Ferroviário Atlético Clube no início do Campeonato Cearense de 1994 – Em pé: Luís Sérgio, Nasa, Santos, Edgar, Branco e Batista; Agachados: Batistinha, Basílio, Acássio, Wanks e Cícero Ramalho
Wanks nasceu em Tauá, no interior cearense. Foi um jogador revelado pelo Ceará em meados da década de 1980 e chegou posteriormente a jogar no futebol paulista, mais precisamente na Portuguesa de Desportos. Em 1990, o jogador foi campeão no Santa Cruz/PE, comandado pelo conhecido técnico Erandy Pereira Montenegro, e tinha como companheiro no ataque, o também tauaense Mazinho Loyola, cria do Ferrão. No início de 1994, o experiente ponta esquerda foi uma das principais contratações para o Campeonato Cearense daquele ano, mas as coisas não andaram bem. Aos 29 anos de idade, Wanks fez apenas 4 jogos oficiais pelo Ferroviário e participou de alguns amistosos. O registro acima é do dia 3 de março de 1994, no PV, numa das poucas derrotas da equipe coral na temporada inteira. O algoz foi o Tiradentes e aquela se tratava apenas da segunda partida do certame estadual. O jogo marcou a estreia do experiente goleiro mineiro Luís Sérgio, ex-Sampaio Corrêa/MA. Após aquela derrota por 2×1, a temporada de 1994 transcorreu de forma auspiciosa para o Ferrão. O time foi campeão no início de dezembro. Como se nota, os Estaduais duravam praticamente o ano inteiro. Wanks permaneceu somente até maio.
Jovem lateral direito Andrezinho em registros fotográficos distintos: no Ferrão em 2015 e em 2023
Ele é torcedor do Ferroviário Atlético Clube desde que nasceu. Em 2013, aos 10 anos de idade, esteve presente no evento de lançamento do Almanaque do Ferrão que aconteceu no Náutico Atlético Cearense. Seu nome é André Pessoa Chagas Filho, conhecido no futebol como Andrezinho em sua trajetória nas categorias de base do próprio time de coração. Ontem, aos 20 anos de idade, ele fez sua primeira partida oficial com a camisa do time profissional do Ferroviário! E que estreia desafiadora! De cara, o Santa Cruz/PE pela Copa do Nordeste, no PV, numa vitória sensacional de virada que garantiu a passagem de fase ao Tubarão da Barra pela primeira vez na história da competição. Andrezinho entrou no 2º tempo e permaneceu 40 minutos em campo contra o time pernambucano, certamente mais tempo que os minutos que atuou em três amistosos anteriores que registram sua participação na contagem do Almanaque do Ferrão. Durante a atuação de ontem à noite, Andrezinho apoiou pelo lado direito, alçou a bola na área adversária, teve chance de fazer um gol e mostrou recuperação em momentos em que foi atacado em velocidade. Foi apenas um primeiro passo. O caminho para ser um jogador de futebol é longo e o futebol cobra todos os dias. Que tenha mente forte no processo de amadurecimento e gratidão ao treinador Paulinho Kobayashi, que lhe deu a primeira chance. Como uma autêntica cria do clube e de valioso coração coral, vai sempre ter a torcida de todos.
