BODAS DE OURO DO ÚLTIMO CAMPEÃO CEARENSE INVICTO

Matéria na imprensa cearense no dia 28/07/1968 prognosticando o fim do jejum de 16 anos

O último campeão invicto! Assim é conhecido até hoje o elenco do Ferroviário de 1968, que conquistou o campeonato estadual daquele ano com ampla supremacia e entrou para história eterna do futebol alencarino. Nesse sábado, dia 28 de julho, celebra-se o 50° aniversário daquela brilhante conquista. Naquele período, a diretoria coral passara por uma renovação e a chegada de jovens engenheiros da RFFSA para comandar os destinos do clube enchera de esperança a torcida coral, que não comemorava um título há 16 anos, o que era até então o maior jejum do clube em termos de conquistas. Capitaneados pelo presidente Elzir Cabral, dirigentes como José Rêgo Filho, Ruy do Ceará, Cândido Pamplona e um grupo de abnegados corais quebravam o jejum e começavam a escrever uma nova história para o clube. O jogo decisivo foi contra o Fortaleza, que também brigava pelo título naquele domingo de 1968. João Carlos marcou para o Ferrão e Croinha anotou o seu para o Fortaleza. O empate de 1×1 garantiu a conquista coral. O treinador Ivonísio Mosca de Carvalho mandou à campo naquela tarde a seguinte formação: Cavalheiro, Wellington, Flodoaldo (Luiz Paes), Gomes e Barbosa; Edmar e Coca Cola; Mano, João Carlos, Paraíba e Raimundinho (Lucinho). Nas bodas de ouro daquela conquista, é bom não esquecermos de eternizar esses nomes na memória coral. Além dos que atuaram na partida decisiva, vale destacar a participação dos que atuaram em pelo menos uma partida na competição: Roberto Barra-Limpa, Jurandir, Douglas, Facó, Ademir, Sanêga e Edilson José.

Página esportiva do Correio do Ceará destacando o grande feito coral no campeonato de 1968

Desde que foram campeões, alguns atletas do grupo coral nunca mais se encontraram.  A vida deu rumo diferente para muitos na carreira futebolística, outros simplesmente abandonaram a profissão, porém sem nunca esquecer a união daquele grupo e a importância daquele momento. Em 2014, alguns remanescentes do elenco do Ferrão de 1968 se encontraram numa churrascaria em Fortaleza e a noite foi de recordações e muita emoção. O goleiro gaúcho Cavalheiro, por exemplo, não voltava a Fortaleza há quase quatro décadas e nunca mais havia tido qualquer tipo de contato com seus antigos companheiros. O volante Edmar, titular absoluto em toda a campanha coral, comentou sobre mais um aniversário daquela conquista na última vez que teve o privilégio de estar reunido com parte daquele grupo: “Foi uma festa memorável após a partida. Nunca vi nada igual. Era um grande time. Não perdemos pra ninguém. Nós jogávamos por música e tínhamos o suporte de uma diretoria cheia de gente jovem e de palavra. Tenho orgulho de fazer parte daquela geração“, disse. Do interior do Rio Grande do Sul, o goleiro Cavalheiro também mandou uma mensagem de aniversário referente à conquista: “1968 foi um ano emblemático em todo país pela conjuntura social e política que vivíamos no país. Conquistar um título naquele ano pelo Ferroviário, time de origem humilde e proletária, e ainda de forma invicta, foi um dos maiores feitos da carreira daqueles jogadores. O Ferrão está eternizado no meu coração“, comentou. Feliz bodas de ouro, torcedor coral! 1968 para sempre!

Campeões 1968 em 2014: Mano, Luiz Paes, Edmar, Barbosa, Cavalheiro e Raimundinho

PROGRAMA OFICIAL DE RÁDIO DO FERRÃO COMPLETA 150 EDIÇÕES

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Equipe atual da Rádio Ferrão em meio aos gestores da parceira Buy Soccer e novos jogadores

O programa radiofônico de maior longevidade na história do Ferroviário chegou a 150 edições nessa semana. Denominado de Rádio Ferrão, o semanário coral atualmente vai ao ar às segundas-feiras, de 21h às 22h30, pela Ceará Rádio Clube 1200 AM de Fortaleza, e tem contado com a sempre competente apresentação do radialista Saulo Tavares, desde a primeira edição do programa em outubro de 2007. Sua fase de maior longevidade durou até fevereiro de 2010, retornando ao ar no final de 2013 e indo até meados do ano seguinte. Voltou à programação da emissora em outubro de 2015 para deleite dos torcedores corais. Na semana passada, os gestores da empresa paulista Buy Soccer participaram ao vivo e anunciaram novidades para o setor de futebol do Ferrão, uma delas o retorno do goleiro Camilo para as disputas da segunda divisão cearense.

