HOMENAGEM DO GLOBO ESPORTE AO ÍDOLO MARCELO VEIGA

Registro histórico do fotógrafo Stênio Saraiva após Marcelo Veiga marcar o gol do título em 1988

Na última postagem de 2020, vale a pena eternizar o vídeo abaixo com o encerramento do Globo Esporte no último dia 15 de dezembro. Com muita sensibilidade, o programa homenageou o ex-lateral esquerdo Marcelo Veiga, falecido no dia anterior, depois de um mês internado, lutando pela vida contra a Covid-19. A matéria trouxe imagens de arquivo da TV Verdes Mares de Fortaleza, apresentando breves resgates memoráveis de 1988, 1989, 2004, 2009 e 2019. No primeiro ano de Marcelo Veiga como jogador do Ferrão, o programa resgatou um momento lúdico do ex-lateral brincando como goleiro num treino na Vila Olímpica Elzir Cabral. Na mesma temporada, as imagens registram aquele que Marcelo Veiga considerava o gol mais bonito de sua carreira, marcado em Sobral, contra o Guarany, aos 44 minutos do segundo tempo, numa cobrança magistral de falta. Aquele gol rendeu uma grande confusão no Estádio do Junco, até hoje comentada nas arquibancadas cearenses. Essa preciosidade aparece aos 42 segundos do vídeo e é reapresentado no final da matéria. Em um ano complexo como 2020, Marcelo Veiga se foi para o plano superior, porém recebeu sempre em vida todas as homenagens e carinho da torcida do Ferroviário, além do respeito dos desportistas cearenses. O registro abaixo é uma prova disso porque ídolos seguem sempre eternos.

BODAS DE OURO DA CONQUISTA DO CAMPEONATO CEARENSE DE 1970

Uma das formações na reta final de 1970 – Em pé: Louro, Hamilton Ayres, Gomes, Aloísio Linhares, Eldo e Coca Cola; Agachados: Mano, Paulo Velozo, Amilton Melo, Edmar e Alísio

O ano de 1970 começou cheio de expectativas para o Ferrão. Pela primeira vez, logo em janeiro, o time coral recebia um time de outro estado para uma partida no Elzir Cabral, ainda em fase de construção. O amistoso contra o Alecrim/RN terminou em grande confusão, com brigas dentro de campo, assim que uma legião de torcedores corais invadiram o campo para agredir o árbitro Roberto Kaúla. Antes do fim do mês, o Ferroviário conquistou o título da II Copa Estado do Ceará, iniciada ainda em 1969, numa disputa de pênaltis contra o Ceará que envolveu o duelo Simplício x Gojoba nas cobranças. Além desse amistoso histórico e do primeiro troféu no ano, a direção coral não abria mão do título estadual e realizou contrações importantes para reforçar o time, como o lateral Esteves, os atacantes Zé Luís e Paulo Velozo, além da chegada do craque Amilton Melo, seguramente o maior jogador do futebol cearense da história, que se consagrou a partir daquele momento e durante toda a década de 1970. 

Jornal O Povo há exatos 50 anos

O campeonato cearense começou para o time coral no dia 8 de março e terminou num 7 de outubro como hoje. Foram sete meses de disputas. O Guarany de Sobral talvez tenha montado o seu melhor time em todos os tempos e venceu o 1º turno. No returno, o Ferrão bateu o Fortaleza por 1×0, golaço de peixinho de Paulo Velozo, e ficou com o título. O Ceará levou o 3º turno, ganhando por 3×1 do próprio Ferroviário, e os três vencedores foram realizar o chamado “Super Turno” em três jogos no PV. Na primeira partida do triangular simples, o Tubarão da Barra envolveu o Ceará por completo, com grande atuação do volante Edmar, mas o placar ficou no 0x0. Três dias depois, o próprio Ceará empatou com o Guarany, também em 0x0, o que facilitou a vida dos adversários, já que a decisão do título ficou justamente para o jogo do Ferroviário contra o excelente time sobralense. Com uma foto dos principais jogadores de cada time, o Jornal O Povo amanhecia nas bancas com os dizeres: “Pode surgir hoje o Super-Campeão” e “O grande duelo da peleja decisiva”.

