As torcidas que ele encantou o chamavam de Almir Beleza, Almir Explosão ou, simplesmente, Diabo Louro. Era exatamente essa última alcunha, que a torcida coral gostava de se referir nos estádios a Almir, um carioca nascido na bela Petrópolis, artilheiro nato, que começou a carreira no Fluminense/RJ, jogando ao lado do craque Rivelino. Ele é até hoje o único jogador coral que assinalou gols no Maracanã, que nessa semana comemora seu aniversário de 70 anos. Depois de deixar o clube do Rio de Janeiro, Almir se destacou pelo Santa Cruz/PE e pelo CSA de Alagoas, até chegar no Ferroviário para disputar o campeonato brasileiro de 1980, quando marcou o primeiro gol da história do Tubarão da Barra no Maracanã, justamente na primeira vez que a equipe coral se apresentava no maior estádio do mundo. Jogando naquela noite contra o Flamengo de Zico, o Ferrão perdeu por 2×1, mas Almir assinalou um belo gol, depois de um passe de letra do craque Bibi. Após a competição, o vínculo do jogador se encerrou e ele seguiu sua carreira em Alagoas, dessa vez no CRB, retornando para a Barra do Ceará em 1982, e permanecendo até a temporada seguinte. No Ferroviário, além de dois vice-campeonatos estaduais, o Diabo Louro atingiu 91 jogos em campo e assinalou 30 gols. Você saberia dizer por onde anda Almir?
Depois que parou de rodar no futebol, passando ainda por Nacional de Manaus e ASA de Arapiraca, Almir Vieira Chagas voltou a morar em Petrópolis e conseguiu, no ano passado, oficializar sua aposentadoria junto à Previdência Social. O ex-goleador trabalhou, durante muitos anos, como motorista de ônibus, atuando em várias companhias de transporte rodoviário. Trabalhou também como motorista na área de logística de produtos de confecção, onde cruzava o estado do Rio de Janeiro em suas atividades cotidianas. Hoje em dia, Almir mora sozinho em Petrópolis. O ex-atleta coral tem seis filhos, o mais novo, o jovem Samir, que aparece na foto acima. Em setembro desse ano, ele vai completar 64 anos de idade. Em março de 1983, jogando contra o Botafogo/RJ, novamente no Maracanã, Almir marcou outro gol com a camisa coral. O gol em 1980 e esse de 1983, o colocam na condição de único jogador do Ferroviário Atlético Clube, até hoje, a balançar as redes do tradicional estádio carioca. Naquele jogo, Almir terminou expulso de campo, juntamente com o craque Betinho. Abaixo, para homenagear nosso eterno artilheiro, publicamos o áudio com os gols do jogo contra o Botafogo, na narração da tradicional Rádio Globo do Rio de Janeiro, quando o Ferrão saiu na frente do placar e sofreu a virada, mesmo jogando bem no Maracanã, diante de 26.935 pagantes e com dois jogadores a menos.