HOMENAGEM CORAL AO MAIOR CRAQUE DO FERRÃO NOS ANOS 1990

Terceiro copo da coleção Legendários será vendido no jogo contra o Treze/PB na Arena Castelão

Que o ex-jogador Acássio teve uma passagem magistral pelo Ferroviário Atlético Clube na década de 1990, todo o futebol cearense sabe. O que ninguém sabia é motivo, agora, de reconhecimento por parte do clube e coloca o ex-craque na condição de ´Legendário` na série de copos colecionáveis lançados pela direção de marketing durante a atual temporada. O baiano bom de bola é simplesmente o ex-atleta coral que mais gols marcou na dupla Ceará e Fortaleza, contabilizados todos os clássicos estaduais da história. Foram 26 gols anotados na rede dos dois tradicionais rivais, superando a marca de grandes artilheiros e nomes históricos do Ferrão como Amilton Melo (7 gols), Pacoti (9 gols), Luizinho das Arábias (10 gols), Batistinha (9 gols), Macaco (21 gols), Fernando (22 gols), Zé de Melo (19 gols), Paulo César (12 gols), Jorge Veras (14 gols), Betinho (14 gols), Pipi (20 gols), entre outros. Ninguém fez mais gols que Acássio em clássicos estaduais vestindo a camisa coral, numa passagem que durou de 1993 a 1998, sendo 132 jogos e 74 gols marcados no total. Estamos falando simplesmente do maior craque do futebol cearense na década de 1990.

Imagem de divulgação do novo copo do Ferrão

Para fins de comparação, peguemos os dois maiores jogadores dos rivais, mais ou menos, no mesmo período: Sérgio Alves e Clodoaldo. Sérgio Alves foi cantado em prosa e verso como o “carrasco” do Fortaleza vestindo a camisa do Ceará. Ele marcou 30 gols em clássicos estaduais, sendo 22 contra o Leão e 8 contra o Ferrão. Já Clodoaldo, ídolo do Fortaleza, marcou 32 gols em clássicos, sendo 14 contra o Ferrão e 18 contra o Ceará. Dos 26 gols de Acássio em clássicos, 6 foram contra o Ceará e, simplesmente, 20 foram contra o Fortaleza. Acássio é igualmente carrasco do Fortaleza, segundo os números. Leve-se ainda em consideração que Acássio, entre os três, é o que tem menos jogos pelo seu clube, pois no período de cinco anos que esteve no Ferrão, sempre despertou o interesse de equipes de outros estados, acumulando saídas por empréstimo para o Sport de Recife, Vasco da Gama e até para o futebol da Tunísia. Sérgio Alves também teve destaque em outros times do futebol brasileiro onde foi ídolo, jogou na Europa e também no Ferrão, numa memorável equipe na temporada de 2006. Já o Fortaleza foi o único time brasileiro onde Clodoaldo obteve destaque, onde será tratado eternamente como ídolo. Vale lembrar que ele jogou no Ferrão no final da carreira.

Acássio dando entrevista no PV

Por fim, os números descobertos sobre a excelente performance do craque Acássio contra Ceará e Fortaleza o qualificam para a coleção ´Legendários` da primeira edição de copos colecionáveis do Ferrão na história. Todo mundo sabia que o meia atacante baiano teve uma passagem simplesmente genial, ele já até mereceu postagem aqui no blog, só não se sabia o peso dos números incontestáveis que o qualificam para estampar o terceiro número dos copos do Ferrão à venda, no próximo dia 10, contra o Treze/PB, em jogo válido pela Série C do campeonato brasileiro desse ano. Quer matar a saudade de Acássio e seus gols? Vale a pena reprisar o vídeo abaixo. É cada golaço que raramente se vê hoje no futebol brasileiro. Acássio foi craque e é legendário! Quem duvidar disso não entende nada de futebol.

