REGISTRO DE UM FERRÃO QUE FAZIA A ESTREIA DO GOLEIRO UBIRAJARA

Ferroviário em jogo contra o Ceará no dia 16 de Maio de 1976 – Em pé: Pogito, Ubirajara, Arimatéia, Lúcio Sabiá, Pinto e Grilo; Agachados: Santos, Fernando Canguru, Lula, Danilo e Oliveira

A fotografia acima foi tirada no Castelão, antes de um clássico contra o Ceará pelo Campeonato Cearense de 1976. Era a estreia do goleiro Ubirajara, falecido no ano passado de Covid. Com a bagagem de uma boa passagem pelo América de Natal, o novo goleiro coral ficou menos tempo que o esperado em campo, pois se contundiu e teve que ser substituído pelo reserva Beto. O lateral esquerdo Grilo também saiu contundido e Ivanildo entrou em seu lugar. O treinador dessa equipe era o consagrado Vavá, que brilhou com a camisa da Seleção Brasileira enquanto jogador. O Ceará venceu o jogo por 1×0, gol de Marcos. Na equipe coral, nomes que passaram pouco tempo no elenco como o atacante Santos, ex-São Cristovão/RJ, e o também atacante Fernando Canguru, paraibano indicado pelo eterno ídolo Simplício, que o conhecia do Treze/PB. O zagueiro Pogito, que também atuava como lateral direito, chegou naquela temporada emprestado pelo Fluminense/RJ. O centroavante Lula era um dos destaques da equipe e terminara o Estadual do ano anterior como artilheiro da competição com 8 gols. Ex-atleta do Calouros do Ar, Lula chegou para o Ferrão em janeiro de 1974, quando o diretor Dirceu Pupe foi contratá-lo na cidade de Mossoró.

O TUBARÃO QUE CONTOU COM UM CANGURU NA LINHA DE FRENTE

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Atacante paraibano Fernando Canguru vestiu a camisa coral em 1976

Repercutiu a postagem sobre os jogadores do Ferroviário que utilizaram futebolisticamente o apelido de aves e bichos. Da Paraíba, o internauta Sidney Marconi questionou a participação do ex-atacante Fernando Canguru no Tubarão da Barra, indagando se foi o mesmo atleta que defendeu com destaque o Treze da Paraíba. Sim, trata-se do próprio. Foram apenas 11 jogos pelo Ferrão, mas o suficiente para compor a galeria de bons jogadores que passaram pela Barra.

Em declaração ao site Agora Esportes, da Paraíba, Fernando Canguru recordou a sua passagem pelo futebol cearense em 1976: “foi um coisa até estranha eu ter ido jogar no Ferroviário, na época eu vinha me recuperando de uma contusão no Treze e estava um pouco afastado, então um grande amigo meu, Simplício que foi ídolo no Ferroviário, pediu por tudo para eu ir pra lá (…) treinei com o falecido Vavá, Peito de aço, da seleção brasileira, e ele me mostrou vários posicionamentos que até então eu não sabia…“, disse o ex-jogador paraibano.

Fernando Canguru só marcou 1 gol pelo Ferrão, foi no confronto contra o Tiradentes em 20/6/76, no Castelão, que valeu a vitória coral por 1×0, numa partida que o Tubarão já era treinado por César Moraes, substituindo a Vavá. A passagem de Canguru foi bastante curta e discreta na Barra, mas não há como negar que foi um dos grandes nomes do futebol nordestino a vestir a gloriosa camisa coral. O apelido animal veio em razão da ótima impulsão do ex-atacante, que fez vários gols de cabeça em sua breve carreira no futebol, quando então decidiu pendurar as chuteiras e se tornar advogado. Não fosse o trabalho de resgate do Almanaque do Ferrão, certamente Fernando Canguru seria um nome a passar batido na história do Tubarão da Barra.

O PARQUE ZOOLÓGICO DO FERROVIÁRIO ATLÉTICO CLUBE

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O elenco do Ferroviário que perdeu ontem na semifinal da Taça Fares Lopes tem três jogadores com nomes, no mínimo, inusitados para os dias de hoje: Esquilo, Falcão e Moisés Rato. Tudo bem que o primeiro adota a grafia Squilo, mas não deixa de ser um evolução para quem já teve um lateral chamado Grilo (1972 a 1978). Os mais apaixonados rebaterão dizendo que o São Paulo tem Pato e Ganso. É justo. Porém, dando uma olhada no Almanaque do São Paulo, do amigo José Renato Sátiro, não consigo encontrar tantos apelidos futebolísticos com nome de aves e animais como os que estão no Almanaque do Ferrão.

Uma rápida pincelada e podemos encontrar no Zoo coral nomes com Girafa (1950), Nilson Leão (1986), Alexandre Pavão (2004), Arara (1958), Galo Duro (1938), Marcos do Boi (1967), Marquinhos Capivara (1993), Caranguejo (1943 a 1951), Danilo Baratinha (1974 a 1977), Lúcio Sabiá (1973 a 1981), Coelho (1969), Maurício Pantera (2004 a 2005), Pinto (1976 a 1977), Puma (2002 a 2003), Celso Gavião (1979 a 1980), Cláudio Rã (2001 a 2002), Dadá Jacaré (1978), Vicente Jabuti (1963 a 1966), Fernando Canguru (1976), Macaco (1952 a 1959), simplesmente o maior artilheiro da história do Ferroviário, e até um famoso treinador, ex-jogador do Flamengo/RJ, que atendia sob a alcunha de Murilo Pardal (1982), bem como um zagueiro representante de uma perigosa matilha, o famoso Lobinho (1959 a 1962).