MORREU PERIVALDO, EX-LATERAL DO FERRÃO E DA SELEÇÃO BRASILEIRA

Ex-lateral direito Perivaldo, em foto de 2013, após regressar ao Brasil vindo das ruas de Lisboa

Em fevereiro passado, o Almanaque do Ferrão destacou a passagem do famoso ex-lateral direito Perivaldo pelo Tubarão da Barra nos anos 70. Oriundo da Bahia, o jogador foi um dos destaques do time coral no campeonato cearense de 1974. Pouco mais de seis anos depois, atuando pelo Botafogo/RJ, passou a ser permanentemente convocado para a Seleção Brasileira treinada pelo lendário Telê Santana, disputando sempre a posição de titular com os laterais Leandro (Flamengo), Getúlio (São Paulo) e Edevaldo (Fluminense). Foi seguramente um dos quatro melhores laterais direitos do futebol brasileiro até o início dos anos 80 e por muito pouco não esteve entre os relacionados para a Copa do Mundo na Espanha, em 1982, quando o Brasil encantou o mundo. Ontem, depois de tempos difíceis vividos no Brasil e na Europa, Perivaldo faleceu no Hospital Gafree e Guinle, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Perivaldo na Seleção com o goleiro Valdir Peres, que coincidentemente faleceu na mesma semana

Além do Ferroviário, quando atuou aos 21 anos de idade emprestado pelo Bahia/BA, Perivaldo jogou ainda no Palmeiras/SP, São Paulo/SP, Bangu/RJ e no Yukong Elephants, da Coréia do Sul. Apenas dois anos depois de deixar a Barra do Ceará, Perivaldo conquistou a Bola de Prata como melhor lateral direito do campeonato brasileiro defendendo o Bahia, fato repetido em 1981 com a gloriosa camisa do Botafogo/RJ, quando o ex-lateral coral viveu sua melhor fase no futebol nacional. Há cerca de quatro anos, Perivaldo estava morando nas ruas de Lisboa, em Portugal. Após matéria do programa Fantástico da Rede Globo de Televisão, o Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro se mobilizou e ajudou a trazer o ex-jogador de volta para o Brasil. Posteriormente, reconhecendo a relação do ex-lateral com o Ferroviário, o Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado do Ceará levou o jogador de volta a Fortaleza para uma visita ao time que defendeu em 1974. Na ocasião, Perivaldo foi recepcionado oficialmente pelo Ferrão através de Chateaubriand Arrais Filho, que na ocasião respondia pelo Conselho Deliberativo coral.

ARTILHEIRO IMPLACÁVEL DO FERRÃO VAI VIRAR TEMA DE LIVRO EM BREVE

pacotifac

Pacoti em 1958

Pacoti, o artilheiro implacável do Ferroviário na década de 1950, vai virar tema de livro em breve. A iniciativa é do escritor cearense Saraiva Júnior, que há alguns anos vem trabalhando arduamente nas pesquisas e entrevistas para a obra. Francisco Nunes Rodrigues é o nome de batismo de Pacoti, que nasceu na cidade de Quixadá e se consagrou no futebol cearense vestindo a camisa do Ferrão, depois ganhou o mundo e brilhou no Sport/PE, Vasco/RJ e até no exterior, no Sporting de Lisboa, quando teve a honra de ser o primeiro cearense a disputar a famosa Liga dos Campeões da Europa, a Champions League, na temporada 1961/62, quando seu clube foi eliminado em 2 jogos contra o Partizan, da Iugoslávia, na fase pré-eliminatória da competição. Atualmente, Pacoti tem 82 anos de idade e reside no bucólico bairro da Praia de Iracema, em Fortaleza.

FORTALEZA, CE, 16-12-2014: Lançamento da Calçada da Fama, no espaço cultural da Arena Castelão. (Foto: Edimar Soares/O POVO)

Pacoti na Calçada da Fama da Arena Castelão

Pacoti teve duas passagens no Ferroviário, a primeira de 1955 a 1958 e a outra no final de sua carreira, entre 1966-1967, totalizando 78 jogos e 51 gols marcados com a camisa coral. Em 2013, seu nome foi escolhido na campanha ´Time dos Sonhos` e entrou definitivamente para a galeria dos maiores jogadores da história coral. No final do ano passado, Pacoti foi homenageado na Arena Castelão com seus pés eternizados na ´Calçada da Fama` daquela praça esportiva. A obra sobre o velho ´Pacote`, como é carinhosamente chamado pelos amigos mais próximos, será a segunda incursão literária do escritor Saraiva Júnior no futebol cearense, a primeira foi o livro sobre a carreira do craque Mozart, que foi companheiro de do próprio Pacoti no Ferroviário no ano de 1966.