O FERRÃO BAILARINO QUE PERDEU UM TÍTULO EM TRÊS MINUTOS

Ferroviário na final do Estadual de 1963 – Em pé: Nélson, Ribamar, Pedrinho, Zezinho, Gavillan e Clóvis. Agachados: Macrino, Wellington, Milton Bailarino, Oliveira Bodega e Edílson Araújo

A foto acima com PV lotado foi tirado no dia 1º de dezembro de 1963. Foi na final do campeonato cearense daquele ano contra o Ceará. O Ferroviário tinha o craque Milton Bailarino e o veloz Macrino, contratados junto ao Santa Cruz/PE, além de uma série de outros bons jogadores. O goleiro Ribamar, por exemplo, chegara com grande destaque oriundo do ABC de Natal. Edílson Araújo era bom de bola e vinha a ser o irmão mais velho de Edmar, campeão invicto pelo Ferrão cinco anos depois. Esse time fez uma bela campanha no Estadual daquele ano e chegou à finalíssima contra o Ceará, que ainda não tinha perdido nenhum jogo na competição. O time coral vencia por 2×1 até os 42 minutos do segundo tempo, gols de Edílson Araújo e Milton Bailarino. A torcida erreveceana estava na expectativa do título depois de 11 anos, quando em três minutos, o Ceará fez dois gols e virou o jogo em cima do time comandado pelo técnico Dengoso. Registro histórico de um grande time que acabou não sendo campeão.

REPRESENTANTES LEGÍTIMOS DA COMPLICADA DÉCADA DE 1960

Ferrão 1965

Uma das formações utilizadas pelo Ferrão em 1965: Albano, Adir, Gavillan, Toinho, Marcelo e Vicente Jabuti; Agachados: Raimundo Pipiu, Durand, Moacir, Nílton e Expedito Chibata

Entre 1953 e 1967, o Ferroviário Atlético Clube não conquistou nenhuma das edições do campeonato cearense. Várias foram os times formados e inúmeras foram as tentativas de alcançar o posto máximo do futebol local. Todas em vão. Bons jogadores passaram pelo Ferrão no período, alguns com retrospecto de terem jogado em grandes equipes do futebol nordestino, como o goleiro Ribamar, ex-ídolo do ABC de Natal, e os atacantes Macrino e Milton Bailarino, ambos ex-Santa Cruz/PE, que defenderam as cores corais no auge daquele jejum de títulos. Em 1966, o papo era ser campeão a qualquer custo e foi contratado o famoso pacote maranhense do Sampaio Corrêa formado por Jarbas, Peu, Sabará, Vadinho e Valfredo, além de outros atletas experientes que representaram um alto investimento para os padrões do clube. Nada dava certo.

O Almanaque do Ferrão resgata hoje uma fotografia histórica de uma das formações que vivenciou aqueles tempos difíceis de ausência de conquistas importantes. É o time de 1965, que entrou em campo no PV, no dia 13 de junho, e foi derrotado para o Ceará por 2×1. Detalhe para a camisa coral, toda branca, sem as tradicionais listras horizontais. Entre alguns nomes consagrados no futebol cearense como Expedito Chibata, ex-Ceará, e Toinho, ex-Usina Ceará, dois grandes destaques naquela temporada vieram diretamente do Botafogo/RJ: o volante Nilton e o meia Moacir davam um maior toque de qualidade ao time coral. Recorde acima aquele time de meados da década de 1960 que muito tentou, mas não conseguiu entrar para a galeria histórica de campeões pelo Ferrão.