MARCELINO E OS 15 JOGOS QUE SELARAM O RECORDE HISTÓRICO

Marcelino entrou em campo 15 vezes até sofrer o gol que decretou seu recorde histórico em 1973

A longa série sem sofrer gols de Marcelino durou quase 15 jogos e começou no dia 18 de fevereiro de 1973, quando o Ferrão venceu o Quixadá por 4×0, no PV, e o arqueiro selou seus primeiros 90 minutos sem sofrer gols. Uma semana antes, o ex-coral Facó, vestindo a camisa do Maguari, havia marcado um tento em cima do goleiro do Ferrão, exatamente no último minuto do jogo que marcou a rodada inaugural do Campeonato Cearense. Com o passar das rodadas e a promessa da direção coral em dar-lhe um Fusca 0 Km em caso de quebra do recorde nacional, Marcelino viu seu sonho frustrado, novamente contra o Maguari, quando o atacante Ibsen marcou um gol e em seguida, pediu desculpas por estragar o sonho do goleiro coral. Foram quase 4 meses sem ir buscar a bola no fundo das redes em partidas que envolveram 4 clássicos contra Ceará e Fortaleza, além de jogos em Sobral e Juazeiro do Norte. Aos 35 minutos do 1º tempo, no dia 10 de Junho de 1973, Marcelino sofreu um gol de Ibsen, novamente contra o Maguari, naquele que já era o 15º jogo da série sem sofrer gols, totalizando os históricos 1.295 minutos que foram eternizados na trajetória do lendário goleiro. No Brasil, o feito de Marcelino é a quarta melhor marca até os dias de hoje e o fato mereceu destaque na revista Placar na edição de 15/6/1973. No futebol cearense, nenhum outro sequer chegou perto de bater seu recorde e já se vão 50 anos desde então. Eis a trajetória de Marcelino rumo ao glorioso feito:

Jogo 01 – 18/02/1973 – Ferroviário 4×0 Quixadá – PV – Camp. Cearense – 90 min
Jogo 02 – 25/02/1973 – Ferroviário 2×0 Calouros – PV – Camp. Cearense – 90 min
Jogo 03 – 11/03/1973 – Guarany 0x2 Ferroviário – Junco – Camp. Cearense – 90 min
Jogo 04 – 25/03/1973 – Ferroviário 1×0 Fortaleza – PV – Camp. Cearense – 90 min
Jogo 05 – 28/03/1973 – Ferroviário 0x0 Icasa – PV – Camp. Cearense – 90 min
Jogo 06 – 04/04/1973 – Ferroviário 4×0 Tiradentes – PV – Camp. Cearense – 90 min
Jogo 07 – 08/04/1973 – Ferroviário 0x0 Ceará – PV – Camp. Cearense – 90 min
Jogo 08 – 15/04/1973 – Ferroviário 1×0 América – PV – Camp. Cearense – 90 min
Jogo 09 – 25/04/1973 – Ferroviário 0x0 Maguari – PV – Camp. Cearense – 90 min
Jogo 10 – 06/05/1973 – Ferroviário 2×0 Ceará – PV – Camp. Cearense – 90 min
Jogo 11 – 13/05/1973 – Ferroviário 0x0 Fortaleza – PV – Camp. Cearense – 90 min
Jogo 12 – 20/05/1973 – Icasa 0x1 Ferroviário – Romeirão – Camp. Cearense – 90 min
Jogo 13 – 27/05/1973 – Ferroviário 1×0 Guarani – PV – Camp. Cearense – 90 min
Jogo 14 – 02/06/1973 – Ferroviário 2×0 Quixadá – PV – Camp. Cearense – 90 min
Jogo 15 – 10/06/1973 – Ferroviário 1×2 Maguari – PV – Camp. Cearense – 35 min

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RECORDISTA MARCELINO FOI DESTAQUE NO CANAL DO FERRÃO

Em 2023, o recorde histórico do ex-goleiro Marcelino completa meio século. Referida marca já mereceu diversas postagens aqui no Almanaque do Ferrão, desde o recente absurdo equívoco proporcionado pela revista Placar, até entrevistas passadas de Marcelino na Internet ou no rádio. Dessa vez, ele foi destaque no Canal do Ferrão e prestou uma boa entrevista para o comunicador Wladimir Lenine. Acima, o leitor do blog pode conferir o espontâneo bate-papo com o ex-goleiro ocorrido na semana passada. Marcelino é uma lenda viva da história coral e deve merecer todas as homenagens possíveis, não apenas do Ferrão, mas também do futebol cearense.

