DERROTA PARA O SÃO PAULO/SP NO ÚLTIMO MINUTO HÁ 40 ANOS

O vídeo acima é uma raridade de 40 anos atrás. O Ferrão recebia a forte equipe do São Paulo/SP em mais um jogo do Campeonato Brasileiro de 1982. O jogo entre as duas equipes levou 18.126 pagantes ao Castelão. Essa partida foi justamente a última vez que os dois se enfrentaram na história. O Tubarão da Barra fez 1×0 com o meia Vicente Cruz, no apagar das luzes do 1º tempo. Na etapa final, o Tricolor do Morumbi impôs seu ritmo com vários jogadores da Seleção Brasileira e conseguiu a virada com o centroavante Serginho, de pênalti, e um gol de falta no último minuto da partida, cobrada pelo lateral direito Getúlio. Treinado por José Oliveira, o Ferroviário atuou com Barbiroto, Paulo Maurício, Góes, Zé Carlos e Jorge Henrique; Augusto, Meinha e Vicente Cruz; Paulo César Cascavel (Carlos Brasília), Roberto Cearense e Almir (Doca). O São Paulo, do treinador Formiga, venceu com Valdir Peres, Getúlio, Oscar, Dario Pereira e Marinho Chagas; Almir, Everton e Renato; Paulo César (Heriberto), Serginho e Mário Sérgio. Após o jogo, muitas reclamações por parte da torcida coral contra o árbitro baiano Anivaldo Seixas Magalhães, pela marcação do pênalti que resultou no primeiro gol da equipe paulista. A narração de Léo Batista no programa ´Gols do Fantástico` aponta erroneamente o gol para Meinha, mas ele foi marcado por Vicente Cruz, um experiente meia oriundo do Aliança/SP. No time coral, o goleiro Barbiroto pertencia ao próprio São Paulo/SP e estava emprestado.

GOL DE OLIVEIRA CEARÁ E MORTE DE TORCEDOR CORAL NO CASTELÃO

Oliveira Piauí vai pra cima do Fortaleza sob o olhar do zagueiro Arimatéia e do goleiro Giordano

Naquele domingo de 24 de julho de 1977, enquanto o Brasil inteiro tomava conhecimento do famoso caso de assassinato da jovem carioca Cláudia Lessin Rodrigues, Ferroviário e Fortaleza faziam um Clássico das Cores também com clima de tragicidade. Com gols de Oliveira e Alzir, o time coral bateu o Leão por 2×1 no Castelão. Geraldinho marcou o único gol do adversário. O acontecimento trágico da partida aconteceu no momento do gol do meia atacante Oliveira, logo aos 11 minutos de partida. Possivelmente emocionado com o tento coral, o torcedor Lauro Oliveira Martins passou mal e faleceu nas arquibancadas do estádio. De nada adiantaram os primeiros socorros promovidos por torcedores que estavam ao seu redor. Foi uma vitória conseguida com um jogador a menos, já que Kalu foi expulso pelo árbitro Leandro Serpa. O meio campista Joel Maneca, jogador de uma capacidade técnica reconhecida, foi considerado o melhor em campo. Treinado por Pedrinho Rodrigues, o Ferrão venceu com Giordano, Bassi, Lúcio Sabiá, Arimatéia e Grilo; Joel Maneca  e Danilo Baratinha; Kalu, Oliveira, Oliveira Piauí (Alzir) e Babá (Paulo César Feio). O Fortaleza, treinado por Moésio Gomes, formou com Lulinha, Alexandre, Ivan Limeira, Adalberto e Paulo Maurício; Ubiranir (Lucinho) e Bibi; Geraldinho, Amilton Melo, Geraldino Saravá (Gildásio) e Dudé. O público do jogo foi de 8.489 pagantes. O zagueiro Ivan Limeira, do Fortaleza, havia jogado no Ferroviário na temporada de 1971 e era irmão do folclórico Zé Limeira, famoso torcedor coral falecido em 2004. No Ferrão, o goleador Oliveira, também conhecido como Oliveira Ceará por causa da presença de outro jogador com o mesmo nome, Oliveira Piauí, trabalhou por décadas no clube como supervisor e treinador, passando a adotar o nome José Oliveira.