Registro fotográfico do PV nos anos 1970 no mesmo período que Ferrão e Santa Cruz/PE duelaram
Essa semana tem Ferroviário x Santa Cruz/PE pela Copa do Nordeste. O jogo acontece no Estádio Presidente Vargas. A última vez que as duas equipes se enfrentaram no PV foi na distante temporada de 1974, vitória do Ferrão por 2×1, no Torneio Breno Vitoriano. Influenciado pela Copa do Mundo na Alemanha, o treinador Joacy Alencar alardeava na imprensa que o Ferroviário jogaria ao estilo do “carrossel holandês“. O Ferrão formou naquele 14 de Julho com o futebol de Marcelino, Perivaldo, Cândido, Tião e Eldo (Arimatéia); Joel Copacabana (Vicente), Dudé e Oliveira; Carlos Alberto (Marcos), Lula e Gaspar (Jeová). A equipe pernambucana, treinada por Lanzoninho, perdeu com Detinho, Orlando, Levir Culpi, Carlos Alberto e Botinha (Pedrinho); Givanildo, Erb e Zé Maria (Lima); Wilton, Paquito e Santos (Zé Carlos). O jovem atacante Carlos Alberto, que fazia sua estreia, e o também jovem meio campista Dudé marcaram para o Tubarão da Barra, enquanto Paquito descontou para o Santa Cruz. O jogou marcou também a estreia do experiente Joel Copacabana. O lateral direito Perivaldo fazia apenas sua terceira partida com a camisa do Ferrão. Anos depois, ele chegou à Seleção Brasileira. O tricolor pernambucano foi o campeão do Torneio Breno Vitoriano e levou a taça para Recife. Ferroviário e Santa Cruz se enfrentaram outras vezes depois no Estádio do Arruda, Arena Castelão e até no Domingão, mas nunca mais jogaram no PV. Chegou a vez do reencontro.
Aos 74 anos de idade, o eterno craque Betinho posou para foto de Jota Júnior na semana passada
Houve um tempo em que todo time no Brasil tinha um craque no meio campo. No Ferroviário entre 1982 e 1984, quem distribuía as cartas no gramado era Betinho. Ele já foi tema de algumas postagens aqui no blog, inclusive com gols importantes contra Ceará e Fortaleza. Foram 83 jogos e 27 gols marcados no período, dos quais 14 deles foram assinalados em clássicos. Antes de fazer sua fama na Barra do Ceará, o capixaba Roberto Fontana Madeira acumulava boas passagens no Botafogo/RJ e nos três grandes clubes de Pernambuco, de onde chegou em agosto de 1982 para o Ferrão. Betinho fixou residência em Recife depois do futebol. Há cinco anos, começou a apresentar lapsos de memória e foi diagnosticado com Alzheimer em seu segundo estágio, num total de quatro níveis de evolução. Na semana passada, já vivenciando o último estágio da doença, Betinho foi homenageado por ocasião dos 50 anos do estádio do Santa Cruz/PE, onde brilhou nos anos 1970 e marcou o primeiro gol daquela praça esportiva. A foto acima foi um registro dessa singela homenagem. Betinho foi ídolo no Ferroviário. É doloroso saber que muito provavelmente a doença já tenha deletado isso de sua memória. Mas a torcida do Ferrão jamais esquecerá o quanto Betinho era craque, um nome eterno na nossa história.
Já que Ferroviário e Santa Cruz/PE se enfrentam nesse domingo, vamos brincar com a curiosidade e recordar um amistoso histórico entre as duas equipes, realizado no dia 27 de maio de 1972. Com a fama de tetracampeão pernambucano, o Santa Cruz viajou até Fortaleza para enfrentar o Tubarão da Barra. Perdeu a peleja por 3×2, no PV, com Amilton Melo, Zé Maria Paiva e Luizinho, o Peito de Aço, marcando para o Ferrão. Betinho e Luciano marcaram para a cobra coral de Recife. O potiguar Nacor Arouche apitou o jogo. Repare na sólida escala cearense do treinador Alexandre Nepomuceno: Jurandir, Daniel, Valdez, Gomes e Carlos Alberto; Simplício e Luciano Amorim; Luizinho, Amilton Melo, Jorge Mendes (Oliveira) e Zé Maria Paiva. O Santa Cruz perdeu com uma formação de grandes e famosos jogadores nordestinos: Detinho, Zinho, Sapatão, Rivaldo e Cabral; Erb e Luciano; Betinho, Bita (Zito), Ramon e Zé Maria (Beto). Dessa formação, o meia Luciano era irmão do nosso ex-goleador Paulo Velozo, conhecido à época como a maravilha negra da Barra do Ceará. Luciano chegou a ser campeão paulista pelo Corinthians cinco anos depois. Betinho e Ramon brilharam com a camisa do Ferrão na década seguinte. Os dois também atuaram na função de treinador posteriormente. Luizinho veio do Sport de Belém do Pará. Zé Maria Paiva também foi preparador físico e técnico do Ferrão em várias oportunidades nos anos 1980 e 1990. Nomes históricos do Tubarão da Barra!
