REGISTRO DE UM FERROVIÁRIO QUE LUTOU CONTRA O REBAIXAMENTO

Ferroviário Atlético Clube em Abril do ano 2000 – Em pé: Gilberto, Santos, Cláudio, Erivan, Júnior e Borges; Agachados: Chiquinho, Rogério, João Paulo, Assis e Marcelo Rocha

O ano 2000 foi extremamente difícil para o Ferroviário. O registro fotográfico acima mostra uma das formações da equipe coral naquela temporada, quando o Tubarão da Barra fez uma péssima campanha e lutou, pela primeira vez na história, contra o rebaixamento estadual. O clube só se salvou na última partida do campeonato ao vencer o Crato por 1×0, gol de Borges, e contar com o empate em 2×2 entre Quixadá e Guarany de Sobral. A temporada do ano 2000 foi repleta de insucessos, crises, troca de presidentes e uma autêntica devastação na boa reputação construída nos áureos anos 1990. Na foto acima, vê-se que o treinador Newton Albuquerque teve que contar nas últimas rodadas com a participação de jovens da base coral, como o zagueiro Erivan, o lateral esquerdo Júnior e o atacante João Paulo. Ainda na imagem, é possível ver o volante Rogério, ex-Sport/PE, e o experiente goleiro Gilberto, que pela última vez vestia a camisa do Ferrão. Quem terminou jogando a competição no arco coral foram os jovens Wágner e Zenga, que foi titular no jogo contra o Crato no final de abril daquele ano. O elenco tinha ainda o zagueiro Cláudio, Marcelo Rocha, atacante que vestiu a camisa do Santa Cruz/PE, e os cearenses Chiquinho, Santos e Assis.

POR ONDE ANDA O ÚNICO JOGADOR QUE SE SALVOU NO FATÍDICO 2014?

994730_1223458884338181_4812296267611540241_n

Mauri em foto recente na Itália

O atacante Mauri foi seguramente o único jogador que se salvou na fatídica campanha do rebaixamento coral em 2014. Tendo sempre mostrado habilidade e velocidade nos clubes que defendeu, o ex-jogador coral hoje tenta a sorte no futebol italiano. Ele mora em Milão, uma das cidades mais bonitas da Europa. De origem italiana, Mauri aguarda a confirmação de seu passaporte europeu para poder voltar a trabalhar e ingressar em alguma equipe da Itália. Do Ferroviário, apenas algumas lembranças dos sonhos que acalentou ao chegar no clube, em julho de 2013, vindo do Rondonópolis/MT, todos eles jogados na lata do lixo com o vexame coral no ano seguinte.

Mauri tinha contrato até agosto de 2015 com o Ferroviário. Sua multa rescisória era de 450 mil Euros para transações internacionais e cerca de 1 milhão para negociações nacionais. Após o rebaixamento, foi emprestado para o também rebaixado Maranhão/MA e posteriormente para o São Benedito/CE, onde permaneceu por um ano. Com contrato em vigência, voltou ao time coral em outra vexatória campanha, na segunda divisão cearense, onde o Ferroviário terminou no 6º lugar em 2015. Desmotivado e sem perspectivas no clube que resolveu apostar dois anos antes, Mauri pediu rescisão. Hoje, aos 21 anos de idade, quer reconstruir sua carreira na Itália e lograr êxito no futebol, buscando seu sonho de infância. Foram apenas 17 jogos e 3 gols com a camisa coral, um deles o da vitória contra o Crato, fora de casa, em 2014, que recordamos abaixo, exatamente no jogo de número 3.477 da história coral registrado no Almanaque do Ferrão.