PELÉ FOI ADVERSÁRIO CORAL POR DUAS VEZES EM NOVE MESES

Matéria do Correio do Ceará em novembro de 1967 após a vitória por 5×0 do Santos do PV

Morreu o Rei do Futebol. Pelé faleceu ontem em São Paulo, aos 82 anos de idade. O melhor jogador do mundo enfrentou equipes cearenses em nove oportunidades e duas delas foram contra o Ferroviário. A primeira vez aconteceu no dia 7 de novembro de 1967, no PV. Na ocasião, o Santos/SP enfiou 5×0 no placar com gols de Silva (2), Zito, Coutinho e Pelé. A matéria do Correio do Ceará qualificou o gol de Pelé como algo que ficaria na memória dos torcedores por muito tempo, dada a plástica da tabelinha com Coutinho. Aquele foi o único gol do maior jogador do mundo em cima do Ferrão, que formou naquele dia com o futebol de Miltão (Pedrinho), Veto (Vadinho), Luiz Paes, Gomes e Carlindo (Barbosa); Edmar e Coca Cola; Ademir, Marcos do Boi (Peu), Facó (Paraíba) e Alísio (Piçarra). Comandado por Antonino, a equipe santista venceu com Laércio, Carlos Alberto Torres (Turcão), Joel (Osvaldo), Orlando e Geraldinho; Zito (Negreiros) e Lima; Orlandinho (Edu), Silva (Coutinho), Pelé e Abel. Coube a João Batista dos Santos arbitrar o amistoso, que lotou o Presidente Vargas. Esse jogo já mereceu postagem anterior aqui no blog, inclusive com uma fotografia da equipe que enfrentou Pelé. O que pouca gente poderia prever na ocasião é que uma segunda partida entre as duas equipes aconteceria em menos de um ano. Após a brilhante conquista do título invicto de 1968, a diretoria coral empreendeu uma grande campanha na imprensa esportiva e bancou o cachê da famosa equipe paulista para voltar a jogar em Fortaleza a fim de entregar a faixa aos campeões.

Matéria do Correio do Ceará anunciando o Santos completo para entregar as faixas aos campeões

No domingo, dia 4 de agosto de 1968, o PV novamente ficou pequeno com o público cearense pagando ingresso para ver o Santos de Pelé entregar as faixas ao Ferrão. O amistoso foi arbitrado dessa vez pelo paulista Manuel Joaquim Ramos e novamente o Tubarão da Barra tinha Ivonísio Mosca de Carvalho como treinador. Ele formou o Ferrão com o futebol de Douglas (Cavalheiro), Wellington, Luiz Paes, Gomes e Barbosa; Edmar e Coca Cola; Mano (Deim), Lucinho (Raimundinho), Ademir (João Carlos) e Sanêga (Paraíba). Já o Santos jogou com Cláudio (Gilmar), Wilson, Ramos Delgado, Joel e Turcão; Clodoaldo e Lima; Amauri (Manoel Maria), Douglas, Pelé (Vernek) e Pepe. Novamente, o consagrado Antonino era o técnico santista. Pepe perdeu um pênalti no 1º tempo, mas esse não foi o fato principal do jogo. A partida consagrou o zagueiro Luiz Paes que fez uma grande atuação no empate em 0x0 e, como já publicado aqui no blog, por muito pouco ele não ficou com a camisa de um generoso Pelé. Além desse fato, o legendário Coca Cola aplicou um “chapéu” no maior jogador do mundo, o que lhe valeu os parabéns do Rei do Futebol dentro do gramado, logo após a bela jogada. Realizadas dentro do intervalo de nove meses, essas foram as duas únicas vezes que a torcida coral teve a chance de ver Edson Arantes do Nascimento em campo contra o Ferroviário. Ontem, Edson se foi para a eternidade, porém o mito Pelé continuará vivo entre os futebolistas e nas lembranças nos estádios.

