Já que Ferroviário e Santa Cruz/PE se enfrentam nesse domingo, vamos brincar com a curiosidade e recordar um amistoso histórico entre as duas equipes, realizado no dia 27 de maio de 1972. Com a fama de tetracampeão pernambucano, o Santa Cruz viajou até Fortaleza para enfrentar o Tubarão da Barra. Perdeu a peleja por 3×2, no PV, com Amilton Melo, Zé Maria Paiva e Luizinho, o Peito de Aço, marcando para o Ferrão. Betinho e Luciano marcaram para a cobra coral de Recife. O potiguar Nacor Arouche apitou o jogo. Repare na sólida escala cearense do treinador Alexandre Nepomuceno: Jurandir, Daniel, Valdez, Gomes e Carlos Alberto; Simplício e Luciano Amorim; Luizinho, Amilton Melo, Jorge Mendes (Oliveira) e Zé Maria Paiva. O Santa Cruz perdeu com uma formação de grandes e famosos jogadores nordestinos: Detinho, Zinho, Sapatão, Rivaldo e Cabral; Erb e Luciano; Betinho, Bita (Zito), Ramon e Zé Maria (Beto). Dessa formação, o meia Luciano era irmão do nosso ex-goleador Paulo Velozo, conhecido à época como a maravilha negra da Barra do Ceará. Luciano chegou a ser campeão paulista pelo Corinthians cinco anos depois. Betinho e Ramon brilharam com a camisa do Ferrão na década seguinte. Os dois também atuaram na função de treinador posteriormente. Luizinho veio do Sport de Belém do Pará. Zé Maria Paiva também foi preparador físico e técnico do Ferrão em várias oportunidades nos anos 1980 e 1990. Nomes históricos do Tubarão da Barra!
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A GAROTADA DA BASE QUE VIROU TITULAR NO CAMPEONATO DE 1973

Ferroviário Atlético Clube em abril de 1973 – Em pé: Carlito, Marcelino, Vicente, Luciano Amorim, Cândido e Grilo – Agachados: Paulo César Feio, Luizinho, Carlinhos, Edílson Lopes e Jeová
Mais um registro fotográfico de uma onzena coral, dessa vez pelo campeonato cearense de 1973. Time treinado por Vicente Trajano com boa parte dos seus jogadores egressos das categorias de base, como o lateral direito Carlito, os zagueiros Cândido e Luciano Amorim, o lateral esquerdo Grilo, o meia Edílson Lopes e o ponta esquerda Jeová. Por sua vez, o meia Carlinhos e o perigoso atacante Paulo César Feio vieram do Madureira/RJ. O destaque do time era o atacante Luizinho, conhecido como ´peito de aço`, oriundo do Sport Belém/PA e que estava no clube desde a temporada de 1971. O goleiro Marcelino era o nome mais conhecido daquela formação. Ele vivia o auge de sua forma técnica e já acumulava vários minutos sem sofrer gols na competição, o que posteriormente lhe valeu um recorde que tem tudo para ser eterno no futebol cearense. O volante Vicente era egresso do Quixadá e mostrava-se bastante eficiente, perfazendo o total de 130 jogos com a camisa coral entre 1972 e 1976. A opção por lançar os garotos da base em pleno Estadual foi forçada pela crise econômica que assolava o mundo em 1973, complicada ainda mais pela disparada dos preços do petróleo meses depois e o consequente desabastecimento de produtos no comércio. Foi um momento muito difícil vivido em meio à ditadura militar no Brasil.
PRIMEIRO JOGO OFICIAL CONTRA TIME DE OUTRO ESTADO NA BARRA
Pouca gente recorda o nome do primeiro adversário coral de outro estado que enfrentou oficialmente o Ferroviário na Vila Olímpica Elzir Cabral. Os mais antigos dirão que foi o Alecrim/RN. De fato, a tradicional equipe potiguar foi a primeira de outro estado a pisar o solo da Barra do Ceará, em 1970, mas tratava-se de uma partida amistosa para inauguração do estádio coral, o que evidentemente foi um fato histórico. Porém, em caráter oficial, essa equipe foi o Flamengo/PI, em 24 de setembro de 1989, em jogo válido pela 1ª fase do campeonato brasileiro daquele ano. O Almanaque do Ferrão apresenta acima as imagens dos gols daquele jogo vencido pelo Tubarão da Barra por 2×0, tentos do ponta esquerda Paulinho e do centroavante Marquinhos, ambos cearenses.
