ELZIR CABRAL E OS PRIMEIROS TRABALHOS NO ESTÁDIO DO FERRÃO

Elzir Cabral, à esquerda na foto, com sua diretoria a realizar os primeiros trabalhos no terreno

Essa raridade é um registro fotográfico de meados da década de 1960. Adquirido junto à família Recamonde, o terreno no bairro da Barra do Ceará onde seria erguido o futuro estádio coral recebias seus primeiros trabalhos. Capitaneados pelo visionário presidente Elzir Cabral, a diretoria do Ferroviário e os engenheiros envolvidos nos projeto trabalhavam nas atividades de terraplanagem e orientação do futuro gramado. No dia 9 de setembro de 1967, o campo coral foi utilizado pela primeira vez numa vitória do time profissional por 4×2, em cima da equipe da FUGAP. Depois, em outubro, o Calouros do Ar foi o primeiro time profissional a disputar um amistoso na Barra. Somente em 17 de janeiro de 1970, o anfitrião Ferrão recebeu uma equipe de outro Estado. Foi o Alecrim/RN, que venceu o amistoso interestadual por 2×0. Somente 19 anos depois, em 19 de março de 1989, o estádio pôde ser utilizado para uma competição oficial. Enfrentando o Guarani de Juazeiro pelo campeonato cearense, o time coral aplicou 6×0 na festa de inauguração. Em setembro do mesmo ano, o Flamengo/PI foi o primeiro adversário de fora em uma disputa oficial de campeonato brasileiro. Apesar de bela e repaginada, além de muito bem cuidada pela atual direção do clube, a velha estrutura do Estádio Elzir Cabral precisa ser repensada para um moderno conceito de Centro de Treinamentos ou, possivelmente, uma reorientação dos espaços e arquibancadas antigas para uma visão multiuso de estádio e CT.

PRIMEIRO JOGO OFICIAL CONTRA TIME DE OUTRO ESTADO NA BARRA

Pouca gente recorda o nome do primeiro adversário coral de outro estado que enfrentou oficialmente o Ferroviário na Vila Olímpica Elzir Cabral. Os mais antigos dirão que foi o Alecrim/RN. De fato, a tradicional equipe potiguar foi a primeira de outro estado a pisar o solo da Barra do Ceará, em 1970, mas tratava-se de uma partida amistosa para inauguração do estádio coral, o que evidentemente foi um fato histórico. Porém, em caráter oficial, essa equipe foi o Flamengo/PI, em 24 de setembro de 1989, em jogo válido pela 1ª fase do campeonato brasileiro daquele ano. O Almanaque do Ferrão apresenta acima as imagens dos gols daquele jogo vencido pelo Tubarão da Barra por 2×0, tentos do ponta esquerda Paulinho e do centroavante Marquinhos, ambos cearenses.

Paulinho: belo gol na Barra

Aquele domingo à tarde contou com um público de 2.837 pagantes. Pelas imagens, percebe-se o excelente número de torcedores que foi ao estádio, porém em quantidade inferior que a abertura do Elzir Cabral para jogos oficiais, seis meses antes, contra o Guarani de Juazeiro. Nesse jogo do campeonato nacional, o de número 2.304 da história coral, o Ferrão venceu com o futebol de Osvaldo, Silmar, Arimatéia, Evilásio e Marcelo Veiga; Alves, Dias Pereira (Cacau) e Jacinto; Mardônio (Marquinhos), Luizinho e Paulinho. O Flamengo do Piauí perdeu com Ronaldo, Toinho (Duílio), Carlinhos, Bilé e Neto; Zuega, Peu e Malta; Batistinha, Etevaldo e Toby (Cláudio). Repare a presença do atacante Batistinha no ataque do Flamengo, ele que se tornaria um dos ídolos da história coral na metade da década seguinte. O jogador Marquinhos, que marcou o segundo gol, era oriundo do Tiradentes/CE e havia sido um dos artilheiros do campeonato cearense de 1988. Ele disputava a posição com o centroavante Luizinho, recém trazido do Avaí/SC, que fez apenas 6 jogos com a camisa coral. Marquinhos atuou apenas em 4 partidas. Paulinho, que marcou um belíssimo gol, ficou no clube até 1991 e fez 44 jogos pelo Ferroviário.

125 GOLS ASSINALADOS NUMA MESMA FOTOGRAFIA ANTIGA

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Nasa, Batistinha e Acássio antes de mais uma partida do Ferroviário no Estádio Elzir Cabral

O retrato de hoje equivale a 125 gols do Ferroviário marcados nos anos 90. Em foto histórica no Elzir Cabral, reveja três jogadores corais que marcaram época: o lateral direito/volante Nasa (76 jogos e 7 gols), o atacante Batistinha (80 jogos e 44 gols) e o meio campista Acássio (132 jogos e 74 gols). Um pernambucano, um piauiense e um bom baiano respectivamente. Depois de passarem pelo Ferrão, Acássio e Nasa atuaram pelo Vasco/RJ. Batistinha, cria do Flamengo/PI, jogou ainda em times tradicionais do futebol brasileiro como Vitória/BA, ABC/RN, Remo/PA e Santa Cruz/PE. Nomes eternos!

GOL 6.000 DA HISTÓRIA CORAL SAIU HÁ 6 ANOS NO ESTÁDIO DOMINGÃO

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Eliélton marcou o gol 6.000 da história

Nesse 19 de Julho faz 6 anos que o pernambucano Eliélton marcou o gol de número 6.000 da história do Ferroviário. Foi exatamente num domingo como hoje, no Estádio Domingão, diante de um público pífio de 456 pessoas que se aventuraram a ir até o município de Horizonte acompanhar o Tubarão da Barra. O adversário foi o Flamengo/PI pela disputa da Série D do campeonato brasileiro. O Ferrão fez 3×0 no placar e foi justamente o segundo gol do jogo que levou a marca emblemática. Mais que isso, o gol de Eliélton foi sensacional, histórico não apenas pela relevância numérica na história, mas sobretudo pela beleza plástica. Foi exatamente o “gol que Pelé não marcou” contra a Tchecoslováquia na Copa do México em 1970. O gol que Pelé não conseguiu marcar, outros jogadores do futebol mundial conseguiram. O meia Eliélton, do Ferrão, foi um deles. Coisas do futebol que não têm explicação.

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Ex-volante da década de 70: Aucélio

Acompanhe o vídeo com a matéria da vitória coral contra o Flamengo piauiense. Além do gol antológico de Eliélton, também pode se recordar os gols dos atacantes Wescley e Cristiano. Era a primeira vitória coral na competição após derrotas nos dois primeiros jogos. Treinado por Gilmar Silva, o Ferroviário atuou com Jéfferson, Ivan, Cícero César, Lúcio e Victor Cearense (Marcelo); Válter, Eliélton, Clébson e Diogo Oliveira (Diego); Cristiano (Júnior Cearense) e Wescley. Por sua vez, o Flamengo do Piauí perdeu com Beto, Niel, Marcelão (Maranhão), Laércio e Binha; Alessandro, Célio (Marcelo Sá), Luciano e Bruno Potiguar (Tote); Roni e Michel. O técnico flamenguista era o gaúcho Paulo Moroni. Nas arquibancadas do Domingão, três ex-jogadores corais chamaram a atenção entre os poucos torcedores presentes: o lateral esquerdo Vila Nova, o volante Aucélio e o lateral esquerdo Marcelo Veiga, destaques nas décadas de 70 e 80. Confira o vídeo abaixo e relembre o golaço de Eliélton, o gol 6.000 da história do Ferroviário.