Está disponível na plataforma da Amazon, uma nova obra literária que tem o Ferroviário como pano de fundo. Trata-se de um conto, intitulado “Aí é Ferrim, meu filho“, do escritor cearense Ricardo Figueroa, que garante no próprio subtítulo da publicação, uma história de família, superstição e amor ao futebol. O conto narra a história de uma família coral, composta inicialmente dos pais e de três irmãos. À medida que os anos passam, os membros dessa família testemunham o acontecimento da própria história do Ferroviário, e uma intrigante percepção, entre eles, é verificada: o time coral só é campeão, quando os três filhos estão reunidos. Aos poucos, as mudanças da vida transformam a vida dessa família e o Ferroviário encara um longo jejum de títulos. Posteriormente, com os dois irmãos já falecidos, o filho vivo escreve uma carta para o seu próprio filho, recordando a trajetória da família e desejando que o Ferroviário seja novamente campeão. Esse é o mote do conto coral escrito por Ricardo Figueroa, que é membro do coletivo literário Trupe da Escrita e atua há alguns anos no cenário cultural regional e nacional. Coube ao atual diretor de marketing do Ferroviário, Chateaubriand Arrais Filho, escrever o prefácio da obra à venda na Amazon, que recomendamos à leitura nos diversos leitores digitais.
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MARCELO VEIGA E A MISSÃO DE FAZER O FUTURO REENCONTRAR O PASSADO
Quando o técnico Pepe deu o aval para a contratação de Marcelo Veiga para o Santos/SP no início de 1990, o Ferroviário se ressentiu de um jogador vibrante, carismático, capitão da equipe e inteiramente identificado com a torcida coral. Dono de um futebol moderno para os padrões da época no futebol cearense, foram 79 jogos e 13 gols pelo Ferrão entre janeiro de 1988 e dezembro de 1989. O gol do título estadual em sua primeira temporada veio de seu pé direito. Apesar de destro, Marcelo Veiga jogava na lateral esquerda. A vida seguiu para o Ferroviário e a década de 1990 proporcionou momentos gloriosos para o Tubarão da Barra. A mesma trajetória de sucesso ocorreu com o ex-lateral esquerdo coral, que figurou como titular do Santos/SP por quase três temporadas, vestindo depois ainda as camisas do Internacional/RS, Portuguesa/SP, Goiás/GO, Bahia/BA, Atlético/GO e até – algo que pouca gente lembra – do Fortaleza, já no ocaso de sua carreira. Mesmo longe da Barra do Ceará, Marcelo Veiga nunca esqueceu seu momento glorioso no Ferroviário e manteve contatos sempre que possível com amigos que ficaram, entre eles o saudoso supervisor Chicão. Há cerca de vinte anos quando pendurou as chuteiras, Marcelo Veiga assumiu a condição de técnico e passou a dirigir clubes no interior de São Paulo. A Matonense/SP era um dos seus trabalhos mais sólidos no início da nova carreira, quando foi lembrado, em 2004, para voltar ao Ferroviário na função de treinador.
No final de maio daquele ano, depois do quase rebaixamento no campeonato cearense, Marcelo Veiga chegou e começou a preparar um novo time para as disputas da Série C do campeonato brasileiro. Virou técnico de Mazinho Loyola, seu companheiro de equipe em 1988, que estava se despedindo do futebol no time que o projetou. A falta de estrutura e o pouco nível de investimento fizeram o Ferroviário patinar na competição nacional, à exemplo das temporadas seguintes, sempre flertando contra o rebaixamento estadual. Entre amistosos e jogos oficiais, Marcelo Veiga dirigiu a equipe em 15 jogos, sendo 8 vitórias, 3 empates e 4 derrotas. Saiu do Ferroviário em setembro daquele ano já com um novo projeto em mente. O Bragantino/SP, equipe também da Série C nacional, queria Marcelo Veiga como técnico para tentar resgatar a fase áurea do clube deixada para trás nos anos 1990. Em Bragança Paulista, Marcelo Veiga fez história. Comandou o Bragantino em mais de 500 jogos. Com um trabalho de três anos, Marcelo Veiga conseguiu seu primeiro triunfo expressivo como treinador: campeão brasileiro da Série C de 2007. Título e acesso!
