QUARENTA ANOS DE UM EMPATE COM O CEARÁ COM BELO GOL DE JACINTO

O vídeo acima é mais um resgate histórico do blog. São imagens raríssimas de quarenta anos atrás, mais precisamente do dia 31 de agosto de 1980, com os gols de um clássico entre Ferroviário e Ceará que terminou empatado em 1×1. Um detalhe histórico marcou a caminhada coral nessa partida: foi a primeira vez que o Ferroviário atuou no Castelão depois da reforma que concluiu o anel superior das arquibancadas do estádio, inaugurado para a visita do Papa João Paulo II à capital cearense. Jacinto marcou para o time coral e Ivanir empatou para o alvinegro. O jogo foi válido pelo 2º turno do campeonato cearense e recebeu um público de 21.386 pagantes. Treinado pelo experiente Lanzoninho, o Ferrão jogou com Salvino, Jorge Luís, Lúcio Sabiá, Celso Gavião e Jorge Henrique; Doca, Bibi e Jacinto (Jeová); Osni (Almir), Paulo César e Marco Antônio. O Ceará empatou com Luís Antônio, João Carlos, Pedro Basílio, Lula e Bezerra; Nicássio (Gilson), Ademir Pereira e Zé Eduardo (Sidnei); Getúlio, Ivanir e Jorge Luís Cocota. A partida teve o ex-jogador coral Luís Vieira Vila Nova na arbitragem e movimentou a cidade dada a boa fase das duas equipes. Saudoso tempo da marcação de cal no gramado e das redes amarelas nas traves do Castelão.

HOJE É DIA DE REVERENCIAR O ANIVERSÁRIO DE ZÉ LIMEIRA

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Inesquecível e saudoso Zé Limeira

Ele era muito conhecido entre os torcedores que acompanhavam o futebol cearense através do rádio. As décadas de 70, 80 e 90 jamais teriam sido as mesmas não fosse a comunicação sempre descontraída de um homem sábio nas palavras, apesar da origem humilde e iletrada. 10 de janeiro costumava ser dia de festa entre os corais por conta do genetlíaco – como ele mesmo gostava de dizer – de Zé Limeira, a figura de relações públicas mais simpática que o estado do Ceará teve o privilégio de conhecer.

Ele escreveu dois livros em vida, um deles prefaciado por ninguém menos que a imortal Raquel de Queiroz, com quem compartilhava as mesmas raízes interioranas e a paixão pelo Ferrão. Mantinha conversas intermináveis com Edson Queiroz, o maior industrial do estado, morto em 1982. Tinha uma curiosa coleção de chifres de boi na parede de casa. Foi engraxate. Não satisfeito com suas várias peripécias, Zé Limeira conclamou até o Papa João Paulo II a abrir uma vaga em sua agenda para receber uma camisa do Ferroviário. Ele fez de tudo um pouco na vida. E, de pouco em pouco, fez muito.

Quando sua voz calou em definitivo naquele abril de 2004, alguma coisa morreu na vida do Ferrão. Foi embora a comunicação e a pujança, como ele mesmo adorava mencionar. O “Ou vai ou racha ou urubu leva borracha“, o “É pau e muito pau“, entre outras pérolas politicamente incorretas, serão sempre eternas nos estádios. E que o dia 10 de janeiro nunca seja esquecido. Feliz aniversário, mestre Zé Limeira, onde quer que você esteja.