OS 20 HERÓIS DO FERROVIÁRIO NO TÍTULO INVICTO DE 1968

Matéria do Correio do Ceará fazendo um balanço dos atletas e número de partidas no título de 1968

Ontem completou mais um aniversário do título invicto de 1968, conquistado após um empate em 1×1 contra o Fortaleza, no PV, com o atacante João Carlos assinalando o tento que ficou marcado na história como o ´gol do título`. Abrimos o nosso baú e você pode conferir acima um recorte do Jornal Correio do Ceará, trazendo um balanço dos vinte jogadores que participaram daquela memorável campanha. Alguns nomes precisam de pequenos esclarecimentos: O Luís no texto é o zagueiro Luiz Paes, o goleiro Cavalheiro foi identificado como ´Cavaleiro` e o Aberlado em questão é o nome do craque Coca Cola. Cada jogador ganhou uma premiação de 150 Cruzeiros Novos pelo empate com o Fortaleza, além de uma outra premiação pelo título estadual. Naquele ano, o Ferrão jogou 14 partidas para conquistar o título e todos os jogos tiveram o sagaz Ivonísio Mosca de Carvalho como comandante técnico. Além de tradicionais adversários domésticos como Ceará, Fortaleza, Calouros do Ar, Quixadá, Guarany de Sobral e América, o Tubarão da Barra enfrentou o extinto Messejana na competição, em dois jogos realizados no PV. Cada equipe fez 14 jogos no certame em jogos de ida e volta. Após o empate com o Fortaleza, a torcida coral ainda teve que esperar o resultado final de Quixadá x Guarany para comemorar, pois o Cacique do Vale nutria chances de ficar com o título. Após o anúncio de um eletrizante 4×4 no placar, o campo do PV virou um mar de torcedores corais eufóricos na comemoração da brilhante conquista invicta e vinte jogadores foram eternizados como heróis.

NO 80 ANOS DE PELÉ, A HISTÓRIA DA CAMISA QUE A FREIRINHA LEVOU

Foto histórica do Rei Pelé, em 1968, tentando furar a defensiva do time campeão cearense invicto

O Rei do futebol mundial completa hoje 80 anos de vida. Em todos os lugares do mundo, Pelé é celebrado e ovacionado por mais um aniversário. A matéria de hoje aqui no blog poderia ser só sobre ele, ou ainda sobre Coca Cola ou Luiz Paes, dois dos melhores jogadores em campo, no dia que o Ferroviário Atlético Clube encarou o Santos de Pelé, de igual pra igual, em 1968. Poderíamos lembrar o belo chapéu que Coca Cola aplicou no melhor jogador do mundo, aplaudido por todo o estádio, ou a forte marcação do zagueiro Luiz Paes, que impediu que Pelé marcasse contra o time coral. Os dois fatos são de domínio público no futebol cearense e, há mais de cinquenta anos, são repetidos nas arquibancadas cearenses pelos torcedores mais antigos. Os dois craques corais receberam os parabéns do próprio Pelé, ainda dentro do gramado do PV, em razão de seus lances fortuitos. Porém, quem ganhou o dia foi uma anônima freirinha cearense, para desespero do ex-zagueiro Luiz Paes. Talvez esta seja a maior curiosidade da passagem do Rei Pelé contra o Tubarão da Barra.

Matéria do Correio do Ceará sobre o dia que a defensiva do Ferroviário parou o Rei Pelé

Estamos falando do jogo de entrega de faixas pelo título estadual de 1968. O campeão cearense recebeu o campeão paulista. É verdade que, um ano antes, o Santos massacrou o Ferrão por 5×0 e Pelé deixou sua marca nas redes do goleiro Miltão. Porém, contra o timaço que foi campeão invicto era diferente: 0x0 no placar. A zaga Gomes e Luiz Paes parou o Rei Pelé por completo e o catedrático beque pernambucano recebeu vários elogios do maior nome do futebol mundial. Em meio aos lances disputados, Luiz Paes lembrava de pedir a camisa do craque nacional como recordação. Pelé prometeu, ainda no calor do amistoso. Ao final do apito do árbitro, o paulista Manuel Joaquim Ramos, Pelé foi ovacionado, mas lembrou de reservar a camisa para o zagueiro coral. Depois das entrevistas e do assédio dos torcedores, Luiz Paes foi ao túnel do Santos para encontrar o Rei do futebol e pegar seu regalo. Recebeu um abraço e, novamente, os parabéns pela atuação. Mas ficou sem a camisa, pois ao chegar no vestiário, Pelé recebeu a visita inesperada de uma simpática freirinha, que pediu a camisa 10 do ídolo para realizar um leilão de caridade. Pelé aquiesceu com prazer. Luiz Paes perdeu a oportunidade de guardar aquela relíquia, mas ganhou uma história pra contar pelo resto da vida. Foi por uma boa causa.