SPORT 3X3 FERRÃO: UM JOGO ÉPICO PARA SER ETERNAMENTE LEMBRADO

O Ferrão viveu na noite de ontem um momento épico que será lembrado daqui a cem anos. Pela primeira vez na história, o time coral passou para a terceira fase da Copa do Brasil e o feito aconteceu de uma forma simplesmente emocionante. Jogando na Ilha do Retiro, em Recife, estádio de propriedade do adversário Sport/PE, enfrentando um time justamente da Série A nacional e com um orçamento infinitamente superior ao do Tubarão da Barra, a classificação teve requintes de extrema emoção e repercutiu em todos os noticiários do país. Sem dúvida, um feito histórico, épico e inesquecível sob todos os aspectos porque o Ferrão perdia por 3×0 até os 30 minutos do 2º tempo e. empatou o jogo em 11 minutos, levando a partida para os pênaltis. Venceu por 4×3 nas penalidades e passou de forma inédita para a terceira fase da competição. O vídeo abaixo vale a pena ser assistido várias vezes. Trata-se da edição com os gols do jogo.

Estamos falando de um dos jogos mais emblemáticos da trajetória de 85 anos do Ferroviário Atlético Clube. O recém contratado Mazinho marcou duas vezes e Valdeci empatou a partida, que teve transmissão para todo o pais pela Fox Sports, emissora que detém os direitos de transmissão da Copa do Brasil. Hoje, os jornais cearenses amanheceram estampando o grande feito coral em manchetes de capa. Além disso, todos os programas esportivos pelo território brasileiro comentaram a vitória de Davi em cima de Golias, metáfora usada pelo ex-atacante Sérgio Alves em seu comentário diário na TV Jangadeiro de Fortaleza, onde partida do programa ´Futebolês` com uma equipe de primeira linha. Em síntese, o dia 15/02/2018 será para sempre lembrado como um dos jogos mais épicos da história coral e de todo o futebol cearense.

EMPATE NA ESTREIA E RETORNO BOMBÁSTICO DE UMA CRIA CORAL

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Ferroviário Atlético Clube na estreia em 2017 contra o Fortaleza – Em pé: Raul Muller, Túlio, Erandir, Mimi, Gustavo e Mauro; Agachados: Valdeci, Vitinho, Jeanderson, Maxuell e Jonathas.

Eis o Ferroviário que entrou em campo acima pela vez de número 3.562 em sua história. O retorno coral à Série A do campeonato cearense não poderia ser melhor: um bom número de torcedores no Castelão, uma apresentação de igual pra igual contra o Fortaleza e uma série de boas expectativas a partir de então. O placar de 2×2 foi injusto para o Tubarão da Barra, que poderia ter marcado o terceiro gol em, pelo menos, três chances claras de gol antes do final do jogo. Sob o comando do técnico Marcelo Vilar, confira a escalação do Ferrão contra o Leão: Mauro, Gustavo, Erandir, Túlio e Jeanderson; Jonathas, Mimi (Glauber), Valdeci (Adilton) e Raul Muller (Carlos Alberto); Vitinho e Maxuell. Dos que atuaram, a dupla Erandir e Túlio, o volante Jonathas, além de Valdeci e do artilheiro Maxuell, que marcou dois gols no ´Clássico das Cores`, são remanescentes da equipe que disputou a segunda divisão local na temporada passada.

