JUAREZ, O ZAGUEIRO SANTISTA QUE FOI CAMPEÃO NO FERROVIÁRIO

Ex-zagueiro Juarez vestindo a camisa de treinos do Ferroviário Atlético Clube em 1988 e 1989

Ele foi um dos principais nomes do título estadual de 1988. O zagueiro Juarez, conhecido na intimidade dos familiares e amigos como Guega, ganhou o apelido de “Senegal” em seus tempos de Ferroviário. Sucesso na época da banda Reflexus, a música “Canto para o Senegal” influenciou a alcunha do defensor coral. Tendo iniciado a carreira nas categorias de base do Santos/SP, Juarez vestiu a camisa profissional de equipes como Mixto/MT, Palmeiras/SP e Coritiba. Dois anos antes de vestir o uniforme coral, foi campeão paulista com a Inter de Limeira. Na Barra do Ceará, Juarez fez 41 jogos e marcou 2 gols. O registro acima mostra o ex-zagueiro coral utilizando a camisa de treinos do Ferroviário no final dos anos 1980, trazendo a estampa da famosa marca Pepsi, patrocinadora do time coral naqueles anos. Juarez vinha de uma família composta de jogadores de futebol. Seu irmão Adilson, atacante, jogou no Santos com Pelé, e o zagueiro Osmar, também seu irmão, atuou no Palmeiras e no Sport/PE. Juarez trabalhava em Santos como mecânico numa retífica de motores quando sofreu um acidente de moto e faleceu em 21 de maio de 1997. Para sempre na história!

TIME JÚNIOR DO FERROVIÁRIO NO CAMPEONATO CEARENSE DE 1982

Equipe de base do Ferroviário Atlético Clube na temporada de 1982 – Em pé: Benone, China, Luís Carlos, Cid, Cloude e Marquinhos; Agachados: Pedro, Juarez, Osmar, Narcélio e Wellington

O registro fotográfico acima merece o destaque nessa seção. Essa fotografia foi tirada no estádio Presidente Vargas, em 1982, num domingo pela manhã, antes do início do Torneio Início de mais um campeonato de base promovido pela Federação Cearense de Futebol, que equivalia à categoria Sub-20 de hoje em dia. Era o chamado time júnior coral, que foi campeão estadual ao final da temporada. Dessa equipe, alguns nomes figuraram entre os profissionais durante a década de 1980, alguns com mais destaque, como o atacante Narcélio, já falecido, que realizou 30 partidas na equipe principal do Ferrão. O goleiro China figurou várias vezes nos jogos como reserva imediato dos goleiros titulares, participando efetivamente de 16 jogos em campo no total. O lateral direito Benone atuou em 9 partidas, o mesmo acontecendo com o lateral esquerdo Luís Carlos, que participou de 38 jogos entre 1984 e início de 1988. O meio campista Marquinhos também atuou em 6 jogos entre os profissionais naquela década. Pedro e Osmar atuaram apenas em duas partidas, cada. Wellington participou de 8 jogos e assinalou um gol, por sua vez, Juarez entrou em um único amistoso, em 1983, entre os profissionais do Tubarão da Barra. Não há registro dos demais em jogos da equipe principal do Ferroviário Atlético Clube durante os anos 1980.

CAMPEÃO DE 1988 PELO FERROVIÁRIO ACOMPANHOU JOGO DA FARES LOPES

Evilásio entre duas gerações

Lembra do ex-zagueiro Evilásio? Cria do Quixadá/CE, ele foi contratado para defender o Ferrão no início da temporada de 1988 e permaneceu no clube até 1993. Ontem, ele esteve no estádio Presidente Vargas acompanhando o segundo jogo da semifinal da Taça Fares Lopes entre Ferrão e Horizonte. Bastante simpático, conversou e tirou fotos com torcedores que o viram jogar. Evilásio garantiu que vai torcer muito pelo Ferroviário na final da competição contra o Caucaia e não poderia ser diferente, afinal o ex-zagueiro coral está na lista histórica de jogadores que ultrapassaram a marca de uma centena de jogos com a camisa do Tubarão da Barra. Evilásio, no total, entrou em campo 122 vezes com o uniforme coral e marcou três gols, sendo o primeiro assinalado no Castelão, num clássico à noite contra o Ceará, que terminou com a vitória alvinegra por 3×1. Na ocasião, no dia 17 de Agosto de 1989, o treinador Moésio Gomes lançou Evilásio no decorrer da partida no posto do zagueiro Juarez e ele marcou o gol de honra do Ferrão. Para homenagear o ex-zagueiro, o Almanaque do Ferrão buscou nos arquivos o áudio desse gol na narração de Gomes Farias pela Rádio Verdes Mares AM de Fortaleza. Abaixo, você pode escutá-lo. Em tempo: na foto, Evilásio aparece entre duas importantes gerações de torcedores corais, o ex-presidente Chateaubriand Arrais e sua cria, Chatô Filho.

