Foi num 9 de outubro como hoje. Faz 40 anos que o tricampeão mundial Ado vestiu a camisa do Ferroviário pela primeira vez, num total de apenas cinco oportunidades. Reserva de Félix na Copa do Mundo de 1970, ele entrou no segundo tempo de um jogo contra o Tiradentes, no PV, aos 34 anos de idade, no posto do titular Salvino. A partida era válida pelo campeonato cearense de 1980. O time coral formou naquela oportunidade com Salvino (Ado), Jorge Henrique, Jorge Luís, Celso Gavião e Luís Augusto; Zé Maria, Nilsinho e Jacinto; Osni, Sousa (Serginho) e Marco Antônio. Treinado por João Batista, o Tigre foi goleado por 4×0 com Gilmar, Milton, Totô, Júlio e Adão; Jodecir, Vanderley (Maciel) e Aucélio; Eci, Da Silva e William. Os gols foram de Jacinto, Celso Gavião, Osni e Serginho. Depois de repetir a substituição em alguns jogos na reta final da competição, contra Quixadá e Guarani de Juazeiro, o treinador Lanzoninho optou por utilizar o experiente Ado na reta final do Estadual nos jogos decisivos contra o Ceará, inclusive no famoso “Jogo do Terremoto“, em que o arqueiro coral foi um dos melhores em campo e o Ferrão bateu o Ceará por 1×0, com um gol de placa de Bibi. Ado foi vice-campeão cearense com o Ferrão naquela temporada.
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EX-ZAGUEIRO CORAL NOS ANOS 1970 FALECEU DURANTE A SEMANA
Faleceu Félix, ex-zagueiro do Ferroviário entre 1975 e 1978. Cria das categorias de base do próprio clube, Francisco de Assis Félix da Silva participou de 27 partidas pelo time profissional do Ferrão em toda a história. Sua primeira partida pelo time principal aconteceu em 31/08/1975, justamente na estreia coral no Torneio Bayma Kerth, competição idealizada pela Federação Cearense para ocupar o calendário dos times que não participavam do campeonato nacional naquela temporada. O Ferrão foi o campeão da competição e Félix participou de 3 partidas na campanha. O ex-zagueiro coral fez apenas um jogo oficial pelo campeonato cearense com a camisa coral. Foi no dia 25/09/1977, no Castelão, na derrota por 2×0 para o Guarani de Juazeiro, quando fez dupla de zaga com Júlio Araújo. Na ocasião, o Ferrão entrou com um time misto já que os titulares estavam em excursão para amistosos no Maranhão. Aquela derrota coral derrubou milhares de apostadores do teste 388 da Loteria Esportiva. Félix ainda conquistou, com a camisa coral, a Taça Waldemar Alcântara em 1978. Jogou também no Tiradentes e no Icasa, além de ser conhecido no futebol suburbano, onde atuou no Valença, Noturno e no Milan. Ultimamente, o ex-zagueiro lutava contra a depressão.
CAMPEÃO NA SELEÇÃO, NUNCA NO TIMÃO E QUASE NO FERRÃO
Eduardo Roberto Stinghen era o reserva imediado de Félix na Seleção Brasileira tricampeã do mundo em 1970 no México. Numa época onde apelidos no futebol faziam a diferença na identificação dos jogadores, adotou a alcunha de Ado e ficou famoso no futebol nacional defendendo as cores do Corinthians/SP exatamente na época que o time paulista amargava um jejum histórico de títulos. Depois de jogar no América/RJ, Atlético/MG, Portuguesa/SP e Santos/SP, chegou para o Ferroviário em 1980 aos 34 anos de idade. Por descaso com a história e em razão de sua curta passagem, muitos esquecem que o experiente goleiro foi muito bem no arco coral nos jogos que participou.
A trajetória de Ado no Ferroviário começou a ser escrita com a sua entrada, no segundo tempo, em três partidas substituindo o goleiro Salvino contra o Tiradentes, Quixadá e Guarani-J. Em 19/11/80 veio a chance de entrar como titular contra o Ceará e ele não decepcionou. Pelo contrário, fez pelo menos 3 defesas sensacionais que garantiram a vitória coral por 1×0, uma delas numa cabeçada fulminante do jogador Nei que ele mandou para escanteio e outra na cobrança magistral de falta de Zé Eduardo que Ado voou e espalmou. Voltou a brilhar e pegar tudo na grande final uma semana depois, novamente contra o Ceará. Só não pegou um chute forte do lateral João Carlos, aos 11 minutos do 2º tempo, que fez escapar das mãos de Ado e do Tubarão o então inédito título de bicampeão diante de 41.434 pagantes. Foram apenas 5 jogos com a camisa coral, mas o suficiente para marcar a passagem de um nome nacional pelo Ferrão.
A única imagem em vídeo do goleiro Ado defendendo as cores corais é exatamente o gol do título do Ceará. Foi o único chute que ele não conseguiu defender enquanto goleiro do Ferroviário. O Almanaque do Ferrão resgata abaixo esse momento da história do clube.