BODAS DE OURO DO ÚLTIMO CAMPEÃO CEARENSE INVICTO

Matéria na imprensa cearense no dia 28/07/1968 prognosticando o fim do jejum de 16 anos

O último campeão invicto! Assim é conhecido até hoje o elenco do Ferroviário de 1968, que conquistou o campeonato estadual daquele ano com ampla supremacia e entrou para história eterna do futebol alencarino. Nesse sábado, dia 28 de julho, celebra-se o 50° aniversário daquela brilhante conquista. Naquele período, a diretoria coral passara por uma renovação e a chegada de jovens engenheiros da RFFSA para comandar os destinos do clube enchera de esperança a torcida coral, que não comemorava um título há 16 anos, o que era até então o maior jejum do clube em termos de conquistas. Capitaneados pelo presidente Elzir Cabral, dirigentes como José Rêgo Filho, Ruy do Ceará, Cândido Pamplona e um grupo de abnegados corais quebravam o jejum e começavam a escrever uma nova história para o clube. O jogo decisivo foi contra o Fortaleza, que também brigava pelo título naquele domingo de 1968. João Carlos marcou para o Ferrão e Croinha anotou o seu para o Fortaleza. O empate de 1×1 garantiu a conquista coral. O treinador Ivonísio Mosca de Carvalho mandou à campo naquela tarde a seguinte formação: Cavalheiro, Wellington, Flodoaldo (Luiz Paes), Gomes e Barbosa; Edmar e Coca Cola; Mano, João Carlos, Paraíba e Raimundinho (Lucinho). Nas bodas de ouro daquela conquista, é bom não esquecermos de eternizar esses nomes na memória coral. Além dos que atuaram na partida decisiva, vale destacar a participação dos que atuaram em pelo menos uma partida na competição: Roberto Barra-Limpa, Jurandir, Douglas, Facó, Ademir, Sanêga e Edilson José.

Página esportiva do Correio do Ceará destacando o grande feito coral no campeonato de 1968

Desde que foram campeões, alguns atletas do grupo coral nunca mais se encontraram.  A vida deu rumo diferente para muitos na carreira futebolística, outros simplesmente abandonaram a profissão, porém sem nunca esquecer a união daquele grupo e a importância daquele momento. Em 2014, alguns remanescentes do elenco do Ferrão de 1968 se encontraram numa churrascaria em Fortaleza e a noite foi de recordações e muita emoção. O goleiro gaúcho Cavalheiro, por exemplo, não voltava a Fortaleza há quase quatro décadas e nunca mais havia tido qualquer tipo de contato com seus antigos companheiros. O volante Edmar, titular absoluto em toda a campanha coral, comentou sobre mais um aniversário daquela conquista na última vez que teve o privilégio de estar reunido com parte daquele grupo: “Foi uma festa memorável após a partida. Nunca vi nada igual. Era um grande time. Não perdemos pra ninguém. Nós jogávamos por música e tínhamos o suporte de uma diretoria cheia de gente jovem e de palavra. Tenho orgulho de fazer parte daquela geração“, disse. Do interior do Rio Grande do Sul, o goleiro Cavalheiro também mandou uma mensagem de aniversário referente à conquista: “1968 foi um ano emblemático em todo país pela conjuntura social e política que vivíamos no país. Conquistar um título naquele ano pelo Ferroviário, time de origem humilde e proletária, e ainda de forma invicta, foi um dos maiores feitos da carreira daqueles jogadores. O Ferrão está eternizado no meu coração“, comentou. Feliz bodas de ouro, torcedor coral! 1968 para sempre!

Campeões 1968 em 2014: Mano, Luiz Paes, Edmar, Barbosa, Cavalheiro e Raimundinho

NEM PELÉ FUROU A DEFENSIVA CORAL CAMPEÃ INVICTA DE 1968

Pelé tenta furar a defensiva coral no amistoso de entrega de faixas em 1968 no Presidente Vargas

Quando o Ferroviário foi campeão cearense invicto em 1968, a direção coral convidou o Santos de Pelé para o jogo comemorativo de entrega de faixas. A partida aconteceu no dia 4 de agosto daquele ano e terminou no 0x0. Pepe perdeu um pênalti no primeiro tempo do jogo. Pelé bem que tentou, mas não conseguiu furar a defensiva coral formada pela dupla Luiz Paes e Gomes. A famosa revista O Cruzeiro, de circulação nacional, publicou em suas páginas a foto acima, que merece o destaque de hoje na seção ´Retratos` do Almanaque do Ferrão. No ano que vem, o título invicto do Ferrão completa 50 anos e certamente a lembrança não deve passar em branco pela direção do clube. Muitos campeões de 1968 ainda estão vivos para serem homenageados, inclusive pela Federação Cearense de Futebol já que desde então, nenhuma outra equipe local conquistou o título estadual sem perder nenhuma partida na competição.