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Ex-presidente José Rego Filho ao vivo no programa apresentado em 19 de outubro de 2008

Ao longo do tempo, várias personalidades importantes passaram pela Rádio Ferrão como dirigentes, ex-presidentes, ex-diretores, ex-atletas e novos jogadores recém contratados para o Ferroviário Atlético Clube. Nomes como José Rego Filho, Ruy do Ceará, Ribamar Soares, Carlos Mesquita, Facó, Marcelino, Gilmar Silva, Fernando Polozzi, Joel Cornelli, Marcelo Silva, Oliveira Canindé, Armando Desessards, Edmar, Robério, Mirandinha, CavalheiroWilson, Clébson, Jéfferson, Tiago Gasparetto, Aldemir, Renato Rocha, Evaldo Lima, Valdemar Caracas, entre outros, abrilhantaram o programa coral com informações e novidades importantes acerca do cotidiano do clube.

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Rádio Ferrão com o ex-jogador Mirandinha no antigo estúdio da emissora em julho de 2008

Tradicionalmente, a Rádio Ferrão tem mantido as principais seções que consolidaram a estrutura original do programa, tais como a realização de perguntas que valem prêmios para os ouvintes, sorteios, recordação de jogos antigos através da vinheta ´Túnel do Tempo´, entre outras atrações. Chegando agora ao expressivo número de 150 edições levadas ao ar, o que mais o torcedor do Ferroviário deseja é que outras 150 se sucedam no futuro sempre com a mesma qualidade e interação. Vida longa à Rádio Ferrão!

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Treinador Joel Cornelli numa das últimas edições da primeira fase em fevereiro de 2010

GOLEIRO CAMPEÃO INVICTO EM 1968 COMEMORA HOJE 70 ANOS DE IDADE

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Ex-goleiro coral Cavalheiro, o aniversariante do dia, em foto recente tirada no Rio Grande do Sul

Hoje é dia de dar os parabéns ao ex-goleiro gaúcho Cavalheiro, campeão cearense invicto pelo Ferroviário Atlético Clube no ano de 1968. Ele completa hoje 70 anos de idade e seu nome está para sempre registrado na galeria de inesquecíveis do time coral. Ele conquistou o título estadual aos 23 anos de idade, depois de atuar por Internacional/RS e Vasco/RJ. Sua passagem no futebol carioca rendeu a indicação para o Tubarão da Barra por intermédio do diretor Joseoly Moreira e o crivo do eterno ídolo Pacoti, seu companheiro na equipe carioca. Foram 35 jogos no total no arco coral. Cavalheiro largou o futebol ainda jovem e preferiu terminar a faculdade de Direito para seguir a carreira de advogado, inicialmente em Minas Gerais e depois no Rio Grande do Sul.

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Cavalheiro no Ferrão

Cavalheiro deixou o Tubarão da Barra em maio de 1969 e nunca mais dele se ouviu falar. Em 2008, nas comemorações dos 40 anos do título invicto de 68, o programa Rádio Ferrão localizou o ex-goleiro no sul do país e o colocou ao vivo no ar, resgatando memórias daquela sensacional conquista num bate-papo emocionante que envolveu também o ex-volante Edmar. Foram décadas longe de Fortaleza. Em 2014, ele voltou à capital cearense e reencontrou alguns companheiros do passado. O retorno à cidade parece ter tocado o coração do ex-arqueiro e ele organizou uma nova viagem, acontecida recentemente no mês passado, onde teve a oportunidade de se reunir novamente com seus contemporâneos de Ferroviário. Irmão de Homero Cavalheiro, ex-treinador do Sub-20 da Seleção Brasileira nos anos 80, o goleiro campeão cearense invicto de 1968 tem um filho chamado Henrique que resolveu seguir a carreira do pai e que milita atualmente em equipes do futebol gaúcho. Em síntese, não é sempre que se chega a sete décadas de vida, razão pela qual esse 14 de outubro merece ser comemorado em sua plenitude.

