FERROVIÁRIO SE DESPEDIU DO EX-PRESIDENTE CAETANO BAYMA

O Ferroviário Atlético Clube se despediu do ex-presidente Caetano de Paula Bayma na semana passada. Vítima de infarto, o mandatário coral entre as temporadas de 1984 e 1987 partiu para o plano superior. No exato momento em que o Ferroviário vencia o Icasa por 2×0, na Barra do Ceará, seu corpo era sepultado no Cemitério São João Batista em Fortaleza. Abaixo, o blog recorda uma matéria de jornal do ano de 1999 falando sobre o afastamento de Caetano Bayma do futebol, mais de dez anos depois de ter deixado a presidência coral. Como se pode perceber no texto, os problemas no coração que o vitimaram já se faziam presentes na ocasião. Caetano Bayma foi um ótimo dirigente na história coral. Apaixonado pelo Ferrão, montou um time excelente na temporada de 1985, um dos melhores da nossa história, mas acabou não sendo campeão cearense graças às arbitragens calamitosas que desviaram o desfecho do Estadual daquele ano. Em postagem de 2015, o blog chegou a recordar um áudio raro onde é possível escutar uma entrevista de Caetano Bayma falando sobre a intenção de compra do passe do goleiro Serginho, que acabou se concretizando na ocasião. Descanse em paz, Caetano Bayma. A torcida coral é grata por tudo.

Matéria de jornal no ano de 1999 sobre a aposentadoria de Caetano Bayma no futebol cearense

O DOMINGO QUE LUIZINHO E FOGUINHO ACABARAM COM O ICASA

O vídeo raro acima e a foto abaixo registram um momento glorioso do Ferroviário no Campeonato Cearense de 1985. Devidamente resgatados pelo Almanaque do Ferrão, ambos eternizam um grande momento coral naquele ano. Foi num 25 de agosto como hoje, um domingo à tarde, quando o time coral enfrentou o Icasa, no PV, em jogo válido pelo 2º turno do Estadual. Sob o comando do treinador Caiçara, o Tubarão da Barra massacrou o adversário com três gols do atacante Foguinho e dois gols do artilheiro Luizinho das Arábias. A onzena coral formou com Wálter, Laércio, Arimatéia, Léo (Joãozinho) e Edson; Doca, Alex e Arnaldo; Carlos Antônio (Cardosinho), Luizinho das Arábias e Foguinho. Treinado por Catolé, a equipe de Juazeiro do Norte perdeu com Jurandir, Brás, Gena, Zé Carlos e Evandro; Garrinchinha, Bodó e Nicássio; Haroldo (Amilton), Geraldino Saravá e Reginaldo Barbalha. O jogo teve Hílton Alcântara na arbitragem e contou com um público de 1.962 pagantes. A maior curiosidade do jogo aconteceu logo quando o Ferrão entrou em campo. O volante alagoano Alex e o ídolo Luizinho das Arábias rasparam totalmente o cabelo e atuaram com um novo visual, fato este destacado nos noticiários esportivos da época. Posteriormente, Alex foi jogar em Portugal e fixou residência por lá. Aos 63 anos de idade hoje em dia, ele é pai de dois filhos que também jogam futebol no país lusitano já que ambos têm dupla nacionalidade. Luizinho das Arábias faleceu em maio de 1989. Outro destaque da partida, o ponta Foguinho parece ter se desligado completamente do futebol. É provável que tenha se mudado para Luz, sua cidade natal em Minas Gerais. O blog agradece qualquer contribuição sobre o paradeiro do ex-craque coral.

Alex, Luizinho das Arábias, Cardosinho e Doca comemoram mais um gol do Ferrão contra o Icasa

FERRÃO CONQUISTA A TAÇA FARES LOPES DE FORMA INVICTA

Registro de Lenílson Santos com os atletas corais, legítimos campeões da Taça Fares Lopes 2020

