UM QUARTO DE SÉCULO DO BICAMPEONATO ESTADUAL 94/95

Foto do Jornal Diário do Nordeste registrando a saudação da onzena coral na grande final

Hoje completa um quarto de século que o Ferroviário conquistou de forma brilhante o bicampeonato 1994/1995. O time que ficou conhecido como a “Máquina Coral” precisou de 37 jogos no primeiro ano e 47 partidas no segundo para escrever seu nome nos anais do futebol cearense. Há cinco anos, a TV Verdes Mares produziu uma excelente matéria reunindo alguns dos principais nomes daquela conquista. Ricardo Lima, volante e capitão do bicampeonato, participou, em julho desse ano, de uma Live no Instagram do Almanaque do Ferrão, compartilhando algumas de suas lembranças, sem falar das imagens históricas veiculadas na época e recuperadas da extinta TV Manchete, com a ampla cobertura da conquista coral. Em meio a nomes como Batistinha, Reginaldo, Robério, entre outros, o craque Acássio é sempre o mais lembrado e celebrado como o grande ícone daquela geração. Ele também participou de uma Live recentemente comentando suas memórias. Em 2018, os bicampeões estaduais se reuniram com o elenco campeão brasileiro em um domingo muito emocionante. Já foram várias as menções no blog à partidas e momentos marcantes daquele período áureo do time coral, que se encerrou com a deposição do presidente Clóvis Dias, apenas dois anos depois. O torcedor coral pode celebrar a memória dos 25 anos do nosso bicampeonato, recordando as matérias já apresentadas e se deleitando com memórias ainda hoje vivas na mente de quem acompanhou a época, como as imagens abaixo, veiculadas na TV Verdes Mares na ocasião, a partir da cobertura do gol do lateral esquerdo Branco, que deu o título ao Ferrão do 3º turno do Estadual de 1995 contra o Fortaleza, credenciando a equipe coral a jogar apenas pelo empate contra o Icasa, no domingo seguinte, para garantir o inédito bicampeonato.

GOLAÇO DE BRANCO NA FINAL DE TURNO CONTRA O FORTALEZA

Assista o vídeo acima com atenção. Há um quarto de século, ele estava guardado no baú do Almanaque do Ferrão e agora chega ao blog após insistentes pedidos. Trata-se da matéria da TV Verdes Mares do jogo final do 3º turno do campeonato cearense de 1995. Ferroviário e Fortaleza faziam a decisão. Aos 32 minutos da etapa final, o lateral  esquerdo Branco chutou de fora da área e fez o gol do título. Branco foi titular nos Estaduais de 1993 e 1994, mas perdeu a posição para João Marcelo em 1995. Na partida decisiva contra o Fortaleza, Branco havia acabado de entrar em campo, substituindo justamente o lateral titular. O gol de Branco eliminou o Tricolor do Pici do campeonato e garantiu ao Ferrão a chance de jogar por um simples empate contra o Icasa na final do certame, que valeu ao Tubarão da Barra o inédito bicampeonato. Naquela quinta-feira à noite, véspera de feriado, 12.166 pagantes foram ao PV. As duas torcidas dividiram o estádio meio a meio. O treinador Ramon Ramos lançou o Ferrão com Jorge Luiz, Biriba, Santos, Batista e João Marcelo (Branco); Paulo Adriano, Hílton (Piti), Acássio e Esquerdinha; Robério (Nasa) e Reginaldo. O Fortaleza, do técnico Danilo Augusto, perdeu com Souza, Gaúcho (Luciano Melado), Rau, Eduardo e Adriano; Odair, Marquinhos e Darley; Vivinho, Mirandinha (Zé Raimundo) e Serrinha. Dacildo Mourão foi o árbitro da partida. Ao final do jogo, Paulo Adriano levantou o troféu, já que o capitão Ricardo Lima estava suspenso. Na matéria acima, vemos também o atacante Piti, que foi bastante útil naquela campanha. Sem dúvida alguma, um jogo marcante na gloriosa história coral, agora eternizado no Almanaque do Ferrão.