CONQUISTA INVICTA DE 1968 DO FERROVIÁRIO COMPLETA 47 ANOS

Foto histórica do time campeão invicto estampada na revista de circulação nacional O Cruzeiro

O último campeão invicto! Assim é conhecido até hoje o time de 1968 do Ferroviário, que conquistou o campeonato cearense daquele ano com ampla supremacia e entrou para história do futebol alencarino depois de 16 anos sem títulos. Nesse dia 28 de julho, celebra-se o 47° aniversário daquela brilhante conquista. Na ocasião, a diretoria coral passara por uma renovação e a chegada de jovens engenheiros da Rffsa para comandar os destinos do clube enchera de esperança a torcida coral. Capitaneados pelo presidente Elzir Cabral, dirigentes como José Rego Filho, Ruy do Ceará, Cândido Pamplona, Célio Pamplona, Afrodísio Pamplona, Roderico Braga, além de um valoroso grupo de abnegados corais quebravam o jejum e começavam a escrever uma nova história para o clube. Nunca mais um clube local foi campeão cearense invicto.

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Anunciada a conquista

O jogo decisivo foi contra o Fortaleza disputado num PV dividido meio a meio entre as duas torcidas que brigavam pelo título. João Carlos marcou para o Ferrão e Croinha anotou o do tricolor. O empate de 1×1 garantiu a conquista coral. O treinador Ivonísio Mosca de Carvalho contou em campo naquela tarde com a seguinte formação: Cavalheiro, Wellington, Flodoaldo (Luiz Paes), Gomes e Barbosa; Edmar e Coca Cola; Mano, João Carlos, Paraíba e Raimundinho (Lucinho). O Fortaleza perdeu com Gilberto, William, Zé Paulo, Renato e Carneiro; Luciano Oliveira, Joãozinho e Ivan Frota (Fontoura); Croinha, Humaitá e Alísio. A conquista invicta veio no jogo de número 1.083 da história coral. O volante Edmar, titular absoluto em toda a campanha, comentou há cerca de dois anos sobre mais um aniversário daquela conquista: “Foi uma festa memorável após a partida. Nunca vi nada igual. Era um grande time. Não perdemos pra ninguém. Nós jogávamos por música e tínhamos o suporte de uma diretoria cheia de gente jovem e de palavra. Tenho orgulho de fazer parte daquela geração“, disse.

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Cavalheiro sobe com Humaitá na final

Do interior do Rio Grande do Sul, seu estado natal, o goleiro Cavalheiro também já comentou sobre a conquista em anos recentes: “1968 foi um ano emblemático em todo país pela conjuntura social e política que vivíamos no país. Conquistar um título naquele ano pelo Ferroviário, time de origem humilde e proletária, e ainda de forma invicta, foi um dos maiores feitos da carreira daqueles jogadores. O Ferrão está eternizado no meu coração“, comentou. Muitos dos campeões invictos passaram mais de quatro décadas sem voltarem a se encontrar. Há cerca de um ano, uma boa parcela do time titular esteve reunida em Fortaleza e o fato mereceu destaque numa atualização do Almanaque do Ferrão em outubro do ano passado. No início desse ano, um dos titulares presentes ao encontro do ano anterior, o atacante Raimundinho, faleceu e também foi homenageado no blog com uma postagem específica. Além dos jogadores destacados na partida final, nomes como os goleiros Douglas e Edílson José, além dos jogadores Facó, Ademir, Sanêga, Roberto Barra-Limpa e Jurandir escreveram seus nomes na galeria de eternos do Ferroviário com o título invicto.

VÍDEO RARO DE VITÓRIA CORAL NO CAMPEONATO CEARENSE DE 1978

O vídeo mais antigo do Ferroviário no YouTube mereceu destaque do blog em postagem no mês de outubro do ano passado. Tratava-se do confronto contra o Ceará no dia 26 de novembro de 1978, vitória alvinegra pelo placar de 1×0. Para a surpresa de todos, no mês passado, caiu na rede outro vídeo exatamente do mesmo ano, novamente contra o Ceará, só que de uma partida realizada em 8 de outubro. Dessa vez, vitória coral por 2×1 e um show de imagens que mostram jogadores emblemáticos como Ricardo Fogueira, Jorge Bonga, Paulo César e Babá em ação com a camisa coral. A dica partiu do internauta Charles Garrido, um dos maiores entusiastas das atualizações do Almanaque do Ferrão, que entrou em contato por mensagem para avisar a boa nova.