Atacante Mota está de volta ao Ferrão

Porém, outra boa nova foi anunciada pela direção coral no dia seguinte ao empate contra o Fortaleza: o retorno, depois de 20 anos, do atacante Mota. Foi exatamente na temporada de 1997, ainda prestes a completar 17 anos de idade, que ele atuava nas equipes de base do Ferroviário. Naquela mesma temporada, participou de uma única partida pelo time profissional em toda a história, lançado pelo treinador Luiz Carlos Cruz na vitória por 2×0 em cima do Potiguar de Mossoró, no Estádio Nogueirão, no Rio Grande do Norte, pelo campeonato brasileiro. Depois de brilhar no futebol brasileiro, onde foi campeão nacional pelo Cruzeiro/MG em 2003, Mota está de volta para encerrar a carreira onde tudo começou. O jogador espera estar apto fisicamente para atuar ainda na segunda quinzena desse mês. Seu último clube foi o Bragantino/SP, na já distante temporada de 2014, quando atuou 17 vezes e marcou 2 gols. Mota está atualmente com 36 anos de idade, exatamente a idade que o artilheiro Sérgio Alves tinha quando chegou para defender o Ferroviário na temporada de 2006. Esperamos que Mota possa reeditar os gols marcados por Sérgio Alves e aumentar seu número de jogos nas estatísticas corais.

RECORDE OS GOLS DE UM DOS JOGOS MAIS EMOCIONANTES DE 2006

Recentemente a imprensa cearense recordou os 10 anos da última grande campanha do Ferrão no campeonato brasileiro, quando o time coral quase conseguiu o acesso para a Série B nacional. O Almanaque do Ferrão já recordou alguns jogos daquela campanha, inclusive a histórica vitória por 7×2 em cima do Bahia/BA. Porém, um jogo emocionante, que poucos trazem à memória, completa aniversário exatamente no dia de hoje. Estamos falando da partida contra o Ipatinga/MG, campeão mineiro de 2005, realizada no Estádio Presidente Vargas, na tarde de 26 de novembro de 2006. O jogo era duro e estava empatado em 1×1 até os 38 minutos do 2º tempo, quando o atacante Fernandinho, hoje no Flamengo/RJ, cobrou uma falta da intermediária e marcou um gol importantíssimo, pois somente a vitória interessava para o Ferroviário seguir com chances na última rodada da competição. Reveja acima dos gols daquele domingo especial para o torcedor coral.

Atacante Sérgio Alves, em foto do Jornal O Povo, comemorando mais um gol na Série C de 2006

O placar final apontou 3×1 para o Ferrão, já que Sérgio Alves, que já havia assinalado o primeiro gol, marcou ainda o terceiro, num pênalti inexistente mal marcado pelo árbitro Fernando Rogério Assis. Coube ao meia Everton marcar o único gol do Ipatinga naquela tarde. Ao final da partida, os 4.666 pagantes vibraram intensamente com a possibilidade de subir para a Série B, bastando para tal uma vitória em cima do Barueri/SP, na capital paulista, o que acabou não acontecendo três dias depois. Confira a escalação coral na histórica vitória contra o Ipatinga, no PV: Jéfferson, ,Marcos Pimentel, Nemézio, Robinho (Stênio) e Júnior Cearense; Marcelo Mendes, Dedé, Tales (Claudeci) e Everton (Cristiano); Fernandinho e Sérgio Alves. A equipe mineira, que logrou acesso para a Série B ao final do certame, perdeu com Rodrigo Posso, Márcio Gabriel, André, Matheus e Anderson; Léo Oliveira, Leandro Salino (Totó), Charles e Everton (Jessé); Joãozinho e Diego Silva (Cristian). Foi por pouco, o acesso não veio, mas ficou a grande campanha.

DEZ ANOS DE UMA VITÓRIA DE VIRADA NOS MINUTOS FINAIS

Era um 17 de agosto como hoje, só que há 10 anos. O Ferrão fazia ótima campanha na Série C nacional de 2006 e vencia o Porto de Caruaru, no PV, numa virada emocionante. O time pernambucano marcou primeiro com o jogador Arlindo e vencia por 1×0 até os 41 minutos do segundo tempo. O Tubarão da Barra fez pressão e arrancou a virada na base da garra com gols do lateral esquerdo Guarilha e do volante Marcelo Mendes, dois jogadores não muito afeitos a marcar gols. Confira no vídeo acima disponibilizado na época na Internet. Foi o jogo 3.165 da nossa história, válido pela segunda fase da terceira divisão brasileira, que teve Paulo Jorge Rodrigues como árbitro e 2.000 corais no estádio.