FOTO RARA DO FERROVIÁRIO NO INÍCIO DA TEMPORADA DE 1970

Ferroviário Atlético Clube no campeonato cearense de 1970 – Em pé: Breno, Luiz Paes, Simplício, Marcelino, Gomes e Louro; Agachados: Mano, Paulo Velozo, Facó, Edmar e Zé Luiz

Eis uma foto rara do Ferroviário Atlético Clube no início da temporada de 1970. Aquele grande esquadrão coral, até hoje lembrado como uma das melhores formações da história do futebol cearense, ainda estava em fase de formação durante o mês de fevereiro, quando a foto foi produzida antes de uma partida contra o Guarany de Sobral no PV. Oito meses depois, com nada menos que seis alterações na onzena principal e um novo treinador, o Tubarão da Barra sagrava-se campeão cearense daquele ano. Alexandre Nepomuceno substituiu Fernando Cônsul no comando técnico no decorrer da competição. Em relação ao time que jogou a finalíssima contra o mesmo Guarany, entraram Esteves, Hamilton Ayres, Aloísio Linhares, Coca Cola, Amilton Melo e Alísio no lugar de Breno, Luiz Paes, Marcelino, Mano, Facó e Zé Luiz respectivamente. Muita vezes lembramos só da formação campeã, mas é sempre bom recordar todos aqueles que participaram daquela gloriosa campanha. A foto acima é um excelente exemplo disso.

LUIZ PAES VESTIA A CAMISA CORAL PELA PRIMEIRA VEZ HÁ 49 ANOS

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Luiz Paes em 2008

O ano era 1966 e a diretoria do Ferroviário contratou o zagueiro Luiz Paes junto ao Náutico/PE. Foi num 28 de setembro como hoje que ele fez sua estreia pelo time coral, o primeiro de 153 jogos no total, mais que suficientes para colocá-lo como um dos maiores defensores da nossa história, fato este comprovado na campanha ´Time dos Sonhos`, em 2013, que o nominou para a escalação coral de todos os tempos. Aquela primeira partida teve o Calouros do Ar como adversário, no PV, válida pelo 2º turno do campeonato cearense daquele ano e o placar terminou no 1×1, com Gilson Puskas marcando para o Tremendão da Aerolândia e Peu empatando para o Tubarão da Barra. Sob o comando de Vicente Trajano, o Ferrão atuou com a seguinte formação na estreia do novo zagueiro há 49 anos atrás: Adir, Albano, Vadinho, Luiz Paes e Roberto Barra-Limpa; Peu e Edmar; Miro, Zé de Melo, Esquerdinha e Sabará. Mesmo quando atleta, Luiz Paes dedicava-se bastante aos estudos nas horas livres e geralmente enfadonhas do período de concentração antes dos jogos, o que o levou por consequência à vida acadêmica assim que sua carreira no futebol chegou ao fim.

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Luiz Paes em foto de 1969

Durante mais de duas décadas, ele foi professor de Física do saudoso Colégio Cearense. Milhares de pessoas foram alunos do Professor Luiz Paes naquela renomada instituição. Em 2012, o jornalista Rafael Luís, jornalista e ex-aluno do colégio, comentou o fato em seu site Verminosos por Futebol: “Certo dia, outro professor nos contou que Luiz Paes havia sido um grande jogador de futebol na década de 1960. Com boa passagem pelo Ferroviário, ele teria parado Pelé em um amistoso contra o Santos, no PV, em 1968, com direito a matéria em jornal e tudo. Fui até meu pai e perguntei sobre o professor. ´Se lembro de Luiz Paes?! É claro que sim, ele foi um dos maiores zagueiros que vi jogar!`, respondeu“. Trata-se de um espontâneo relato que oferece uma dimensão da importância do ex-zagueiro na trajetória coral, que conquistou 5 títulos ao todo com a camisa do clube, entre eles os inesquecíveis Estaduais de 68 e 70. Em janeiro de 2008, Luiz Paes ilustrou a seção ´Craque do Passado` na já histórica 1ª edição da então revista oficial do Ferroviário, intitulada de Expresso Coral. Atualmente, ele é professor da Universidade de Fortaleza e reside próximo ao Shopping Center Iguatemi, uma das áreas mais valorizadas da cidade.