Carnaval da torcida coral no PV

Diante de 13.028 pagantes, os dois times fizeram um jogo polêmico e difícil, em que o primeiro tempo terminou 2×1 para o time coral, gols de Amilton Melo, aproveitando uma rebatida do goleiro Ademir, e Alísio, numa virada com a perna esquerda. Edmilson diminuiu o placar com um gol para o Guarany antes do fim da etapa inicial. No intervalo, a primeira confusão: o reserva Jaldemir foi expulso do banco sobralense ao tentar subornar, com 1000 Cruzeiros, o árbitro Lourálber Monteiro, para que ele marcasse um pênalti para o Guarany. Na etapa final, o juiz ainda expulsou o atacante Wilson do Ferroviário, além de Teco Teco e Valdir pelo lado do adversário. O terceiro gol coral, marcado por Alísio novamente, já saiu no apagar das luzes e causou a invasão dos jogadores reservas na comemoração e, posteriormente, a invasão da torcida coral para comemorar junto com os atletas, num autêntico carnaval em pleno mês de outubro, a partir das 22h30 daquela quarta-feira.

Paulo Velozo: artilheiro

Treinado por Alexandre Nepomuceno, o Ferroviário jogou a finalíssima e foi campeão com Aloísio Linhares, Esteves, Hamilton Ayres, Gomes e Louro (Eldo); Edmar, Simplício e Coca Cola; Amilton Melo (Wilson), Paulo Velozo e Alísio. O Guarany de Sobral, treinado pelo experiente Ivonísio Mosca de Carvalho, perdeu com Ademir, Wellington, Ivan Limeira, Valdir e Barbosa; Teco Teco e Marivaldo; Dedeu (Gilvan)(Zezinho), Carrete, Edmilson e Paraíba. Além do técnico, o Guarany reunia três jogadores campeões invictos pelo próprio Ferroviário apenas dois anos antes: Wellington, Barbosa e Paraíba. O Ferrão, chamado na ocasião pela crônica esportiva e desportistas em geral como “Timão”, teve a defesa menos vazada e o ataque mais positivo do campeonato, consolidando o pernambucano Paulo Velozo como o artilheiro da equipe com 12 gols, seguido de Amilton Melo com 10 tentos. O artilheiro maior do certame foi justamente o ex-coral Paraíba, do Guarany, com 15 gols assinalados. Nas bodas de ouro daquela brilhante conquista, a nossa homenagem aos heróis de 1970!

NARRAÇÃO DOS GOLS DE UM JOGO CONTRA O GUARANY EM 1982 NO PV

Em agosto de 1982, o Ferroviário recebia o Guarany de Sobral, no PV, para mais um jogo válido pelo 2º turno do campeonato cearense daquele ano. Era uma quarta-feira à noite e somente 982 pagantes resolveram ir ao velho estádio do Benfica, bucólico bairro da capital cearense. Quase quarenta anos depois, o Almanaque do Ferrão revive em áudio a emoção daquela partida, que terminou com a vitória coral por 2×1, gols de Paulo César Cascavel, na foto ao lado, e Almir. O lendário Teco Teco descontou para o time sobralense. Treinado por Wilson Couto, o Ferrão jogou com Giordano, Nonato Ayres, Darci Munique, Nilo (Zé Carlos) e Jorge Henrique; Augusto, Meinha e Almir; Getúlio, Paulo César Cascavel e Evaldo (Doca). Como se nota, a dupla diabólica Betinho e Jorge Veras, que marcou época a partir daquele campeonato, ainda não estava em campo, fato este só iniciado no final do mês de agosto. O Guarany, treinado por Nagibe Marques, perdeu com Dalmir, Ney, Nanam, Perivaldo e Marcelino; Reinaldo (Rosquinha), Tangerina e Teco Teco; Valdir, Toninho e Badu (Chiquinho Viana). A partida teve Joaquim Gregório no apito e todos os gols saíram ainda no primeiro tempo. Abaixo, destacamos a narração da Rádio Verdes Mares 810 AM de Fortaleza, com Tom Barros e Cleiton Monte. Mate a saudade daquela cobertura.