ENTREVISTAS EM AMISTOSOS DE PREPARAÇÃO PARA O CERTAME DE 1988

O vídeo acima é mais uma raridade resgatada pelo Almanaque do Ferrão. Ele mostra a cobertura da TV Verdes Mares em torno de dois amistosos preparatórios do Ferroviário para o campeonato cearense de 1988. O primeiro foi contra o Barcelona do Quintino Cunha e o segundo contra o Leão das Tintas, ambos realizados no Elzir Cabral. Além de lances dos jogos, a gravação traz uma série de nomes recém contratados para o Tubarão da Barra e que foram importantes durante aquela temporada vitoriosa, ficando para sempre na história do clube. Aproveite e mate a saudade do treinador José Oliveira e do dirigente Vicente Monteiro, que anuncia no vídeo, em primeira mão, a contratação do excelente volante Toninho Barrote, além de entrevistas em campo com os jogadores Djalma, Arnaldo, Marcelo Veiga, Da Silva, Carlos Antônio, Alves e até do centroavante Roberto Granada, que acabou não ficando no elenco coral. A gravação desse material ocorreu nos dias 30 de janeiro e 6 de fevereiro, respectivamente. A ficha técnica desses amistosos, você encontra na publicação impressa do Almanaque do Ferrão. Destaque também no vídeo para a opinião dos torcedores ouvidos!

ÁUDIO DO PRIMEIRO GOL DO FERRÃO NO CAMPEONATO CEARENSE DE 1988

Da Silva marcou na estreia em 1988

O título estadual do Ferroviário em 1988 já originou algumas postagens aqui no blog. Vários detalhes, vídeos, áudios e personalidades importantes naquela conquista mereceram destaque em recordações anteriores. Porém, vale a pena escutar abaixo mais um áudio recuperado em nossos arquivos. Trata-se do primeiro gol do Ferrão naquele campeonato, marcado logo na estreia vitoriosa por 1×0 em cima do Quixadá, em jogo que aconteceu no então denominado Estádio dos Imigrantes, exatamente na casa da Galinha Choca, no dia 28 de fevereiro. O gol foi do centroavante Da Silva. Ele havia sido artilheiro da temporada anterior defendendo o Fortaleza, mas havia trocado o Leão pelo Ferrão no inicio de 1988. Da Silva fez apenas 12 jogos com a camisa coral e acabou perdendo espaço no campeonato para nomes como Luizinho das Arábias, Mazinho Loyola e Guina. Treinado por José Oliveira, o Ferrão estreou no Estadual 88 com Wálter, Kléber, Arimatéia, Djalma e Marcelo Veiga; Toninho Barrote, Wiltinho e Jacinto; Mardônio (Edson), Da Silva e Carlos Antônio. O Quixadá do técnico José Leudo perdeu com Adriano, Cici, Ivan, Newton e Roberto (Bibi); Batista, Ernando e Pedro (Biro Biro); Rivando, Cícero Ramalho e Toinho. Bastante motivada com as contratações para a temporada, a torcida coral invadiu Quixadá naquele domingo, proporcionando com os moradores locais uma boa renda para um público pagante de 2.238 pessoas. Hilton Alcântara foi o árbitro da partida, que teve como destaque negativo a grave contusão do ponta direita Mardônio, destaque coral na temporada de 1987, que lesionou o joelho e ficou afastado do restante da competição, retornando apenas na finalíssima contra o Fortaleza sete meses depois. Aproveite e recorde o áudio abaixo na narração de Vilar Marques e comentários de Chico Rocha, ambos da excelente equipe esportiva da extinta Rádio Uirapuru de Fortaleza.

POR ONDE ANDA O CAPITÃO BICAMPEÃO RICARDO LIMA?

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Ricardo Lima hoje é proprietário de uma escolinha de futebol no município de Aracati

Naquele 25 de setembro de 1993, Ricardo Lima substituiu Paulo Adriano no amistoso preparatório do Ferroviário para o campeonato brasileiro. O simpático Calouros do Ar era o adversário. Havia apenas 81 torcedores no Elzir Cabral. Esse foi o número de pessoas na velha arquibancada do estádio que tiveram a sorte de ver, naquela tarde, a dupla de volantes do time bicampeão cearense dois anos depois. Ricardo Lima vinha de Aracati, um dos municípios mais belos e históricos do Ceará. Era jovem e inexperiente. Menos de 3 meses depois, fazia seu primeiro jogo oficial, dessa vez no PV, contra o ABC/RN, no dia que o técnico José Oliveira mandou a campo um time só de garotos já que o Ferrão havia sido despachado da competição nacional na rodada anterior.

