RECORDE A ÚLTIMA ALEGRIA CORAL NUM SÁBADO DE CARNAVAL

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A realização de jogos de futebol tem cada vez mais se familiarizado com o sábado de carnaval

É carnaval! E o sábado momino tornou-se um data tradicional para a prática do futebol. Ano passado, listamos algumas vezes que o Ferroviário jogou em pleno sábado de carnaval, mas hoje um jogo específico merece destaque. Vamos até o sábado de carnaval de 2013, dia 09 de fevereiro, para resgatar um trabalho profissional em vídeo muito bacana especialmente produzido com o intuito de registrar um momento bom no cotidiano do clube, que passava por mais uma das inúmeras tentativas de soerguimento implementadas – pelo menos – nos últimos 10 anos. Diante de um bom público presente no PV, o Ferrão fez 1×0 em cima do Guarani de Juazeiro, gol de Cleylton, e assumia a liderança do campeonato cearense. A torcida coral passou o carnaval em festa!

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Em 2013, a torcida coral compareceu em bom número no PV exatamente no sábado de carnaval

Foi o jogo 3.430 da história do Ferroviário, que venceu o Guarani utilizando a base do Sub-20 do ano anterior, com o futebol de Fernando Júnior, Everton, Valdo, Cleylton e Tinga; Vagno Pereira, Foguinho, Sami (Lima) e Henrique (Luisinho); Ted (Chico) e Giancarlo. O treinador era o gaúcho Gilson Maciel. Já o adversário, treinado por Pedro Manta, formou com Fábio, Nem, Jéferson, Marcelo Mineiro e Toninho; Guídio (Ramon), Anderson, Gustavo e Netinho (Ivanzinho); Niel e Moré (Paulão). Aquele carnaval foi o último momento de plenitude vivido pelo Ferrão. Torcedores, orgulhosamente vestidos com a camisa coral, foram vistos com frequência nos mais diversos recantos do estado durante o período momino. Infelizmente, antes mesmo do final daquele ano, todo trabalho profissional de reestruturação construído tijolo a tijolo começou a ser implodido dentro da própria estrutura interna do clube. O resto da história, a gente já sabe. Curiosamente, em mais um sábado de carnaval, o Ferrão voltou a jogar hoje, dessa vez longe dos holofotes. Foi até a cidade de Horizonte para disputar um simples amistoso e saiu derrotado na partida 3.537 de sua trajetória. Então é melhor ficar com a lembrança do carnaval de 2013 eternizada no vídeo abaixo, lançado pelo setor de marketing do clube na ocasião.

FERROVIÁRIO ENCERRA O ANO COM 3.534 PARTIDAS EM SUA HISTÓRIA

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Time em um dos jogos da Taça Fares Lopes 2015. Em pé: Dionantan, Rodrigo Vitor, Giancarlo, Erandir, Airton Júnior e Marcelo Alves; Agachados: Mateus, Ivonaldo, Amaral, Maxuell e Teles

À exemplo do que ocorreu no ano passado, a desclassificação do Ferroviário na Taça Fares Lopes encerrou a temporada futebolística para o time coral. Porém, diferente da edição de 2014, quando saiu aplaudido por 1.340 pagantes no PV, mesmo eliminado pelo Icasa, a sensação desse ano foi de frustração, silêncio de alguns e vaia de outros entre os apenas 490 torcedores que pagaram ingresso no mata-mata contra o Guarani-J, na semana passada. Novamente o PV foi palco de uma lamentável debacle coral, que vencia por 3×0 até os 27 minutos do 2º tempo e, inexplicavelmente, cedeu o empate. O resultado classificou o adversário.