ANIVERSÁRIO DA FINAL INÉDITA DE TURNO CONTRA O ITAPIPOCA

Confira o vídeo acima. É da época que o Itapipoca surpreendeu a todos no campeonato cearense de 1994 e chegou à final do 1º turno, justamente no ano em que estreava na divisão de elite da competição. O time da terra dos três climas enfrentou a famosa equipe do Ferroviário que ficou conhecida como a “Máquina Coral” e, após um empate em 2×2 no Perilo Teixeira, o Tubarão da Barra fez 4×0 no Castelão, conquistando o turno. As imagens recuperadas das duas partidas são da TV Verdes Mares e da extinta TV Manchete. Os dois jogos ficaram marcados pelo ineditismo, mas também em razão do dilúvio que abateu a cidade de Fortaleza no domingo do segundo jogo. Antes, na quarta-feira, dia 11 de maio, o ídolo Batistinha fez os dois gols do Ferrão, enquanto Bareta e Carlinhos marcaram para o adversário. Confira as escalações daquele jogo: Luís Sérgio, Caetano (Edgar), Batista, Haroldo (Edinho) e Branco; Lima, Nasa, Acássio e Basílio; Cícero Ramalho e Batistinha foi o time coral. O Itapipoca jogou com Jorge Luiz, Euritônio, Ernande, Martônio e Carlinhos; Juvemar, Henrique (Bocar) e Marinho; Roquinho (Samuel), Bareta e Júnior Umirim. Foi um jogo tenso, o Ferrão fez 1×0, porém sofreu a virada na etapa final quando ficou só com dez jogadores em campo, já que o craque Acássio foi expulso. Aí apareceu Batistinha empatando o jogo no momento em que tudo apontava para a vitória do time da casa.

Batistinha: o cara

No segundo jogo, dia 15 de maio, diante de 6.982 pagantes em dia de chuva torrencial desde a madrugada daquele domingo, o técnico José Dultra escalou o Ferrão com o futebol de Luís Sérgio, Nasa, Batista, Santos e Branco; Lima, Edgar, Eron e Basílio; Cícero Ramalho (Rodinei) e Batistinha (Edinho). O Itapipoca, treinado pelo ex-coral José Oliveira, perdeu com Jorge Luiz, Euritônio, Ernande, Cláudio e Carlinhos; Juvemar, Henrique (Roquinho) e Marinho (Samuel); Bareta, Júnior das Arábias e Júnior Umirim. Se no primeiro jogo da decisão, Batistinha foi o melhor em campo, o lateral esquerdo Branco foi considerado o grande destaque na segunda partida, não apenas pelos dois gols que marcou, mas pela grande desenvoltura nos noventa minutos. Nasa também marcou um gol. O outro tento do jogo foi contra, marcado pelo zagueiro do Itapipoca. O Ferrão comemorou bastante a vitória, conquistada de forma massacrante ainda no primeiro tempo. O título do 1º turno foi bastante comemorado, pois garantia o time coral na final do campeonato, conquistado de forma retumbante no final do ano numa decisão contra o Ceará. Ainda no vídeo, podemos matar as saudades de Zé Limeira, presente aos estúdios da TV Manchete para comemorar a conquista coral ao lado do apresentador Sebastião Belmino.