GOLEIRO DO SÃO BERNARDO NÃO ULTRAPASSA MARCELINO

Marcelino continua com a quarta melhor marca entre todos os goleiros do futebol brasileiro

No último final de semana, o experiente goleiro Alex Alves, do São Bernardo/SP, foi vazado em sua meta após uma longa minutagem sem sofrer gols na Série D do Campeonato Brasileiro. O gol do lateral André Krobel do Paraná/PR, de falta, quebrou o sonho do goleiro da equipe paulista, aos 19 minutos do primeiro tempo. Assim, Alex Alves alcançou a marca de 1.195 minutos. Apesar do esquecimento da Revista Placar e de outros sites, que insistem em replicar notícias equivocadas, o ex-goleiro coral Marcelino não foi alcançado em sua marca de 1.295 minutos, de 1973, e continua como o quarto principal recorde do futebol brasileiro. Confira abaixo a atualização das marcas com a minutagem alcançada pelo goleiro Alex Alves:

1º Lugar – Mazaropi – 1.816 minutos – Vasco da Gama/RJ – 1978
2º Lugar – Neneca – 1.636 minutos – Náutico/PE – 1974
3º Lugar – Jorge Reis – 1.604 minutos – Rio Branco/ES – 1971
4º Lugar – Marcelino – 1.295 minutos – Ferroviário/CE – 1973
5º Lugar – Zetti – 1.238 minutos – Palmeiras/SP – 1987
6° Lugar – Alex Alves – 1.195 minutos – São Bernardo/SP – 2022
7º Lugar – Jairo – 1.132 minutos – Corinthians/SP – 1978
8º Lugar – Emerson – 1.108 minutos – Paysandu/PA – 2016
9º Lugar – Altevir – 1.066 minutos – Athletico/PR – 1977
10º Lugar – Eli – 1.060 minutos – São Bernardo/SP – 1982

REVISTA PLACAR ESQUECE O RECORDE HISTÓRICO DE MARCELINO

Suplemento Especial da Revista Placar encartado na edição de número 170 de 15 de Junho de 1973

Semana passada, a revista Placar atualizou a planilha com os maiores recordes dos goleiros com mais minutos em campo sem sofrer gols em toda a história do futebol brasileiro. De imediato, a publicação pegou o blog de surpresa com a exclusão do recorde do ex-goleiro Marcelino, que detém até hoje a maior marca da história do futebol cearense, com 1.295 minutos alcançados no Campeonato Cearense de 1973. Na ocasião, Marcelino tentava quebrar o feito do goleiro Jorge Reis, que curiosamente foi mantido no ranking atualizado da Placar. A façanha do ex-goleiro do Ferroviário foi amplamente divulgada nos periódicos da época, inclusive na própria revista Placar, no encarte intitulado “Suplemento Especial“, em sua edição de número 170, de 15/06/1973, com texto do jornalista Marcos Nunes, que trabalhava como correspondente da revista em Fortaleza. A matéria, inclusive, afirma a minutagem de forma equivocada, citando 1.395 minutos, quando na verdade foram cem minutos a menos. O feito de Marcelino completará meio século de existência em 2023.

Matéria da revista Placar, com texto de Marcos Nunes, falando sobre a longa minutagem de Marcelino

Acima, a matéria sobre a derrota do Ferroviário no jogo contra o Maguari que eternizou a marca de 1.295 minutos de Marcelino. Caso o goleiro coral quebrasse a marca de Jorge Reis, ele receberia um carro Fusca como premiação da diretoria do Tubarão da Barra. Faltaram 309 minutos para tal. Esperamos que a revista Placar corrija seu lamentável equívoco e atualize seu ranking histórico com a inclusão do feito do ex-goleiro do Ferroviário. Por dever de justiça e exatidão histórica, a incrível façanha de Marcelino é até hoje a quarta maior marca da história do futebol brasileiro e não pode ser negligenciada por equívocos jornalísticos de qualquer espécie. Assim, as referidas marcas emblemáticas obedecem corretamente a sequência abaixo.

1º Lugar – Mazaropi – 1.816 minutos – Vasco da Gama/RJ – 1978
2º Lugar – Neneca – 1.636 minutos – Náutico/PE – 1974
3º Lugar – Jorge Reis – 1.604 minutos – Rio Branco/ES – 1971
4º Lugar – Marcelino – 1.295 minutos – Ferroviário/CE – 1973
5º Lugar – Zetti – 1.238 minutos – Palmeiras/SP – 1987
6º Lugar – Jairo – 1.132 minutos – Corinthians/SP – 1978
7º Lugar – Emerson – 1.108 minutos – Paysandu/PA – 2016
8° Lugar – Alex Alves – 1.079 minutos – São Bernardo/SP – 2022 (*)
9º Lugar – Altevir – 1.066 minutos – Athletico/PR – 1977
10º Lugar – Eli – 1.060 minutos – São Bernardo/SP – 1982

(*) Alex Alves continua jogando pelo São Bernardo/SP na Série D de 2022 e pode aumentar sua marca em busca das cinco melhores colocações. Eis um fato a ser amplamente observado. Esperamos que após a performance de Alex Alves, a revista Placar atualize novamente seu ranking e não esqueça de incluir a performance do ex-goleiro Marcelino.