POR ONDE ANDA O XERIFÃO ARIMATÉIA CAMPEÃO EM 1988 ?

Ex-zagueiro Arimatéia esteve ontem em Fortaleza com a delegação do Guarani de Juazeiro

Foram 214 partidas com a camisa do Ferroviário. O zagueiro Arimatéia marcou época no time coral entre 1985 e 1989. Oriundo do Icasa/CE, favor não confundir com o seu homônimo, cria da base coral e já falecido, que atuou na década de 70. Estamos falando de José de Arimatéia da Silva, zagueiro titular que participou de 35 jogos no memorável título estadual de 1988. Você sabe por onde ele anda? Arimatéia mora em Juazeiro do Norte e vem atuando na função de preparador físico desde que pendurou as chuteiras. Trabalhou por um bom tempo no Icasa e depois de um 2016 parado para tratamento de saúde, ingressou no Guarani de Juazeiro, que faz boa campanha no Estadual desse ano. Há alguns anos, quando do falecimento de seu homônimo dos anos 70, Arimatéia disse que muita gente ficou assustada: “pensaram que tivesse sido eu e todo mundo me ligou preocupado, mas graças da Deus não era a minha vez“, disse em tom de brincadeira.

Uma das formações do Ferroviário no ano de 1988 – Em pé: Silmar, Serginho, Marcelo Veiga, Djalma, Alves e Arimatéia; Agachados: Arnaldo, Mazinho Loyola, Guina, Denô e Carlos Antônio

O Ferroviário está nas mais bonitas lembranças do ´xerifão` Arimatéia e de sua família. Foi certamente o time que ele mais se identificou durante sua trajetória no futebol, que envolveu ainda passagens pelo Fortaleza  e ABC de Natal. Em contato com o Almanaque do Ferrão, o ex-zagueiro coral recordou as boas campanhas principalmente das temporadas de 1985 e 1988, quando atuou ao lado de nomes como Arnaldo, Luizinho das Arábias, Vander, Denô, Vassil, Carlos Antônio, Marcelo Veiga e Cardosinho. Em mais de 200 partidas pelo Ferrão, engana-se quem pensa que Djalma e Juarez, companheiros inseparáveis no título de 88, estão na formação de zaga ideal para Arimatéia. “Foram dois excepcionais jogadores, mas o meu parceiro na zaga que me identifiquei bastante e joguei por mais tempo junto foi o paraense Léo, que veio do Remo/PA. A gente se entendia muito bem e formamos a dupla titular entre 85 e 87“, lembrou ele.

Além de ex-companheiros, Arimatéia puxou pela lembrança nomes de diretores e colaboradores do Ferroviário em seu período. Ficou surpreso quando soube do falecimento do ex-presidente Carlos Alberto Mota e falou com especial atenção sobre Caetano Bayma e Vicente Monteiro. O ex-defensor coral traz vivo na memória a lembrança de um gol muito importante que marcou em março de 89, no jogo decisivo do Torneio Ciro Gomes, contra o Ceará, exatamente no último minuto do jogo, forçando uma decisão por pênaltis que garantiu o título daquela competição para o Tubarão da Barra. De presente pra ele, o nosso blog reprisa acima aquele belo gol em mais um momento festivo para o Ferroviário vivido pelo zagueirão que marcou época no time coral.