O papo hoje é sobre treta! O Canal do Nicola no YouTube disse, nacionalmente, o que muita gente em terras alencarinas já tinha certeza. Gostem ou não, o Ferroviário é tratado como “Patinho Feio” do pobre e velho futebol cearense, em seus mais de cem anos de disputas. “É mania de perseguição“, dirão os simplistas em seus argumentos, invariavelmente, simplórios. Ocorre que contra fatos não há argumentos e inúmeros acontecimentos, por vezes deixados de lado, enfileiram uma alta dosagem de artimanhas e histórias mal contadas através do tempo. No mais recente episódio, o Ferrão acabou punido e perdeu o direito de mando de campo em sua própria cidade, simplesmente porque o Castelão, estádio público onde o Ferrão manda jogos desde 1974, está reservado apenas para jogos da dupla Ceará e Fortaleza. Tudo isso em plena disputa de um campeonato brasileiro de futebol, quando todas as instituições envolvidas, inclusive o Governo, deveriam trabalhar a favor da garantia dos interesses corais, como legítimo representante do Estado na competição. Assim, o importante choque de líderes contra o Santa Cruz/PE será no Domingão, no município de Horizonte. Entre omissões, mentiras e atos sórdidos verificados longe da grande mídia, mas relatados à boca miúda nas últimas semanas, o vídeo acima do jornalista Jorge Nicola dá o tom da mais nova treta em que o Ferrão acabou metido gratuitamente.
Chicão: testemunha ocular da história
É fácil recordar inúmeros absurdos afins ocorridos no passado, até porque alguns são impossíveis de esquecer, como o fato – até pitoresco – de um time inteiro ser preso na final do campeonato cearense de 1947, depois de estar sendo vergonhosamente roubado pela arbitragem. Talvez, o cúmulo dos cúmulos. Zé Limeira, eterno torcedor-símbolo do Ferrão, morreu contando detalhes de várias finais de campeonato em que o time coral acabou prejudicado contra Ceará e Fortaleza, terminando como vice-campeão. Estelita Aguirre, outro ferrenho torcedor já falecido, foi para o céu bradando nas arquibancadas, e no rádio, que a sigla da Federação Cearense de Futebol, conhecida como FCF, na verdade, deveria significar “Federação do Ceará e do Fortaleza“. Lembram? O saudoso Chicão, supervisor coral por quase três décadas, morreu relatando histórias dos bastidores que tramaram contra o tricampeonato estadual coral em 1996. “Se o Ferroviário for Tri, o futebol cearense se acaba“, dizia ter ouvido tal pérola nos corredores da FCF, saído da boca de um dirigente do alto escalão da mentora. Histórias e depoimentos que ficam para trás, caem no esquecimento ou simplesmente viram lendas urbanas do futebol alencarino.
Luizinho e o gol anulado
É muito comum pessoas nas arquibancadas com suas histórias e tretas testemunhadas. Mais de trinta anos depois, até hoje se fala do gol mal anulado de Luizinho das Arábias contra o Fortaleza, que garantiu o adversário no triangular final do campeonato de 1985. O melhor entre os três, o Ferrão, com um verdadeiro timaço, foi o prejudicado. O presidente Caetano Bayma está vivo até hoje pra contar, com riqueza de detalhes, essa história, num dos campeonatos mais escandalosamente surrupiados em todos os tempos. Já repararam que torcedores de Ceará e Fortaleza dificilmente recordam ou relatam terem perdido uma final de campeonato cearense por causa de um erro de arbitragem? Falam pontualmente de um jogo ou outro, principalmente em partidas de campeonato brasileiro, quando são tratados como “time pequeno”, mas quase nunca falam de uma final de Estadual. É fácil ser torcedor do Ceará e do Fortaleza em âmbito local quando reina a hipocrisia. Todos os esforços convergem em favor dos dois. Alguém duvida? Quando disputam uma final entre si, a primeira providência é anunciar logo um árbitro de outra região, fato quase nunca providenciado quando o adversário da final é o Ferroviário ou outra equipe qualquer. A história está aí para provar. Referidas práticas e acontecimentos fazem parte do futebol cearense e, o pior, nos acostumamos com isso.
