse ano. Além da tradicional competição nacional, também já se enfrentaram uma vez pelo Nordestão em 1970, seis vezes em amistosos e três vezes por torneios comemorativos nas décadas de 1950 e 1960. Sem dúvida, temos uma final de Série D de grande representatividade, que se junta a nomes históricos de atletas conhecidos que vestiram os dois tradicionais uniformes como Zé Luiz, Gilson Baiano, Eron, Hélio Show, Manuel de Ferro, Rocha, Ruivo, Ronaldinho, Getúlio, Jangada, Olímpio, Wilson, Gilmar, Hermes, Fernando Canguru, entre outros.

Jorge Veras: 4 gols em 92

Em termos de campeonato brasileiro, como não lembrar do jogo entre ambos pela Série A de 1983 quando o atacante Almir marcou duas vezes na vitória coral por 2×1 no PV em Fortaleza? Dias depois, o Treze devolveu o mesmo placar no jogo de volta realizado em Campina Grande. Um ano antes, o jornal Diário do Nordeste chegou a publicar um anúncio convocando o público para torcer ´Ferrim` no jogo entre ambos no Castelão, em campanha que envolveu também um breve comercial veiculado na TV Verdes Mares narrado por Gomes Farias exatamente a partir do texto do anúncio impresso. O Treze/PB estragou a festa e marcou 2×0 com gols de Wilson e João Paulo. Ao todo, foram 4 jogos pela Série A. Em termos de Série B, houve apenas um jogo, em 1986, na estreia de ambos no campeonato nacional, vencido pelo time paraibano em Campina Grande, que tinha como goleiro o já experiente Jorge Hipólito, velho conhecido do público cearense. Pela Série C foram 7 jogos, talvez o mais inesquecível para a torcida coral tenha sido a partida realizada em 01/04/1992, vitória coral por 5×3 com quatro gols do ídolo Jorge Veras, ele que coincidentemente também esteve presente em campo no jogo pela Série A em 1983. Diga-se de passagem, o Ferrão nunca perdeu para o Treze/PB num jogo de Série C e só na edição de 2006 foram quatro confrontos entre ambos. Na Série D, foram apenas duas partidas até hoje, sendo uma vitória para cada lado. Agora na finalíssima de 2018, teremos mais dois empolgantes jogos. Em 2019, promovidos com justiça à Série C, certeza de mais compromissos entre esses dois importantíssimos times do futebol nordestino, que acabaram de provar para todo o Brasil o gigantismo do nosso futebol. Por fim, que tal rever os gols do jogo de 1983 pela Série A em Fortaleza? É só conferir o vídeo abaixo.

FERROVIÁRIO FEZ HOJE O JOGO DE NÚMERO 3.500 EM SUA HISTÓRIA

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Quando entrou em campo nesse domingo na cidade de Nova Russas, interior do Ceará, o Ferroviário fez o jogo de número 3.500 em sua história. O jogo valeu pela quinta rodada do campeonato cearense da segunda divisão e foi realizado no estádio Mouraozão. Foi a segunda partida coral naquela localidade contra o time do Nova Russas. A primeira foi numa partida amistosa em janeiro de 2012. O Almanaque do Ferrão recorda abaixo uma relação de jogos emblemáticos intercalados por 5 centenas de adversários ao longo da história coral:

Jogo 0001: 13/05/1934 – Ferroviário x Vai ou Racha – Amistoso – Passeio Público
Jogo 0500: 03/12/1955 – Ferroviário 0x6 Usina Ceará – Cearense – PV
Jogo 1000: 02/02/1967 – Ferroviário 1×0 Calouros – Taça Fortaleza – PV
Jogo 1500: 06/06/1976 – Ferroviário 0x1 Icasa – Cearense – Romeirão
Jogo 2000: 12/02/1984 – Ferroviário 0x3 ABC/RN – Brasileiro – Castelão
Jogo 2500: 31/10/1993 – Ferroviário 2×3 América/RN – Brasileiro – PV
Jogo 3000: 27/08/2002 – Ferroviário 2×0 Sel. Caucaia – Amistoso – Raimundo Rôla
Jogo 3500: 22/03/2015 – Ferroviário 4×2 Nova Russas – Cearense – Mouraozão

WIKIPÉDIA CREDITA TÍTULO QUE SIMPLESMENTE NUNCA OCORREU

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Print da tela do Wikipedia que erroneamente fala de uma pseudo Taça Nordeste em 1971

A inteligência coletiva tem seus riscos. É só procurar dados sobre os mais diversos temas na Wikipédia e encontraremos algumas inconsistências que acabam passando como verdade. É o caso do pseudo vice-campeonato do Nordeste, em 1971, creditado ao Ferrão. Na realidade, essa competição sequer existiu. Curioso é que o “campeão” Itabaiana/SE pleiteia junto à CBF a oficialização do título. Coisa pra inglês ver.

1971 foi o ano do primeiro campeonato nacional integrado organizado pela antiga CBD, que tinha em suas hostes gente ligada a Arena, partido político que dava sustentação à ditadura militar. Dono da maior torcida, o Ceará foi o indicado pela Federação como o único representante cearense na nova competição. Uma espécie de segunda divisão regionalizada, a Série B, foi criada com times separados basicamente em três grandes regiões: nordeste, norte e sul/sudeste, obedecendo o contexto de nacionalização que o governo militar exigia do futebol.

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Lucídio Pontes e Borba Filho recebem o grupo de jogadores do Ferroviário na temporada de 1971

Após enfrentar Calouros, Fortaleza e Guarany de Sobral numa seletiva, o Ferrão ganhou o direito de disputar a Série B do campeonato nacional. Pelo regulamento da competição, somente o primeiro lugar pegaria o representante da região norte num mata-mata. O Itabaiana/SE conseguiu esse direito. O Ferrão ficou em 2° lugar. Por muito pouco o time coral não passou para o confronto eliminatório com o Remo/PA, classificado na região norte. Num jogo em Aracaju que o Ferrão teve um gol lícito anulado e Coca-Cola ainda perdeu um pênalti, o Itabaiana segurou o empate em 1×1 e seguiu adiante.

Depois de passar pelo Itabaiana/SE, o Remo/PA enfrentou o vencedor da chave do sul/sudeste, o Villa Nova/MG, sendo o clube mineiro o primeiro campeão da Série B do campeonato brasileiro. Sob o comando do treinador Borba Filho e do então fisicultor Lucídio Pontes (ambos em pé na foto acima), o Ferrão terminou em 6° lugar no cômputo geral, em meio a 23 equipes, o que não deixa de ser uma boa colocação em se tratando da estreia coral na competição que até hoje é a mais importante do calendário brasileiro.