Os anos seguintes apresentaram um treinador maduro com bons resultados no campeonato paulista e, principalmente, na manutenção do Bragantino na Série B nacional por muitos anos. Em 2011, aproveitando um jogo do time paulista em Juazeiro do Norte, esteve rapidamente em Fortaleza para colocar seus pés na ´Calçada da Fama` do estádio Presidente Vargas. Entre idas e vindas, treinou também o Guarani/SP, Portuguesa/SP, São Caetano/SP, América/RN, Remo/PA, Mogi Mirim/SP e Botafogo/SP, onde foi novamente campeão brasileiro, dessa vez da Série D, conquistando mais um acesso no Brasileirão. Em 2018, levou o Bragantino/SP a mais um acesso nacional, saindo da Série C e resgatando a condição de time da Série B, tal qual havia feito em 2007. Agora, quinze anos depois de sua primeira passagem como técnico ainda em início de carreira e, trinta anos depois de ter deixado o clube na condição de ídolo eterno como jogador, Marcelo Veiga reencontra o Ferroviário numa boa condição de lutar por mais um acesso nacional, apesar da brutal queda de rendimento na equipe que disputa a Série C desse ano, fruto de escolhas arriscadas que já se apresentavam aparentemente perigosas logo quando tomadas.
Marcelo Veiga fechou com a diretoria coral, por telefone, exatamente às 22h51min do dia 25 de julho, pouco mais de uma hora depois do vexame coral contra o Sampaio Corrêa/MA, em casa, que selou a saída do técnico Leandro Campos após pífia passagem pela Barra do Ceará. Marcelo chegou hoje em Fortaleza e tem nove dias de trabalho até sua estreia contra o ABC/RN, no mesmo estádio Castelão que marcou o gol do título cearense em 1988. Antes de embarcar, conversou com Marcelo Vilar, mentor do excelente trabalho no Ferrão nos últimos tempos, quando colheu informações sobre o elenco coral. Que o Ferroviário possa representar a chance de mais um acesso nacional no seu currículo como treinador. E que Marcelo Veiga seja novamente uma espécie de benção para o Ferroviário, exatamente como foi no final dos anos 1980. Quando a bola rolar contra o ABC, apesar dos últimos resultados, muita gente estará no estádio só para testemunhar a volta de um ídolo eterno. Dúvidas e insatisfações com a queda de rendimento na Série C serão deixadas de lado e nascerá um novo espírito simbolizado pelo que Marcelo Veiga representa para história coral, a do passado e, agora, também a do futuro. Abaixo, o áudio de sua primeira entrevista concedida ontem à jornalista Denise Santiago. Algo para registrar e guardar.
CAMPEÃO DE 1988 PELO FERROVIÁRIO ACOMPANHOU JOGO DA FARES LOPES
Lembra do ex-zagueiro Evilásio? Cria do Quixadá/CE, ele foi contratado para defender o Ferrão no início da temporada de 1988 e permaneceu no clube até 1993. Ontem, ele esteve no estádio Presidente Vargas acompanhando o segundo jogo da semifinal da Taça Fares Lopes entre Ferrão e Horizonte. Bastante simpático, conversou e tirou fotos com torcedores que o viram jogar. Evilásio garantiu que vai torcer muito pelo Ferroviário na final da competição contra o Caucaia e não poderia ser diferente, afinal o ex-zagueiro coral está na lista histórica de jogadores que ultrapassaram a marca de uma centena de jogos com a camisa do Tubarão da Barra. Evilásio, no total, entrou em campo 122 vezes com o uniforme coral e marcou três gols, sendo o primeiro assinalado no Castelão, num clássico à noite contra o Ceará, que terminou com a vitória alvinegra por 3×1. Na ocasião, no dia 17 de Agosto de 1989, o treinador Moésio Gomes lançou Evilásio no decorrer da partida no posto do zagueiro Juarez e ele marcou o gol de honra do Ferrão. Para homenagear o ex-zagueiro, o Almanaque do Ferrão buscou nos arquivos o áudio desse gol na narração de Gomes Farias pela Rádio Verdes Mares AM de Fortaleza. Abaixo, você pode escutá-lo. Em tempo: na foto, Evilásio aparece entre duas importantes gerações de torcedores corais, o ex-presidente Chateaubriand Arrais e sua cria, Chatô Filho.
