FOTOGRAFIA COM DUPLA DE ZAGA QUE POUCAS VEZES JOGOU JUNTA

Ferrão em 21/06/1992 contra o Tiradentes no PV – Em pé: Caetano, Paulo Adriano, Fernando Silva, Hermes, Joel e Jaime; Agachados: Cantareli, Idevaldo, Junior Piripiri, Marquinhos e Jorge Veras

Na imagem acima, pelo menos três jogadores são raramente encontrados em fotografias antigas do Ferroviário: o meia Marquinhos e a dupla de zaga Fernando Silva e Hermes. Eles fizeram parte do elenco coral no Campeonato Cearense de 1992. O primeiro chegou contratado junto ao Taubaté/SP e fez apenas 6 jogos pelo Ferrão. Por sua vez, o zagueiro Fernando Silva era um promissor atleta do Santa Cruz/PE, que o emprestou para o Tubarão da Barra. Ele fez 20 jogos e marcou 1 gol pelo Ferroviário. Na foto em questão, um jogo contra o Tiradentes pelo Estadual, vencido pelo Tigre por 2×0, o baiano da cidade de Tucano formou dupla de zaga com o experiente zagueiro Hermes. Aos 33 anos de idade, Hermes chegou depois de acumular belas passagens por clubes nordestinos, entre eles o Treze/PB. Essa dupla só esteve junta em 5 partidas do Ferrão. Uma semana depois da foto em destaque, os dois formaram a zaga coral pela última vez, numa derrota vexatória para Ceará, por 6×1, no PV. Hermes rescindiu e foi embora, deixando 11 jogos nas estatísticas corais. Fernando Silva continuou no elenco. Depois, ele teve relativo sucesso em sua trajetória, pois posteriormente permaneceu quase 10 anos atuando no futebol português. Ainda na fotografia, cabe destacar a presença do experiente atacante Idevaldo, que teve boa passagem no América/MG nos anos 1980. Destaque também para os conhecidos laterais Jaime e Caetano, improvisado na esquerda, e ainda o meia Júnior Piripiri e o ídolo Jorge Veras, além da dupla Cantareli e Paulo Adriano, que conseguiram títulos com a camisa coral pouco tempo depois. Por sua vez, o goleiro Joel, ex-Icasa, foi outro que deixou o clube após a debacle para o alvinegro na rodada seguinte do Estadual de 1992.

MAIS UMA GOLEADA IMPIEDOSA CONTRA O FORTALEZA NOS ANOS 1990

Todo mundo lembra da supremacia coral em cima do Fortaleza na maior parte dos anos 1990. O famoso ´carimbo` de 3×0, 4×0 e 5×0 se repetiu algumas vezes a favor do time coral no período. Considerando os 44 jogos oficiais e amistosos entre 1993 e 1999, o Ferrão assinalou a expressiva marca de 31 gols de saldo contabilizados a partir de 92 marcados e 61 tomados, uma margem consideravelmente folgada, fruto das inúmeras goleadas impostas pelo Tubarão da Barra naquele momento do futebol cearense. Acima, você confere o vídeo de um famoso 4×0 contra o Fortaleza na temporada de 1998. Com gols de Bertoldo, Paulo Adriano, Rômulo e Marquinhos Pernambuco, o Ferrão arrasou o adversário no dia 15 de março daquele ano em jogo válido pelo campeonato cearense. Treinado pelo falecido Argeu dos Santos, o Ferrão se impôs com o futebol de Jorge Luiz, Chiquinho (Alex), Aldemir, Santos e Bertoldo; Solimar, Cantareli (Saulo), Paulo Adriano e Marcelo (Marquinhos); Rômulo e Marquinhos Pernambuco. O técnico Sérgio Lopes escalou o Fortaleza com o futebol de Eduardo, Valdo (Júnior Pipoca), César, Fabiano e Quinho (Da Silva); Pires, Oldair, Pastor e Macula; Barbosa (Válter) e Márcio. As imagens da goleada coral são da TVC e você ainda confere os elogios do apresentador Lima Júnior ao técnico coral. Três meses depois, o time coral ficou com o vice campeonato estadual de 1998 ao perder a final para um Ceará recheado de jogadores contratados e inscritos somente para a decisão do campeonato, num dos episódios mais vexatórios do futebol alencarino  devidamente garantido pelo regulamento da competição.