DIA DE REGISTRAR UM ERRO HISTÓRICO DA REVISTA PLACAR

A foto do Ferroviário foi publicada pela Revista Placar com o nome dos jogadores do Fortaleza

Quem acompanhou o futebol brasileiro nos anos 70 e 80 certamente dependia muito das informações veiculadas pela Revista Placar. Numa época em que a Internet comercial não existia, a chegada da famosa revista nas bancas de revista em Fortaleza, toda quarta-feira, era um bálsamo para os apaixonados pelo esporte. A revista mantinha correspondentes em todas as capitais brasileiras e os campeonatos estaduais tinham o merecido destaque nas páginas semanais da publicação. Numa das edições do ano de 1975, a Placar publicou por engano uma fotografia do Ferroviário, só que com o nome e a escalação dos jogadores do Fortaleza Esporte Clube. Uma gafe histórica, sem dúvida nenhuma. A referida foto já apareceu aqui no blog numa postagem de 2015, na mesma época em que esteve exposta numa exposição do futebol cearense no Shopping RioMar. Muita gente viu, porém poucos notaram os ajustes em Photoshop, feitos por sabe Deus quem, para eliminar os dados do Fortaleza na histórica imagem. Eis que a publicação original da revista é enviada para o blog pelo internauta João Ricardo Oliveira e obviamente essa raridade merece uma nova postagem. Eis o dia em que vários brasileiros desavisados acompanharam a escalação do Fortaleza com uma imagem dos jogadores do Ferroviário Atlético Clube.

INVENCIBILIDADE DE MARCELINO CAIA NUM 10 DE JUNHO COMO HOJE

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Goleiro Marcelino: 170 jogos pelo Ferroviário e recorde de 1.295 minutos sem sofrer gols

10 de Junho. Foi nessa data, há exatos 42 anos, que um ex-juvenil do Ferroviário desferiu um chute defensável e o goleiro coral acabou enganado pela trajetória da bola. Gol do Maguary. Aquele lance de 1973 foi histórico, apesar da mídia cearense quase sempre fazer questão de não lembrar. O gol de Ibsen derrubou uma marca de 1.295 minutos sem sofrer gols do goleiro Marcelino, um carioca que marcou época na Barra do Ceará entre 1969 e 1976. Até hoje nenhum outro goleiro chegou sequer a ameaçar o posto de recordista do ex-goleiro coral. No futebol brasileiro, trata-se da 4ª melhor marca nacional. O fato mereceu destaque inclusive na revista Placar na edição de 15/6/1973. O 1º lugar pertence a Mazaroppi, do Vasco/RJ, com seus 1.816 minutos em 1977. Jorge Reis e Neneca, ambos recentemente falecidos, estão também à frente da marca histórica de Marcelino. No futebol cearense, o ex-goleiro do Ferrão merecia uma estátua pelo feito.

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Marcelino e Ibsen após o gol

Foram 170 partidas com a camisa coral. Marcelino viveu altos e baixos no clube, mas será sempre lembrado como um dos goleiros mais importantes da histórica coral, não apenas pelo recorde cearense, que dificilmente um dia será quebrado, mas também pelo bom período de tempo que atuou como titular da meta coral. Ibsen foi companheiro de Marcelino até 1971, quando deixou o Ferroviário e passou a atuar em outras equipes. O gol que quebrou a marca lendária de seu ex-companheiro pareceu doer no ex-atleta coral. Após o gol, Ibsen correu e pediu desculpas para Marcelino. O Maguary venceu o jogo por 2×1, quebrando uma invencibilidade do Ferrão, que não perdia desde outubro do ano anterior. O recorde de Marcelino já mereceu destaque em outra postagem do Almanaque do Ferrão e merece ser celebrado a cada aniversário. O ex-goleiro é vivo, reside ainda em Fortaleza, onde fixou residência. Nunca mais voltou ao Rio de Janeiro. Mora num apartamento no bairro do Papicu e certamente merece todos os elogios e parabéns possíveis.