Depois de sete anos, o Ferroviário inovou no padrão de seu uniforme de jogo. Ontem, por ocasião da estreia coral na Série B do campeonato cearense, o Tubarão da Barra entrou em campo com uma camisa dourada. A última vez que algo semelhante ocorreu foi em janeiro de 2008, quando o comando da época lançou o terceiro uniforme na cor preta, padrão utilizado até o ano de 2010 e, posteriormente, resgatado na temporada de 2013.
O novo modelo coral causou opiniões controversas logo que foi anunciado momentos antes do jogo através de uma rede social. É certo que boa parte das críticas vieram apenas após a derrota na estreia para o Tiradentes, fruto da paixão que invariavelmente cerca a opinião dos torcedores. Curiosamente, antes do resultado negativo, as opiniões nas redes sociais mostravam ampla supremacia em favor da aceitação do novo modelo. Houve quem reclamasse dos cinco patrocinadores estampados na nova camisa, como se fosse possível algum time no mundo sobreviver sem esse tipo de captação de investimento publicitário. Diz o ditado que quem muito ouve no futebol, nada faz. Filtrar as críticas construtivas é sempre a melhor alternativa.
Assim como o padrão dourado, o modelo preto em 2008 também gerou críticas, posteriormente suplantadas com a beleza estética do time em campo, principalmente nos jogos noturnos. No futebol moderno, o terceiro padrão de camisas permite a busca pela inovação e, quase sempre, haverá barreiras de aceitação. Foi assim em todas as equipes que adotaram essa estratégia. No caso específico do Ferrão, a polêmica da ´nova camisa` é apenas mais uma prova que o clube possui dificuldades históricas em conciliar o velho e o novo, o tradicional e o moderno, e por consequência o certo e o errado, uma questão de maturidade que o futebol exige como prerrogativa para o progresso. Aprovadas ou reprovadas, as camisas douradas entraram ontem para a história. E como bem disse João Ubaldo Ribeiro, o segredo da verdade é o seguinte: não existem fatos, só existem histórias.