CONQUISTA INVICTA DE 1968 DO FERROVIÁRIO COMPLETA 47 ANOS

Foto histórica do time campeão invicto estampada na revista de circulação nacional O Cruzeiro

O último campeão invicto! Assim é conhecido até hoje o time de 1968 do Ferroviário, que conquistou o campeonato cearense daquele ano com ampla supremacia e entrou para história do futebol alencarino depois de 16 anos sem títulos. Nesse dia 28 de julho, celebra-se o 47° aniversário daquela brilhante conquista. Na ocasião, a diretoria coral passara por uma renovação e a chegada de jovens engenheiros da Rffsa para comandar os destinos do clube enchera de esperança a torcida coral. Capitaneados pelo presidente Elzir Cabral, dirigentes como José Rego Filho, Ruy do Ceará, Cândido Pamplona, Célio Pamplona, Afrodísio Pamplona, Roderico Braga, além de um valoroso grupo de abnegados corais quebravam o jejum e começavam a escrever uma nova história para o clube. Nunca mais um clube local foi campeão cearense invicto.

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Anunciada a conquista

O jogo decisivo foi contra o Fortaleza disputado num PV dividido meio a meio entre as duas torcidas que brigavam pelo título. João Carlos marcou para o Ferrão e Croinha anotou o do tricolor. O empate de 1×1 garantiu a conquista coral. O treinador Ivonísio Mosca de Carvalho contou em campo naquela tarde com a seguinte formação: Cavalheiro, Wellington, Flodoaldo (Luiz Paes), Gomes e Barbosa; Edmar e Coca Cola; Mano, João Carlos, Paraíba e Raimundinho (Lucinho). O Fortaleza perdeu com Gilberto, William, Zé Paulo, Renato e Carneiro; Luciano Oliveira, Joãozinho e Ivan Frota (Fontoura); Croinha, Humaitá e Alísio. A conquista invicta veio no jogo de número 1.083 da história coral. O volante Edmar, titular absoluto em toda a campanha, comentou há cerca de dois anos sobre mais um aniversário daquela conquista: “Foi uma festa memorável após a partida. Nunca vi nada igual. Era um grande time. Não perdemos pra ninguém. Nós jogávamos por música e tínhamos o suporte de uma diretoria cheia de gente jovem e de palavra. Tenho orgulho de fazer parte daquela geração“, disse.

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Cavalheiro sobe com Humaitá na final

Do interior do Rio Grande do Sul, seu estado natal, o goleiro Cavalheiro também já comentou sobre a conquista em anos recentes: “1968 foi um ano emblemático em todo país pela conjuntura social e política que vivíamos no país. Conquistar um título naquele ano pelo Ferroviário, time de origem humilde e proletária, e ainda de forma invicta, foi um dos maiores feitos da carreira daqueles jogadores. O Ferrão está eternizado no meu coração“, comentou. Muitos dos campeões invictos passaram mais de quatro décadas sem voltarem a se encontrar. Há cerca de um ano, uma boa parcela do time titular esteve reunida em Fortaleza e o fato mereceu destaque numa atualização do Almanaque do Ferrão em outubro do ano passado. No início desse ano, um dos titulares presentes ao encontro do ano anterior, o atacante Raimundinho, faleceu e também foi homenageado no blog com uma postagem específica. Além dos jogadores destacados na partida final, nomes como os goleiros Douglas e Edílson José, além dos jogadores Facó, Ademir, Sanêga, Roberto Barra-Limpa e Jurandir escreveram seus nomes na galeria de eternos do Ferroviário com o título invicto.

HORA DO ADEUS PARA UM GRANDE CAMPEÃO INVICTO DE 1968

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Mano, Luiz Paes, Edmar, Barbosa, Cavalheiro e Raimundinho, que foi jogar no time de Deus

A notícia pegou seus ex-companheiros de surpresa. O ex-atacante Raimundinho faleceu essa semana. O velho coração não aguentou. Ele foi campeão cearense invicto vestindo a camisa do Ferroviário na histórica campanha de 1968, o ano que verdadeiramente nunca terminou para os heróis corais. Além do Tubarão da Barra, vestiu também a camisa do Calouros do Ar e atuou no futebol maranhense e baiano.