Vinte e cinco anos depois de protagonizarem a final do Campeonato Cearense de 1995, Ferroviário e Icasa voltaram a fazer um jogo decisivo numa competição estadual. Ontem, as duas equipes fizeram a final da Taça Fares Lopes 2020. O Tubarão da Barra levou a melhor e venceu por 1×0, gol de Berguinho. Este foi o segundo título do Ferrão na Fares Lopes, dessa vez conquistado de forma invicta. Em 2018, o time coral venceu o Caucaia no jogo final. Esta foi a quarta taça conquistada pelo time profissional do Ferroviário Atlético Clube desde a quebra de um longo jejum de títulos, que começou com a brilhante conquista, em 2018, da Série D do campeonato brasileiro. Curiosamente, cada uma das quatro conquistas se deu em quatro estádios diferentes. Ontem, o Ferrão utilizou o padrão de camisas lançado no ano passado em homenagem ao famoso uniforme utilizado na década de 1960. Uma outra curiosidade cercou o confronto contra o Icasa. Em 1995, o árbitro da final, no PV, foi Luís Vieira Vila Nova. Ontem, no Domingão, a partida foi arbitrada por César Magalhães. Ex-jogador do próprio Ferroviário no início dos anos 1970, Vila Nova é padrasto de César Magalhães. Treinado por Francisco Diá, o Ferrão campeão formou ontem com Jonathan, Roni, Vitão, Richardson (Yuri) e Emerson; Wesley Dias, Diego Viana, André Mensalão (Caxito) e Berguinho (Madson); Cesinha (Luiz Henrique) e Adilson Bahia (Sousa Tibiri). Já o Icasa jogou com Mauro, Wesley (Zoppi), Regineldo, Max Oliveira (Assisinho) e Mattheus Silva (Talisson); Carlão (Alemão), Lincoln, Esquerdinha e Thiaguinho; Nael e Junior Juazeiro (Romário). Agora, o belíssimo memorial de conquistas do Ferroviário na Barra do Ceará ganhou mais um belo troféu!

EMPATE CONTRA O ICASA NA ESTREIA DE BETINHO COMO TÉCNICO CORAL

Craque de bola nos anos 1980: Betinho

O pernambucano Betinho foi um dos maiores jogadores a vestir a camisa 10 do Ferrão. Depois de 83 jogos com a camisa coral, pouca gente lembra que ele pendurou as chuteiras e assumiu a função de treinador do Tubarão da Barra durante o campeonato cearense de 1984. Sua estreia na nova função aconteceu num sábado à tarde, mais precisamente no dia 9 de junho, contra o Icasa no Castelão. O jogou terminou empatado em 3×3. O ponta Cardosinho fez 2 gols para o Ferrão, porém o centroavante icasiano Chiquinho do Araras foi o artilheiro do jogo com 3 gols. O ex-coral Júlio se embananou todo no final da partida e teve a infelicidade de marcar contra sua própria cidadela, empatando o jogo diante de apenas 631 pagantes. O Ferrão foi à campo com Dário, Tuca, Israel, Nilo e Fraga; Doca (Ramon), Edson e Paulinho Lamparina; Cardosinho, Júnior Xavier e Foguinho (Gregório). O técnico Catolé formou o adversário com Jurandir, Nonato Ayres, Jeová, Júlio e Roner; Garrinchinha, Bodó e Amauri; Cícero (Ernilson), Chiquinho do Araras (Da Silva) e Esquerdinha. Na temporada seguinte, Chiquinho do Araras vestiu sem sucesso a camisa coral. Betinho mora em Recife e infelizmente tem enfrentado graves problemas de saúde nos últimos anos. Sua passagem pela Barra do Ceará foi simplesmente grandiosa e a torcida coral o tinha como ídolo, a prova disso é que o irmão mais novo do atual presidente do Ferroviário recebeu em homenagem o nome de batismo do craque Betinho ao nascer naquele período: Roberto Fontana Madeira. Abaixo, você confere os seis gols daquele jogou que marcou o início da curta passagem de Betinho como treinador. O arquivo em vídeo foi veiculado na época no famoso programa Gols do Fantástico da TV Globo e é um achado raro indicado pelo torcedor Charles Garrido, um dos maiores entusiastas corais e dono de uma memória prodigiosa em se tratando do passado coral.

LÉO JAIME VOLTA A MARCAR UM GOL PELO FERRÃO DEPOIS DE 10 ANOS

Em sua reestreia com a camisa do Ferroviário, o atacante Léo Jaime voltou a marcar um gol com a camisa coral depois de dez anos. Foi o segundo gol da grande vitória coral por 3×0 em cima do Santa Cruz/PE no domingo passado. A última vez que ele havia balançado as redes adversárias, defendendo o Tubarão da Barra, foi no dia 28 de março de 2009. Na ocasião, o Ferrão derrotou o Icasa por 2×0 no estádio Elzir Cabral em jogo válido pelo 2º turno do campeonato cearense. Léo Jaime anotou o segundo gol da partida depois que o atacante Wescley abriu o placar em jogada do próprio Léo Jaime pela esquerda. Depois, Léo Jaime comemorou o gol nos braços da mascote Tutuba, que também reestreou contra o Santa Cruz no Castelão. Acima, o vídeo do gol da reestreia. Abaixo, o que era até domingo o último gol do baixinho coral no Ferrão, que na última década ganhou o mundo e vestiu as camisas do Bragantino/SP, São Caetano/SP e Caxias/RS, além do Daegu FC da Coreia do Sul.

