A GAROTADA DA BASE QUE VIROU TITULAR NO CAMPEONATO DE 1973

Ferroviário Atlético Clube em abril de 1973 – Em pé: Carlito, Marcelino, Vicente, Luciano Amorim, Cândido e Grilo – Agachados: Paulo César Feio, Luizinho, Carlinhos, Edílson Lopes e Jeová

Mais um registro fotográfico de uma onzena coral, dessa vez pelo campeonato cearense de 1973. Time treinado por Vicente Trajano com boa parte dos seus jogadores egressos das categorias de base, como o lateral direito Carlito, os zagueiros Cândido e Luciano Amorim, o lateral esquerdo Grilo, o meia Edílson Lopes e o ponta esquerda Jeová. Por sua vez, o meia Carlinhos e o perigoso atacante Paulo César Feio vieram do Madureira/RJ. O destaque do time era o atacante Luizinho, conhecido como ´peito de aço`, oriundo do Sport Belém/PA e que estava no clube desde a temporada de 1971. O goleiro Marcelino era o nome mais conhecido daquela formação. Ele vivia o auge de sua forma técnica e já acumulava vários minutos sem sofrer gols na competição, o que posteriormente lhe valeu um recorde que tem tudo para ser eterno no futebol cearense. O volante Vicente era egresso do Quixadá e mostrava-se bastante eficiente, perfazendo o total de 130 jogos com a camisa coral entre 1972 e 1976. A opção por lançar os garotos da base em pleno Estadual foi forçada pela crise econômica que assolava o mundo em 1973, complicada ainda mais pela disparada dos preços do petróleo meses depois e o consequente desabastecimento de produtos no comércio. Foi um momento muito difícil vivido em meio à ditadura militar no Brasil.

VIAGEM NO TEMPO REVISITANDO DOIS UNIFORMES DO FERROVIÁRIO

Repare na foto abaixo tirada no dia 07 de setembro de 1977. Sob a gestão do presidente Chateaubriand Arrais, o Ferroviário inovava em seu padrão de uniforme e jogava com camisas com três listras verticais, sendo duas pretas e uma vermelha. Foi num empate que marcou a estreia do ex-craque coral Amilton Melo com a camisa do Ceará e era a primeira vez que o Castelão recebia uma partida de portões abertos. Talvez seja esteticamente uma das mais belas fotografias do clube com os jogadores perfilados. Analise depois outra foto com a reprodução do mesmo padrão de camisas.

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Ferrão entrou em campo naquela tarde de 1977 para um jogo contra o Ceará com Vander, Bassi, Júlio, Joel Maneca, Arimatéia e Grilo; Vanderley, Kalu, Oliveira Piauí, Danilo e Paulo César Feio

Quatorze anos depois, em 20 de outubro de 1991, o presidente Múcio Roberto repetiu o modelo da camisa coral invertendo apenas as cores das listras, sendo duas vermelhas e uma preta. Mais uma vez o Ceará foi o adversário coral e o jogo também foi empate, graças ao goleiro Banana que defendeu um pênalti de Cláudio Adão. Esse padrão de camisa foi utilizado pouquíssimas vezes durante o campeonato cearense daquele ano.

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De novo contra o Ceará no Castelão, o Ferrão posou em 1991 com Aldo, Elmo Casquinha, Toninho Barrote, Valdemir, Adriano e Banana; Paulo Adriano, Arnaldo, Tinda, Paulinho e Cantareli

CLICK HISTÓRICO PARA LEMBRAR OS CLÁSSICOS DE 1977 CONTRA O CEARÁ

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Amigos e rivais ao mesmo tempo 

Muita gente sente falta do clássico Ceará x Ferroviário sendo disputado em sua plenitude. Os dois protagonizaram jogos memoráveis desde o final dos anos 1930. Os torcedores mais veteranos apontam a segunda metade da década de 1970 como a fase áurea dos clássicos locais após o advento do Castelão. O Almanaque do Ferrão resgata hoje uma foto histórica para ilustrar os confrontos do ano de 1977. Foram 6 jogos entre ambos pelo campeonato estadual, sendo 1 empate (0x0), 2 vitórias corais (3×1 e 3×2) e 3 vitórias alvinegras (0x1, 1×4 e 0x1). Oliveira Piauí (3x), Vanderley (2x), Dodô (contra) e Alzir fizeram os gols do Ferrão. Serginho Amizade (2x), Ferreti (4x), Da Costa (2x) e Felipe assinalaram os tentos pelo lado do Ceará. Na foto, o atacante Paulo César Feio e o zagueiro Arimatéia com a bela camisa coral daquela temporada e Serginho Amizade pelo Ceará. A última vez que os dois times se enfrentaram pelo estadual foi em abril de 2013.