Panfleto da torcida coral em 2006
E o que dizer do episódio quase esquecido de 1973, quando o futebol cearense ganhou definitivamente uma segunda vaga para o campeonato brasileiro, dominado pelos interesses da ditadura militar? Quem foi o indicado pela Federação? Apesar da retrospectiva coral em campo ser superior por conta do título estadual em 1970 e das campanhas de 1971 e 1972, e não obstante o Ferroviário ter ficado com a segunda vaga provisória criada na primeira edição da disputa nacional, em 1971, depois de vencer uma seletiva local, o agraciado político com a vaga definitiva, em 1973, foi o Fortaleza, para ira dos dirigentes corais da RFFSA que só faltaram esmurrar o presidente da Federação na ocasião. O lendário Ruy do Ceará está aí para contar e os arquivos dos jornais não o deixam mentir na hora de recordar os fatos. Decisões e favorecimentos que mudam o curso da história e engradecem ou enfraquecem seus atores diretamente envolvidos. O que falar da Copa João Havelange, em 2000, que catapultou gratuitamente o Fortaleza dos vexatórios caminhos da Série C para uma nova e charmosa segunda divisão, reunindo vários times que estavam na Série B? Acesso bom é o acesso fácil. E o episódio da Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2006? Mesmo como campeão da categoria Sub-20, o Ferrão foi alijado da vaga prevista em regulamento após uma série de “mal-entendidos” envolvendo a FCF, a Secretaria Estadual da Juventude e, claro, o beneficiado Fortaleza, que viajou pra capital paulista como representante do futebol cearense. Nariz de palhaço foi pouco. Mais recentemente, em 2008, o quase nunca lembrado Caso Piva, que evitaria o “rebaixamento” do Ferrão para a Série D do Brasileiro, devidamente arquivado e sepultado. Em 2016, o episódio nefasto de um campeonato cheio de WO´s, a maioria a favor da mesma equipe. Como esses fatos, existem dezenas de outros. O problema é que as pessoas se acostumaram a esquecer.
Clóvis Dias: bicampeão e deposto
Quando o Ferroviário engrossou o pescoço na metade dos anos 1990, articulando inclusive a criação da Copa do Nordeste, negociando jogadores para times importantes do país, fazendo caixa e disputando, pau a pau, os títulos estaduais com os preferidos da audiência, deixando muitas vezes o próprio Fortaleza comendo poeira em situações pra lá de vexaminosas, partiu de dentro da cúpula maior do futebol cearense, um movimento para derrubar politicamente a presidência coral, que preparava e idealizava o clube para as mudanças que a Lei Pelé, posteriormente, acabou exigindo de todos. Até hoje, o Ferroviário paga muito caro pela forma como o presidente quase tricampeão Clóvis Dias foi deposto. Foram mais de duas décadas perdidas a partir daquela sequência de episódios que vergonhosamente envolveu até registros policiais. Ninguém pode afirmar o que seria do futuro do clube se aquele trabalho tivesse tido continuidade, mas todo mundo sabe bem o que aconteceu depois daquela sequência de fatos tramada entre o alto escalão do futebol cearense e pessoas ligadas aos intestinos corais.
