OS 20 HERÓIS DO FERROVIÁRIO NO TÍTULO INVICTO DE 1968

Matéria do Correio do Ceará fazendo um balanço dos atletas e número de partidas no título de 1968

Ontem completou mais um aniversário do título invicto de 1968, conquistado após um empate em 1×1 contra o Fortaleza, no PV, com o atacante João Carlos assinalando o tento que ficou marcado na história como o ´gol do título`. Abrimos o nosso baú e você pode conferir acima um recorte do Jornal Correio do Ceará, trazendo um balanço dos vinte jogadores que participaram daquela memorável campanha. Alguns nomes precisam de pequenos esclarecimentos: O Luís no texto é o zagueiro Luiz Paes, o goleiro Cavalheiro foi identificado como ´Cavaleiro` e o Aberlado em questão é o nome do craque Coca Cola. Cada jogador ganhou uma premiação de 150 Cruzeiros Novos pelo empate com o Fortaleza, além de uma outra premiação pelo título estadual. Naquele ano, o Ferrão jogou 14 partidas para conquistar o título e todos os jogos tiveram o sagaz Ivonísio Mosca de Carvalho como comandante técnico. Além de tradicionais adversários domésticos como Ceará, Fortaleza, Calouros do Ar, Quixadá, Guarany de Sobral e América, o Tubarão da Barra enfrentou o extinto Messejana na competição, em dois jogos realizados no PV. Cada equipe fez 14 jogos no certame em jogos de ida e volta. Após o empate com o Fortaleza, a torcida coral ainda teve que esperar o resultado final de Quixadá x Guarany para comemorar, pois o Cacique do Vale nutria chances de ficar com o título. Após o anúncio de um eletrizante 4×4 no placar, o campo do PV virou um mar de torcedores corais eufóricos na comemoração da brilhante conquista invicta e vinte jogadores foram eternizados como heróis.

FERRÃO CONQUISTA A TAÇA FARES LOPES DE FORMA INVICTA

Registro de Lenílson Santos com os atletas corais, legítimos campeões da Taça Fares Lopes 2020

Vinte e cinco anos depois de protagonizarem a final do Campeonato Cearense de 1995, Ferroviário e Icasa voltaram a fazer um jogo decisivo numa competição estadual. Ontem, as duas equipes fizeram a final da Taça Fares Lopes 2020. O Tubarão da Barra levou a melhor e venceu por 1×0, gol de Berguinho. Este foi o segundo título do Ferrão na Fares Lopes, dessa vez conquistado de forma invicta. Em 2018, o time coral venceu o Caucaia no jogo final. Esta foi a quarta taça conquistada pelo time profissional do Ferroviário Atlético Clube desde a quebra de um longo jejum de títulos, que começou com a brilhante conquista, em 2018, da Série D do campeonato brasileiro. Curiosamente, cada uma das quatro conquistas se deu em quatro estádios diferentes. Ontem, o Ferrão utilizou o padrão de camisas lançado no ano passado em homenagem ao famoso uniforme utilizado na década de 1960. Uma outra curiosidade cercou o confronto contra o Icasa. Em 1995, o árbitro da final, no PV, foi Luís Vieira Vila Nova. Ontem, no Domingão, a partida foi arbitrada por César Magalhães. Ex-jogador do próprio Ferroviário no início dos anos 1970, Vila Nova é padrasto de César Magalhães. Treinado por Francisco Diá, o Ferrão campeão formou ontem com Jonathan, Roni, Vitão, Richardson (Yuri) e Emerson; Wesley Dias, Diego Viana, André Mensalão (Caxito) e Berguinho (Madson); Cesinha (Luiz Henrique) e Adilson Bahia (Sousa Tibiri). Já o Icasa jogou com Mauro, Wesley (Zoppi), Regineldo, Max Oliveira (Assisinho) e Mattheus Silva (Talisson); Carlão (Alemão), Lincoln, Esquerdinha e Thiaguinho; Nael e Junior Juazeiro (Romário). Agora, o belíssimo memorial de conquistas do Ferroviário na Barra do Ceará ganhou mais um belo troféu!