Aquele domingo à tarde contou com um público de 2.837 pagantes. Pelas imagens, percebe-se o excelente número de torcedores que foi ao estádio, porém em quantidade inferior que a abertura do Elzir Cabral para jogos oficiais, seis meses antes, contra o Guarani de Juazeiro. Nesse jogo do campeonato nacional, o de número 2.304 da história coral, o Ferrão venceu com o futebol de Osvaldo, Silmar, Arimatéia, Evilásio e Marcelo Veiga; Alves, Dias Pereira (Cacau) e Jacinto; Mardônio (Marquinhos), Luizinho e Paulinho. O Flamengo do Piauí perdeu com Ronaldo, Toinho (Duílio), Carlinhos, Bilé e Neto; Zuega, Peu e Malta; Batistinha, Etevaldo e Toby (Cláudio). Repare a presença do atacante Batistinha no ataque do Flamengo, ele que se tornaria um dos ídolos da história coral na metade da década seguinte. O jogador Marquinhos, que marcou o segundo gol, era oriundo do Tiradentes/CE e havia sido um dos artilheiros do campeonato cearense de 1988. Ele disputava a posição com o centroavante Luizinho, recém trazido do Avaí/SC, que fez apenas 6 jogos com a camisa coral. Marquinhos atuou apenas em 4 partidas. Paulinho, que marcou um belíssimo gol, ficou no clube até 1991 e fez 44 jogos pelo Ferroviário.
OS REFORÇOS CARIOCAS NO MEIO DE CONHECIDOS CEARENSES EM 1972

Ferroviário Atlético Clube no campeonato cearense de 1972 – Em pé: Pedrinho, Almir, Eldo, Gomes, Bauer e Coca Cola; Agachados: Marcos, Luizinho, Simplício, Amilton Melo e Djair
Eis o Ferrão que entrou em campo contra o Ceará no dia 30 de Julho de 1972. A partida foi válida pelo 3º turno do campeonato cearense e teve a vitória alvinegra pelo placar de 1×0, gol de Da Costa, num pênalti inexistente que gerou muita reclamação dos corais. Na equipe, nomes de fora como o zagueiro Almir, ex-Madureira/RJ, o experiente lateral esquerdo Bauer, ex-Bangu/RJ e o atacante Djair, ex-Olaria/RJ, que fixou residência em Portugal depois que pendurou as chuteiras. Entre os mais lembrados do futebol cearense estão o goleiro Pedrinho, Eldo, Coca Cola, Gomes, Simplício e o craque Amilton Melo. Destaque também para o famoso goleador Luizinho Peito de Aço, ex-Sport Belém/PA, e o jovem ponta direita Marcos, cria da base do Ferroviário. Adivinha quem era o treinador dessa equipe? Ninguém menos que César Moraes, o Guri, em início de carreira
DOIS VELHOS AMIGOS DE BREVE PASSAGEM PELA BARRA DO CEARÁ
Janos Tratay nasceu na cidade de Vszprèm, na Hungria, em 1922. As sequelas físicas da II Guerra Mundial o acompanharam por toda vida. Resolveu militar no futebol quando veio para o Brasil. Em 1960, foi técnico do Ceará e passou a ser conhecido na terra de José de Alencar, mas mantinha uma enorme afeição pela Paraíba, estado onde fixara residência. Foi lá que conheceu o atacante Zé Luiz, que brilhava no Campinense/PB. Iniciaram uma amizade fraternal que perdurou até o fim da vida do húngaro. Ambos tiveram seus momentos no Ferroviário e por essa razão destacamos o vídeo acima, gravado em 2007, com o intuito de recordar o nome daqueles que são raramente lembrados, ignorados pelo tempo e pela memória curta dos torcedores. O diálogo acima entre Janos Tratay e Zé Luiz merece ser assistido. Em meio a recordações pessoais de ambos que agradam a qualquer fã de futebol, o nome do Ferroviário sequer é citado, mas há de se registrar que ambos tiveram parcela de colaboração na história coral e merecem destaque no Almanaque do Ferrão.
Zé Luiz era um atacante de 29 anos quando foi contratado pelo time coral no início de 1970. Fez sua estreia exatamente no primeiro jogo interestadual realizado no Estádio Elzir Cabral, no dia 17 de janeiro, contra o Alecrim/RN. Iniciou o campeonato cearense como titular, mas depois perdeu espaço. Seu nome está com justiça entre os grandes campeões estaduais daquele ano com a camisa coral. Chegou a jogar também na Portuguesa de Desportos/SP. Depois, longe da bola, tornou-se jornalista e político. Como jornalista, teve programas na TV Borborema de Campina Grande e na TV Correio de João Pessoa. Foi vereador de Campina Grande, Deputado Estadual e Deputado Federal pela Paraíba e, de 2005 a 2012, o vice-prefeito da cidade de Campina Grande. Pouca gente sabe que o Ferroviário teve um ex-jogador de carreira política tão ilustre. Por sua vez, Janos Tratay foi contratado na gestão do presidente José Rego Filho, em 1972, como diretor de futebol. Teve uma passagem atribulada com atritos dentro do próprio elenco coral, tendo que apaziguar ânimos de jogadores como Amilton Melo, Luizinho Peito de Aço, Simplício e Marcelino, que andaram se estranhando entre si. Não bastasse o clima hostil entre os jogadores, Tratay andou ainda em rota de colisão com o técnico paranaense Borba Filho, que deixou o clube durante o campeonato cearense. A passagem de Janos Tratay pelo Ferroviário durou somente aquela temporada e ele voltou para a Paraíba, onde continuou trabalhando com destaque até em campeonatos nacionais enquanto teve saúde. Faleceu em 2011, aos 89 anos, na cidade de João Pessoa, vítima de um aneurisma. O vídeo acima foi uma de suas últimas aparições na televisão paraibana e mostra a amizade de dois velhos amigos de breve passagem pela Barra do Ceará.