MORREU PERIVALDO, EX-LATERAL DO FERRÃO E DA SELEÇÃO BRASILEIRA
Em fevereiro passado, o Almanaque do Ferrão destacou a passagem do famoso ex-lateral direito Perivaldo pelo Tubarão da Barra nos anos 70. Oriundo da Bahia, o jogador foi um dos destaques do time coral no campeonato cearense de 1974. Pouco mais de seis anos depois, atuando pelo Botafogo/RJ, passou a ser permanentemente convocado para a Seleção Brasileira treinada pelo lendário Telê Santana, disputando sempre a posição de titular com os laterais Leandro (Flamengo), Getúlio (São Paulo) e Edevaldo (Fluminense). Foi seguramente um dos quatro melhores laterais direitos do futebol brasileiro até o início dos anos 80 e por muito pouco não esteve entre os relacionados para a Copa do Mundo na Espanha, em 1982, quando o Brasil encantou o mundo. Ontem, depois de tempos difíceis vividos no Brasil e na Europa, Perivaldo faleceu no Hospital Gafree e Guinle, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Além do Ferroviário, quando atuou aos 21 anos de idade emprestado pelo Bahia/BA, Perivaldo jogou ainda no Palmeiras/SP, São Paulo/SP, Bangu/RJ e no Yukong Elephants, da Coréia do Sul. Apenas dois anos depois de deixar a Barra do Ceará, Perivaldo conquistou a Bola de Prata como melhor lateral direito do campeonato brasileiro defendendo o Bahia, fato repetido em 1981 com a gloriosa camisa do Botafogo/RJ, quando o ex-lateral coral viveu sua melhor fase no futebol nacional. Há cerca de quatro anos, Perivaldo estava morando nas ruas de Lisboa, em Portugal. Após matéria do programa Fantástico da Rede Globo de Televisão, o Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro se mobilizou e ajudou a trazer o ex-jogador de volta para o Brasil. Posteriormente, reconhecendo a relação do ex-lateral com o Ferroviário, o Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado do Ceará levou o jogador de volta a Fortaleza para uma visita ao time que defendeu em 1974. Na ocasião, Perivaldo foi recepcionado oficialmente pelo Ferrão através de Chateaubriand Arrais Filho, que na ocasião respondia pelo Conselho Deliberativo coral.
EX-PRESIDENTE EM DOIS MOMENTOS DA HISTÓRIA DO FERROVIÁRIO
Existem nomes que são históricos e eternamente ligados à equipes de futebol. É o caso do ex-presidente Chateaubriand Arrais, que presidiu o Ferroviário entre 1975 e 1977, além de figurar com destaque em várias diretorias até a vitoriosa gestão bicampeã nos anos 90. Recentemente, ele prestigiou um jantar de confraternização da família coral, ao lado de amigos e do filho que leva orgulhosamente seu nome. Podemos vê-lo aqui em dois momentos, o primeiro na já distante temporada de 1979 em evento da Cervejaria Antarctica, ao lado do premiado zagueiro Celso Gavião e do radialista Gomes Farias. Abaixo, a foto mais recente de Chateaubriand Arrais no jantar desse mês de janeiro. Sem dúvida, um nome eterno na história coral e que mais uma vez é lembrado aqui no blog.