Um resultado histórico na trajetória do Ferroviário completa hoje aniversário. No dia 30 de junho de 1946, em jogo válido pelo 2º turno do campeonato cearense daquele ano, o time coral perdia para o Luso por 1×0, gol de Dudu, até os 32 minutos do segundo tempo. Nos treze minutos finais, o Ferrão marcou simplesmente cinco gols, selando uma virada e uma goleada sensacional, que rendeu muitos abraços entre os torcedores e comemorações no estádio Presidente Vargas. Foram dois gols do centroavante Charutinho, que trabalhava paralelamente como alfaiate, além de tentos de Benedito, Toinho I e Almeida. O árbitro daquele jogo foi Rolinha, pai do futuro jogador coral Kitt e avô do médico Sérgio Rôla, que atualmente ocupa cargo importante no Conselho Deliberativo do Ferroviário. Treinado pelo lendário Valdemar Caracas, o time erreveceano formou com Zé Dias, Caranguejo e Manoelzinho; Benedito, Dandoca e Babá; Toinho I, Chinês, Charutinho, Almeida e Pipi. Como se vê, nota-se a presença nessa formação de muitos nomes lendários em nossa história. O Luso, equipe já extinta do futebol cearense, jogou com Rai, Zé Milton e Motor; Rolinha, Enéas e Azevedo; Gerson, Dudu, Zecapinto, Purunga e Zuzinha. Naquela temporada, o Ferroviário Atlético Clube defendia o título, pois era o campeão cearense de 1945, primeira conquista relevante na gloriosa trajetória coral no futebol cearense.
Arquivo da tag: Charutinho
PRIMEIRO TÍTULO ESTADUAL DO FERRÃO COMPLETA 70 ANOS

Uma das formações do Ferroviário no início de 1946: Valdemar Caracas, Caranguejo, Babá, Alderi, Benedito, Chinês e Dandoca. Agachados: Olívio, Aracati, Charutinho, Almeida e Pipi.
O título foi o de campeão cearense de 1945, mas a conquista veio em 1946, exatamente num 17 de fevereiro como hoje. Há 70 anos, o Ferroviário Atlético Clube conquistava seu primeiro campeonato estadual e grafava seu nome na galeria dos grandes times do futebol alencarino. Sob o comando do próprio fundador Valdemar Caracas, que exercia na ocasião a função de treinador da equipe, o legítimo representante da classe ferroviária do estado do Ceará batia, de virada, o poderoso Maguari por 3×1, com gols de Pipi, Toinho II e Charutinho, conquistando um resultado histórico e enchendo de alegria uma grande legião de torcedores que acompanhava a agremiação coral. O jogo foi disputado num acanhado estádio Presidente Vargas e teve o lendário árbitro Rolinha no apito.
A competição teve apenas 9 jogos para o Ferroviário, um deles vencido por WO contra o Fortaleza. Nas outras 8 partidas disputadas em campo, o Almanaque do Ferrão registrou a seguinte participação de cada atleta: Zé Dias (7 jogos), Gumercindo (1), Caranguejo (8), Benedito (8), João Bombeiro (5), Chinês (8), Dandoca (8), Toinho II (8), Aracati (8), Charutinho (8), Duó (4), Almeida (4), Pipi (8) e Osvaldo (3). Na foto mais famosa do título, nota-se a ausência do goleiro titular Zé Dias e também de seu reserva imediado Gumercindo. Quem aparece é o jovem Alderi, que apesar de não ter participado de nenhuma partida oficial no certame, fixou-se como titular por um período logo após a conquista. O defensor Babá e o atacante Olívio também saíram na foto com o troféu, mesmo sem terem disputado jogos oficiais no campeonato. Na final contra o Maguari, no jogo de número 194 de toda a trajetória coral, o Ferrão formou com Zé Dias, Caranguejo e Benedito; Dandoca, Chinês e Osvaldo; Toinho II, Aracati, Charutinho, Almeida e Pipi. O Maguari jogou com Rai, Valdemar e Popó; Roberto, Otávio e Stênio; Gerson, Dudu, Jombrega, Henrique e Deefeito. Partida histórica para sempre ser lembrada!