IMAGENS DE FERRÃO X RIVER/PI PELO CAMPEONATO BRASILEIRO DE 1989
O futebol é cíclico. Depois de anos esquecido nacionalmente e envolto à problemas políticos no Piauí, o tradicional River encerrou recentemente sua participação na Copa do Nordeste, um dos campeonatos mais rentáveis atualmente no futebol brasileiro. Por sua vez, o Ferroviário Atlético Clube pena na segunda divisão cearense e já amarga 20 anos sem títulos. O Almanaque do Ferrão resgata hoje as imagens de um confronto entre ambos, no dia 13/9/1989, quando o Tubarão da Barra marcou 3×0 em jogo válido pelo campeonato brasileiro da Série B daquele ano, mesma divisão que estavam Ceará e Fortaleza em âmbito nacional.
Foi o jogo de número 2.302 da história coral. Treinado pelo competente Lucídio Pontes, o Ferrão jogou com Osvaldo, Silmar, Arimatéia, Evilásio e Marcelo Veiga; Eudes, Alves e Dias Pereira; Mardônio, Luizinho e Paulinho. Essa partida marcou a estreia, com gol, do atacante Luizinho, um catarinense envolvido na negociação do meio campista Lira com o Avaí/SC. Marcelo Veiga e Mardônio marcaram os outros gols naquela noite. O River perdeu com China, Valdinar, Léo, Zezé e Didi; Luis Eduardo, Miolinho (Robson) e Paulinho Piauí; Hélio Rocha, Zé Augusto e Cacá. Deles, China e Léo já haviam defendido a camisa coral, e Paulinho Piauí chegaria para o Ferroviário dois anos depois. Direto do baú de imagens do Almanaque do Ferrão.
SAIBA AS 10 VEZES QUE O FERRÃO JOGOU NO SÁBADO DE CARNAVAL
Sábado de carnaval já virou um dia propício para o futebol e isso não é de hoje. O Ferroviário realizou alguns amistosos em sua história nessa data e o primeiro deles remonta a 1951 quando o time coral perdeu por 2×1 para a seleção cearense amadora. A zebra passeou solta no PV em pleno festejo momino. Depois, em 1968, o Ferrão entra em campo no Elzir Cabral para um jogo contra o Rio Branco. A equipe suburbana sucumbiu por 3×0 com gols de Coca Cola, Mano e Ademir. Teve dirigente que saiu do estádio direto para as comemorações no Clube Líbano Brasileiro, conta uma fonte fidedigna. Em 1973, o time amador do Uberaba tomou de 10×0 na Barra e o Luizinho ´Peito de Aço` foi o destaque marcando 3 gols. Dizem que a chuva de gols terminou com os jogadores comemorando o carnaval nos bailinhos da Barra do Ceará.
Os anos se passaram e outro jogo amistoso no sábado de carnaval somente aconteceu em 1980. Era uma partida contra o América, no Elzir Cabral, e mesmo com 5 jogadores expulsos, o então Diabo da Dom Manuel segurou o 0x0. Treze anos depois, em 1993, veio o primeiro jogo oficial num sábado gordo e o Ferrão fez 2×1 no placar. Novamente o América era o adversário e sair de capeta do carnaval é sempre uma boa pedida. Em 95, amistoso contra o Potiguar de Mossoró na Barra e o ataque formado pela dupla Chico Pita e Somar não rendeu. 0x0 e vaias dos carnavalescos torcedores. Aí veio 1998 e a empresa Santo Antônio até que foi bem ao tomar só de 2×0 no amistoso, vitória coral sem esforço e tome carnaval pra galera nos dias seguintes. Em 2002, vexame contra o time da Autoviária Freitas. Seria uma derrota não fosse o gol de empate do Guedinho, o solitário goleador do time coral naquela tarde.
No ano seguinte, o único jogo do Ferrão fora de casa num sábado de carnaval em toda a história. Foi uma vitória de 2×0 em Itapipoca em jogo válido pelo campeonato cearense. Júnior Jardel – o irmão do Super Mário – marcou um dos gols. Em 2005, Maurício Pantera, Stênio e Narcizio marcaram e o Ferrão fez 3×2 no Tiradentes pelo estadual. Oito anos depois, em 2013, o PV recebeu um bom público e a vitória veio em cima do Guarani de Juazeiro, o que valeu o direito do torcedor coral brincar o carnaval como líder absoluto do campeonato cearense. Teve Pierrot e Colombina vestindo as cores corais por 5 dias seguidos. São 82 anos de história e estes foram os 10 jogos do Ferroviário no sábado de carnaval. Dados curiosos que podem não servir pra muita coisa, mas que são bons de se ver e espetaculares de brincar. Feliz carnaval!