Marcelo Vilar segue firme na construção de um recorde pessoal como treinador do Ferroviário Atlético Clube. Em breve, ele pode ultrapassar a marca de Ivonísio Mosca de Carvalho, técnico campeão invicto pelo Ferroviário em 1968, que tem registrado em seus números o total de 112 partidas no comando coral entre 1966 e 1968. Falecido em 1975, Ivonísio é até hoje o 6º colocado no ranking coral de treinadores em relação ao número de partidas dirigidas. Vilar atualmente é o 7º colocado e já alcançou a marca de 105 jogos como treinador do Ferrão entre amistosos e jogos oficiais. Se tudo caminhar bem no campanha coral na Série C nacional dessa temporada, a expectativa é que Marcelo Vilar assuma a sexta posição no ranking. Curioso pra saber os cinco primeiros colocados com base nos números oficiais que serão disponibilizados numa futura edição impressa do Almanaque do Ferrão? Em 1º lugar: Babá com 203 jogos entre 1947 e 1959. Na 2ª posição: Lucídio Pontes com 168 jogos entre 1971 e 1990. Em 3º lugar: Vicente Trajano com 154 jogos entre 1954 e 1973; Em 4º lugar: Erandy Pereira Montenegro com 138 partidas entre 1975 e 1989; e na 5ª colocação: Valdemar Caracas com 130 jogos entre 1933 e 1946. Em 87 anos de história, o glorioso Tubarão da Barra já teve 161 treinadores.
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LEMBRANÇAS DO TIME QUE METEU 4×0 NO CEARÁ NO ESTADUAL DE 1947

Ferroviário Atlético Clube em 1947: Zé Dias, Decolher, Manuel de Ferro, Vicente Trajano, Caranguejo, Pipi, Benedito, Toinho II, Manoelzinho, Toinho I, Raimundinho e Baiano (treinador)
Esse belo retrato é a base do time do Ferroviário Atlético Clube que meteu 4×0 no Ceará no dia 6 de Julho de 1947, no PV. O jogo valeu pelo 1º turno do campeonato cearense daquele ano e está completando hoje mais uma aniversário daquela grande vitória. Os gols foram de Toinho I, Manoelzinho, Toinho II e Decolher. É possível identificar nomes emblemáticos da história coral, como Zé Dias, o goleiro que mais vezes defendeu a camisa coral em todos os tempos, com 197 partidas no currículo. Além dele, destaque também para a dupla de irmãos piauienses Manoelzinho e Raimundinho na mesma imagem. O primeiro é o recordista coral em número de jogos. Foram 403 partidas de Manoelzinho pelo Ferrão, enquanto Raimundinho atuou em apenas 40 jogos e depois regressou para o Piauí. O atacante Decolher, infelizmente, teve morte trágica nos anos 1950. O time era treinado por J.G. Andrade, o famoso Baiano. Essa equipe foi vice-campeã estadual de 1947 após um episódio lamentável, porém histórico, que culminou com a prisão de todos os jogadores corais na decisão contra o Fortaleza, fato que mereceu destaque em postagens anteriores aqui no blog.
GLAYDSTONE RUMO À MARCA DE 200 JOGOS COM A CAMISA DO FERRÃO?
Ele foi um dos principais jogadores do Ferroviário entre 2003 e 2007. Na brilhante campanha coral na Série C nacional de 2006, o baixinho Glaydstone era o cérebro de um time que tinha ótimos jogadores e por muito pouco não conseguiu o acesso. Naquela mesma temporada, foi contemplado com uma placa alusiva à marca de 100 jogos em defesa do Ferrão. Voltou entre 2010 e 2011 sem muito destaque. No sábado passado, aos 37 anos, reestreou pelo clube contra o Crato em jogo válido pela segunda divisão cearense e completou sua partida de número 180. Será que Glaydstone alcançará a marca de 200 jogos? Apenas 28 jogadores na história conseguiram esse feito. O tempo dirá.
A DESCOBERTA DO MAIOR GOLEADOR E RECORDISTA EM NÚMERO DE JOGOS
Um dos principais méritos do Almanaque do Ferrão foi a descoberta de informações desconhecidas na história do clube a partir do levantamento detalhado de todas as fichas técnicas de seus jogos oficiais e amistosos em oito décadas de existência. Até 2013, ano da publicação da pesquisa, era impossível afirmar, por exemplo, o recordista coral em número de jogos e o maior goleador do Tubarão da Barra em todos os tempos. Curiosamente, os dados mostraram que esses dois nomes jogaram na mesma formação coral durante boa parte dos anos 50 e aparecem na foto acima em uma das várias escalações do Ferroviário naquela década, mais precisamente em 1955.
O piauiense Manoelzinho (Manoel David Machado) defendeu as cores corais entre 1946 e 1962, o que lhe valeu a honra de atuar 403 partidas no período e ser o jogador que mais vezes vestiu a gloriosa camisa do Ferrão. Atuou em todas as posições da defesa e sempre foi um nomes mais respeitados da trajetória coral, mesmo antes da descoberta de seu recorde. Outro nome a ser sempre reverenciado é o atacante Macaco (José Maria de Araújo), também piauiense, que jogou entre 1952 e 1959, assinalando 115 gols no período. Ambos na foto acima. Ambos para sempre na história. Os dados completos de todos os 1.956 jogadores da história coral você encontra na versão impressa do almanaque. Os dados dos principais recordistas você encontra aqui mesmo no blog.
DOIS GOLEIROS RECORDISTAS MORREM NA MESMA SEMANA
O goleiro coral Marcelino perseguia o recorde de Jorge Reis em 1973. Não conseguiu, mas bem que tentou. Um ano depois, Neneca triunfou e colocou seu nome nos anais do futebol nacional. Marcelino parou nos 1.295 minutos sem sofrer gols, o que não é pouco, mantendo a terceira melhor marca até 1977, quando Mazzaropi, do Vasco/RJ, suplantou todos com 1.816 minutos. Jorge Reis jogava no Rio Branco/ES e Neneca defendia o Náutico/PE. Nesse começo de 2015, os dois partiram para o time do céu com a diferença de uma semana. Primeiro, Neneca, no final de janeiro. Ontem, Jorge Reis. Foram embora pra sempre, mas sempre também serão lembrados. Mazzaropi mora no Rio Grande do Sul e Marcelino, em Fortaleza, no bairro Papicu.
Jorge Reis terá eternamente a marca de 1.604 minutos, o que lhe valeu na época até premiação no programa de TV do Chacrinha. Neneca levou consigo a invencibilidade de 1.636 minutos. Dois grande goleiros, dois nomes que sempre estiveram na mente de Marcelino, um dos arqueiros mais famosos da história do Ferroviário, não só pelo recorde, mas pela longevidade no arco coral durante boa parte da década de 70, o que o levou a ser escolhido no Time dos Sonhos do Ferrão. São marcas históricas no Brasil que dificilmente serão quebradas pelos goleiros da atualidade. Jorge Reis e Neneca, agora lá de cima, continuarão vigilantes como sempre fizeram em suas metas.