O CRAQUE QUE O FERROVIÁRIO MANDOU PARA O ATLÉTICO MINEIRO

Amilton Melo no Galo

Amilton Melo foi um dos maiores craques que o futebol cearense já produziu. Entre alguns poucos jogadores em comum que tiveram a honra de vestir as camisas do Ferroviário e do Atlético/MG em suas carreiras, talvez seja ele a maior conexão entre as duas equipes que se enfrentam hoje pela quarta fase da Copa do Brasil. Foram 126 partidas com a camisa coral e 47 gols marcados entre 1970 e 1973. Sua história no futebol começou em 1968 quando o saudoso Telê Santana o viu atuar numa preliminar com a camisa do América/CE e levou Amilton Melo para jogar no Fluminense/RJ. Depois de dois anos na base do tricolor carioca, voltou ao futebol cearense e conseguiu o status de ídolo coral, com grandes apresentações e principalmente por conta do título estadual de 1970. Dois anos depois, novamente Telê Santana o chamou para o Atlético/MG, onde atuou em seis partidas no segundo semestre de 1972. Certa vez, voltou à cidade de Fortaleza para enfrentar o Ceará com a camisa do galo mineiro. Depois da partida, saiu pra se divertir com Romeu e Cláudio, companheiros de equipe, e sofreu um acidente de carro, quebrando a mão direita e sendo obrigado a submeter-se a uma operação plástica no rosto. Devolvido ao Ferroviário no final do empréstimo, ainda disputou a temporada de 1973 pelo Tubarão da Barra até ser negociado com o Fortaleza, onde também brilhou.

O livro escrito por Amilton Melo

Cria do futebol de salão, Amilton Melo tinha dribles curtos e rápidos. Era o antigo ponta de lança que sabia fazer gols. Foi igualmente ídolo no Ceará na segunda metade da década de 70, onde também conquistou títulos. Poucos foram os jogadores que conseguiram a idolatria nos três maiores times do futebol cearense em todos os tempos. O craque Amilton Melo foi um deles. Em 1987, lançou um livro contando suas memórias no futebol e relatou detalhes sobre sua passagem no Atlético Mineiro. Intitulado como “Amilton Melo: o craque e o futebol cearense“, seu livro era vendido nas principais bancas de revistas da famosa Praça do Ferreira, no centro da capital cearense. Hoje, trata-se de item raro em sua versão física, apesar de poder ser achado em versão digital no Mercado Livre ao preço de 50 Reais. Depois que pendurou as chuteiras, Amilton Melo militou na radiofonia cearense como comentarista, formando ao lado de Júlio Sales, Chico Rocha e Vilar Marques um quarteto que deixou muitas saudades na Rádio Uirapuru AM de Fortaleza. Depois, aos 41 anos de idade, ainda tentou uma volta aos gramados com a camisa do Calouros do Ar em 1990. Amilton Melo queria se divertir jogando mais um campeonato cearense e chegou a enfrentar o Ferrão no dia 30 de setembro, um domingo com cheiro de saudade para um já quarentão barrigudo. Na noite de 6 de julho de 1997, Amilton Melo foi assassinado com vários tiros de revólver na Rua Padre Antônio Vieira, no bairro do Couto Fernandes em Fortaleza.

ÁUDIO DO PRIMEIRO GOL DO FERRÃO NO CAMPEONATO CEARENSE DE 1988

Da Silva marcou na estreia em 1988

O título estadual do Ferroviário em 1988 já originou algumas postagens aqui no blog. Vários detalhes, vídeos, áudios e personalidades importantes naquela conquista mereceram destaque em recordações anteriores. Porém, vale a pena escutar abaixo mais um áudio recuperado em nossos arquivos. Trata-se do primeiro gol do Ferrão naquele campeonato, marcado logo na estreia vitoriosa por 1×0 em cima do Quixadá, em jogo que aconteceu no então denominado Estádio dos Imigrantes, exatamente na casa da Galinha Choca, no dia 28 de fevereiro. O gol foi do centroavante Da Silva. Ele havia sido artilheiro da temporada anterior defendendo o Fortaleza, mas havia trocado o Leão pelo Ferrão no inicio de 1988. Da Silva fez apenas 12 jogos com a camisa coral e acabou perdendo espaço no campeonato para nomes como Luizinho das Arábias, Mazinho Loyola e Guina. Treinado por José Oliveira, o Ferrão estreou no Estadual 88 com Wálter, Kléber, Arimatéia, Djalma e Marcelo Veiga; Toninho Barrote, Wiltinho e Jacinto; Mardônio (Edson), Da Silva e Carlos Antônio. O Quixadá do técnico José Leudo perdeu com Adriano, Cici, Ivan, Newton e Roberto (Bibi); Batista, Ernando e Pedro (Biro Biro); Rivando, Cícero Ramalho e Toinho. Bastante motivada com as contratações para a temporada, a torcida coral invadiu Quixadá naquele domingo, proporcionando com os moradores locais uma boa renda para um público pagante de 2.238 pessoas. Hilton Alcântara foi o árbitro da partida, que teve como destaque negativo a grave contusão do ponta direita Mardônio, destaque coral na temporada de 1987, que lesionou o joelho e ficou afastado do restante da competição, retornando apenas na finalíssima contra o Fortaleza sete meses depois. Aproveite e recorde o áudio abaixo na narração de Vilar Marques e comentários de Chico Rocha, ambos da excelente equipe esportiva da extinta Rádio Uirapuru de Fortaleza.