Marcelo Mendes: autor do gol da vitória

O jogo contra a equipe pernambucana marcou a aguardada estreia do atacante Sérgio Alves com a camisa coral. Goleador e veterano, ele entrou no segundo tempo no posto do meia Ernandes, que atuou como lateral. Treinado por Arnaldo Lira, o Ferroviário Atlético Clube jogou com Jéfferson, Marcos Pimentel, Tiago Gasparetto, Nemézio e Ernandes (Sérgio Alves); Horácio (Tales), Marcelo Mendes, Glaydstone e Diego; Stênio e Fernandinho (Guarilha). O Porto/PE perdeu com Marquinhos, Suéliton, Rodolfo, Romero e Arlindo; Anderson, Sérgio, Cléberson (Márcio) e Cleiton (Stanley); Joelson (Laelson) e Fábio Silva. A chave coral na segunda fase da Série C de 2006 tinha ainda Vitória/BA e Confiança/SE. O Ferrão conseguiu a classificação para a terceira fase e, posteriormente, chegou ao octogonal decisivo da competição, quase logrando um tão sonhado acesso para a Série B nacional.

A ÚLTIMA VEZ DO FERRÃO NUMA FINAL DAS CATEGORIAS DE BASE

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Vice-campeão cearense Sub-20 de 2012- Em pé: William Mardoch, Samuel Guerra, Del, Murillo, Cleylton, Marcelo, Everton, Lima, Lucas, Fernando Abade, Anderson Borges e Caíque; Agachados: Fábio, Neto, Adilton, Bruno, Damásio, Romário, Cléo, Léo, Márcio, Luisinho e Maico Motta.

O tempo tem sido implacável com o Ferroviário. Há muitos anos o clube não chega nas finais das principais competições estaduais de categorias de base. Uma das únicas exceções ocorreu exatamente há 3 anos, infelizmente a última vez, quando o time coral disputou o título do Sub-20 contra o poderio financeiro e estrutural do Ceará. O placar de 0x0 garantiu o título ao alvinegro, que jogava pelo empate por ter somado 1 ponto a mais na fase classificatória. Foi um duro golpe na meninada coral, que ainda viu um gol lícito do atacante Luisinho ser anulado pelo árbitro César Magalhães, após cobrança de escanteio do lateral direito Everton. Vários garotos foram às lágrimas após o jogo.

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Gilson Maciel: o treinador

Apesar do gosto amargo, o vice-campeonato dava a certeza do caminho certo a partir da profissionalização do setor de futebol, fundamentada na captação financeira oriunda de negociações legalmente garantidas de parte dos direitos econômicos de atletas junto à potenciais investidores e apoiadores, algo até então inédito na história do clube. Seria a aposta no futuro promissor da reestruturação de um Ferroviário que já vinha há 17 anos sem resultados expressivos, e que pouco a pouco sucumbia em importância na revelação de atletas. Dentro de campo, o treinador Gilson Maciel, um ex-goleador de destaque do Grêmio/RS e do Tigres do México, entre outras equipes, ministrava treinamentos de alto nível baseados em periodização tática, a mesma metodologia que consagrou o trabalho do português José Mourinho, um dos principais técnicos da história do futebol. Os críticos de plantão, invariavelmente leigos no assunto, desconheciam por completo a metodologia técnico-tática dos treinamentos do Sub-20 coral, que seria implementada em todas as categorias de base do clube com o passar do tempo.