ENCONTRO DE GOLEIROS ANTES DE PARTIDA PELA COPA DO BRASIL

Goleiros para sempre e um capitão

A foto ao lado é de março de 1995 e mostra 3 ótimos goleiros que vestiram a camisa do Ferroviário. Foi tirada no Castelão, antes de uma partida do time coral contra o Remo/PA pela Copa do Brasil. De camisa listrada, o goleiro Roberval, bicampeão estadual 94-95 pelo Ferrão. De branco, seu treinador de goleiros na época, Edmundo Silveira, ex-arqueiro do próprio Ferroviário entre 1978 e 1982, que disputou 19 partidas no título cearense de 79, quando chegou a ser titular durante a competição e teve a felicidade de jogar a finalíssima contra o Fortaleza em razão do terceiro cartão amarelo do titular Cícero Capacete. A seu lado, o grande goleiro Clemer, que vestia a camisa do Remo na época e que, apenas dois anos antes, defendera o Tubarão da Barra vindo do futebol maranhense. Depois de jogar na equipe paraense, Clemer se destacou nacionalmente como goleiro do Goiás/GO, Portuguesa/SP, Flamengo/RJ e Internacional/RS, onde foi campeão mundial. Perceba a altura de Edmundo Silveira diante de Roberval e Clemer, certamente bem acima da média para os padrões dos arqueiros que atuavam na década de 70. De quebra, o capitão Paulo Adriano, o último jogador até hoje a levantar uma taça para o Ferroviário, exatamente no final daquela temporada.

POR ONDE ANDA O VOLANTE DO BICAMPEONATO CORAL?

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Ex-capitão Paulo Adriano possui atualmente um comércio de venda de coco gelado

Há 20 anos, o Ferroviário conquistava o inédito bicampeonato em sua história. Depois de conquistar o campeonato cearense de 1994, a base campeã foi reforçada ainda mais na temporada seguinte. O resultado foi um conquista memorável que nunca sairá da memória dos 7.622 pagantes na final contra o Icasa, no PV, naquele domingo ensolarado de 10 de dezembro de 1995. Coube ao volante Paulo Adriano, remanescente de uma fase de vacas magras na vida coral, o privilégio de atuar como titular absoluto na imensa maioria das partidas daquela emblemática temporada como homem de absoluta confiança na retaguarda do técnico Ramon Ramos.

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Paulo Adriano ergue o troféu em foto do O Povo

Foram 293 partidas com a camisa do Ferroviário e 7 gols marcados em dez temporadas pelo clube. Cria das equipes de base, Paulo Adriano fez sua primeira partida no time profissional em julho de 1991, em Sobral, contra o Guarany, pelo campeonato cearense. Bastante criticado no início da carreira, firmou-se como titular justamente quatro anos depois, logo após a negociação do volante Lima, craque da temporada de 94 e ídolo da torcida. Paulo Adriano foi de recente titular à capitão do time várias vezes na temporada de 1995. Vinte anos depois, o ex-volante coral pode ser encontrado todos os dias em seu estabelecimento comercial na Rua Padre Mororó, número 1.349, no centro de Fortaleza, ao lado do tradicional prédio do DNOCS. Ele vende cocos no local e possuiu uma clientela cativa, que o mantém já há 10 anos no negócio. Agora, você já sabe. Se quiser beber uma água de coco geladinha, é só dar uma passada lá e ficar por dentro das brilhantes histórias de um dos volantes titulares na campanha do Bi. O que não falta são recordações positivas e inesquecíveis de uma época vitoriosa do Ferroviário.

POR ONDE ANDA O CAPITÃO BICAMPEÃO RICARDO LIMA?

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Ricardo Lima hoje é proprietário de uma escolinha de futebol no município de Aracati

Naquele 25 de setembro de 1993, Ricardo Lima substituiu Paulo Adriano no amistoso preparatório do Ferroviário para o campeonato brasileiro. O simpático Calouros do Ar era o adversário. Havia apenas 81 torcedores no Elzir Cabral. Esse foi o número de pessoas na velha arquibancada do estádio que tiveram a sorte de ver, naquela tarde, a dupla de volantes do time bicampeão cearense dois anos depois. Ricardo Lima vinha de Aracati, um dos municípios mais belos e históricos do Ceará. Era jovem e inexperiente. Menos de 3 meses depois, fazia seu primeiro jogo oficial, dessa vez no PV, contra o ABC/RN, no dia que o técnico José Oliveira mandou a campo um time só de garotos já que o Ferrão havia sido despachado da competição nacional na rodada anterior.