NUM 2 DE MARÇO COMO HOJE, FERRÃO APRESENTAVA CAVALHEIRO

Cavalheiro com Joseoly Moreira

Foi no dia 2 de março de 1968. Há 52 anos, o Ferroviário Atlético Clube apresentava no Elzir Cabral, ainda em estágio de construção, o seu novo goleiro para a temporada estadual. Tratava-se de Cavalheiro, ex-arqueiro do Internacional/RS e do Vasco da Gama/RJ, que vinha de uma passagem internacional pelo tradicional Deportivo Lara da Venezuela. Indicado pelo diretor Joseoly Moreira, que o trouxe do Rio de Janeiro, e chancelado pelo ídolo Pacoti, que o conhecia das categorias de base da equipe carioca, o novo guarda-valas do clube estreou num amistoso contra a equipe do Sonda, campeã da segunda divisão cearense. Treinado por Ivonísio Mosca de Carvalho, o Ferrão atuou naquela tarde com o futebol de Edilson José (Cavalheiro), Capturas, Jurandir, Gomes e Barbosa; Coca Cola (João Carlos) e Edmar; Paraíba (Lucinho), Mano, Ademir e Raimundinho. O Sonda jogou com Martini, Cabeleira, Dedé, Azul e Pedro; Luizinho (Zé Maria) e Zé Nilton; Edilson, Eliézer, Adão e Louro. O jogo foi 1×1. O pernambucano Ademir marcou o gol coral. Louro empatou para o Sonda. Aquele grupo coral sagrou-se, ao final da competição, o grande campeão cearense invicto. Cavalheiro reside atualmente no Rio Grande do Sul. Há seis anos, esteve em Fortaleza depois de muitas décadas e reencontrou alguns de seus ex-companheiros numa noite de muita emoção.

MAIS UM ESTADUAL E O FERROVIÁRIO DE 1968 SEGUE O ÚLTIMO INVICTO

Expresso Coral sobre o título de 1968

Hoje, o Fortaleza fez 2×0 no Ceará no primeiro jogo da final do campeonato cearense de 2019. O alvinegro seguia invicto na competição e havia sério risco de finalmente vermos quebrada a hegemonia do Ferroviário campeão cearense de 1968, reconhecido há 51 anos no futebol alencarino como o ´último invicto`. Nesse quesito, as chances do Ceará nesse ano aumentaram ainda mais porque ele, e o Fortaleza, só entraram na disputa do Estadual após os jogos de oito clubes pelo primeiro turno, fruto de um calendário nacional mais desorganizado do que nunca e que acaba desnivelando o princípio da equidade entre as equipes que disputam a mesma competição, algo tão básico e extremamente necessário para a justiça nos resultados esportivos. Onze anos atrás, a então revista oficial do clube, a Expresso Coral, trazia em suas páginas uma ampla revisão sobre o último título invicto do futebol cearense. Pelo visto, a já rara edição da publicação continua mais atual do que nunca. Além disso, Ruy do Ceará e José Rego Filho, lendários dirigentes corais naquela memorável façanha, vão poder continuar tomando banho de piscina tranquilamente. Merecidamente.

Ruy e José Rego: a tranquilidade de quem só observa os adversários tentarem, tentarem, tentarem

BODAS DE OURO DO ÚLTIMO CAMPEÃO CEARENSE INVICTO

Matéria na imprensa cearense no dia 28/07/1968 prognosticando o fim do jejum de 16 anos

O último campeão invicto! Assim é conhecido até hoje o elenco do Ferroviário de 1968, que conquistou o campeonato estadual daquele ano com ampla supremacia e entrou para história eterna do futebol alencarino. Nesse sábado, dia 28 de julho, celebra-se o 50° aniversário daquela brilhante conquista. Naquele período, a diretoria coral passara por uma renovação e a chegada de jovens engenheiros da RFFSA para comandar os destinos do clube enchera de esperança a torcida coral, que não comemorava um título há 16 anos, o que era até então o maior jejum do clube em termos de conquistas. Capitaneados pelo presidente Elzir Cabral, dirigentes como José Rêgo Filho, Ruy do Ceará, Cândido Pamplona e um grupo de abnegados corais quebravam o jejum e começavam a escrever uma nova história para o clube. O jogo decisivo foi contra o Fortaleza, que também brigava pelo título naquele domingo de 1968. João Carlos marcou para o Ferrão e Croinha anotou o seu para o Fortaleza. O empate de 1×1 garantiu a conquista coral. O treinador Ivonísio Mosca de Carvalho mandou à campo naquela tarde a seguinte formação: Cavalheiro, Wellington, Flodoaldo (Luiz Paes), Gomes e Barbosa; Edmar e Coca Cola; Mano, João Carlos, Paraíba e Raimundinho (Lucinho). Nas bodas de ouro daquela conquista, é bom não esquecermos de eternizar esses nomes na memória coral. Além dos que atuaram na partida decisiva, vale destacar a participação dos que atuaram em pelo menos uma partida na competição: Roberto Barra-Limpa, Jurandir, Douglas, Facó, Ademir, Sanêga e Edilson José.

