
Entre agosto e novembro de 2012, o Ferroviário disputou o campeonato cearense da categoria Sub-20 daquele ano. Ninguém poderia prever que aquela seria a última vez que uma equipe coral chegaria às finais de uma competição de base em qualquer categoria. Afeito à conquistas nas divisões inferiores em décadas passadas e também a ser revelador de talentos, os últimos dez anos mostraram a total decadência coral em termos de gestão na base, muito embora tenha havido substancial evolução da equipe profissional a partir de 2017. A foto acima é um registro da formação que entrou em campo no PV, para um jogo contra o Eusébio, em setembro de 2012. Estes foram alguns jogadores que quase conquistaram o título de campeão Sub-20, conforme matéria bem detalhada de 2015 publicada aqui no blog, com direito a eliminar o Fortaleza na semifinal e a enfrentar o Ceará no jogo decisivo, tendo ainda o gol do título mal anulado pelo árbitro da partida. Dez anos depois, o Ferrão continua sem apresentar evolução em suas categorias de base, que padecem pela falta de recursos para investimento, pela negligência de seus gestores ou por toda sorte de turbulências políticas que costumeiramente assolam o clube. Da garotada do Sub-20 de 2012, a maioria desistiu da carreira nos primeiros anos de vida profissional. O mais bem sucedido foi o meia Foguinho, que hoje atua em alto nível no futebol japonês. Do corpo diretivo, praticamente toda comissão técnica trabalha nas categorias de base do Ceará e são responsáveis diretos pelas conquistas estaduais e nacionais recentes do tradicional adversário coral. Estes talentos estiveram todos a serviço do Ferroviário e se desligaram pouco a pouco por decisões equivocadas e até levianas dos corpos diretivos de plantão. Dez anos sem uma final na base é algo que deveria merecer a mais profunda reflexão dos verdadeiros corais.