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Capitão Foguinho e os árbitros

Antes da finalíssima contra o Ceará, a meninada coral pegou o Fortaleza na semifinal. Estranhamente, a Federação Cearense de Futebol colocou o jogo na preliminar de um partida do Leão pela Série C do campeonato brasileiro, algo inédito até então na competição. Diante de um PV lotado para o jogo principal, os jovens valores corais encararam o adversário e sua torcida de igual pra igual. O Ferrão ainda teve um gol anulado – este corretamente – assinalado pelo ala esquerdo Maico Motta, em impedimento. Diante da necessidade de levantar a auto-estima do clube com a chegada numa final depois de tanto tempo, a direção de futebol conquistou algo raro para as categorias de bases do clube dentro do quase sempre combalido e delicado contexto coral, uma premiação de 10 mil reais para os jogadores despacharem o Fortaleza. A captação ocorreu na véspera da partida junto a um dos investidores do projeto e a notícia, dada ainda na concentração, motivou mais ainda a garotada do Ferrão, que conquistou o direito de ir à final com o 0x0 no placar. Depois, todo o grupo foi levado para uma justa e merecida comemoração no restaurante do ex-jogador coral Solimar, um dos principais entusiastas do projeto. Em meio à euforia, uma tristeza, o capitão Foguinho tomara o terceiro cartão amarelo num lance à beira do gramado e ficaria de fora da grande final.

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Final: zagueiro Marcelo e goleiro Murillo ao fundo

Na decisão contra o Ceará, o Ferrão entrou em campo com Maico Motta como capitão e escalado com Murillo, Everton, Cleylton, Marcelo e Maico Motta; Márcio (Bruno), Lima, Fernando Abade (Léo) e Cléo; Luisinho e Romário (Damásio). Treinado pelo ex-coral Sérgio Alves, o Ceará foi campeão com Gian, Reginaldo (Matheus), Dener, Potiguar e Fábio; Dassayev, Ernesto, Diego e Luiz Henrique (Bruno Rafael); Beberibe (Gabriel) e Sanchez. Mais 10 mil reais foram colocados como gratificação pelo título, uma repetição do aporte oriundo do mesmo investidor da semifinal. O gol não saiu e o único que foi feito foi anulado. O título não veio. O elenco vice-campeão Sub-20 de 2012 serviu de base para o time profissional que disputou o campeonato cearense do ano seguinte. Em reestruturação financeira, o Ferroviário tinha a menor folha de pagamento entre os participantes, apenas 35 mil reais, algo inimaginável para os parâmetros competitivos do futebol moderno. Dentro de campo, o time coral terminou a primeira fase em 2º lugar, com uma vitória a menos que o Horizonte, que contava com verba pública de prefeitura e uma folha 5 vezes superior. Por muito pouco, a garotada do Ferrão não conquistou uma vaga para voltar a disputar uma Copa do Brasil nove anos depois.

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Taça de vice na mão de Luisinho, Lima e Romário

Com o passar do tempo, o trabalho de gestão profissional do clube foi sofrendo boicotes e a viciada cultura organizacional e política, que minaram o time coral nas últimas duas décadas, voltou a fazer seus estragos. O projeto sucumbiu, gerando prejuízos financeiros e pessoais para investidores e profissionais que dele participaram. A velha imundice do futebol falou mais alto com a clássica estratégia de boatarias e fofocas, apesar dos mais de 200 mil reais de terceiros investidos no clube em 18 meses de trabalho. O Ferrão seguiu sua vida, de forma trôpega até então, mas a bravura daquela geração vice-campeã em 2012 deixou laços de amizade e respeito entre seus participantes. O gol anulado de Luisinho, artilheiro coral no certame com 7 gols, nunca saiu da cabeça de ninguém. Poderia ter sido um título para aqueles jovens, mas a arbitragem não permitiu. Três anos depois, o Almanaque do Ferrão resgata um raro vídeo daquele lance e apresenta abaixo em caráter exclusivo. E que o exemplo daquela geração possa ser seguido nas atuais categorias de base do clube.