Em agosto do ano passado, Raimundinho era um dos mais felizes num improvisado reencontro de ex-jogadores do elenco de 68. Levou familiares para conhecer velhos amigos. Viveu um momento de real e intensa felicidade. Reencontro após 45 anos e, ao mesmo tempo, despedida por um desses caprichos da vida.

ferrao68O ex-goleiro Cavalheiro lamentou em rede social: “Foi reforçar nessa semana o eterno time vencedor de Deus. Por melhor que sejam as condições por lá, espero que não estejam precisando de um goleiro. Um grande e último abraço amigo Raimundinho“. Segundo dados do Almanaque do Ferrão, Raimundo Carvalho da Silva, o baixinho ponta-esquerda coral, atuou em 13 partidas e marcou 3 gols na histórica conquista de 1968.

CAMPANHA NO ANO PASSADO ESCOLHEU O TIME DOS SONHOS

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Ao completar 80 anos de existência em 2013, o Ferroviário não ganhou como presente apenas o lançamento do Almanaque do Ferrão, que eternizou cronologicamente todos os jogos oficiais e amistosos da história coral. Ainda como parte das comemorações, o clube elegeu também seu ´Time dos Sonhos` através de uma votação na Internet a partir de uma criteriosa pré-lista que contemplava 5 indicações por posição. É sempre oportuno recordar os principais nomes da caminhada coral. Confira:

1 – Marcelino: Veio da Portuguesa/RJ. Esteve presente em 10 partidas no título estadual de 1970. Recordista com 1295 minutos sem sofrer gols no Estadual de 1973. Atuou 170 vezes entre 1969 e 1976. Obteve 30% dos votos.

2 – Nasa: Defendeu o clube em 76 partidas na fase vitoriosa entre 1993 e 1995. Atuava também como volante. Oriundo do Guarani de Juazeiro. Obteve projeção nacional jogando pelo Vasco/RJ. Ficou com 51% dos votos.

3 – Luiz Paes: Jogou 153 partidas entre 1966 e 1971. Parou Pelé no Jogo das Faixas do título coral de 1968 quando foi também o capitão do time. Oriundo do Náutico/PE. Ficou com 42% dos votos.

4 – Celso Gavião: Zagueiro goleador com gols importantes. Foram 32 gols em 122 partidas. Veio do Botafogo/SP. Conseguiu projeção mundial no Porto de Portugal. Parou de jogar no próprio Ferrão em 91. Obteve 45% dos votos.

5 – Lima: Chegou em 1993 oriundo do Sul América de Manaus. Fez 50 partidas com a camisa coral. Titular absoluto no título de 1994. Conseguiu projeção mundial jogando pela Roma, sendo titular da equipe italiana em algumas temporadas. Obteve 40% dos votos.

6 – Marcelo Veiga: Xodó da torcida coral no título de 1988, quando foi o capitão da equipe. Veio do Santo André/SP. Fez 13 gols em 79 jogos. Ficou até o ano seguinte e depois conseguiu projeção nacional no Santos/SP. Obteve 65% dos votos.

7 – Mazinho Loyola: Cria das categorias de base que brilhou no título de 1988. Foi negociado com o São Paulo logo em seguida. Jogou 55 vezes e marcou 16 gols pelo profissional. Encerrou a carreira no próprio clube em 2004. Obteve 47% dos votos.

8 – Coca Cola: Jogador lendário na fase áurea dos títulos de 1968 e 1970. Jogou em 324 partidas e fez 71 gols. Oriundo do Campinense/PB. Depois de atuar pelo Ferrão, jogou no futebol português. Obteve 51% dos votos.

9 – Pacoti: Um dos jogadores mais emblemáticos do futebol cearense. Jogou ainda no Sporting de Portugal. Jogou 78 vezes em duas passagens pelo clube. Fez 51 gols pelo Ferrão. Oriundo do Nacional/CE. Obteve 35% dos votos.

10 – Acássio: Principal jogador coral no bicampeonato no 94/95. Defendeu o clube 132 vezes e marcou 74 gols. Veio do Fluminense/BA. Sempre deixava sua marca de goleador em clássicos. Chegou depois a defender a camisa do Vasco/RJ. Obteve 53% dos votos.

11 – Jorge Veras: Goleador coral entre 1982 e 1984. Também sempre deixava sua marca nos clássicos contra Ceará e Fortaleza. Fez 65 gols em 155 jogos com a camisa coral. Conseguiu projeção nacional no Grêmio/RS. Obteve 35% dos votos.

Técnico – César Moraes: Conhecido como Guri, foi um dos nomes mais simpáticos do futebol cearense até hoje. Campeão estadual pelo Ferrão em 1979 e 1994. Passou sete vezes pelo clube e levantou 4 títulos ao todo. Obteve 52% dos votos.