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Derrota inexplicável para o Pacatuba

Repetindo 2010, 2011, 2012 e 2013, o Ferroviário caiu nas quartas de final em 2015, não conseguindo repetir a campanha de 2014 – a melhor da história – quando mesmo com um time modesto chegou à semifinal da competição que vale vaga na Copa do Brasil do ano seguinte. Nesse ano, com jogadores calejados no elenco, porém de forma física duvidosa, veio a decepção, com o Ferrão não conseguindo vencer nenhum dos adversários que disputaram a Taça Fares Lopes com seus times profissionais, derrotando apenas Ceará e Fortaleza, que entraram na competição com suas equipes Sub-20. De quebra, um revés negativo de 3×0 para o modesto Pacatuba, da terceira divisão cearense. Mais um ano para ser esquecido.

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Giancarlo versão 2015

São 82 anos de existência. São 3.534 jogos alcançados nesse período. Mas também já são 20 anos sem títulos, o maior jejum do clube. Em 2015, a média de público de 559 pagantes é a segunda pior da história, à frente apenas da assustadora marca de 320 pagantes verificada no ano 2000. Repetindo estratégias de anos passados, remontando a antigas práticas dos anos 70, inclusive repetindo o velho e batido chavão ´Novo Ferrão`, implementado antigamente por tantas outras diretorias e agora retomado na era das redes sociais, nada disso parece ter tido efeito junto à torcida coral. De positivo, o retorno do atacante Giancarlo, artilheiro do campeonato cearense de 2013 e um especialista em botar a bola pra dentro, certamente candidato à ídolo caso tivesse uma sequência maior de partidas em uma onzena competitiva. O vídeo abaixo traz o último jogo do Ferrão em 2015, quando Giancarlo deixou sua marca duas vezes, de cabeça, ainda no 1º tempo. Pena que veio o 2º tempo e a classificação escapou.

GOLEIRO WENDELL FOI MAIS UM FAMOSO A DEFENDER O FERRÃO

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Goleiro Wendell no Ferroviário

Quando lembram de um ex-goleiro do Ferroviário que jogou na Seleção Brasileira quase todos trazem à mente o nome de Ado em 1980. Poucos recordam que 6 anos depois, no campeonato cearense de 1986, o time coral contou com outro grande goleiro anteriormente convocado para o escrete nacional. Trata-se de Wendell Lucena Ramalho, pernambucano de nascimento, que antes de desembarcar na Barra do Ceará havia vestido as camisas do Santa Cruz/PE, Botafogo/RJ, Fluminense e Guarani/SP. Wendell ficou de abril a agosto naquela temporada, mas jogou apenas em 3 jogos como titular, sendo 1 amistoso contra o Agapito dos Santos no Elzir Cabral e 2 jogos oficiais contra Quixadá e Guarani de Juazeiro, ambos fora de casa. Experiente e em final de carreira, o goleiro acabou sendo utilizado como técnico do Ferrão após a demissão do treinador Moésio Gomes, comandando a equipe em 2 partidas, uma delas conquistando uma vitória memorável em julho daquele ano em cima do Ceará, por 4×3, exatamente o time que viria a ser campeão no mês seguinte com Everaldo, Djalma, Amilton Rocha, Rubens Feijão, Gerson Sodré, Petróleo e companhia.

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Wendell no Maracanã pelo Fluminense/RJ

As convocações de Wendell para a Seleção Brasileira aconteceram em meados da década de 70, quando vestia as camisas do Botafogo e do Fluminense. Chegou a disputar 7 partidas pela canarinha e por muito pouco não foi o titular na Copa do Mundo na Alemanha, em 1974, quando uma lesão o impossibilitou de jogar a competição. Antes de ser contratado pelo Ferroviário, o ex-goleiro estava no Vila Nova/GO. O Ferrão foi o último clube de Wendell como goleiro profissional. Depois, virou treinador de goleiros e corrigiu o curso da história chegando novamente à Seleção Brasileira e participando da Copa do Mundo, novamente na Alemanha, em 2006, na comissão técnica de Carlos Alberto Parreira. Hoje, Wendell mora em São Lourenço do Oeste, no interior de Santa Catarina. O goleiro Wendell foi um dos nomes mais famosos do futebol brasileiro a defender a camisa coral.