HÁ 9 ANOS QUEM ENFRENTAVA O BRASIL DE PELOTAS ERA O FERRÃO

Atualmente as atenções na cidade de Fortaleza estão voltadas para o mata-mata entre Fortaleza e Brasil de Pelotas pela Série C do campeonato brasileiro. Um dos dois conseguirá o tão sonhado acesso para a segunda divisão nacional. Em 2006, esse mesmo Brasil de Pelotas foi um dos adversários do Ferroviário Atlético Clube no octogonal decisivo da própria Série C. Os 4 primeiros colocados conseguiram o acesso. O Tubarão da Barra terminou na 5ª colocação na mais acirrada edição da terceira divisão em todos os retrospectos da competição. Foram duas partidas entre o time coral e o representante do interior gaúcho. Coincidentemente, uma vitória para cada lado pelo mesmo placar: 3×0. O Almanaque do Ferrão recorda abaixo os fatos de ambos os jogos, as duas únicas vezes que os dois se enfrentaram em toda a história do futebol brasileiro.

O vídeo acima traz imagens do jogo realizado em Pelotas, no Estádio Bento Freitas, no dia 28/10/2006.  Foi o embate 3.181 da história coral. O placar de 3×0 para o time da casa foi modesto diante da supremacia gaúcha em campo. Pra completar, Nemézio e Sérgio Alves terminaram expulsos pelo árbitro capixaba Wallace Nascimento. Os gols do Brasil foram assinalados por Everton Severo e pelo uruguaio Cláudio Milar, duas vezes, este simplesmente o maior ídolo da história xavante, falecido no trágico acidente de ônibus que envolveu a delegação do time em janeiro de 2009, no episódio que ficou conhecido como ´A Noite Que Não Acabou`. O Ferrão atuou nessa primeira partida com o futebol de Jéfferson, Nemézio, Tiago Gasparetto e Robinho (Claudeci); Marcos Pimentel, Glaydstone, Marcelo Mendes, Everton e Fernandinho (Tales); Cristiano (Sérgio Alves) e Stênio. O Brasil/RS formou com Rodrigo Silva, Júlio, Régis, Alex Martins e Evaldo; Dario, William (Fabrício), Everton Severo (Luiz André) e Dudu; Cláudio Milar e Elivelton (César).

Por sua vez, o segundo vídeo resgata os 3 gols da vitória coral no jogo da volta, no PV, no dia 08/11/2006, naquela que foi a partida de número 3.184 da história do Ferroviário. Contando com uma atuação magistral do atacante Fernandinho, que depois chegou a vestir a camisa do São Paulo/SP e hoje joga no Grêmio/RS, o Tubarão venceu com gols de Cristiano, Glaydstone e Everton. É bem verdade que o time coral contou com a atuação infame do árbitro maranhense Eduardo Barilari, que distribuiu seis cartões amarelos para os jogadores gaúchos e expulsou ainda Bruno, Alex Martins e Régis, este também falecido no mesmo acidente de ônibus de 2009. Todos os gols saíram na etapa final após o esquema tático do Brasil /RS ser completamente esfacelado pela arbitragem.

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Everton: gol em 2006

Com a vitória, o Ferrão retornava para a zona de classificação para a Série B, condição perdida somente na reta final da competição depois de um revés contra o Barueri/SP. Na segunda e última vez que se enfrentaram, os times formaram com Jéfferson, Marcos Pimentel, Carlinhos, Nemézio e Júnior Cearense; Glaydsone, Dedé, Tales (Diego) e Everton; Stênio (Cristiano) e Fernandinho (Danúbio); Rodrigo Silva, Dudu, Régis, Alex Martins e Evaldo; Carlos Alberto, Dario, William e Everton Severo (Bruno); Claúdio Milar (César) e Franciel (Matão). Destaque para um público de mais de 3 mil pessoas presentes no estádio. Após o trágico acidente em 2009, o Brasil de Pelotas foi parar na segunda divisão gaúcha e viveu uma crise que parecia infindável. Há 2 anos, retomou sua trajetória de sucesso na primeira divisão do Rio Grande do Sul, disputou Copa do Brasil e briga novamente por uma vaga para a Série B nacional exatamente como fez em 2006, depois de lograr um primeiro acesso nacional na Série D no ano passado. Em síntese, o Brasil de Pelotas é um excelente exemplo para o próprio Ferroviário.