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Ricardo Lima em 1994: o primeiro agachado

Foram 7 meses de espera até uma nova oportunidade como titular numa partida oficial, em julho de 94, contra o Itapipoca, no Perilo Teixeira, pelo campeonato estadual. A partir daí, o garoto de Aracati fixou-se no time principal e escreveu uma bela história do clube que culminou com os memoráveis títulos cearenses de 1994 e 1995, este último tendo exatamente ele como capitão da equipe no jogo final contra o Icasa. A última partida de Ricardo Lima com a camisa coral foi justamente na entrega de faixas do bicampeonato, contra o Guarany de Sobral, em 16/12/95, exatamente no estádio onde tudo começou, na Barra do Ceará. Ao todo, foram 68 partidas pelo time principal e 10 gols marcados. Dali, seguiu negociado para o União São João, que chegou a pertencer à Série A do Brasileirão naquele período. Porém, grande parte de sua carreira foi vivida posteriormente na Espanha. A oportunidade de morar durante anos na Europa fez do ex-capitão coral uma pessoa de mente diferenciada no meio do futebol.

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Escola de Futebol de Ricardo Lima em Aracati

Ricardo Lima fixou residência em Aracati após pendurar as chuteiras. Pensou em ser treinador e se preparou para isso fazendo vários cursos. Em 2013, manteve sucessivos contatos com a direção do Ferroviário para compor o rol de treinadores das categorias de base do clube a partir da temporada seguinte, mas os rumos políticos que se seguiram na vida coral inviabilizaram seu retorno ao Tubarão da Barra com a mudança abrupta no perfil da gestão de futebol a partir da eleição verificada em novembro daquele ano. Ainda no ano passado, Ricardo Lima inaugurou uma escolinha de futebol em Aracati com o intuito de revelar talentos da região para o futebol cearense. E na semana passada, a Escolinha de Futebol R.L, como é conhecida, migrou para uma equipada e nova unidade de campos em parceria com o meio empresarial local. Que seja bem sucedida e que novos craques possam despontar. O nosso vitorioso ex-atleta mais do que merece.

VIAGEM NO TEMPO REVISITANDO DOIS UNIFORMES DO FERROVIÁRIO

Repare na foto abaixo tirada no dia 07 de setembro de 1977. Sob a gestão do presidente Chateaubriand Arrais, o Ferroviário inovava em seu padrão de uniforme e jogava com camisas com três listras verticais, sendo duas pretas e uma vermelha. Foi num empate que marcou a estreia do ex-craque coral Amilton Melo com a camisa do Ceará e era a primeira vez que o Castelão recebia uma partida de portões abertos. Talvez seja esteticamente uma das mais belas fotografias do clube com os jogadores perfilados. Analise depois outra foto com a reprodução do mesmo padrão de camisas.

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Ferrão entrou em campo naquela tarde de 1977 para um jogo contra o Ceará com Vander, Bassi, Júlio, Joel Maneca, Arimatéia e Grilo; Vanderley, Kalu, Oliveira Piauí, Danilo e Paulo César Feio

Quatorze anos depois, em 20 de outubro de 1991, o presidente Múcio Roberto repetiu o modelo da camisa coral invertendo apenas as cores das listras, sendo duas vermelhas e uma preta. Mais uma vez o Ceará foi o adversário coral e o jogo também foi empate, graças ao goleiro Banana que defendeu um pênalti de Cláudio Adão. Esse padrão de camisa foi utilizado pouquíssimas vezes durante o campeonato cearense daquele ano.

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De novo contra o Ceará no Castelão, o Ferrão posou em 1991 com Aldo, Elmo Casquinha, Toninho Barrote, Valdemir, Adriano e Banana; Paulo Adriano, Arnaldo, Tinda, Paulinho e Cantareli