Presidente Vargas em missão de salvar vidas
Na prática, todo mundo diz que gosta do Ferrão. É muito fácil dizer. É o texto preferido dos políticos e dos politiqueiros. Não se trata de pessoas em particular, muito menos de instituições, sejam elas públicas ou privadas, mas quando alguém cala diante do extravio do lícito direito do clube em mandar seus jogos no Castelão – e a omissão é um pecado que jamais merece ser esquecido -, pactua-se sordidamente com o ´mainstream` que alicerça e faz com que as coisas sejam como sempre foram, mantendo aquele velho modelo viciado, onde todos os interesses convergem para apenas dois clubes, que se retroalimentam, inclusive financeiramente, a partir de uma respeitável rivalidade, mas que estão pouco se lixando para a realidade de que a festa recebe outros convidados e estes têm também o direito de compartilhar o mesmo espaço, principalmente quando este é público e foi construído, também, com dinheiro do contribuinte coral. Com a ausência do PV, outra casa querida e histórica, reservado para a nobre missão de salvar vidas na pandemia de Covid-19, as instituições e as pessoas que fazem o futebol cearense jamais poderiam ter dado as costas para o Ferroviário e agir como, infelizmente, procederam, sobretudo diante do simples fato do clube precisar usar o Castelão por – apenas e meros – 180 minutos mensais. É muito? Tamanha mesquinhez deveria encher de vergonha os responsáveis, inclusive no âmbito político do Estado, pois a omissão é a pior forma de covardia. Chega a ser engraçado saber que a referida treta ficará nos arquivos e na memória apenas como mais um item perdido na galeria de relatos afins que se avolumaram com o tempo. Mais um pra conta, pode registrar. E como tantos outros, jamais será esquecido.
Você confere acima mais uma Live do Almanaque do Ferrão realizada no Instagram, dessa vez com o ex-jogador e eterno ídolo coral Mazinho Loyola, revelação da Barra do Ceará e campeão cearense com a camisa do Ferroviário na temporada de 1988. Foi mais um bate-papo recheado de emoção, quando o craque coral compartilhou suas lembranças no futebol e expressou bastante um belo sentimento de gratidão em torno das pessoas que cruzaram com ele em sua trajetória no futebol, seja no próprio Ferroviário, mas também em suas passagens vitoriosas no Santa Cruz/PE, São Paulo/SP e Internacional/RS. Tivemos mais uma bela resenha para a posteridade da memória coral com aquele que foi uma das maiores revelações surgidas no celeiro de craques da Barra do Ceará. Não deixe de conferir a Live com Mazinho Loyola.
Ferroviário Atlético Clube em fevereiro de 1968 – Em pé: Jurandir, Douglas, Gomes, Roberto Barra Limpa, Coca Cola e Barbosa; Agachados: Lucinho, João Carlos, Facó, Edmar e Paraíba
Mais um retrato histórico pouco comum do Ferrão. Foto tirada no dia 10 de fevereiro de 1968, no Estádio Elzir Cabral, antes de um amistoso preparatório contra o time amador da Tuna Luso de Fortaleza. O árbitro do jogo foi Daniel Barbosa, figura simpática que até hoje circula nos estádios cearenses em dias de futebol como membro de quadros móveis. Onde está a raridade da imagem? Ela mostra o time escalado com dois laterais esquerdos: Roberto Barra Limpa e Barbosa. Nesse jogo, Roberto atuou improvisado na lateral direita. O goleador Facó com a camisa do Ferrão em 1968 também é coisa rara, pois alguns dias depois ele foi marcar seus gols no Santa Cruz/PE, onde brilhou por duas temporadas. Na partida em questão, o time coral fez 7×1 no adversário, já esboçando praticamente a base da equipe que conquistou brilhantemente, cinco meses depois, o título estadual invicto daquela temporada. Até hoje no futebol cearense, nenhuma outra equipe repetiu tal feito. O goleiro Douglas Albuquerque virou depois dono de uma construtora e no bicampeonato estadual 1994/1995 foi uma figura importantíssima na função de diretor de futebol. Facó foi prefeito da cidade de Beberibe algumas vezes e sempre se destacou como grande desportista. Roberto Barra Limpa foi assassinado. Alguns dessa imagem já foram morar no andar de cima. Detalhe também para a bela camisa coral, utilizada com frequência no final da década de 1960 e início dos anos 1970.