ÁUDIO RARO DE 30 ANOS ATRÁS COM FORTE EMOÇÃO DOS TORCEDORES

Luizinho das Arábias

Nomes de um time inesquecível em 1985: Alex, Luizinho das Arábias, Cardosinho e Doca

O Almanaque do Ferrão resgata um áudio raríssimo de 30 anos atrás, mais precisamente de dezembro de 1985, quando o Ferroviário sagrou-se vencedor do 2º turno do campeonato cearense após dois jogos decisivos com o Fortaleza. Escute e recorde a grande emoção vivida pela torcida coral no PV, com a participação de nomes da crônica esportiva como Júlio Sales, Chico Rocha, Gomes Farias e Ivan Bezerra, além das vozes emocionadas do ídolo Luizinho das Arábias, do goleiro Serginho, do lateral esquerdo pernambucano Válter, do presidente Caetano Bayma e do lendário Zé Limeira, torcedor símbolo do Ferrão, que tinha um time inesquecível naquele ano. São 6 minutos gloriosos da história coral resgatados diretamente do nosso túnel do tempo. Segure a emoção!

RARIDADES EM ÁUDIO DO TÍTULO DO FERROVIÁRIO EM 1988 – PARTE 2

domar pessoa

Presidente campeão: Domar Pessoa

Logo após a brilhante conquista do campeonato cearense, os jogadores corais, diretores e torcedores saíram do Castelão em direção ao Polo de Lazer da Barra do Ceará, local onde hoje situa-se um dos CUCA´s da Prefeitura de Fortaleza. Duas emissoras fizeram a cobertura ao vivo da festa coral até 22 horas, a Rádio Assunção e a Rádio Iracema. Em mais uma iniciativa alusiva ao aniversário do título de 1988, o Almanaque do Ferrão recupera 31 minutos dos áudios daquela histórica transmissão. Escute agora e curta toda a emoção de entrevistas com o presidente Domar Pessoa, com o vice de futebol Vicente Monteiro, o treinador Lucídio Pontes, o ex-jogador Pacoti, os conselheiros Múcio Roberto, Dirceu Pupe e Valdemar Gomez, além dos jogadores Jacinto, Marcelo Veiga e Arnaldo, bem como de profissionais da imprensa cearense como Chico Rocha, Jurani Parente, Roberto Silva, Aluísio Lima e Carlos Alberto Salvador. Sem dúvida, são relatos singulares e valiosos de uma noite inesquecível na vida do Ferroviário Atlético Clube, que  hoje ficam disponíveis para o torcedor coral depois de longos 27 anos. Aproveite!

MATÉRIAS DA TV SOBRE A VOLTA DO GOLEIRO ROBINSON AO FERROVIÁRIO

Ari Bezerra, esse novo goleiro do Ferroviário veio da Seleção da Dinamarca?”, perguntou no ar o comentarista Chico Rocha na Rádio Uirapuru AM de Fortaleza na tarde do dia 26/6/1988. Era a estreia de Robinson, que usava um uniforme preto com mangas vermelhas, contrastando com seus cabelos nórdicos. A vitória de 1×0 em cima do América, no PV, era apenas o início de uma trajetória que o consagrou em dois momentos como um dos mais destacados goleiros da história coral. Foram 15 partidas em 1988 e suas grandes defesas ajudaram o Ferrão a conquistar o campeonato cearense daquele ano, despertando o interesse do Vitória/BA que o levou após a competição. Dois anos depois, em agosto de 1990, Robinson voltou a Barra do Ceará com fama de ídolo para a disputa antecipada do Estadual de 91 e foi vice-campeão do 1º turno, perdendo a final para o Fortaleza. Foram mais 20 partidas com a camisa coral naquela época. O Almanaque do Ferrão resgata abaixo duas matérias de televisão que enfocavam o retorno de Robinson ao Ferroviário em 1990. Viaje no tempo!

ESCUTE OS GOLS DE UMA VITÓRIA CONTRA O TIRADENTES EM 1988

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Alves: gol espírita

O penúltimo jogo do Ferroviário no campeonato cearense de 1988 foi tenso e sofrido. O Tiradentes tinha um ótimo time e havia sido páreo duro para todas as equipes da competição, chegando inclusive a vencer o 2º turno em cima do próprio Tubarão da Barra. O voltante Alves marcou um ´gol espírita`, mas Nélson, ex-jogador do próprio Ferroviário, empatou para o Tiradentes. No segundo tempo, a revelação do campeonato Mazinho Loyola chutou forte da entrada da área e decretou a importante vitória coral por 2×1. Uma semana depois, o título de campeão cearense estava nas mãos do Ferroviário depois de outra vitória, dessa vez em cima do Fortaleza.

amilton melo

Amilton Melo

O Almanaque do Ferrão recuperou o áudio dos gols do Tubarão contra o Tiradentes. Era o jogo de número 2.249 da história coral, no dia 31/8/1988. A narração é da então equipe esportiva da Rádio Uirapuru AM de Fortaleza, que tinha Vilar Marques no comando do 1º tempo e Júlio Sales no 2º tempo das partidas importantes. No gol da vitória, é possível perceber ao fundo a empolgação dos comentaristas da emissora, primeiro no grito entusiasmado de “goooooool” de Amilton Melo, lendário ex-jogador do Ferrão, e depois no grito do excelente Chico Rocha. O jogo teve arbitragem de Hilton Alcântara e 3.484 pessoas pagaram ingresso no Castelão naquela quarta-feira à noite. O Ferrão do técnico Lucídio Pontes venceu com Robinson, Silmar, Arimatéia, Djalma e Marcelo Veiga; Toninho Barrote, Alves, Arnaldo e Jacinto; Mazinho Loyola e Beto Andrade (Edson). O Tigre jogou com Salvino, Alexandre, Batista, William e Osmanir (Perivaldo); Nélson, Modali (Jarbas) e Adilton; Valdir, Marquinhos e Lupercínio.