JOGO MARCADO PARA UMA QUARTA-FEIRA À TARDE LEMBRA O QUE?

Luizinho: 3 gols em 1986

Ferroviário e Uniclinic jogam nessa quarta-feira, às 16 horas, no Estádio Presidente Vargas. Sem dúvida, um horário inadequado para um dia de semana útil e, por isso, o público promete ser dos menores. Porém, engana-se quem afirma que isso é algo inédito na vida do Ferroviário. Na temporada de 1986, o Ferrão enfrentou o Icasa exatamente numa quarta-feira à tarde. O jogo foi marcado para o Castelão, que estava reformando suas torres de iluminação e não dispunha de luz artificial para a partida. Apenas 207 pagantes desafiaram o horário em dia útil e a concorrência de Uruguai x Alemanha ao vivo na TV pela Copa do Mundo do México. Era o dia 4 de Junho de 1986 e o Tubarão da Barra enfiou 7×0 na sacola do time juazeirense com três gols de Denô, três de Luizinho das Arábias e um de Mardoni. Treinado por Erandy Pereira Montenegro, o time coral formou com Serginho, Alexandre, Arimatéia, Léo (Joãozinho) e Vassil; Zé Alberto, Denô e Mardoni; Edinho, Luizinho das Arábias e Lupercínio (Rogério). O Icasa, do técnico Catolé, jogou com Humberto Vara, Val, Pimenta, Paudácio e Tonho; Bilonga, Agenor e Ocilon; Reginaldo Piauí, Washington e Reginaldo Barbalha. Francisco Pereira foi o árbitro do jogo, que foi encerrado aos 35 minutos do segundo tempo por conta de um cai-cai do time do Icasa. Mais de trinta anos depois, a situação é semelhante.

POR ONDE ANDA O XERIFÃO ARIMATÉIA CAMPEÃO EM 1988 ?

Ex-zagueiro Arimatéia esteve ontem em Fortaleza com a delegação do Guarani de Juazeiro

Foram 214 partidas com a camisa do Ferroviário. O zagueiro Arimatéia marcou época no time coral entre 1985 e 1989. Oriundo do Icasa/CE, favor não confundir com o seu homônimo, cria da base coral e já falecido, que atuou na década de 70. Estamos falando de José de Arimatéia da Silva, zagueiro titular que participou de 35 jogos no memorável título estadual de 1988. Você sabe por onde ele anda? Arimatéia mora em Juazeiro do Norte e vem atuando na função de preparador físico desde que pendurou as chuteiras. Trabalhou por um bom tempo no Icasa e depois de um 2016 parado para tratamento de saúde, ingressou no Guarani de Juazeiro, que faz boa campanha no Estadual desse ano. Há alguns anos, quando do falecimento de seu homônimo dos anos 70, Arimatéia disse que muita gente ficou assustada: “pensaram que tivesse sido eu e todo mundo me ligou preocupado, mas graças da Deus não era a minha vez“, disse em tom de brincadeira.

Uma das formações do Ferroviário no ano de 1988 – Em pé: Silmar, Serginho, Marcelo Veiga, Djalma, Alves e Arimatéia; Agachados: Arnaldo, Mazinho Loyola, Guina, Denô e Carlos Antônio

O Ferroviário está nas mais bonitas lembranças do ´xerifão` Arimatéia e de sua família. Foi certamente o time que ele mais se identificou durante sua trajetória no futebol, que envolveu ainda passagens pelo Fortaleza  e ABC de Natal. Em contato com o Almanaque do Ferrão, o ex-zagueiro coral recordou as boas campanhas principalmente das temporadas de 1985 e 1988, quando atuou ao lado de nomes como Arnaldo, Luizinho das Arábias, Vander, Denô, Vassil, Carlos Antônio, Marcelo Veiga e Cardosinho. Em mais de 200 partidas pelo Ferrão, engana-se quem pensa que Djalma e Juarez, companheiros inseparáveis no título de 88, estão na formação de zaga ideal para Arimatéia. “Foram dois excepcionais jogadores, mas o meu parceiro na zaga que me identifiquei bastante e joguei por mais tempo junto foi o paraense Léo, que veio do Remo/PA. A gente se entendia muito bem e formamos a dupla titular entre 85 e 87“, lembrou ele.

Além de ex-companheiros, Arimatéia puxou pela lembrança nomes de diretores e colaboradores do Ferroviário em seu período. Ficou surpreso quando soube do falecimento do ex-presidente Carlos Alberto Mota e falou com especial atenção sobre Caetano Bayma e Vicente Monteiro. O ex-defensor coral traz vivo na memória a lembrança de um gol muito importante que marcou em março de 89, no jogo decisivo do Torneio Ciro Gomes, contra o Ceará, exatamente no último minuto do jogo, forçando uma decisão por pênaltis que garantiu o título daquela competição para o Tubarão da Barra. De presente pra ele, o nosso blog reprisa acima aquele belo gol em mais um momento festivo para o Ferroviário vivido pelo zagueirão que marcou época no time coral.

