JUAZEIRENSE FOI O NONO ADVERSÁRIO DO FUTEBOL BAIANO

No click acima do fotógrafo Lenilson Santos, o atacante Gabriel Silva passa entre os jogadores do time da Juazeirense/BA. O jogo foi válido pela fase preliminar da Copa do Nordeste de 2022 e o Ferroviário venceu por 4×0, ontem na Arena das Dunas. Graças à incompreensão dos gestores públicos do Estado do Ceará, a Arena Castelão foi vergonhosamente vetada para o importante jogo coral e ele teve que ser realizado em Natal. A Juazeirense enfrentou o Ferroviário pela primeira vez na história, sendo o nono representante do futebol baiano a jogar contra o Tubarão da Barra. Antes, o Ferroviário teve treze jogos contra o Bahia, oito contra o Vitória, quatro contra a Jacuipense, três contra o Ipiranga, dois contra o Serrano, duas partidas contra o Fluminense e uma partida contra Galícia e Leônico, respectivamente. Até o momento, foram realizados 35 jogos contra equipes baianas, sendo 11 vitórias, 10 empates e 14 derrotas para os representantes da terra do acarajé. O piauiense Pepê, famoso atacante entre as temporadas de 1939 e 1942, é o maior goleador entre os corais contra equipes baianas. Ele marcou 5 gols em jogos contra Bahia e Ipiranga no período.

SHOW DE BOLA E VITÓRIA MAIÚSCULA NA TEMPORADA DE 1957

Foto colorizada do time base do Ferroviário Atlético Clube no Campeonato Cearense de 1957

Foi num dia 15 de setembro como hoje, só que na temporada de 1957. Corria o 2º turno do Campeonato Cearense e o Ferroviário, comandado pelo treinador Durval Cunha, bateu o Fortaleza por 4×2 no PV. O time coral chegou a fazer 4×0 no placar com gols de Pacoti, Zé de Melo, Macaco e Fernando. Os quatro aparecem na foto acima, que ilustra bem a formação básica da equipe na competição. Zé de Melo, Macaco e Pacoti são os três primeiros agachados, enquanto Fernando é o quinto, todos da esquerda para a direita. A formação que derrotou o Fortaleza foi exatamente a da fotografia acima, com exceção do goleiro Gilvan e do jogador Kitt. Quem atuou na goleada de 4×2 foi o experiente Juju e o craque Aldo. A escala da equipe formou com Juju, Ferreira e Nozinho; Manoelzinho, Macaúba e Eudócio; Zé de Melo, Pacoti, Aldo, Macaco e Fernando. Treinado por Mozart Gomes, pai dos futebolistas Mozart e Moésio Gomes, o Fortaleza perdeu com Aluísio, Gera e Zé Mário; Charuto, Sapenha e Aluisio III; Moésio, Nagibe, Ferreira, Zé Raimundo e Lucas. Ferreira e Lucas marcaram para o Tricolor do Pici. O jogo teve Pierre Neto na arbitragem e os jogadores Nozinho e Manoelzinho foram considerados os melhores em campo, juntamente com os autores dos gols. Bastante conhecido no futebol nordestino, o técnico Durval Cunha também aparece na imagem acima, no canto inferior direito. Três anos antes de chegar para o Ferroviário, mais precisamente em 1954, ele entrou para a história como o primeiro treinador a comandar do Fluminense de Feira de Santana numa partida profissional.

COLETÂNEA DE GOLS DO CRAQUE DE UMA GERAÇÃO INESQUECÍVEL

Faltam poucos dias para o aniversário de 20 anos do bicampeonato do Ferroviário conquistado em 1995, ano do FerroBiário, como costumava dizer o saudoso Antônio Estelita Aguirre, diretor de comunicação durante aquele auspicioso período. Sem dúvida alguma, o maior craque daquele time inesquecível foi o meia-atacante baiano Acássio, o símbolo maior da genialidade de uma geração que marcou época no futebol cearense. Foram 74 gols marcados com a camisa coral, o que o coloca como o 7º maior goleador da história do clube. Hoje é dia de prestar homenagem ao ex-jogador e conferir no vídeo acima 20 minutos de brilhantismo com os gols do eterno ídolo, figura certa na seleção coral de todos os tempos escolhida em campanha promocional há quase três anos.

expressoacassio

Entrevista na Expresso Coral

Acássio de Oliveira Seixas nasceu em Feira de Santana, interior baiano, em 1967. Ele jogava pelo tradicional Fluminense de sua cidade natal quando foi indicado para o Ferroviário, em 1993, pelo pai do treinador Lula Pereira, que o conhecia do futebol da boa terra. Se notabilizou no futebol cearense pela genialidade apresentada em dribles curtos, rápidos, em pequenos espaços do gramado, pelas arrancadas em direção à área adversária e pelos muitos gols decisivos que marcou em clássicos. Dentro da área, Acássio era frio e impiedoso, tornou-se rapidamente o xodó de uma torcida há tempos carente de grandes ídolos. Foram 132 jogos ao todo envergando a camisa do time que o acolheu no futebol cearense. Seu brilhantismo o levou a vestir a camisa do Vasco da Gama/RJ em temporadas seguintes. Encerrou a carreira atuando pelo Remo/PA. De todos os clubes que defendeu, o Ferrão é o que Acássio guarda as melhores recordações, muitas delas estampadas numa sensacional entrevista de duas páginas na edição de número 6, em abril de 2009, da extinta Expresso Coral, a revista oficial do Ferroviário naquele período. Aproveite bem o vídeo, pois gols assim hoje são coisa rara de se ver. E jogadores como Acássio são coisa rara de existir.