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Ricardo Lima em 1994: o primeiro agachado

Foram 7 meses de espera até uma nova oportunidade como titular numa partida oficial, em julho de 94, contra o Itapipoca, no Perilo Teixeira, pelo campeonato estadual. A partir daí, o garoto de Aracati fixou-se no time principal e escreveu uma bela história do clube que culminou com os memoráveis títulos cearenses de 1994 e 1995, este último tendo exatamente ele como capitão da equipe no jogo final contra o Icasa. A última partida de Ricardo Lima com a camisa coral foi justamente na entrega de faixas do bicampeonato, contra o Guarany de Sobral, em 16/12/95, exatamente no estádio onde tudo começou, na Barra do Ceará. Ao todo, foram 68 partidas pelo time principal e 10 gols marcados. Dali, seguiu negociado para o União São João, que chegou a pertencer à Série A do Brasileirão naquele período. Porém, grande parte de sua carreira foi vivida posteriormente na Espanha. A oportunidade de morar durante anos na Europa fez do ex-capitão coral uma pessoa de mente diferenciada no meio do futebol.

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Escola de Futebol de Ricardo Lima em Aracati

Ricardo Lima fixou residência em Aracati após pendurar as chuteiras. Pensou em ser treinador e se preparou para isso fazendo vários cursos. Em 2013, manteve sucessivos contatos com a direção do Ferroviário para compor o rol de treinadores das categorias de base do clube a partir da temporada seguinte, mas os rumos políticos que se seguiram na vida coral inviabilizaram seu retorno ao Tubarão da Barra com a mudança abrupta no perfil da gestão de futebol a partir da eleição verificada em novembro daquele ano. Ainda no ano passado, Ricardo Lima inaugurou uma escolinha de futebol em Aracati com o intuito de revelar talentos da região para o futebol cearense. E na semana passada, a Escolinha de Futebol R.L, como é conhecida, migrou para uma equipada e nova unidade de campos em parceria com o meio empresarial local. Que seja bem sucedida e que novos craques possam despontar. O nosso vitorioso ex-atleta mais do que merece.

O GOL MAIS BONITO DO FANTÁSTICO: JORGE VERAS DO FERROVIÁRIO

Em outubro do ano passado, o Almanaque do Ferrão recordou o gol do centroavante Ilo, em 1987, escolhido o mais bonito da rodada pelo programa Fantástico. A postagem repercutiu no sul do país e o próprio filho do ex-jogador coral, falecido em 2010, entrou em contato com o blog, o que valeu outra matéria apresentando aquele lance memorável. Hoje é a vez de resgatar um outro gol histórico escolhido por aquele famoso semanário da televisão brasileira. Vamos até 24 de Julho de 1983, quando Ferroviário e América jogaram no Castelão e o belo tento da vitória coral veio dos pés do artilheiro e ídolo Jorge Veras, que fazia com o meia Betinho uma dupla infernal no campeonato cearense.

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Jorge Veras é o 5º agachado no elenco de 1983

O Ferrão era comandado pelo treinador Lula, ex-atacante do Internacional/RS e do Fluminense/RJ. Naquela tarde de domingo, ele escalou o time com o futebol de Giordano, Laércio, Paulo Alves, Nilo e Luisinho; Doca, Carioca e Barga (Paulinho Lamparina); Chicão (Narcélio), Paulo César Cascavel e Jorge Veras. Antes desse jogo, o América havia quebrado uma invencibilidade de 18 jogos do timaço que o Fortaleza montou na temporada de 1983. Treinado pelo ex-jogador, supervisor e treinador coral José Oliveira, o time rubro endureceu o jogo com Tarcísio Abelha, Tuca, Carlão, Darci e Canhoto; Faquim (Pinto), Joel Maneca e Marinho Macapá; Jadir (Carlinhos), Narcélio e Escurinho.

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No Grêmio/RS

No início da temporada seguinte, depois de disputar o campeonato brasileiro da 1ª divisão com o Ferrão, Jorge Veras foi negociado com o Criciúma/SC e em 1985 já era titular do Grêmio/RS, onde sempre se destacou com gols importantes nos clássicos contra o Internacional/RS. O ex-artilheiro jogou ainda em São Paulo e Pernambuco, voltando ao Tubarão da Barra no período 90-92 e teve o mesmo destaque. Ao todo foram 155 jogos e 65 gols marcados com a camisa coral. Sem dúvida, um ídolo eterno na história do Ferroviário, escolhido como um dos atacantes na campanha ´Time dos Sonhos` promovida há 2 anos no site oficial do clube.