FERROVIÁRIO TEM O PIOR INÍCIO DE CAMPEONATO CEARENSE DESDE 1999

2019 começou parecido com 1999 para o Ferrão

Atuando nos dois primeiros jogos do campeonato cearense de 2019, o Ferroviário repete um feito nada agradável verificado pela última vez no certame de 1999. Vinte anos depois, foram novamente duas derrotas na largada da competição. Pouca gente lembra, mas o Estadual de 1999 começou antecipadamente no dia 22 de novembro de 1998. Na ocasião, o Ferrão foi ao estádio Perilo Teixeira e perdeu pela primeira vez em toda a história para o Itapipoca. Na segunda rodada, derrota para o Limoeiro no estádio Bandeirão. Dois jogos fora de casa, duas derrotas. O início de 2019 também teve duas derrotas, a primeira em casa para o Atlético/CE, antigo Uniclinic, e a segunda em Sobral para o Guarany. Vinte anos antes, treinado pelo argentino Pablo Enrique, o time coral usou nos dois primeiros jogos a seguinte base: Roberval, Chiquinho, Dino, Aldemir e Bertoldo; Paulo Adriano, Rutênio, Reginaldo e Silvério; Sílvio e Cantareli. Jogadores como Zé Filho, Fabinho, Richelmy, Erivan, Daniel e Bebeto, quase todos já esquecidos, participaram também de pelo menos um dos dois primeiros jogos do campeonato cearense de 1999. Vamos esperar que o clube reaja em 2019 e possa se recuperar desse péssimo início que não acontecia há vinte anos. Em 1999, o Ferroviário ficou apenas no 7º lugar na competição, um prenúncio dos anos de dificuldade verificados nas décadas seguintes, quando lutar contra o rebaixamento estadual passou a ser uma rotina na vida coral.

FERRÃO NA FINAL DE UM BRASILEIRO PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA

O Tutuba avisou!

O meme que percorreu as redes sociais no final da tarde de ontem dava o recado até para os desinformados: o Tutuba mandou avisar que o Ferroviário está na final do campeonato brasileiro da Série D! No ano que completa 85 anos de existência, o Ferrão alcança o maior feito de sua história e vai disputar uma final nacional pela primeira vez. Depois de garantir o acesso, que por si só já foi um feito sensacional, o clube ainda pode ser campeão brasileiro e igualar o feito do Guarany de Sobral, a única equipe cearense a possuir esse brilhante status. Apesar de uma arbitragem desastrosa na tarde de ontem em Porto Alegre, o Ferroviário superou o São José/RS no placar agregado dos dois jogos da semifinal nacional e carimbou sua vaga para a finalíssima. Dado como morto para muitos nos últimos 23 anos, o Ferroviário se reergueu primeiramente no contexto estadual e agora volta a figurar nos noticiários nacionais, nada mais adequado para um time que já disputou as Séries A, B, C e D desde que o campeonato brasileiro foi implantado em 1971. Em 2019, o Ferrão estará na Série C nacional depois de 13 anos, exatamente na temporada em que o já lendário mascote Tutuba comemora seu aniversário de 10 anos! Ele já pode começar a preparar a festa!

FOTO RARA DO FERROVIÁRIO NO INÍCIO DA TEMPORADA DE 1970

Ferroviário Atlético Clube no campeonato cearense de 1970 – Em pé: Breno, Luiz Paes, Simplício, Marcelino, Gomes e Louro; Agachados: Mano, Paulo Velozo, Facó, Edmar e Zé Luiz

Eis uma foto rara do Ferroviário Atlético Clube no início da temporada de 1970. Aquele grande esquadrão coral, até hoje lembrado como uma das melhores formações da história do futebol cearense, ainda estava em fase de formação durante o mês de fevereiro, quando a foto foi produzida antes de uma partida contra o Guarany de Sobral no PV. Oito meses depois, com nada menos que seis alterações na onzena principal e um novo treinador, o Tubarão da Barra sagrava-se campeão cearense daquele ano. Alexandre Nepomuceno substituiu Fernando Cônsul no comando técnico no decorrer da competição. Em relação ao time que jogou a finalíssima contra o mesmo Guarany, entraram Esteves, Hamilton Ayres, Aloísio Linhares, Coca Cola, Amilton Melo e Alísio no lugar de Breno, Luiz Paes, Marcelino, Mano, Facó e Zé Luiz respectivamente. Muita vezes lembramos só da formação campeã, mas é sempre bom recordar todos aqueles que participaram daquela gloriosa campanha. A foto acima é um excelente exemplo disso.

