REGISTRO DE UMA FORMAÇÃO DO FERROVIÁRIO EM 1987 NO CASTELÃO

Uma das formações do Ferroviário no Campeonato Cearense de 1987 – Em pé: Laércio, Arimatéia, Ramos, Léo, Zé Alberto e Walter. Agachados: Mardônio, Edson, Mardoni, Narcélio e Carlos Antônio.

Eis o registro de uma das formações do Ferroviário Atlético Clube no Castelão, durante o Campeonato Cearense de 1987. A fotografia foi tirada no dia 19 de Julho daquele ano, antes de um Clássico das Cores contra o Fortaleza. O Tubarão da Barra vinha de uma excelente vitória contra o Guarany de Sobral, o que levou o treinador Erandy Montenegro a repetir a escalação que começou o jogo anterior. O jovem Mardônio e o experiente Zé Alberto eram os destaques da equipe, que contava também com a eficiência do carioca Carlos Antônio e do rodado Mardoni, jogador oriundo do Central de Caruaru, mas que já havia vestido a camisa de equipes como Palmeiras/SP e Vitória/BA na segunda metade dos anos 1970. A dupla de zaga Arimatéia e Léo vivia grande fase e jogava junto desde de 1985, dando proteção ao goleiro Walter que fazia sua melhor temporada nos quatro anos que permaneceu no Ferrão. O lateral Laércio já tinha quase uma década no clube e Ramos chegara recentemente emprestado pelo Botafogo/PB. Por sua vez, o já falecido atacante Narcélio era cria das categorias de base da Barra do Ceará no início dos anos 1980.

TIME JÚNIOR DO FERROVIÁRIO NO CAMPEONATO CEARENSE DE 1982

Equipe de base do Ferroviário Atlético Clube na temporada de 1982 – Em pé: Benone, China, Luís Carlos, Cid, Cloude e Marquinhos; Agachados: Pedro, Juarez, Osmar, Narcélio e Wellington

O registro fotográfico acima merece o destaque nessa seção. Essa fotografia foi tirada no estádio Presidente Vargas, em 1982, num domingo pela manhã, antes do início do Torneio Início de mais um campeonato de base promovido pela Federação Cearense de Futebol, que equivalia à categoria Sub-20 de hoje em dia. Era o chamado time júnior coral, que foi campeão estadual ao final da temporada. Dessa equipe, alguns nomes figuraram entre os profissionais durante a década de 1980, alguns com mais destaque, como o atacante Narcélio, já falecido, que realizou 30 partidas na equipe principal do Ferrão. O goleiro China figurou várias vezes nos jogos como reserva imediato dos goleiros titulares, participando efetivamente de 16 jogos em campo no total. O lateral direito Benone atuou em 9 partidas, o mesmo acontecendo com o lateral esquerdo Luís Carlos, que participou de 38 jogos entre 1984 e início de 1988. O meio campista Marquinhos também atuou em 6 jogos entre os profissionais naquela década. Pedro e Osmar atuaram apenas em duas partidas, cada. Wellington participou de 8 jogos e assinalou um gol, por sua vez, Juarez entrou em um único amistoso, em 1983, entre os profissionais do Tubarão da Barra. Não há registro dos demais em jogos da equipe principal do Ferroviário Atlético Clube durante os anos 1980.

ESTREIA DO FERRÃO CONTRA O MARANHÃO NO BRASILEIRO DE 1987

O Almanaque do Ferrão volta trinta anos no tempo e recorda em vídeo a estreia do Ferroviário no polêmico campeonato brasileiro de 1987, que foi estruturado pela CBF em quatro módulos com as cores da bandeira brasileira. O time coral esteve no Módulo Branco, numa chave formada com Maranhão/MA, Sampaio Correa/MA e Serrano/BA. O primeiro jogo do Ferrão na competição ocorreu exatamente num 18 de outubro como hoje, no PV, numa bela tarde de domingo. O adversário foi o Maranhão e o Tubarão da Barra venceu pelo placar de 2×0, gols de Narcélio e Zé Alberto. Valdir Elias Coelho foi o árbitro do jogo, que contou com um público pequeno de 659 pagantes.

Zé Alberto: gol

Treinado por Erandy Montenegro, o Ferrão formou com Wálter, Laércio, Arimatéia, Renato e Kléber; Zé Alberto, Wiltinho (Ronaldinho) e Mardoni (Adalberto); Mardônio, Narcélio e Edson. O time maranhense, comandado por Garrinchinha, perdeu com Juca Baleia, Serginho, Uberaba, Eduardo e Neto; Batista, Tica e Daniel; Válter (Davi), Bacabau e Chiquinho (Vander). O Ferroviário se classificou bem em sua chave, mas caiu na segunda fase da competição ao ser desclassificado pelo América/RN após 3 confrontos decisivos. Narcélio, autor do primeiro gol do Ferrão no Brasileiro de 1987, já faleceu há alguns anos. No banco daquela equipe, um jovem atacante aguardava oportunidade para figurar entre os titulares. Seu nome: Mazinho Loyola, que acabou sendo aproveitado com destaque nas rodadas seguintes.

RESGATE EM VÍDEO DE UMA DAS MELHORES PARTIDAS DE 1987

Ferroviário e Guarany de Sobral fizeram um dos melhores jogos do campeonato cearense de 1987. Essa foi a opinião da imprensa em geral na noite daquele 15 de julho, quando o time coral aplicou 4×2 no Presidente Vargas. O empate em 2×2 persistia até os 36 minutos da etapa final e os 3.117 pagantes pareciam conformados com o resultado. Ao atrilhar do apito final do árbitro Francisco Pereira, dois gols corais nos últimos 9 minutos selaram a vitória do time que foi superior a partida inteira. Narcélio, Mardônio, Zé Alberto e Cardosinho marcaram para o Ferrão. Osmanir, duas vezes, anotou os tentos do time sobralense. O Almanaque do Ferrão recupera o vídeo dos quatro gols do Tubarão da Barra naquela noite e faz uma viagem de exatos 28 anos no túnel do tempo. Aproveite.

zé alberto

Zé Alberto

Treinado por Erandy Pereira Montenegro, que conseguiu o feito de permanecer o ano inteiro de 1987 no cargo e dar oportunidade para vários jogadores das categorias de base, o Ferrão formou nesse dia com Wálter, Laércio, Arimatéia, Léo e Ramos; Zé Alberto, Edson e Mardoni (Renato); Mardônio, Narcélio e Carlos Antônio (Cardosinho). Nagibe Marques, técnico do Guarany, mandou a campo a seguinte onzena: Dalmir, Ailton, Frota, Cláudio e Osmanir; Toninho Barrote, Carlos e Demair; Ivan, Macedo (Renato) e Djalma. O volante Zé Alberto, ex-Central/PE, era um dos jogadores mais experientes e regulares da equipe. Remanescente da temporada anterior e dono de um futebol clássico e vistoso, ele era o capitão e batedor oficial de pênaltis do time coral. A sua categoria na hora dos penais pode ser conferida no terceiro gol exatamente no momento decisivo da partida.