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Presidente do Ferrão: Célio Pamplona

As imagens do vídeo não mostram a expulsão do zagueiro Lúcio Sabiá, que deixou o time coral com um homem a menos durante a maior parte do jogo. Também não mostram o pênalti claro do goleiro Procópio cometido em cima de Paulo César. Porém, mostram a reclamação contra a arbitragem e o destempero do dirigente alvinegro Antônio Góes, que na intempestividade de sua juventude, deu um soco no árbitro Leandro Serpa ao reclamar de uma expulsão claramente acertada após falta violenta em cima do ponta esquerda Babá. A agressão valeu a punição de um ano ao dirigente. Era o jogo 1.633 da história coral, assistido por 19.687 pagantes. O Ferrão, que já havia vencido o 1º turno, marchava célere para a conquista do returno, porém caiu na disputa de pênaltis na final contra o Fortaleza realizada três semanas depois, uma grande injustiça para o ótimo time montado pelo presidente Célio Pamplona, que tinha em sua diretoria nomes inesquecíveis como Ruy do Ceará, Elzir Cabral, José Rego Filho, Chateaubriand Arrais, Telmo Bessa e Mário Picanço.

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Experiente Gilberto: goleiro coral em 1978

Repare na excelente formação do Ferroviário, treinado pelo competente Lucídio Pontes: Gilberto, Paulo Maurício, Lúcio Sabiá, Arimatéia e Ricardo Fogueira; Jodecir, Doca e Jacinto (Jorge Bonga); Marcos (Luizinho), Paulo César e Babá. O Ceará, do técnico Sebastião Leônidas, lendário ex-zagueiro do Botafogo/RJ, jogou com Procópio, Tércio, Pedro Basílio, Artur e Dodô; Edmar, Danilo (Júlio) e Erasmo; Jangada, Ivanir (Mickey) e Tiquinho. Na formação alvinegra, dois grandes atletas formados no próprio Ferroviário: Edmar e Danilo Baratinha. E ainda três nomes que vestiriam depois a camisa coral: Procópio, Artur e Jangada. Os gols do Ferrão foram do meia Jorge Bonga, ex-Sport/PE, e do ponta direita Marcos, ex-São Paulo/SP. Na meta coral, a tranquilidade do experiente Gilberto, que marcou época em Pernambuco como goleiro pentacampeão pelo Santa Cruz/PE e posteriormente como descobridor de Rogério Ceni enquanto treinador de goleiros do São Paulo/SP. Nomes de um grande time, que fez um grande campeonato, o que apenas confirma o dado de maior média de público da história do Ferroviário pertencer justamente ao grupo de dirigentes e jogadores que disputaram o campeonato cearense de 1978. Para sempre lembrados.

NUNCA É TARDE PARA REVERENCIAR SIMPLÍCIO, O CANHÃO DA BARRA

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Foto recente do ex-jogador Simplício em sua residência na cidade de João Pessoa/PB

Ele foi um dos jogadores mais cultuados na história do Ferroviário. Até hoje seu nome é citado nas arquibancadas, não apenas por torcedores corais, mas também por desportistas de outras equipes que o viram em ação entre 1969 e 1974, período em que entrou em campo 181 vezes com a camisa do Ferrão. Foram 60 gols no total, o que o credencia como o 12º maior artilheiro do clube. Estamos falando de Simplício, o inesquecível ´Canhão da Barra´, graças a seus chutes fortes que chegavam a alcançar 170 km/h. Ao lado de Amilton Melo, Edmar, Paulo Velozo e Coca Cola, ele foi um dos bons nomes no título estadual de 1970, ano em que o Ferroviário montou um dos melhores times em todos os tempos do futebol alencarino.

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No Ferrão em 1970

Simplício começou a se destacar no Campinense/PB, onde foi hexacampeão paraibano nos anos 60. Tinha como principal característica o posicionamento, o bom passe e a garra, condições essenciais para um grande volante. Começou a ser comparado com o craque brasileiro Rivelino – pelo bigode e em razão do chute forte – ainda na Paraíba, antes mesmo de se transferir para o Botafogo/PB, onde foi bicampeão estadual. Se transferiu para o Ferroviário aos 22 anos de idade, fazendo seu primeiro jogo pelo time coral no dia 15/11/69 num amistoso contra o América/CE, no Elzir Cabral, e já conquistando mais um título estadual pra coleção na temporada seguinte. Suas cobranças de pênaltis eram temidas pelos goleiros adversários e tinha o respeito de vários treinadores que passaram pelo Ferrão, entre eles Fernando Cônsul, Gradim e Alexandre Nepomuceno.