JOGARAM NOS ADVERSÁRIOS E ENCONTRARAM PORTAS ABERTAS

O vídeo acima apresenta o gol da vitória coral contra o Ceará na narração do competente Brenno Rebouças, semana passada, na estreia de ambos na Taça Fares Lopes, competição cearense que movimenta os clubes no segundo semestre. O tento foi marcado pelo atacante Rinaldo, 40 anos de idade, no melhor estilo da velocidade que o caracterizou há poucos anos como ídolo do Fortaleza em mais de 100 gols assinalados. Rinaldo é certamente o jogador de mais idade que passou por Ceará ou Fortaleza e que depois encontrou guarida no Ferroviário. Que brilhe na Barra como vários outros o fizeram. O Almanaque do Ferrão recorda os principais casos. São mais de 50 nomes. Alguns internautas sentirão saudades, outros podem até sentir dor de cabeça ao recordar certos atletas, mas vale a pena a confecção da lista abaixo.

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Artur do Carmo: zagueirão pai d´égua

Por ordem alfabética, recorde alguns jogadores que se destacaram no Ceará e que depois atuaram pelo Ferroviário em suas respectivas temporadas: Aírton (1993), Arlindo Maracanã (2011), Argeu (1993), Artur (1979), Daniel (1972), Djalma (1988), Erandy (1975), Erasmo (2000), Expedito Chibata (1965), Guilherme (1959), Ivanildo (2002), Jangada (1981), Januário (2003), Jéfferson (2006), João Carlos (1967), Jorge Costa (1974), Juju (1951), Luciano Oliveira (1974), Marcos do Boi (1967), Marquinhos Capivara (1993), Mastrillo (1998), Magela (1977), Paulo Tavares (1974), Ramon (1984), Roberval (1994), Samuel (1974), Sérgio Alves (2006), Wanks (1994), Wolney (1987), Zezinho (1970) e Zezinho Fumaça (1971).

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Laterais Paulo Maurício e Rôner

Do Fortaleza, ganharam destaque e depois passaram pelo Tubarão da Barra os seguintes nomes: Adílton (1985), Alexandre (1986), Birungueta (1971), Caetano (1989), Celso Gavião (1979), Cícero Capacete (1979), Da Silva (1988), Eliézer (1997), Facó (1967), França (1939), Geraldino Saravá (1980), Gilmar Furtado (1990), Haroldo (1981), Jombrega (1940), Jorge Pinheiro (1994), Louro (1969), Mano (1968), Maradona (2001), Mozart (1966), Lupercínio (1986), Luizinho das Arábias (1985), Nélson (1985), Paulo Maurício (1978), Rôner (1981), Sérgio Monte (1985), Solimar (1998) e Zé Félix (1939).

FILHO HOMENAGEIA PAI COM PRESENÇA DE EX-JOGADORES

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Cícero na noite que fez história

Hermano Custódio, torcedor há vários anos do Ferroviário Atlético Clube, comemorou seus 70 anos de idade no último sábado com a presença de inúmeros familiares e amigos. A bela festa aconteceu na nova sede da AABB em Fortaleza, localizada na Av. Barão de Studart, uma das áreas mais conhecidas da cidade, com direito até a partida de futebol entre os presentes. Num clima de alegria e muita descontração, a surpresa principal ficou por conta da presença de três ilustres ex-jogadores do Ferroviário, convidados especialmente pelo filho do aniversariante com o objetivo de prestar uma homenagem ao pai: o ex-zagueiro Celso Gavião, o ex-goleiro Cícero Capacete e o ex-atacante Sérgio Alves.