LEMBRA DA ESCALAÇÃO CORAL QUE GOLEOU O ICASA POR 4×0 EM 2005?

Ferroviário no ano de 2005 – Em pé: William Mardoch, Raul, Cícero César, Wágner Pedreira, Zeziel e Del; Agachados: Zadda, Arildo, Glaydstone, Júnior Cearense, Stênio e Maurício Pantera

O retrato de hoje foi tirado no dia 3 de março de 2005 no estádio Presidente Vargas. Pouco tempo depois de gerada a imagem, o Ferroviário goleou o Icasa por 4×0 em jogo válido pelo 2º turno do campeonato cearense. Os gols foram de Maurício Pantera (duas vezes), Narcízio e Stênio. Trata-se de uma das poucas fotos do Ferrão com o goleiro Del como titular, ele que só atuou 6 vezes com a camisa coral. Entre 2012 e 2013, ele voltou ao clube, dessa vez como treinador de goleiros das categorias de base e profissional, trabalhando justamente ao lado de seu ex-preparador, o competente William Mardoch. Teve até olé no PV nessa noite, com show de Glaydstone e Júnior Cearense. Lembrou?

MEIA QUE PASSOU PELA BARRA É O NOVO REFORÇO DO REMO/PA

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Promoção do Remo anunciando o novo reforço

Lembra do meia Flamel? Ele é considerado um dos jogadores mais talentosos que o futebol paraense produziu até hoje. Experiente, passou pelo Ferrão na reta final do campeonato cearense de 2013 e retornou ao clube para disputar a temporada seguinte, quando pouco jogou, perseguido por seguidas contusões que começaram logo no segundo jogo da competição. Depois de se destacar novamente no Águia de Marabá, ele é o novo reforço do Remo/PA para a Série C do campeonato brasileiro. A carreira de Flamel ganhou notoriedade nacional quando ele se destacou, há 10 anos, no campeonato nacional defendendo a Tuna Luso/PA. A fama de ´craque do norte´ o levou ao Flamengo/RJ, onde pouco jogou. Esteve no Icasa/CE e depois retornou ao Pará. Na Barra, Flamel, cujo nome verdadeiro é Arlisson Sousa Cardoso, conseguiu estar presente em apenas 10 partidas e marcou um gol, na Arena Castelão, contra o Icasa, justamente seu ex-clube no estado. Boa sorte para o ex-coral, agora novamente defendendo uma potência do futebol nacional.

POR ONDE ANDA O VOLANTE DO BICAMPEONATO CORAL?

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Ex-capitão Paulo Adriano possui atualmente um comércio de venda de coco gelado

Há 20 anos, o Ferroviário conquistava o inédito bicampeonato em sua história. Depois de conquistar o campeonato cearense de 1994, a base campeã foi reforçada ainda mais na temporada seguinte. O resultado foi um conquista memorável que nunca sairá da memória dos 7.622 pagantes na final contra o Icasa, no PV, naquele domingo ensolarado de 10 de dezembro de 1995. Coube ao volante Paulo Adriano, remanescente de uma fase de vacas magras na vida coral, o privilégio de atuar como titular absoluto na imensa maioria das partidas daquela emblemática temporada como homem de absoluta confiança na retaguarda do técnico Ramon Ramos.

FERROVIRIO

Paulo Adriano ergue o troféu em foto do O Povo

Foram 293 partidas com a camisa do Ferroviário e 7 gols marcados em dez temporadas pelo clube. Cria das equipes de base, Paulo Adriano fez sua primeira partida no time profissional em julho de 1991, em Sobral, contra o Guarany, pelo campeonato cearense. Bastante criticado no início da carreira, firmou-se como titular justamente quatro anos depois, logo após a negociação do volante Lima, craque da temporada de 94 e ídolo da torcida. Paulo Adriano foi de recente titular à capitão do time várias vezes na temporada de 1995. Vinte anos depois, o ex-volante coral pode ser encontrado todos os dias em seu estabelecimento comercial na Rua Padre Mororó, número 1.349, no centro de Fortaleza, ao lado do tradicional prédio do DNOCS. Ele vende cocos no local e possuiu uma clientela cativa, que o mantém já há 10 anos no negócio. Agora, você já sabe. Se quiser beber uma água de coco geladinha, é só dar uma passada lá e ficar por dentro das brilhantes histórias de um dos volantes titulares na campanha do Bi. O que não falta são recordações positivas e inesquecíveis de uma época vitoriosa do Ferroviário.