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Simplício: o terceiro agachado em 1972

No campeonato cearense de 1974, Simplício mudou de time e chegou a enfrentar o Ferroviário, defendendo a camisa do Maguary. Aos 27 anos, aquela foi sua última temporada como jogador de futebol, pois retornou para Campina Grande onde anos depois concluiu o curso de Processamento de Dados na Universidade Federal. Em 2013, vibrou bastante com o título de campeão do nordeste conquistado pelo Campinense. Hoje com 67 anos de idade, reside em João Pessoa e é aposentado pela própria universidade. Mais de 40 anos depois de deixar o Ferroviário Atlético Clube, Simplício continua na memória de quem o viu em ação e estará sempre nas páginas principais da história coral, merecendo hoje o destaque do Almanaque do Ferrão.

HORA DO ADEUS PARA UM GRANDE CAMPEÃO INVICTO DE 1968

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Mano, Luiz Paes, Edmar, Barbosa, Cavalheiro e Raimundinho, que foi jogar no time de Deus

A notícia pegou seus ex-companheiros de surpresa. O ex-atacante Raimundinho faleceu essa semana. O velho coração não aguentou. Ele foi campeão cearense invicto vestindo a camisa do Ferroviário na histórica campanha de 1968, o ano que verdadeiramente nunca terminou para os heróis corais. Além do Tubarão da Barra, vestiu também a camisa do Calouros do Ar e atuou no futebol maranhense e baiano.

Em agosto do ano passado, Raimundinho era um dos mais felizes num improvisado reencontro de ex-jogadores do elenco de 68. Levou familiares para conhecer velhos amigos. Viveu um momento de real e intensa felicidade. Reencontro após 45 anos e, ao mesmo tempo, despedida por um desses caprichos da vida.

ferrao68O ex-goleiro Cavalheiro lamentou em rede social: “Foi reforçar nessa semana o eterno time vencedor de Deus. Por melhor que sejam as condições por lá, espero que não estejam precisando de um goleiro. Um grande e último abraço amigo Raimundinho“. Segundo dados do Almanaque do Ferrão, Raimundo Carvalho da Silva, o baixinho ponta-esquerda coral, atuou em 13 partidas e marcou 3 gols na histórica conquista de 1968.

CAMPEÕES INVICTOS DE 68 TÊM REENCONTRO INESPERADO

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Quando o interfone tocou no apartamento do ex-zagueiro Luiz Paes, ele jamais esperava a visita do passado naquela tarde de quinta-feira. Era agosto desse ano, dia 21. Pelo interfone, o porteiro anunciou o visitante: “É o Cavalheiro que está aqui embaixo”. Depois de 45 anos, dois ex-companheiros corais se reencontravam de forma emocionante e totalmente inesperada. Em meio ao forte abraço, Cavalheiro exclamava repetidas vezes: “meu zagueiro, meu zagueiro”.

Depois que foi embora do Ferroviário em 69, o gaúcho Cavalheiro nunca mais havia visto os campeões invictos do ano anterior. Em 2014, resolveu passear e reencontrar um pouco do seu passado. A passagem por Fortaleza foi breve, mas o suficiente para reencontrar 5 ex-atletas da sua época, graças ao ex-lateral Barbosa, que cuidou de ligar pra um e pra outro em caráter de urgência. No dia seguinte, o reencontro numa churrascaria de Fortaleza envolveu até familiares. Em meio a troca de presentes, mais abraços e fortes emoções.

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Mano, Luiz Paes, Edmar, Barbosa, Cavalheiro e Raimundinho juntos depois de tanto tempo

Todos receberam o Almanaque do Ferrão com o registro da história que cada um escreveu no clube. Na foto acima, da esquerda para direita: Mano, Luiz Paes, Edmar, Barbosa, Cavalheiro e Raimundinho. O tempo foi curto demais para reunir mais ex-companheiros. No dia seguinte, Cavalheiro foi embora, levando novamente a saudade. Ficou de não demorar mais tanto tempo pra voltar e reunir um número maior de amigos da próxima vez, aqueles que escreveram uma das mais belas páginas da história do Ferroviário, o título de campeão invicto de 1968, os colegas heróis, como bem registrou Barbosa por escrito na dedicatória que Cavalheiro jamais vai esquecer.