VITÓRIA EM SOBRAL PELO ESTADUAL NÃO ACONTECIA DESDE 1997

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Jogadores do Ferroviário ontem no vestiário do Junco depois da vitória contra o Guarany-S

Estamos diante de mais um fato histórico na vida do Ferrão! Jogando ontem à noite pela segunda rodada do campeonato cearense, o Tubarão da Barra derrotou o Guarany de Sobral em seus próprios domínios por 2×1. A última vez que o time coral havia batido seu tradicional adversário no Estádio do Junco, pelo Estadual, foi no dia 30 de março de 1997. É verdade que houve uma vitória pelo campeonato brasileiro, em 2001, e outra pela Taça Fares Lopes, em 2014, dentro de Sobral, mas há duas décadas isso não acontecia em jogos válidos pelo campeonato cearense. É de se comemorar! À exemplo do triunfo de vinte anos atrás por 2×0, o de ontem também valeu a liderança da competição. Pra recordar, confira a escalação do último time do Ferroviário a vencer em Sobral pelo Estadual: Jorge Luiz, Biriba, Júnior Umirim, Amarildo e Marcelo; Dino, Anderson e Marquinhos; Zé Roberto (Buiú), Demétrius (Paulo Adriano) e Artur. Quer outro detalhe que merece destaque? Há relatos que parte da torcida coral deixou a cidade debaixo de pedras. Alguma semelhança com o fato, já relatado no blog, acontecido no campeonato cearense de 1988? Parece que algumas coisas nunca mudam. Em tempo: o zagueiro Amarildo e o atacante Zé Roberto marcaram em 1997. Ontem, Maxuell fez dois gols.

EM AGOSTO DE 1991, ARNALDO RETORNAVA PARA O FERROVIÁRIO

O meio campista Arnaldo é até hoje um dos jogadores mais lembrados pela torcida do Ferroviário. Dono de um futebol eficiente e de uma regularidade assustadora, ele entrou em campo 82 vezes com a camisa coral. Foram 14 gols em três passagens pela Barra do Ceará, a primeira no timaço coral de 1985, a segunda no título estadual de 1988 e a terceira na fracassada temporada de 1991. Era agosto daquele ano quando Arnaldo chegou pela última vez para o clube. Já se vão 25 anos desde aquele momento, registrado no vídeo acima em matéria especial da TV Verdes Mares sobre o seu regresso. Foi apenas 1 gol naquela temporada, assinalado justamente no jogo que marcou sua reestreia, contra o Guarany de Sobral, num empate em 1×1 no Elzir Cabral. Arnaldo também é um dos maiores jogadores da história do Santo André/SP, onde carinhosamente era conhecido como Arnaldinho, e já foi destaque aqui no blog na seção `Por Onde Anda´ no início do ano passado. Nome eterno da nossa história, agora com imagens resgatadas em vídeo através do acervo do Almanaque do Ferrão.

PRIMEIRA ENTREVISTA DO JOGADOR MARQUINHOS CAPIVARA NA BARRA

Recuperamos o vídeo com a primeira entrevista do ex-jogador Marquinhos Capivara, contratado pelo Ferroviário para as disputas do campeonato cearense de 1993. Depois de vestir a camisa do Ceará e do Fortaleza, a nova contratação enchia a torcida coral de esperança por ser um jogador experiente, inclusive com passagem pelo futebol da Bélgica. A frustração foi grande, embora tenha marcado um gol logo em sua estreia contra o Tiradentes. Ao todo, o velho Capivara fez apenas 8 partidas com a camisa coral naquela temporada, uma delas no fatídico e histórico 9×1 imposto pelo Ceará, logo na segunda rodada do Estadual. Marquinhos Capivara jogou mais cinco anos, defendendo novamente no futebol cearense o Ceará, Guarany de Sobral, Tiradentes e Calouros do Ar.  Fixou residência em Fortaleza, onde trabalha como treinador de categorias de base.

VOLTE NO TEMPO E CONFIRA A REAPRESENTAÇÃO CORAL EM 1989

Janeiro sempre foi tradicionalmente um mês de início de preparativos para uma nova temporada. Hora de reapresentação do elenco, da chegada de novos reforços e de renovação das expectativas em busca de vitórias em campo e conquistas importantes. Nesse retorno de ano novo, o Almanaque do Ferrão convida você a viajar no tempo até janeiro de 1989 e recordar a volta às atividades profissionais do então campeão cearense de futebol, que trazia Erandy Pereira Montenegro como treinador e o atacante Cacau, ex-Guarany de Sobral e Ceará, se apresentando pela primeira vez no Elzir Cabral, ele que mais tarde escreveria seu nome na história como artilheiro máximo do Estadual daquele ano. Uma boa oportunidade também para ver, de forma pioneira nesse espaço, um descontraído Vicente Monteiro, que ocupava a direção de futebol. Além da divulgação da contratação de Cacau, o lateral esquerdo Marcelino, ex-Fortaleza e Guarany de Sobral, também é anunciado, porém dias depois a negociação foi cancelada. Curta por enquanto essa raridade e aguarde muitas novidades na temporada 2016 do nosso blog.