ABRIL, ÁGUAS MIL: CHUVA, GOLS E ESCURIDÃO NO CASTELÃO EM 1989

Diz a velha crença popular que o mês de abril é pródigo em chuvas. Nada melhor para o nordeste, tradicionalmente tão castigado pela estiagem. Ao longo dos anos, vários foram os jogos do Ferroviário disputados nesse mês debaixo de chuva torrencial. O Almanaque do Ferrão volta hoje no tempo até abril de 1989 para recordar justamente uma vitória do Tubarão da Barra sob as intempéries do tempo. Assista o vídeo acima e compreenda a dureza que era disputar uma partida de futebol, mesmo no gramado do Castelão, diante de circunstâncias nada favoráveis. Teve até gol olímpico de Jacinto em cima de Ênio, ex-goleiro da Portuguesa de Desportos. Teve tento do nacionalmente famoso Joãozinho Paulista, o centroavante que dizia: ´Sobrou pro João é bola no cordão`. Teve apagão depois dos 30 minutos do 2º tempo e Dacildo Mourão deu o jogo por encerrado. Confira.

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Joãozinho Paulista: bola no cordão

Foi o jogo 2.277 da história coral. A vitória na chuva em cima do bom time do Tiradentes valeu o passaporte para a final do 1º turno do estadual de 89 contra o Ceará. O Tigre da PM tinha o experiente Caiçara como técnico e atuou com Ênio, Alexandre, Batista, William e Osmanir; Jarbas, Carlinhos Marechal e Adilton (Aloísio); Valdir, Marquinhos e Dias Pereira. Já o Ferrão, do treinador Erandy Pereira Montenegro, venceu com Albertino, Silmar, Arimatéia, Evilásio e Marcelo Veiga; Juarez, Alves e Jacinto; Osmarzinho, Joãozinho Paulista (Luís Carlos Gaúcho) e Cacau (Serginho). Era um time bom e experiente, mas que tinha o zagueiro Juarez improvisado na cabeça da área em razão de uma grave fratura na tíbia e no perônio, que tirou Toninho Barrote do campeonato. Mesmo com o temporal que banhou Fortaleza praticamente durante aquele domingo inteiro, um bom público de 3.974 pagantes prestigiou a partida. Tempo bom em que Ferroviário e Tiradentes jamais imaginariam flertar com a segunda divisão cearense. Abril, águas mil.

O DIA QUE A TORCIDA CORAL OFERECEU FLORES PARA O GUARANY

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O campeonato cearense de 1988 seguia muito disputado em seu 2º turno. Naquele sábado à noite, 11 de junho, o Ferrão recebia o Guarany de Sobral no Castelão diante de um público de 2.668 pagantes. Era o primeiro confronto entre ambos depois do trágico acontecimento em Sobral, 20 dias antes, quando o time coral derrotou o Cacique do Vale por 1×0 com um golaço de falta de Marcelo Veiga no último minuto do jogo. A derrota inesperada gerou uma revolta na torcida do Guarany e um grande tumulto tomou conta do estádio do Junco com dirigentes sobralenses disparando tiros para o alto, jogadores correndo e a torcida adversária quebrando o que via pela frente. O ônibus coral foi apedrejado na saída e a delegação do Ferrão passou por momentos difíceis. Aquele fato nunca foi esquecido, porém mereceu um perdão em grande estilo.

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Juarez viu flores na estreia

Há exatos 27 anos, a torcida coral prestava uma homenagem ao Guarany no primeiro jogo entre os times, no Castelão, após a confusão. Aos invés de pedras, só flores. Os jogadores do Guarany de Sobral receberam flores na entrada do time em campo. A iniciativa partiu da saudosa torcida organizada Força Jovem Coral, representando os jogadores e toda torcida do Ferrão. Lindo de se ver. Teve gente no estádio que até chorou. Mais bonito ainda foi a goleada que o Ferroviário aplicou no Guarany dentro de campo. Com 2 gols de Guina, 1 gol de Jacinto e 1 gol contra do zagueiro Ulisses, o time coral deitou e rolou naquela noite. Treinado por César Moraes, o time jogou com Serginho, Laércio, Arimatéia, Djalma (Juarez) e Marcelo Veiga; Toninho Barrote, Denô e Jacinto; Roberto Carlos (Amilton Rocha), Guina e Beto Andrade. Era a estreia do quarto zagueiro Juarez, campeão paulista pela Inter de Limeira dois anos antes, um dos nomes mais importantes da campanha coral em 88. Sob o comando de José Oliveira, o adversário jogou com Evandro, Jaime, Valdecy, Ulisses e Etevaldo; Alfinete, Quarenta (Bite) e Cacau; Ivanzinho, Ivan Buiú e Magno (Macedo). Foi o jogo 2.232 da história coral, aquele que ficou conhecido como o dia que a torcida coral ofereceu flores para o Guarany de Sobral. Para nunca mais esquecerem.