INVENCIBILIDADE DE MARCELINO CAIA NUM 10 DE JUNHO COMO HOJE

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Goleiro Marcelino: 170 jogos pelo Ferroviário e recorde de 1.295 minutos sem sofrer gols

10 de Junho. Foi nessa data, há exatos 42 anos, que um ex-juvenil do Ferroviário desferiu um chute defensável e o goleiro coral acabou enganado pela trajetória da bola. Gol do Maguary. Aquele lance de 1973 foi histórico, apesar da mídia cearense quase sempre fazer questão de não lembrar. O gol de Ibsen derrubou uma marca de 1.295 minutos sem sofrer gols do goleiro Marcelino, um carioca que marcou época na Barra do Ceará entre 1969 e 1976. Até hoje nenhum outro goleiro chegou sequer a ameaçar o posto de recordista do ex-goleiro coral. No futebol brasileiro, trata-se da 4ª melhor marca nacional. O fato mereceu destaque inclusive na revista Placar na edição de 15/6/1973. O 1º lugar pertence a Mazaroppi, do Vasco/RJ, com seus 1.816 minutos em 1977. Jorge Reis e Neneca, ambos recentemente falecidos, estão também à frente da marca histórica de Marcelino. No futebol cearense, o ex-goleiro do Ferrão merecia uma estátua pelo feito.

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Marcelino e Ibsen após o gol

Foram 170 partidas com a camisa coral. Marcelino viveu altos e baixos no clube, mas será sempre lembrado como um dos goleiros mais importantes da histórica coral, não apenas pelo recorde cearense, que dificilmente um dia será quebrado, mas também pelo bom período de tempo que atuou como titular da meta coral. Ibsen foi companheiro de Marcelino até 1971, quando deixou o Ferroviário e passou a atuar em outras equipes. O gol que quebrou a marca lendária de seu ex-companheiro pareceu doer no ex-atleta coral. Após o gol, Ibsen correu e pediu desculpas para Marcelino. O Maguary venceu o jogo por 2×1, quebrando uma invencibilidade do Ferrão, que não perdia desde outubro do ano anterior. O recorde de Marcelino já mereceu destaque em outra postagem do Almanaque do Ferrão e merece ser celebrado a cada aniversário. O ex-goleiro é vivo, reside ainda em Fortaleza, onde fixou residência. Nunca mais voltou ao Rio de Janeiro. Mora num apartamento no bairro do Papicu e certamente merece todos os elogios e parabéns possíveis.

DOIS GOLEIROS RECORDISTAS MORREM NA MESMA SEMANA

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Jorge Reis morreu ontem

O goleiro coral Marcelino perseguia o recorde de Jorge Reis em 1973. Não conseguiu, mas bem que tentou. Um ano depois, Neneca triunfou e colocou seu nome nos anais do futebol nacional. Marcelino parou nos 1.295 minutos sem sofrer gols, o que não é pouco, mantendo a terceira melhor marca até 1977, quando Mazzaropi, do Vasco/RJ, suplantou todos com 1.816 minutos. Jorge Reis jogava no Rio Branco/ES e Neneca defendia o Náutico/PE. Nesse começo de 2015, os dois partiram para o time do céu com a diferença de uma semana. Primeiro, Neneca, no final de janeiro. Ontem, Jorge Reis. Foram embora pra sempre, mas sempre também serão lembrados. Mazzaropi mora no Rio Grande do Sul e Marcelino, em Fortaleza, no bairro Papicu.

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Neneca faleceu no final de janeiro

Jorge Reis terá eternamente a marca de 1.604 minutos, o que lhe valeu na época até premiação no programa de TV do Chacrinha. Neneca levou consigo a invencibilidade de 1.636 minutos. Dois grande goleiros, dois nomes que sempre estiveram na mente de Marcelino, um dos arqueiros mais famosos da história do Ferroviário, não só pelo recorde, mas pela longevidade no arco coral durante boa parte da década de 70, o que o levou a ser escolhido no Time dos Sonhos do Ferrão. São marcas históricas no Brasil que dificilmente serão quebradas pelos goleiros da atualidade. Jorge Reis e Neneca, agora lá de cima, continuarão vigilantes como sempre fizeram em suas metas.