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Celso: ídolo da garotada em 79

Celso e Cícero foram duas peças importantíssimas no título estadual de 1979, especialmente na noite de 12 de setembro daquele ano, quando Cícero fechou o gol e foi talvez responsável pela maior apresentação individual de um goleiro em toda história do futebol cearense, garantindo com defesas milagrosas uma vitória em cima do Ceará por 1×0, gol exatamente saído dos pés de Celso Gavião, que naquela oportunidade estava atuando de volante. Muita gente lembra dessa partida como a que definiu o campeonato em favor do Ferrão, embora o jogo do título tenha sido 4 dias depois contra o Fortaleza. Certamente não foi diferente com Hermano Custódio, que agora 36 anos depois, teve o privilégio de contar com dois dos artífices daquela memorável conquista que tirou o penta campeonato do Ceará. Em termos de números, Celso Gavião fez 122 partidas com a camisa coral, marcando 32 gols, o que o qualifica como o maior zagueiro-artilheiro da história do clube. Já Cícero atuou em 34 jogos e, apesar de ter jogado vários anos no Fortaleza, era oriundo do América/RN quando foi contratado pelo Ferroviário.

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Sérgio Alves: 12 gols no Ferrão

Sérgio Alves também foi convidado para a festa e se fez presente. Mesmo considerado um dos maiores ídolos do Ceará,  time pelo qual torce o filho do aniversariante, Sérgio Alves teve uma passagem digna no Ferroviário três anos antes de encerrar sua carreira. Foram 28 jogos e 12 gols marcados com a camisa coral, inclusive um deles em cima do próprio Ceará, em jogo válido pelo campeonato cearense de 2007. Depois que penduraram as chuteiras, apenas Cícero não voltou a trabalhar na Barra. Celso e Sérgio atuaram ainda como técnico do clube em 1992 e 2013 respectivamente. Os três foram de grande gentileza para com o aniversariante e seu filho alvinegro, razão pela qual merecem o destaque do Almanaque do Ferrão.

MIRANDINHA, SÉRGIO ALVES, PACOTI, JORGE VERAS E MARCELO VEIGA

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Marcelo Veiga, ao lado de operários e de Evaldo Lima, coloca seus pés na Calçada da Fama do PV

Hoje é o grande dia para Pacoti e Erandy, dois dos homenageados com identificação com o Ferroviário Atlético Clube, que merecidamente colocam os pés no projeto ´Pé da Fama` na Arena Castelão. Você recorda que há 3 anos o Estádio Presidente Vargas contou com projeto semelhante? O próprio Pacoti deixou a marca de seus pés registrada no estádio mais antigo de Fortaleza em 2011. A calçada foi instalada na época por ocasião do aniversário de 70 anos do estádio, e teve em Evaldo Lima, então secretário de esportes da prefeitura, seu grande mentor. Nomes famosos como Rogério Ceni, Renato Gaúcho, Zico, Ronaldinho, Rivaldo, Marcos, entre outros, passaram por lá.

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Mirandinha e Pacoti com o ex-jogador Nando

Como não poderia deixar de ser, na calçada do PV registrou-se a marca dos pés de nomes que jogaram no futebol cearense pelo Ferroviário. Além do próprio Pacoti, os ex-atacantes Mirandinha, Sérgio Alves, Jorge Veras e o ex-lateral Marcelo Veiga, eternizaram suas pegadas no local. O Almanaque do Ferrão recorda hoje alguns desses momentos através de registro fotográfico, esperando que a ´Calçada da Fama` do PV seja urgentemente recuperada, desgastada que está pelas intempéries do tempo, inclusive em local mais adequado dentro da estrutura do estádio, para que não se corra o risco de perder o registro de quem fez história naquele local.