Foto publicada pelo Diário de Pernambuco exaltando a vitória do Ferroviário dentro do Arruda
A sexta-feira passada foi gloriosa para o Ferroviário. O time coral bateu o Santa Cruz/PE por 2×0 dentro do Estádio do Arruda e começou a reforçar um belo retrospecto a seu favor: o de nunca perder para o tricolor pernambucano em seu próprio estádio. É bem verdade que este foi apenas o segundo jogo entre ambos no Arruda, que valeu pela Série C do campeonato brasileiro. O primeiro aconteceu no já distante ano de 1986, quando ambos se enfrentaram em partida amistosa, realizada para a entrega de faixas ao campeão pernambucano daquela temporada. Na ocasião, treinado por William Pontes, o Ferrão empatou em 1×1 com o futebol de Serginho, Neto, Arimatéia, Léo e Luis Carlos; Nilo, Edson e Carlos Antônio; Cardosinho, Flávio e Edinho. O Santa Cruz, do técnico Moisés Matias, jogou com Birigui, Zito (Orlando), Lula, Jorge e Lotti; Zé do Carmo, Clóvis (Zé Alberto) e Evaristo (Indio); Marlon, Washington (Zé Henrique) e Jacozinho. Os gols foram de Flávio para o Ferrão e Zé do Carmo para o time pernambucano. No tento do Tubarão da Barra, o estreante Flávio, ex- Tiradentes/CE, driblou o goleiro Birigui e fez um belo gol diante de um ótimo público. Sexta passada, perante mais de 25 mil pessoas, foi a vez de Isaac e Mazinho calarem o Arruda em nome da torcida do Ferrão. Sem dúvida, uma vitória que será lembrada por muito tempo e que já entrou para a história. Vale registrar o vídeo abaixo.
Arte promocional do quinto exemplar da série Legendários com o ex-centroavante Paulo César
O ex-atacante Paulo César, campeão cearense pelo Ferroviário em 1979, estampa o quinto exemplar da série ´Legendários` de copos colecionáveis do clube, que são disponibilizados nos estádios por ocasião dos jogos do Tubarão da Barra pela Série C desse ano em Fortaleza. O pernambucano é até hoje o jogador que mais gols marcou pelo Ferrão numa mesma edição de campeonato estadual. Foram 29 tentos assinalados no certame de 1979, sendo dois deles no jogo decisivo contra o Fortaleza, cujo vídeo raríssimo foi publicado aqui no blog no início desse ano. Paulo César já foi tema de algumas matérias do Almanaque do Ferrão, seja pelo motivo da descoberta de outro vídeo raro com gols que marcou logo no primeiro ano de sua passagem pelo Ferrão, em 1978, ou pelo fato dramático de sua própria família não ter notícias do ex-atleta coral por cerca de trinta anos. Na ocasião, graças ao blog, seus familiares e Paulo César, que fixou residência no Equador desde os anos 1980, mantiveram um contato emocionante pela Internet depois de longos anos. Entre 1978 e 1981, foram 137 partidas e 88 gols com a camisa coral. Quando estava no Ferrão, Paulo César foi negociado com o Santa Cruz/PE por cifras astronômicas para o padrão do futebol cearense na época. Passou pouco tempo em Recife e depois voltou ao Tubarão da Barra. No ano que se despediu definitivamente do Ferrão, foi atuar no Equador pela Liga de Quito (LDU), onde foi vice-campeão nacional, marcou 25 gols e levou sua equipe à Copa Libertadores. Depois, foi contratado pelo famoso Barcelona de Guayaquil, onde se tornou astro nas três temporadas seguintes, uma verdadeira lenda na história da equipe, marcando 6 gols em jogos da Libertadores e 55 gols no campeonato nacional de 1982 a 1984. Paulo César é mais um Legendário coral.