PRIMEIRO TÍTULO ESTADUAL DO FERRÃO COMPLETA 70 ANOS

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Uma das formações do Ferroviário no início de 1946: Valdemar Caracas, Caranguejo, Babá, Alderi, Benedito, Chinês e Dandoca. Agachados: Olívio, Aracati, Charutinho, Almeida e Pipi.

O título foi o de campeão cearense de 1945, mas a conquista veio em 1946, exatamente num 17 de fevereiro como hoje. Há 70 anos, o Ferroviário Atlético Clube conquistava seu primeiro campeonato estadual e grafava seu nome na galeria dos grandes times do futebol alencarino. Sob o comando do próprio fundador Valdemar Caracas, que exercia na ocasião a função de treinador da equipe, o legítimo representante da classe ferroviária do estado do Ceará batia, de virada, o poderoso Maguari por 3×1, com gols de Pipi, Toinho II e Charutinho, conquistando um resultado histórico e enchendo de alegria uma grande legião de torcedores que acompanhava a agremiação coral. O jogo foi disputado num acanhado estádio Presidente Vargas e teve o lendário árbitro Rolinha no apito.

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Os jornais da cidade de Fortaleza estampavam: Ferroviário campeão cearense de 1945

A competição teve apenas 9 jogos para o Ferroviário, um deles vencido por WO contra o Fortaleza. Nas outras 8 partidas disputadas em campo, o Almanaque do Ferrão registrou a seguinte participação de cada atleta: Zé Dias (7 jogos), Gumercindo (1), Caranguejo (8), Benedito (8), João Bombeiro (5), Chinês (8), Dandoca (8), Toinho II (8), Aracati (8), Charutinho (8), Duó (4), Almeida (4), Pipi (8) e Osvaldo (3). Na foto mais famosa do título, nota-se a ausência do goleiro titular Zé Dias e também de seu reserva imediado Gumercindo. Quem aparece é o jovem Alderi, que apesar de não ter participado de nenhuma partida oficial no certame, fixou-se como titular por um período logo após a conquista. O defensor Babá e o atacante Olívio também saíram na foto com o troféu, mesmo sem terem disputado jogos oficiais no campeonato. Na final contra o Maguari, no jogo de número 194 de toda a trajetória coral, o Ferrão formou com Zé Dias, Caranguejo e Benedito; Dandoca, Chinês e Osvaldo; Toinho II, Aracati, Charutinho, Almeida e Pipi. O Maguari jogou com Rai, Valdemar e Popó; Roberto, Otávio e Stênio; Gerson, Dudu, Jombrega, Henrique e Deefeito. Partida histórica para sempre ser lembrada!

REVISTA DE CIRCULAÇÃO NACIONAL VAI FALAR DA PRISÃO DO FERRÃO

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Jogadores e polícia saindo do gramado do Presidente Vargas: Ferroviário preso em 1948

Ainda é segredo o nome da revista, mas já se sabe que em breve o Ferroviário Atlético Clube vai merecer destaque em uma das publicações mais importantes da Editora Abril e não estamos falando da Placar. A matéria será assinada por um grande colunista da revista e estampará uma foto raríssima na história do clube: o momento da prisão de todo time coral em 22/2/48, no Estádio Presidente Vargas, exatamente no jogo final do campeonato cearense de 1947. A imagem acima foi cedida para a publicação nacional diretamente do acervo do Almanaque do Ferrão. Aguardem.

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Zé Dias: o goleiro no xilindró

A prisão de todos os jogadores do Ferroviário em 1948 é até hoje lembrada no futebol cearense e marcou a história do clube como uma prova indelével das artimanhas extra-campo que terminaram afetando os resultados esportivos dentro das quatro linhas ao longo das décadas. Na ocasião, o Ferrão vencia o Fortaleza por 3×1 e garantia o título. O árbitro Edson Oliveira passou a promover uma sucessão de equívocos, expulsou jogador, transformou tiro de meta em escanteio, validou gol irregular e o adversário chegou aos 3×3 em questão de minutos. Os corais se revoltaram e saíram de campo, recebendo voz de prisão ainda no estádio, sendo os jogadores submetidos a caminharem a pé, em fila indiana, até o xilindró mais próximo, que ficava no centro da cidade.

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Dois presos: Manoelzinho e Benedito

Sob o comando do técnico Baiano, o Ferroviário foi ´assaltado` e preso naquela tarde com o futebol de Zé Dias, Manoelzinho e Expedito; Benedito, Vicente Trajano e Raimundinho; Néo, Manuel de Ferro, Decolher, Ruivo e Pipi. Como o jogo não prosseguiu, o Fortaleza foi declarado campeão com Juju, Zé Sérgio e Stênio; Natal, Torres e Arrupiado; Jombrega, Paulinho, França, Pipiu e Piolho. Os gols foram de Decolher, Manuel de Ferro, Néo, França, Jombrega e Torres. Era apenas o jogo de número 241 na história coral, cujo imbróglio que o envolveu certamente será bem retratado na publicação que chegará às bancas de todo país. Avisaremos aqui.