FERRÃO NO ROMEIRÃO EM MAIS UMA CIRCUNSTÂNCIA HISTÓRICA

Estádio Romeirão no ano da inauguração em foto do acervo de Renato Casimiro e Daniel Walker

Quando o velho Estádio Romeirão foi inaugurado em maio de 1970, o celebrado time do Cruzeiro/MG foi o convidado para duas partidas amistosas, uma contra o Fortaleza e outra contra o Ferroviário. Após vencer o Tricolor do Pici por 3×0 no primeiro embate, o famoso time mineiro repetiu o placar no dia seguinte contra o Tubarão da Barra. Com gols de Gilberto, duas vezes, e Rodrigues, a equipe comandada por Gerson Santos venceu o Ferrão com o futebol de Raul (Nêgo), Lauro (Pedro Paulo), Mário Tito, Darcy Menezes (Morais) e Vanderley (Neco); Toninho e Spencer; Natal (Gil), Gilberto, Evaldo (João Ribeiro) e Rodrigues (Ademir). O Ferroviário perdeu no jogo festivo de inauguração do Romeirão com Neném (Jairo), Esteves, Hamilton Ayres, Gomes e Louro; Simplício e Edmar (Simão); Zezinho (Wilson), Amilton Melo, Paulo Velozo e Alísio (Eldo). O técnico coral era o ex-jogador Fernando Cônsul. Em 2022, exatos 52 anos depois daquele episódio, o destino colocou novamente o time coral na história do velho estádio da terra de Padre Cícero que, após grande reforma, volta modernizado sob à denominação de Arena Romeirão.

Após um longo período de modernização, a cidade de Juazeiro do Norte agora tem a Arena Romeirão

Com a Arena Castelão irresponsavelmente “privatizada” para servir aos interesses exclusivos de Ceará e Fortaleza, sob às bençãos do Governo do Estado do Ceará e de seus gestores públicos, e ainda com o bucólico estádio municipal Presidente Vargas em fase final de reformas, o Ferrão teve que abrir mão, mais uma vez, de seu mando de campo e ir jogar longe de sua torcida. Com péssimos estádios disponíveis na região metropolitana e com o Elzir Cabral sem iluminação, a opção recaiu em atuar na nova Arena Romeirão. O jogo é contra o ABC de Natal, válido pela segunda rodada da Série C do Campeonato Brasileiro. Apesar da cerimônia de inauguração do novo estádio ter ocorrido recentemente com uma partida indigna de resgatar o mesmo simbolismo verificado em 1970, envolvendo uma seleção montada com jogadores que atuam nos times do Cariri a enfrentarem um combinado de jogadores das equipes Sub-20 e Sub-23 de Ceará e Fortaleza, coube ao destino colocar novamente o Ferroviário na vida de Juazeiro do Norte e do Romeirão. Assim, o time coral realizará contra o ABC o primeiro jogo oficial na nova e bela praça esportiva. Obrigado, Padre Cícero.

REGISTRO DE UMA FORMAÇÃO DO FERRÃO NO ESTADUAL DE 1985

Ferroviário Atlético Clube no Estádio Romeirão em 1985 – Em pé: Laércio, Arimatéia, Walter, Nélson, Joãozinho e Léo; Agachados: Arnaldo, Nildo, Alex, Luizinho das Arábias e Adílton

O registro fotográfico acima foi feito no Estádio Romeirão, em Juazeiro do Norte, antes de um jogo válido pelo Campeonato Cearense de 1985, contra o Guarani. O Tubarão da Barra apresentava algumas caras recentemente contratadas para a competição, como o zagueiro Léo e o atacante Nildo, ambos oriundos do Remo/PA. Na defesa daquele jogo, o zagueiro manauara Joãozinho acabou jogando improvisado na lateral esquerda, já que o titular Clésio estava contundido. Ele tinha boa reputação em suas passagens pelo Fast/AM e pelo Nacional/AM em temporadas anteriores. O meio campista Alex, ex-Náutico/PE, era o pulmão da equipe. Infelizmente, terminou se contundido seriamente no joelho e precisou ser operado. O craque Adílton, já em final de carreira, era o toque de classe daquela onzena, que tinha na frente o artilheiro do campeonato, o implacável e ídolo histórico Luizinho das Arábias. No meio campo, o Ferrão contava ainda com o talento de Arnaldo, que fazia apenas a sua segunda apresentação oficial com a camisa coral. No banco desse time, os pontas Cardosinho e Foguinho. Ambos acabaram entrando no segundo tempo. O jovem Nildo, centroavante de origem, anos depois jogou muito bem com a camisa do Grêmio/RN e, na temporada de 1997, atuou pelo Ceará. Após o Estadual de 1985, o serelepe Arnaldo deixou o clube, mas voltou para ser campeão em 1988. O time do Ferroviário de 1985 era excelente e competitivo. Esse time terminou não sendo campeão, graças a erros decisivos da arbitragem cearense em jogos cruciais da competição contra Ceará e Fortaleza. Alguma novidade?

FERRÃO E GUARANI DE JUAZEIRO JOGAM ENTRE SI DESDE OS ANOS 1970

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Ferroviário jogou aqui contra o Guarani em 1973

Pela terceira rodada do campeonato cearense no último domingo, o Ferroviário foi até Juazeiro do Norte e empatou com o Guarani em 0x0. Você sabia que o primeiro jogo oficial entre ambos aconteceu em 1973? Foi no dia 28 de janeiro, no Romeirão. Era a estreia de ambos no Estadual daquele ano, uma temporada que marcou a a primeira participação dos times de Juazeiro do Norte no campeonato cearense de profissionais. O placar apontou 1×0 para o Ferrão, gol do atacante Dudé. Treinado por Vicente Trajano, o Ferrão jogou com Marcelino, Wellington, Cândido, Luciano Amorim e Eldo (Carlito); Vicente e Edilson Lopes; Marcos, Dudé, Luizinho e Jeová (Oliveira). O Guarani, do técnico Astrogildo Nery, perdeu naquela oportunidade com Veludo, Zé Iran, Miro, Baiano e Chagas; Edinho e Maninho; Zé Nilo, Wilson, Zenegrinho e Esquerdinha. Gilberto Ferreira foi o árbitro. Antes dessa partida oficial, as duas equipes já haviam se enfrentado amistosamente uma única vez em toda a história. Foi no próprio Romeirão, em abril de 1972, e o placar mostrou a igualdade dos 90 minutos e terminou no 1×1.

MEIO CAMPISTA DO FERRÃO MARCA O GOL 6.430 DA HISTÓRIA CORAL

Você viu o gol do meio campista Raphael? Que golaço! Ele foi marcado no último domingo, dia 10 de abril, em Juazeiro do Norte. Confira no vídeo acima com o comentário do próprio jogador. Foi o quarto gol da goleada de 5×1 contra o Campo Grande, no estádio Romeirão, em mais uma batalha da árdua missão coral de voltar à primeira divisão do campeonato cearense. Dessa vez, nada de camisa laranja. O Ferroviário atuou com seu belo e tradicional uniforme branco com duas faixas, vermelha e preta, na horizontal, confeccionados pela empresa cearense de material esportivo Nalubi. Até o momento, o time vai bem na competição, lutando sempre pelas primeiras colocações. O  gol de Raphael foi uma verdadeira pintura. Anote aí o detalhe: foi o gol de número 6.430 em toda a história coral. Além de belo, redondo, sob todos os aspectos. Digno de aplausos.