REGISTRO DA PRIMEIRA FORMAÇÃO QUE SE DESTACOU NA SÉRIE C DE 2006

Ferroviário em 2006 – Em pé: Jéfferson, Nemézio, Tales, Tiago Gasparetto, Marcelo Mendes e Marcelo Sá. Agachados: Marcos Pimentel, Glaydstone, Ernandes, Fernandinho e Cristiano

Esse é o Ferrão de 2006 no retrato! Naquela temporada, o time coral quase conseguiu o acesso para a Série B do Brasileiro. Foi por um triz. Depois de um período de três meses de inatividade, acontecida entre o fim do campeonato cearense e o início da Série C nacional, o Ferroviário voltava aos gramados com essa formação no primeiro amistoso preparatório para a nova competição. Era a estreia de nomes como o zagueiro Tiago Gasparetto, do famoso atacante Fernandinho e dos meias Tales e Marcelo Sá. A base dessa equipe seguiu firme no campeonato nacional e por muito pouco não subiu de divisão. O registro fotográfico foi feito antes de um amistoso contra o Ceará no estádio Presidente Vargas. O alvinegro venceu por 2×1 com gols de Luís Fernando e Léo Gago. Tales marcou para o Ferrão. A maioria desses atletas já pendurou as chuteiras. O eficiente volante Marcelo Mendes trabalha atualmente no Sampaio Corrêa. Tiago Gasparetto é instrutor de escolinhas no interior de São Paulo e o goleiro Jéfferson trabalha com esportes na prefeitura de Fortaleza. Grande time!

DEZ ANOS DE UMA VITÓRIA DE VIRADA NOS MINUTOS FINAIS

Era um 17 de agosto como hoje, só que há 10 anos. O Ferrão fazia ótima campanha na Série C nacional de 2006 e vencia o Porto de Caruaru, no PV, numa virada emocionante. O time pernambucano marcou primeiro com o jogador Arlindo e vencia por 1×0 até os 41 minutos do segundo tempo. O Tubarão da Barra fez pressão e arrancou a virada na base da garra com gols do lateral esquerdo Guarilha e do volante Marcelo Mendes, dois jogadores não muito afeitos a marcar gols. Confira no vídeo acima disponibilizado na época na Internet. Foi o jogo 3.165 da nossa história, válido pela segunda fase da terceira divisão brasileira, que teve Paulo Jorge Rodrigues como árbitro e 2.000 corais no estádio.

Marcelo Mendes: autor do gol da vitória

O jogo contra a equipe pernambucana marcou a aguardada estreia do atacante Sérgio Alves com a camisa coral. Goleador e veterano, ele entrou no segundo tempo no posto do meia Ernandes, que atuou como lateral. Treinado por Arnaldo Lira, o Ferroviário Atlético Clube jogou com Jéfferson, Marcos Pimentel, Tiago Gasparetto, Nemézio e Ernandes (Sérgio Alves); Horácio (Tales), Marcelo Mendes, Glaydstone e Diego; Stênio e Fernandinho (Guarilha). O Porto/PE perdeu com Marquinhos, Suéliton, Rodolfo, Romero e Arlindo; Anderson, Sérgio, Cléberson (Márcio) e Cleiton (Stanley); Joelson (Laelson) e Fábio Silva. A chave coral na segunda fase da Série C de 2006 tinha ainda Vitória/BA e Confiança/SE. O Ferrão conseguiu a classificação para a terceira fase e, posteriormente, chegou ao octogonal decisivo da competição, quase logrando um tão sonhado acesso para a Série B nacional.

FERIADO DA REPÚBLICA TEM CARA DE 7×2 CONTRA O BAHIA

A goleada do Ferroviário em cima do Bahia por 7×2 naquele 15/11/2006 foi talvez uma das cinco vitórias mais consagradoras do percurso coral que já dura 81 anos. Foi um jogo memorável diante de um público pagante de 4434 torcedores, muito bom para os padrões históricos do clube. Era o octagonal final da Série C e 4 equipes conquistariam o acesso para a segunda divisão nacional. Sérgio Alves e Fernandinho só não fizeram chover naquele feriado da república. Por alguns dias, acreditou-se que o Ferroviário conquistaria o acesso tamanha a empolgação gerada pelo humilhante placar.

Apesar de não ter um elenco de muitas opções, a onzena principal tinha sempre uma força coletiva muito forte e contava com alguns jogadores de nível diferenciado, tanto é que parte deles vestiu depois as camisas de clubes mais badalados como Santa Cruz, Cruzeiro, Fluminense e São Paulo. A prova das poucas opções no elenco mostram o ótimo volante Marcelo Mendes improvisado na zaga ao lado do jovem Carlinhos, que sequer era titular. Nemézio e Tiago Gasparetto, este em grande forma, jogaram a maioria das partidas da Série C.

O fato é que o jogo 3186 da gloriosa história do Ferrão é aquele tipo de evento que daqui a 50 anos os torcedores presentes continuarão dizendo: “eu estava lá“. É o tipo de vitória que pai conta pro filho e jamais o futebol cearense esquecerá. Foi um troco na mesma moeda dado ao tricolor baiano, que em 1939 havia enfiado 7×3 no Ferrão. Em meio a tantas crises financeiras e técnicas nos últimos 17 anos, desde a saída do presidente bicampeão Clóvis Dias, os 7×2 contra o Bahia em 2006 representaram um verdadeiro oásis no deserto da caminhada coral, uma grande exceção à regra, junto com uma bela campanha no campeonato brasileiro que poderia ter mudado todos os fracassos que se sucederam depois, caso o acesso tivesse sido concretizado.

Uma olhadinha no Almanaque do Ferrão e vemos que os corais formaram com Jéfferson, Marcos Pimentel, Carlinhos, Marcelo Mendes e Júnior Cearense; Glaydstone (Robinho), Dedé e Everton (Diego); Stênio, Sérgio Alves (Claudeci) e Fernandinho. O Bahia foi humilhado para sempre com Darci, Luciano Baiano, Pereira, Laerte (Rodrigão) e Peris; Salvino (Charles), Leandro Leite, Rodriguinho e André Pastor; Ednei (Isac) e Sorato. Os gols corais foram de Sérgio Alves (3), Júnior Cearense, Everton, Fernandinho e Marcos Pimentel. O ex-vascaíno Sorato e Luciano Baiano descontaram para o adversário. Vale a pena recordar os gols do Ferrão no vídeo abaixo cheio de bom humor.