ENTREVISTAS E DOIS JOGOS DECISIVOS CONTRA O CEARÁ EM 1994

O vídeo acima traz dois jogos decisivos contra o Ceará realizados no intervalo de uma semana na reta final do campeonato cearense de 1994. No dia 27 de novembro, vitória coral por 2×0 em cima do alvinegro e título do 3º turno para o time coral, com gols de Ricardo Lima e Batistinha, este último eternizado na narração lendária de Vilar Marques, sempre lembrada pela torcida do Ferrão. Após os melhores momentos do jogo, confira no vídeo uma entrevista com o volante Lima na TV Verdes Mares, além da cobertura da extinta TV Manchete, com os comentários de Sérgio Redes e entrevistas com o lateral esquerdo Branco, Lima novamente e o treinador César Moraes. O material apresenta também os comentários de Wilton Bezerra na TVC, emissora afiliada à TV Cultura no Ceará. Por fim, os melhores momentos do jogo do dia 4 de dezembro, onde os dois times empataram em 0x0 e o Ferrão conquistou o título de campeão cearense, já abordado aqui no blog com áudios raros da época em postagem anterior. Destaque também para uma defesa sensacional do goleiro Roberval após cobrança de falta do alvinegro, no segundo tempo do jogo, quando só a vitória interessava para o Ceará, além de uma carraca de gols perdidos pelo ataque coral. Recordar é viver. Deleite-se acima com dois grandes jogos envolvendo a Máquina Coral, como ficou conhecido o time que foi bicampeão estadual em 1994 e 1995.

IMAGENS DA CONCENTRAÇÃO DO FERRÃO ANTES DE DECISÃO EM 1994

O vídeo acima é uma raridade. Trata-se de uma matéria da TV Verdes Mares em abril de 1994. Nela, a repórter Carla Soraya fazia a cobertura da concentração do Ferroviário na Vila Olímpica Elzir Cabral, antes de uma partida decisiva contra o Itapipoca que valia o título do 1º turno do campeonato cearense. Confira as imagens e recorde o lateral direito Caetano e o meia Eron em entrevista descontraída com o atacante Reginaldo, um dos destaques do título estadual naquela temporada, dando uma de repórter. É possível ver também imagens do lateral esquerdo Branco, do meia Basílio, do goleiro Dênis e do massagista Mudo durante a cobertura da televisão. São mais de duas décadas desde a veiculação da matéria, mas o Almanaque do Ferrão reprisa pra você. Aproveite.

PRIMEIRA GOLEADA DE UM CICLO VITORIOSO CONTRA O FORTALEZA

O início dos anos 90 foram complicados para o Ferroviário. Times fracos, campanhas ruins e participações modestas nos campeonatos. A crise eclodiu em fevereiro de 93 após a goleada impiedosa de 9×1 sofrida para o Ceará. Após o jogo, no calor do humilhante revés, renúncia imediata do presidente Edilson Sampaio, do diretor de futebol Walmir Araújo e de todos os diretores. O que parecia o fim do clube para muitos, na prática representou o início de um ciclo vitorioso. Sob nova diretoria, capitaneada pelo empresário Clóvis Dias, o Ferrão trouxe jovens reforços e, em menos de um mês, vencia o primeiro clássico derrotando o Fortaleza por 1×0, gol do centroavante Isaías, num jogo que marcou a estreia do goleiro Clemer. Dois meses depois, mais uma vitória em cima do Leão, dessa vez de goleada por 4×1, com Batistinha (duas vezes), Basílio e Narcízio marcando para o time coral. Esse é o jogo que o Almanaque do Ferrão recorda agora através de imagens em vídeo que o tempo não apagou.

A partida representou a primeira goleada de uma série de incríveis vitórias do Ferrão em cima do Fortaleza durante o período Clóvis Dias. 4×1 foi um resultado que se repetiu algumas vezes nos campeonatos seguintes, 3×0, 4×0 e 5×0 foram placares bem íntimos do Leão até 1997, ano que marcou o fim do ciclo coral vitorioso, abrilhantado com um inédito bicampeonato 94/95, um verdadeiro marco na história do clube. Nesse jogo específico de 16/5/93, estreia do lateral esquerdo Branco e sob o comando de Lula Pereira, o Ferrão humilhou o Tricolor do Pici com Clemer, Itamar, Aldo, Marião e Branco; Reginaldo Souza, Ronaldo Salviano, Acássio e Basílio (Sílvio); Batistinha e Márcio (Narcízio). O Fortaleza, cheio de nomes famosos no futebol brasileiro, perdeu com Banana, Expedito, Sérgio Odilon, Alexandre e Albéris; Josenílton, Josué (Nando) e Elói; Eliézer, Kel e Jorge Veras (Vânder). Era o jogo 2.474 da história coral. Para sempre na memória do Almanaque do Ferrão.