Página esportiva do Correio do Ceará destacando o grande feito coral no campeonato de 1968

Desde que foram campeões, alguns atletas do grupo coral nunca mais se encontraram.  A vida deu rumo diferente para muitos na carreira futebolística, outros simplesmente abandonaram a profissão, porém sem nunca esquecer a união daquele grupo e a importância daquele momento. Em 2014, alguns remanescentes do elenco do Ferrão de 1968 se encontraram numa churrascaria em Fortaleza e a noite foi de recordações e muita emoção. O goleiro gaúcho Cavalheiro, por exemplo, não voltava a Fortaleza há quase quatro décadas e nunca mais havia tido qualquer tipo de contato com seus antigos companheiros. O volante Edmar, titular absoluto em toda a campanha coral, comentou sobre mais um aniversário daquela conquista na última vez que teve o privilégio de estar reunido com parte daquele grupo: “Foi uma festa memorável após a partida. Nunca vi nada igual. Era um grande time. Não perdemos pra ninguém. Nós jogávamos por música e tínhamos o suporte de uma diretoria cheia de gente jovem e de palavra. Tenho orgulho de fazer parte daquela geração“, disse. Do interior do Rio Grande do Sul, o goleiro Cavalheiro também mandou uma mensagem de aniversário referente à conquista: “1968 foi um ano emblemático em todo país pela conjuntura social e política que vivíamos no país. Conquistar um título naquele ano pelo Ferroviário, time de origem humilde e proletária, e ainda de forma invicta, foi um dos maiores feitos da carreira daqueles jogadores. O Ferrão está eternizado no meu coração“, comentou. Feliz bodas de ouro, torcedor coral! 1968 para sempre!

Campeões 1968 em 2014: Mano, Luiz Paes, Edmar, Barbosa, Cavalheiro e Raimundinho

CONQUISTA INVICTA DE 1968 DO FERROVIÁRIO COMPLETA 47 ANOS

Foto histórica do time campeão invicto estampada na revista de circulação nacional O Cruzeiro

O último campeão invicto! Assim é conhecido até hoje o time de 1968 do Ferroviário, que conquistou o campeonato cearense daquele ano com ampla supremacia e entrou para história do futebol alencarino depois de 16 anos sem títulos. Nesse dia 28 de julho, celebra-se o 47° aniversário daquela brilhante conquista. Na ocasião, a diretoria coral passara por uma renovação e a chegada de jovens engenheiros da Rffsa para comandar os destinos do clube enchera de esperança a torcida coral. Capitaneados pelo presidente Elzir Cabral, dirigentes como José Rego Filho, Ruy do Ceará, Cândido Pamplona, Célio Pamplona, Afrodísio Pamplona, Roderico Braga, além de um valoroso grupo de abnegados corais quebravam o jejum e começavam a escrever uma nova história para o clube. Nunca mais um clube local foi campeão cearense invicto.

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Anunciada a conquista

O jogo decisivo foi contra o Fortaleza disputado num PV dividido meio a meio entre as duas torcidas que brigavam pelo título. João Carlos marcou para o Ferrão e Croinha anotou o do tricolor. O empate de 1×1 garantiu a conquista coral. O treinador Ivonísio Mosca de Carvalho contou em campo naquela tarde com a seguinte formação: Cavalheiro, Wellington, Flodoaldo (Luiz Paes), Gomes e Barbosa; Edmar e Coca Cola; Mano, João Carlos, Paraíba e Raimundinho (Lucinho). O Fortaleza perdeu com Gilberto, William, Zé Paulo, Renato e Carneiro; Luciano Oliveira, Joãozinho e Ivan Frota (Fontoura); Croinha, Humaitá e Alísio. A conquista invicta veio no jogo de número 1.083 da história coral. O volante Edmar, titular absoluto em toda a campanha, comentou há cerca de dois anos sobre mais um aniversário daquela conquista: “Foi uma festa memorável após a partida. Nunca vi nada igual. Era um grande time. Não perdemos pra ninguém. Nós jogávamos por música e tínhamos o suporte de uma diretoria cheia de gente jovem e de palavra. Tenho orgulho de fazer parte daquela geração“, disse.

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Cavalheiro sobe com Humaitá na final

Do interior do Rio Grande do Sul, seu estado natal, o goleiro Cavalheiro também já comentou sobre a conquista em anos recentes: “1968 foi um ano emblemático em todo país pela conjuntura social e política que vivíamos no país. Conquistar um título naquele ano pelo Ferroviário, time de origem humilde e proletária, e ainda de forma invicta, foi um dos maiores feitos da carreira daqueles jogadores. O Ferrão está eternizado no meu coração“, comentou. Muitos dos campeões invictos passaram mais de quatro décadas sem voltarem a se encontrar. Há cerca de um ano, uma boa parcela do time titular esteve reunida em Fortaleza e o fato mereceu destaque numa atualização do Almanaque do Ferrão em outubro do ano passado. No início desse ano, um dos titulares presentes ao encontro do ano anterior, o atacante Raimundinho, faleceu e também foi homenageado no blog com uma postagem específica. Além dos jogadores destacados na partida final, nomes como os goleiros Douglas e Edílson José, além dos jogadores Facó, Ademir, Sanêga, Roberto Barra-Limpa e Jurandir escreveram seus nomes na galeria de eternos do Ferroviário com o título invicto.